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Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG

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por esse crescimento é incitado a dar continuidade a novos <strong>processo</strong>s. As<br />

informações se cruzam, participam de um vínculo onde uma empresta-se a outra.<br />

Uma comunhão surge entre as singularidades.<br />

Um olhar atento e reflexivo permite à química se relacionar com a filosofia, à<br />

matemática com a sociologia, à biologia com a música, os homens com os outros<br />

animais, a arte do ator com a arte de um poeta. Tecer um relacionamento entre<br />

distinções é o mesmo que resgatar as possibilidades de diálogos e trânsitos com<br />

qualquer canto do mundo e com as diversidades de coisas existentes.<br />

Pelo diálogo, surgiu a proposta de por em comunhão a arte do poeta Manoel<br />

de Barros com a arte do ator. A contribuição desse poeta nutriu reflexões acerca do<br />

caminho em que o ator perpassa para construir suas personagens. Levantou pontos,<br />

apurou questões, resolveu problemas e causou muitas incertezas. Com os<br />

elementos constituintes de sua <strong>poesia</strong>, Manoel de Barros permitiu, mesmo não<br />

sendo sua intenção, uma disponibilidade a uma outra trajetória a ser seguida pelo<br />

escultor de personagens – o ator. O mesmo, aceitando o convite, faz-se participante<br />

do banquete onde a multiplicidade de propostas existentes acolhe uma outra, pois,<br />

A pluralidade de técnicas <strong>corpo</strong>rais é a consequência da pluralidade de<br />

<strong>corpo</strong>s. Não há uma técnica única que possa servir a todos os <strong>corpo</strong>s, nem<br />

um <strong>corpo</strong> que possa se adaptar a todas as técnicas. A escolha de uma ou<br />

de outra técnica é o resultado de um <strong>processo</strong> de duplo sentido. De um<br />

lado, num ato quase espontâneo, o indivíduo busca uma técnica que lhe<br />

seja familiar, que se adapte ao seu tipo de movimento; de outro lado, num<br />

ato refletido, esse mesmo indivíduo escolhe uma técnica que não tenha<br />

absolutamente nada a ver com sua maneira de ser, mas justamente a<br />

opção é feita com a intenção de trabalhar exatamente suas carências, ou<br />

seja, a busca do equilíbrio entre as dinâmicas (STRAZZACAPPA, 2006, p.<br />

45).<br />

O ator, atentando-se às necessidades de seu <strong>corpo</strong> e à doação aos<br />

elementos de composição: observação, desconstrução e metamorfose, coloca-se<br />

disposto, por ser necessário, a uma escuta de novas oportunidades, avanços,<br />

reflexões e diálogos.<br />

O <strong>processo</strong> <strong>criativo</strong> de Manoel de Barros, mergulhado em possibilidades<br />

diversas, fez-se comunhão com uma proposta poética <strong>corpo</strong>ral para o ator. O<br />

mesmo, entregando-se a uma observação minuciosa, pode, com muita dedicação,<br />

passar por uma desconstrução do seu eu/personalidade formada, atingindo uma<br />

metamorfose, onde acolhe dentro do seu <strong>corpo</strong>, o <strong>corpo</strong> total: carne e espírito da<br />

personagem.

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