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Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG

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Fixemos as informações colhidas até agora, elas serão como passos de<br />

dança a nos conduzir pelo salão do conhecimento. Peço licença para o estudo de<br />

uma nova sequência a ser promovida por um universo humilde que se faz morada<br />

dos elementos mundanos, imundos, sem valor e deplorável. Degustar desse local<br />

onde o mágico se faz e se desfaz nas singelezas das coisas inúteis 5 , nos apronta<br />

para uma trajetória onde o caminho é torto, de dor, de <strong>corpo</strong>, de cicatriz. Um<br />

caminho que marca a alma.<br />

Aprontemo-nos então, para conhecermos também, dentro desse universo,<br />

um ser humano que mistura o seu eu poético a outros tipos de vida. Não o bastante,<br />

mergulhado em um universo caótico/capitalista como o nosso, onde tudo tem tempo<br />

de validade, este ser, poético e sensível se completa na presença do miserável, do<br />

grotesco, do ridículo e do cumulado de insignificância.<br />

Quem é esse que com tamanha humildade eleva o indigente? Que tira da<br />

rotulação os significados e com os deslimites da palavra propõe uma nova forma de<br />

ver e interpretar o mundo? Quem é esse que almeja o inferior enquanto que as<br />

outras pessoas lutam para possuir sempre mais?<br />

Motivado por seres pequeninos que respiram ou não, esse quem caminha<br />

por lugares transitáveis apenas para aquele em que o coração serve como guia e os<br />

sentimentos como alimento. Uma substância que fortalece a alma e permite que a<br />

sensibilidade vaze pelos poros humanos recriando um outro ser, não melhor, mas<br />

diferente. Alimento que recria um eu diferente de mim e semelhante com as coisas<br />

que sou quando me deixo levar pelos sonhos e pelo contato com o meu eu<br />

transmutado na minha essência não só animal, mas também vegetal e mineral.<br />

Somos seres completos quando enxergamos que pedaços de nós, de nossa carne e<br />

de nosso espírito podem ser substância e outro elemento.<br />

Poeta da simplicidade, com sua rotina entre as mazelas proporcionadas pelo<br />

habitar no campo, fez com que o seu encanto poético revolucionasse a vida das<br />

pessoas que tem em seus escritos, suporte para uma colheita de imagens geradoras<br />

de encantos e vias para grandes rupturas. Diria conquistas. Proporcionou, no seu<br />

ato de brincar com o inútil, uma seriedade de metrópole, diferente pelos prédios<br />

5 No decorrer deste capítulo, todas as palavras em itálico, mesmo sendo usado muito<br />

excepcionalmente para ressaltar palavras e expressões, segundo as normas da ABNT, demarcarão<br />

termos do próprio poeta, usados em suas falas ou em suas <strong>poesia</strong>s.

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