Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG
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Ao olharmos à nossa volta podemos observar que aqui e ali existe um lugar.<br />
Habitamos um <strong>corpo</strong>, e este habita um determinado local. O mundo é composto por<br />
<strong>corpo</strong>s em movimentos e estáticos. Movemos, é fato! Fato também é a necessidade<br />
de mudança que encontramos alojadas no íntimo do nosso ser, para podermos<br />
transitar entre os caminhos de um planeta que se desenvolve a cada momento.<br />
Somos seres humanos sedentos de inovações e, tendo essa sede como<br />
impulso, construímos, incessantemente, um <strong>processo</strong> de vida, de oportunidades, de<br />
reconstrução e de libertação. Libertar do que nos amarra, nos aprisiona e nos faz<br />
detentor de algo que amanhã estará ultrapassado, velho e será apenas faísca para<br />
novas fogueiras. O ontem é rememorado. Criamos o hoje e projetamos o amanhã.<br />
Dentro de toda a complexidade que envolve o <strong>processo</strong> de criação, está a<br />
arte. A arte envolve em seu contexto todos aqueles que são comprometidos com um<br />
mundo diferente, que se aconchega nas oportunidades proporcionadas pelo<br />
passado, que segue construindo o presente e planeja o futuro. Ela nos proporciona<br />
subsídios para balançarmos no pêndulo das criações, dos conhecimentos e das<br />
inovações. Inovar é uma tarefa de todos para todos. Estagnar é o ponto fraco de<br />
quem cria. Quem conhece a importância do <strong>processo</strong> de criação, promovido pelo<br />
coletivo atuante e que ainda irá atuar, não estagna, reconhece suas limitações,<br />
respira vontade, promove estradas, segue por elas durante alguns momentos e<br />
passa a oportunidade a outros.<br />
Por essa estrada, grandes possibilidades de cruzamentos, trânsitos e<br />
diálogos são proporcionadas. Elas são importantes e fundamentais para um<br />
<strong>processo</strong> educacional, artístico e humano, onde ambos, indissociavelmente,<br />
constroem um projeto de conhecimento, liberdade, expressão e vida.<br />
Qualquer que seja o caminho a ser seguido, sendo ele uma ousadia e/ou<br />
reformulação de pensamentos, se torna mais viável quando existe uma doação, uma<br />
permissão por parte de quem se arrisca a ser um pesquisador frente ao que quer<br />
estudar. Se tratando da arte do ator, de um profissional da cena, comprometido com<br />
a qualidade e com distensão das possibilidades existentes, o caminho mais<br />
produtivo é o da entrega total, acolhendo, com todo o <strong>corpo</strong> atento, todas as<br />
incitações.<br />
A incitação para esta pesquisa, surgida do diálogo entre o <strong>processo</strong> <strong>criativo</strong><br />
de Manoel de Barros com o <strong>processo</strong> <strong>criativo</strong> do ator, proporcionou ao campo<br />
teatral, um novo olhar: simples, sensível e significativo. Ao integrar esse diálogo