Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG

com as outras propostas existentes, como as teorias de Vigotski, fayga Ostrower,
Michael Chekhov e outros, abordados no primeiro momento deste trabalho, pôde-se
construir um lugar artístico, participativo e reflexivo.
O encontro do poeta Manoel de Barros com o Ator, em uma das muitas
encruzilhadas da arte, promoveu um arriscar, uma insegurança sadia perante a
busca de uma comunhão entre tão singulares processos. As possibilidades de
interações encontradas propôs aqui, um caminho que pode conduzir o ator a uma
construção da personagem.
Passear pela arte de Manoel de Barros onde a imaginação promove
―mudança de comportamento gental para animal, vegetal ou pedral‖ (BARROS,
2007) é fonte rica para quem necessita durante a vida profissional se
reconstruir/permitir sempre, como é o caso do ator. Isso promove uma busca de um
resgate, uma nova visão/significâncias dos conceitos já estabelecidos; busca as
rupturas no intuito de investigação, criação e liberdade; a permissão em se entregar
ao desconhecido, ser guiado pelas incitações e abandonado pela razão; a vivência
das novas experiências com a sensibilidade do corpo; a identificação como fruto
primordial da natureza, que brota, cresce, se integra e renasce.
O processo/poesia de Manoel de Barros pode se encontrar poetizado nas
ações do ator. Trazer os elementos do processo criativo deste poeta à cena teve,
dentre muitos, o intuito de fornecer aos amantes da arte teatral, uma incitação
reflexiva acerca da criação artística desse poeta e, olhares para outras
possibilidades de construção da poesia corporal do ator.
Apesar das possibilidades de conexões entre processos, singularidades e
artes, o caminho que se abre agora, com essa reflexão, é também o da atenção, o
cuidado do ator com os procedimentos criativos da personagem.
Estudos acerca destes mesmos elementos já foram feitos por outros
pesquisadores, mas a abordagem deste, teve como intuito, permear uma
perspectiva poética, sensível, profunda, melindrosa, expansiva e acolhedora. Dando
foco especificamente na observação, na desconstrução e na metamorfose. Grifando
o quão produtivo eles podem ser, se entendidas suas essências.
O olhar do ator distende para além daquilo que é costumeiro e a imaginação
o conduz a possibilidades diversas. Ex.: Como conseguir segurar um copo d‘água
sendo uma pedra? Assim, como na poesia inusitada de Manoel de Barros, o ator