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Pedaços de Noz 2007 - Escola Secundária Stuart Carvalhais

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Valeu a pena?<br />

<strong>Pedaços</strong> <strong>de</strong> <strong>Noz</strong> | 31<br />

Ser criança é acreditar que o nosso mundo é um mundo <strong>de</strong> sonho, on<strong>de</strong> toda a<br />

fantasia é capaz <strong>de</strong> se tornar real. Mas não somos crianças para sempre.<br />

Há momentos na vida em que somos obrigados a crescer, a ver, por vezes, os sonhos<br />

<strong>de</strong> que mais gostamos serem <strong>de</strong>struídos numa fracção <strong>de</strong> segundos.<br />

Será que valeu a pena <strong>de</strong>ixar para trás todos aqueles sonhos <strong>de</strong> criança e passar a ser<br />

uma pequena dona <strong>de</strong> casa? Valeu a pena crescer?<br />

Tudo ficou arrumado num baú <strong>de</strong> lembranças. As fadas, os príncipes e princesas <strong>de</strong><br />

encantar, as bruxas e os dragões que tanto temia. Tudo isto foi trocado pelo mundo real.<br />

Até as bonecas <strong>de</strong> brincar a que me <strong>de</strong>dicava quando tinha tempo, foram trocadas por<br />

dois pequenos bonecos reais a quem passei a <strong>de</strong>dicar-me a tempo inteiro.<br />

Por um lado, ainda tenho vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> voltar ao tempo das brinca<strong>de</strong>iras hilariantes e<br />

dos disparates que podia fazer. E podia porquê? Porque era uma criança num mundo<br />

diferente e era feliz sem medo <strong>de</strong> viver.<br />

Sim, valeu a pena crescer mas não da maneira que teve <strong>de</strong> ser. Tornei-me uma<br />

pequena dona <strong>de</strong> casa que apren<strong>de</strong>u muito, apren<strong>de</strong>u a dar importância a pequenas coisas<br />

que a vida nos dá, apren<strong>de</strong>u a agir como os adultos e só <strong>de</strong>u conta <strong>de</strong> tudo isto mais<br />

tar<strong>de</strong>.<br />

Não é o <strong>de</strong>safio que <strong>de</strong>fine quem somos nem o que somos capazes <strong>de</strong> fazer. O que<br />

nos <strong>de</strong>fine é o modo como enfrentamos esse <strong>de</strong>safio.<br />

Se na altura em que me tornei uma pequena adulta me perguntassem “Vale a pena<br />

tudo isto?”, talvez respon<strong>de</strong>sse que não, pois estava muito confusa. Era a altura <strong>de</strong><br />

muitas mudanças e, ainda, havia muitos obstáculos por ultrapassar. Mas agora, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

tomar consciência <strong>de</strong> que crescer não é mau, tenho a certeza que vale a pena correr riscos<br />

e aceitar novos <strong>de</strong>safios <strong>de</strong> braços abertos. É uma forma <strong>de</strong> nos conhecermos a nós<br />

próprios. Eu passei a saber quem realmente sou e do que sou capaz ao permitir que me<br />

“obrigassem” a crescer, ao permitir que não me <strong>de</strong>ixassem brincar mais e evaporassem<br />

os meus sonhos.<br />

Agora digo com toda a certeza que não vou <strong>de</strong>sistir pois, sei que no fundo haverá<br />

sempre uma criança <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim e que nunca me impedirá <strong>de</strong> sonhar e <strong>de</strong> tentar tornar<br />

o mundo real num mundo mágico.<br />

Raquel Ferreira<br />

12ºA

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