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Páginas - ed. 118 - Novembro 06.p65 - Arquidiocese de Florianópolis

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IMPRESSO<br />

Um missionário na África<br />

Pe. Lúcio Espíndola dos Santos, padre da <strong>Arquidiocese</strong> em<br />

missão na Guiné Bissau, manda notícias dos seus primeiros<br />

meses no continente africano. Ele está trabalhando na<br />

Diocese <strong>de</strong> Bafatá, que tem como bispo um brasileiro. 12<br />

10 10 anos<br />

anos<br />

O Jornal da <strong>Arquidiocese</strong><br />

celebra 10 anos e<br />

os leitores ganham prêmios.<br />

16<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -<br />

Iniciam preparativos para celebração<br />

do centenário <strong>de</strong> criação da diocese<br />

Azambuja prepara<br />

Encontrão para<br />

futuras vocacões. 03<br />

Brusque lembra os<br />

100 anos da visita<br />

<strong>de</strong> Padre Dehon. 07<br />

Cat<strong>ed</strong>ral será<br />

reaberta em<br />

<strong>de</strong>zembro. 09<br />

Amazônia é o tema<br />

da CF-2007.<br />

Seminário refletiu<br />

sobre o tema. 11<br />

Dom Cláudio Hummes<br />

assume a Congregação<br />

para o Clero. 15<br />

PARÓQUIA DA PRAINHA<br />

Uma comunida<strong>de</strong> com 90% da população pobre e que precisa <strong>de</strong> auxílio, e em que o<br />

tráfico e a violência ditam regras. É assim a Paróquia Santa Teresinha do Menino<br />

Jesus. Apesar disso, a comunida<strong>de</strong> não se abate e procura ir ao encontro e acolher os<br />

mais necessitados. A construção do novo templo mostra a esperança no futuro. 08<br />

ITESC abre curso <strong>de</strong><br />

Pós-Graduação em<br />

Direito Canônico. 03<br />

Pastoral da Aids lança curso<br />

<strong>de</strong> formação para agentes. 03<br />

www.arquifloripa.org.br<br />

FLORIANÓPOLIS - SC<br />

Nº <strong>118</strong> - ANO X Comunicação a Serviço da Vida e da Esperança<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

Em 2008 estaremos celebrando<br />

100 anos da criação da diocese <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong>. A equipe responsável<br />

pela organização já <strong>de</strong>u os primeiros<br />

passos e <strong>de</strong>finiu pontos importantes<br />

para a celebração do centenário.<br />

O evento será celebrado entre 19<br />

<strong>de</strong> março e 23 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2008.<br />

Também já estão <strong>de</strong>finidos tema,<br />

lema, oração e hino do centenário.<br />

Pe. Sérgio Maykot, coor<strong>de</strong>nador da<br />

equipe <strong>de</strong> preparação do centenário,<br />

em entrevista, fala do que já está <strong>de</strong>finido<br />

e da diferença entre organizar o<br />

Centenário e o 15º CEN. 5<br />

COMUNICAÇÃO<br />

DA VERDADE<br />

Nos tempos atuais, há muita gente que<br />

não consegue equilibrar misericórdia com<br />

verda<strong>de</strong>, amor com justiça. Ao insistir na importância<br />

da misericórdia e do amor, <strong>de</strong>ixase<br />

<strong>de</strong> lado, ou escon<strong>de</strong>-se, ou mascara-se a<br />

verda<strong>de</strong> e a justiça. Muita gente acha que,<br />

para a Igreja ser mais bondosa e acolh<strong>ed</strong>ora,<br />

ou até para ser mais simpática, <strong>de</strong>veria<br />

escon<strong>de</strong>r a verda<strong>de</strong>. Questões morais, como<br />

aborto, eutanásia, relações pré-matrimoniais,<br />

homossexualismo e masturbação, etc., <strong>de</strong>veriam<br />

ser <strong>de</strong>ixadas <strong>de</strong> lado, para que a Igreja<br />

pu<strong>de</strong>sse conquistar mais pessoas. Questões<br />

sacramentais ou canônicas, como o divórcio,<br />

a comunhão eucarística para casais<br />

em segunda união, casamento dos padres,<br />

etc. <strong>de</strong>veriam ser facilitadas, para que a Igreja<br />

tivesse um rosto mais atraente. O fato é<br />

que a verda<strong>de</strong> dói. Por isso muita gente prefere<br />

<strong>de</strong>ixá-la <strong>de</strong> lado. 04


2-<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

EDITORIAL<br />

Nossos Mortos, uma presença<br />

Numa sexta, à noitinha, o pai foi surpreendido pela mais<br />

triste das notícias: seu filho <strong>de</strong> 18 anos acabara <strong>de</strong> falecer,<br />

