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Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG

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Participa também dessa comunhão, o público, pois o ator se entrega ao<br />

consumo, dá-se em partilha e goza de um espaço onde tudo interage. ―O <strong>corpo</strong><br />

falante e atuante do ator convida o espectador a entrar na dança, a adaptar-se ao<br />

sincronismo interacional‖ (PAVIS, 1999, p. 73). Esse encontro entre ator e público,<br />

os coloca em uma disposição onde ambos participam do mesmo momento e<br />

comungam de forma diferente de uma mesma criação artística.<br />

Pensando em uma confraternização de artes, onde, o ator, trabalhador da<br />

cena, e o poeta, trabalhador da palavra, se unem nesta pesquisa em prol de um<br />

possível caminho interpretativo e de um alguém, sinto-me instigado a transferir,<br />

fundamentado na teoria do filósofo italiano Giorgio Agamben, o termo<br />

―público/espectador‖, discutido no primeiro capítulo, para o termo amigo. Uma<br />

comunhão entre <strong>processo</strong>s, artes, singularidades, existências e criações, pede, para<br />

os banquetes/exposições, a presença de grandes amigos, pois,<br />

Nessa sensação de existir insiste uma outra sensação, especificamente<br />

humana, que tem a forma de um com-sentir (synaisthanesthai) a existência<br />

do amigo. A amizade é a instância desse com-sentimento da existência do<br />

amigo no sentimento da existência própria (AGAMBEN, 2009, p. 88, 89,<br />

grifos do autor).<br />

Nessa perspectiva, o ―público amigo‖, passa de um mero receptor de<br />

informações, a um ―sentir com‖ o artista. Poeticamente, o conceito de amigo<br />

abrigado por Agamben, abraça uma dimensão da receptividade que vai do simples<br />

fato do olhar ao <strong>processo</strong> de sensibilização.<br />

O teatro amigavelmente é um lugar para grandes encontros. Ele é a arte das<br />

relações sociais entre os homens, segundo o teórico francês do teatro Patrice Pavis<br />

(1999, p. 337). Motivado por essa afirmação podemos dizer que o teatro acopla os<br />

anseios dos seres humanos, suas vontades, criações e invenções. Hoje em dia,<br />

vários espetáculos, tem em suas composições uma mistura de textos, ideias e de<br />

incitações. O teatro precisa ser inusitado e buscar envolver em seu meio o diálogo<br />

com as outras modalidades de artes e/ou com mundo em geral.<br />

Dizer sobre a interação <strong>corpo</strong> e <strong>poesia</strong> que motivou aqui algumas reflexões,<br />

acrescenta nesse mesmo viés, a importância que essa ação proporciona ao<br />

desenvolvimento educativo, sensível e participativo do ser humano perante o mundo<br />

que habita. A aprendizagem por meio da comunhão entre as singularidades abre um<br />

leque de acertos, mesmo sendo esses, surgidos após muitas dúvidas. Cabe mostrar<br />

que as possibilidades se alargam, quando me deixo envolver por caminhos nunca ou

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