Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG
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A <strong>poesia</strong> de Manoel de Barros, nascida da ponta de seu lápis, segue a<br />
conquistar novos leitores, novos espaços, novos vazios, para completar lacunas que<br />
o mundo capitalista e torturante não foi capaz de preencher. O poeta sul-mato-<br />
grossense faz brotar flores das pedras, das latas, dos sapos, dos mendigos, dos<br />
bebuns, dos loucos, dos trastes e dos vagabundos.<br />
Manoel é poeta (re)nascido de Barros, da lama, da massa fetal, do chão, da<br />
terra, da chuva e do adubo. É um poeta de Barros argilosos que geram os potes. Ele<br />
é o pote da literatura que transbordou o rumo da <strong>poesia</strong> com sabedoria vegetal,<br />
animal, mineral e coisal.<br />
Não se resume este poeta. É necessário dedicar-lhe muitas palavras. O<br />
ponto final que demarcará o fim deste capítulo demarcará também, a satisfação de<br />
ter escrito, mesmo que pouco, sobre a vida de um poeta o qual não existem palavras<br />
para definir e de uma <strong>poesia</strong> que no jardim das frases, floreia leituras.<br />
Continuando a bailar pelo salão do conhecimento, o próximo passo/capítulo<br />
se dará pelo dissertar de uma arte que, como a de Manoel de Barros, mexe com as<br />
estruturas do ser: <strong>corpo</strong> e espírito, atingindo a plenitude da profissão. A arte a ser<br />
discutida é a do ator. Usaremos como subsídio os mesmos elementos: observação,<br />
desconstrução e metamorfose sobre os quais refletimos aqui a partir da<br />
perspectiva da poética manoelina e que podem ser contribuições importantes para a<br />
vida profissional/poética do ator, este que se doa por inteiro aos seus personagens,<br />
ou seja, suas outras vidas.