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Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG

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perfeição. Partindo da dualidade entre erros e acertos o artista gera a sua obra e a<br />

concede habitar na luz do olhar humano. O ato <strong>criativo</strong> se completa. O artista falou<br />

silenciosamente com sua criação. Por ela, silenciosamente o artista comunicou e se<br />

comunica com os outros homens.<br />

O público que busca um contato íntimo com a arte e apreender desta sua<br />

essência, deve se doar a uma análise individual e blindar-se às interferências<br />

negativas do meio externo. Deve estar livre de preconceitos e julgamentos<br />

supérfluos.<br />

A recepção, que se firma na doação a uma leitura sensível e participativa da<br />

obra, encontra-se refletida no verdadeiro ato de observar e refletir, onde,<br />

Para se alcançar uma percepção pura da obra de arte, é preciso ter uma<br />

capacidade de julgamento original, independente e ―inocente‖.<br />

[…]<br />

No entanto, essa é a única forma possível de leitura no sentido mais<br />

elevado do termo; não aquela que nos acalenta como um luxo, ao mesmo<br />

tempo que entorpece as nossas mais nobres aptidões, mas aquela em que<br />

temos que nos colocar na ponta dos pés para ler, dedicando-lhe as<br />

melhores horas da nossa vigília (THOREAU apud TARKOVSKI, 1998, p. 50,<br />

51, grifos do autor).<br />

Devemos mergulhar profundamente nas entrelinhas de uma encenação<br />

teatral, de uma <strong>poesia</strong>, de uma pintura. Esse aprofundamento permite uma<br />

proximidade com o universo da criação, permite um avanço, vendo e sentindo o que<br />

o artista não foi capaz de ver e sentir, afinal ele colocou seus sentidos à prova para<br />

que outros aflorassem.<br />

Ao se colocar diante de uma obra de arte, o apreciador 4 busca resgatar<br />

vivências, para então promover um diálogo com a criação do artista. É claro que fica<br />

a escolha do mesmo a aproximação com uma obra que mais lhe agrada, pois ele é<br />

um ser humano que vive em uma determinada localidade e vem de uma formação<br />

pessoal e cultural anteriormente estabelecida. Pensando em seu aprendizado, ele<br />

parte do que tem rumo a outros horizontes. Por isso a necessidade de não esquecer<br />

suas raízes, por isso a necessidade de conhecer novidades. As professoras<br />

universitárias Fusari e Ferraz a respeito desse espectador formado e em formação<br />

vêm salientar que,<br />

A participação do espectador frente aos objetos artísticos caracteriza-se,<br />

pois, pela manifestação de suas atitudes e habilidades – culturalmente<br />

4 Os termos: apreciador e espectador nesse texto vêm ressaltar a posição usufruidora/participativa do<br />

sujeito em relação à obra de arte. Sujeito pensante, ativo e em formação. ―Espectautor e/ou<br />

espectator‖ (MELAMED apud VERUNSCHK, 2008).

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