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Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG

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Leonardo da Vinci (1452-1519), pintor, engenheiro, arquiteto, filósofo,<br />

observador atento da natureza, tendo dissecado inúmeros cadáveres,<br />

escreve: o homem é chamado pelos antigos um mundo menor, designação<br />

justa, pois que é composto de terra, de água, de ar e de fogo, como <strong>corpo</strong><br />

terrestre e parece-se, portanto, com ele. Se o homem possui os ossos para<br />

servirem de armadura e para sustentarem a carne o mundo tem as rochas<br />

que sustentam a terra; se o homem contém em si um lago de sangue, em<br />

que aumenta e diminui na respiração, o <strong>corpo</strong> da terra tem o mar oceânico<br />

que aumenta e diminui de seis em seis horas; se deste lago de sangue<br />

saem as veias que se vão ramificando por todo o organismo, também o mar<br />

oceânico enche o <strong>corpo</strong> terrestre de inúmeras veias de água: mas faltam ao<br />

nosso globo os nervos que não lhe foram dados porque se destinam ao<br />

movimento. Ora, o mundo, na sua perpétua estabilidade, não se move, e<br />

quando não existe movimento, os nervos são inúteis. Mas, quanto ao resto,<br />

o homem e o mundo são semelhantes (GIL, 1997, p. 131,132).<br />

Ao ator, a incumbência de se recriar constantemente em prol da<br />

personagem é exigente. Passar pelas fases da criação da personagem em seu<br />

próprio <strong>corpo</strong> é uma tarefa delicada e demorada, demanda uma força que muitas<br />

vezes não aflora todo dia. Daí, cabe também ao ator, além da construção da<br />

personagem, fixar a sua energia, a sua concentração e a sua vontade na elaboração<br />

diária dessa força fugidia. Essa é uma lição individual, sem receita, descoberta pelo<br />

ator durante toda a sua vida criativa.<br />

Muitos são os caminhos que o ator pode seguir para constituir suas<br />

personagens. Com sua criatividade ele sabe levar a bagagem necessária para essa<br />

caminhada. Mas em meio a essa multiplicidade de caminhos e bagagens tudo se<br />

torna inútil quando o ator se fecha em suas próprias limitações e, como já dito, não<br />

se permite ser.<br />

A comunhão: o entre do <strong>corpo</strong> com a <strong>poesia</strong><br />

Somos seres de <strong>processo</strong>s constantes. Levamos durante a vida, as<br />

conexões que fazemos dia após dia. Assim nos formamos. A cada instante surge<br />

algo novo, uma indagação que propõe pesquisas diferentes. Ao nos colocarmos<br />

diante dessa caminhada de conhecimento, conseguimos enxergar os elos existentes<br />

em cada nova proposta. O mundo cresce, segue adiante. O homem, responsável

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