Entre o corpo e a poesia:o processo criativo - EMAC - UFG
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equivocados acerca de sua utilidade na vida do homem acabam diminuindo o seu<br />
potencial, pois ―a imaginação não é um divertimento ocioso da mente, uma atividade<br />
suspensa no ar, mas uma função vital necessária‖ (VIGOTSKI, 2009, p. 20).<br />
A imaginação é uma via de expansão daquilo que enxergamos e<br />
experimentamos, daquilo que está além de nós, onde só o pensamento e o devaneio<br />
conseguem chegar. Essa dinamicidade proporciona vínculos de crescimento pessoal<br />
e intelectual.<br />
a imaginação adquire uma função muito importante no comportamento e no<br />
desenvolvimento humano. Ela transforma-se em meio de ampliação da<br />
experiência de um indivíduo porque, tendo por base a narração ou a<br />
descrição de outrem, ele pode imaginar o que não viu, o que não vivenciou<br />
diretamente em sua experiência pessoal. A pessoa não se restringe ao<br />
círculo e a limites estreitos de sua própria experiência, mas pode aventurarse<br />
para além deles, assimilando, com a ajuda da imaginação, a experiência<br />
histórica ou social alheias. Assim configurada, a imaginação é uma<br />
condição totalmente necessária para quase toda atividade mental humana<br />
(VIGOTSKI, 2009, p. 25).<br />
A imaginação age na vida do ser humano ligando fatos, imagens e através<br />
do resgate do material acumulado em sua mente, adquirido com as experiências,<br />
proporciona imageticamente um outro lugar. Isso pode ser evidenciado pela<br />
afirmação de Vigotski.<br />
O ser humano, com a sua capacidade ilimitada para se desenvolver, coloca-<br />
se também como o ser mais complexo. Cada pessoa carrega consigo uma vivência<br />
pessoal, dessa, outra é realizada e assim sucessivamente. Dessas singularidades<br />
sugiram e surgem muitas criações e partindo destas, outras virão. Com toda essa<br />
rotação complexa, o quanto a imaginação não trabalhou desde o surgimento da<br />
humanidade? Quantas vontades não motivaram e motivam o ato criador? Para o<br />
filósofo e poeta francês Gaston Bachelard ―a imaginação deve, portanto, servir a<br />
vontade, despertar a vontade para todas as novas perspectivas‖ (BACHELARD,<br />
1988, p. 205).<br />
Para absorver um pouco mais de entendimento sobre o complexo <strong>processo</strong><br />
da imaginação, os relatos posteriores serão subsidiados, mesmo havendo inúmeras<br />
outras, na teoria de Vigotski (2009), que vem salientar os mecanismos pelos quais a<br />
mesma se desenvolve.<br />
O <strong>processo</strong> da imaginação compreende em primeiro passo uma série de<br />
impressões internas e externas. Depois de adquirida essas impressões, elas<br />
passam por um <strong>processo</strong> complexo de organização desse material colhido. Para