Edição 40 - Memorial da América Latina

FOTO: REPRODUÇÃO
cas, Marsal comenta: “Hace ya unos 18
años que me dedico a hacer figuritas en barro
cocido. Calculo que han salido de mi casa
unas cien figuritas por mes para ser vendidas
en Norteamérica, en Centro y Sudamérica
aproximadamente cincuenta mil; en Europa
cuatro o cinco mil; en Japón poco más de mil y
muchas otras que habrán ido a otros lugares
cuyo destino ignoro”.
A vida de Marsal nos faz refletir
sobre dois aspectos da atividade artística:
o meio onde as obras são realizadas
e o material utilizado. Se Marsal vivesse
na Europa ou permanecesse em Buenos
Aires, certamente seria hoje um
artista consagrado; se em vez de argila
tivesse criado suas estatuetas de louça
ou porcelana, e não de barro cozido,
teria eternizado as peças e poderia distribuí-las
em maior quantidade como
excepcionais objetos de decoração.
Sem pretender fazer um jogo de
palavras, eu diria que Marsal foi constrangido
pela pobreza do meio e pelo
meio utilizado.
Ainda há a possibilidade de
resgatar um trabalho tão importante
quanto o desse artista, que o tempo
fez, de certa forma, esquecer. Ainda é
possível escolher as 40 principais estatuetas,
reproduzi-las com técnicas
modernas, nas fábricas de louça e porcelana
do Brasil, da Espanha, da Inglaterra,
da Alemanha ou da Suécia, e
criar réplicas das suas pequenas obras.
Seria uma homenagem a um grande
artista, um registro fiel de como eram
as pessoas em Assunção nos primeiros
anos de 1900, e um prazer enorme
para quem as adquirisse.
Roberto Duailibi é publicitário.
Marsal
intitulava suas
esculturas em
guarani, a
língua do povo.
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