Edição 40 - Memorial da América Latina

ientais. Entretanto, o homem necessita
cada vez mais dos recursos minerais para
seu desenvolvimento, conforto e lazer
em um mundo altamente industrializado
e de uso intensivo de tecnologia.
Na busca de tais recursos, cuja
extração pode ocorrer na superfície da
terra ou por meio da abertura de poços
e galerias, o homem está exposto a desabamento,
soterramento, asfixia por
gases, explosões etc.
Mesmo assim a procura por bens
minerais é cada vez mais intensa, o que
leva o homem – na ânsia de atingir mais
rapidamente seus objetivos – a cometer
imprudências ou negligenciar a segurança,
na perspectiva de obter lucros maiores
e mais rápidos, com a redução dos
custos de produção. Com isso, o risco
da atividade de mineração se multiplica
e explica a maior parte de acidentes
ocorridos, principalmente em pequenas
e médias mineradoras, onde a segurança
de trabalho nem sempre é observada
adequadamente. É o que aconteceu
com a mina de São José no Chile, mencionada
acima. Trata-se de um exemplo
emblemático de um acidente que poderia
ter sido evitado, se os preceitos de
segurança fossem seguidos como manda
a legislação existente em muitos países,
inclusive no Chile. A mina de São José
não possuía uma rota de fuga, o que é
obrigatório em toda a mineração subterrânea,
para possibilitar a saída dos
mineradores em casos de desabamentos
que obstruam a saída principal.
Apesar do acidente não ter, felizmente,
provocado vítimas fatais, e nem
apresentado a extensão de outras dezenas
de desastres do mesmo tipo que
ocorrem corriqueiramente no mundo, a
repercussão midiática em nível planetário
provocou uma comoção nunca antes vista
na sociedade, e serviu para trazer a baila,
uma vez mais, o debate sobre a segurança
na atividade de mineração, levando
autoridades governamentais e empresa-
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riais a declarar medidas para aumentar a
segurança de trabalho dos mineradores.
A história da mineração se perde
na bruma dos tempos confundindo-se
com a da própria civilização. Ao que tudo
indica ela antecedeu a agricultura, denotando
a sua importância na vida humana.
Os primeiros materiais extraídos da
Terra foram substâncias não metálicas,
como argila, sílex, calcedônia, calcário,
quartzo e outros, usados na fabricação
de utensílios domésticos, ferramentas e
armas. Essas substâncias minerais eram
extraídas da superfície da Terra por meio
de técnicas rudimentares.
Já nesta época o homem mostrava
grande interesse pelos metais (principalmente
ouro, prata e cobre), os quais,
em seu estado nativo, eram extraídos
dos leitos de rios e posteriormente por
meio de poços e galerias escavados no
interior da Terra.
Juntamente com as pedras preciosas
e semipreciosas (turquesa, malaquita,
lapis lazuli, ametista, jaspe etc.)
estes metais passaram a ser procurados,
pois seu uso como joias era muito
apreciado pelos povos antigos, como
os primitivos egípcios, babilônios e assírios,
que adornavam os corpos tanto
dos vivos como dos mortos.
A metalurgia, por meio da técnica
da pirometalurgia, apareceu pela primeira
vez no Oriente Médio por volta
de 6.000 a.C., empregada na fundição
do cobre para a fabricação de ligas
metálicas, responsável pelo primeiro
grande impulso do que viria ser a indústria
mineira. Muito contribuiu para
o estudo de minerologia os trabalhos
de Georgius Agrícola (1494-1555), médico,
nascido na Saxônia, e profundo
conhecedor dos minerais.
A América Latina pode se considerar
privilegiada em termos de recursos
minerais, tendo em vista suas imensas
reservas em petróleo, ouro, cobre, prata,
ferro, alumínio, estanho. Este potencial