Edição 40 - Memorial da América Latina

FOTOS: REPRODUÇÃO
Num plano menos conjuntural,
esse avanço hispânico estaria materializando
no âmbito do poder político um
processo de várias décadas de latinoamericanização
dos Estados Unidos.
Como mostram projeções feitas pelo
U.S. Census Bureau, a população dessa
origem tende a ampliar-se de 49 milhões
e 726 mil em 2010, para 75 milhões
e 772 mil em 2025 e 132 milhões
e 792 mil em 2050, contra 260 milhões
e 507 mil, 282 milhões e 680 mil e 306
milhões e 218 mil, respectivamente, da
população não hispânica.
Esse fenômeno vem despertando
importantes controvérsias em termos
do seu impacto na definição da identidade
estadunidense. Na próxima seção,
discutimos três autores representativos,
por um lado dos receios daqueles que vi-
Capa do livro do
jornalista mexicano Jorge
Ramos, conceituado
comentarista político
dos Estados Unidos,
considerado um dos vinte
e cinco hispânicos mais
influentes daquele país.
sualizam na “invasão” do norte pelo sul
uma ameaça de terceiromundização do
Ocidente, atingindo especialmente Europa
e os Estados Unidos, e por outro,
do otimismo daqueles que propõem uma
agenda capaz de projetar novos atores
que se tornaram parte inevitável e construtiva
da nação americana.
“Um dia milhões de homens
abandonarão o hemisfério sul para irromper
no hemisfério norte. E não o farão
precisamente como amigos. Porque
irromperão para conquistá-lo. E o conquistarão
povoando-o com seus filhos.
Será o ventre das nossas mulheres o que
nos dará a vitória.” disse Huari Bumedián
em 1974, em discurso na Assembleia
Geral das Nações Unidas.
As palavras proferidas por Bumedián,
nesse momento presidente da Ar-
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