vítima <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte automobilístico. Além da dor, a<br />

revolta contra Deus: o filho viajava para auxiliar seu grupo<br />

jovem num retiro espiritual. É assim que Deus acompanha<br />

os que por ele trabalham?<br />

Passado o primeiro luto, a angústia das primeiras dores,<br />

sobrava o sentimento da solidão: Filipe era filho único, e os<br />

espaços que ocupava na vida familiar, na casa, estavam vazios.<br />

Uma nuvem obscura substituía sua presença luminosa<br />

<strong>de</strong> jovem, <strong>de</strong> jovem bom.<br />

O pai buscou socorro e o encontrou on<strong>de</strong> menos aceitaria<br />

naquelas horas: na vida <strong>de</strong> fé. Durante a celebração da<br />

Missa ele escutou o padre rezar “Lembrai-vos dos nossos<br />

irmãos e irmãs que morreram na esperança da ressurreição<br />

e <strong>de</strong> todos os que partiram <strong>de</strong>sta vida: acolhei-os junto as<br />

vós na luz <strong>de</strong> vossa face”. Surgia um ponto luminoso no coração<br />

<strong>de</strong> pai mergulhado na penumbra: seu filho acr<strong>ed</strong>itava em<br />

Deus, esperava na ressurreição, então foi acolhido na luz da<br />

face divina. Refletiu um pouco mais: “Meu filho está diante da<br />

face <strong>de</strong> Deus; na celebração da Eucaristia estamos todos<br />

mergulhados na glória da Trinda<strong>de</strong> divina; junto <strong>de</strong> Deus estão<br />

todos os que são <strong>de</strong>le; meu filho está junto <strong>de</strong> Deus”.<br />

E fez-se a luz: “Meu filho está aqui, como em cada celebração<br />

eucarística, pois nela se reúne toda a família divina.<br />

Aqui sempre posso me encontrar com Filipe”.<br />

Daquele dia em diante, mudou a vida do pai: participava<br />

da Missa todos os dias e todos os dias se encontrava com<br />

seu filho. Um encontro profundo, <strong>de</strong>licado, na glória do amor<br />

<strong>de</strong> Deus. A presença <strong>de</strong> Filipe era tão clara como a presença<br />

<strong>de</strong> Cristo: o encontro era mais profundo do que o encontro<br />

físico, porque na realida<strong>de</strong> da comunhão dos santos.<br />

On<strong>de</strong> Deus está, também estão todos os que são <strong>de</strong> Deus.<br />

Não é possível a solidão, porque não é real a separação:<br />

misteriosamente Deus nos<br />

une com os nossos, com<br />

todos os nossos. Santa<br />

Mônica, mãe do gran<strong>de</strong><br />

Santo Agostinho, enten<strong>de</strong>u<br />

o valor da Missa quando<br />

p<strong>ed</strong>iu, ao morrer: ‘Pon<strong>de</strong><br />

este corpo em qualquer lugar.<br />

Não vos preocupeis<br />

com ele. Só vos peço que<br />

www.arquifloripa.org.br/jornal<br />

e-mail: jornal@arquifloripa.org.br<br />

“Não é possível a<br />

solidão, porque não é<br />

real a separação: misteriosamente<br />

Deus nos une<br />

com os nossos, com<br />

todos os nossos”.<br />

vos lembreis <strong>de</strong> mim no altar <strong>de</strong> Deus, on<strong>de</strong> quer que<br />

estiver<strong>de</strong>s’”(Confissões, L. 9, 11).<br />

Pelo mesmo motivo, a Missa é sempre uma celebração <strong>de</strong><br />

cura e libertação, tanto nossa como dos nossos. Nela, a comunida<strong>de</strong><br />

cura as feridas dos que morreram e foram esquecidos.<br />

E como são numerosos, hoje, os esquecidos: os enterrados<br />

como indigentes, os <strong>de</strong>stroçados pela guerra, pela violência,<br />

os aniquilados pelas drogas. Tantos que morrem chagados,<br />

doentes, sem ter quem lhes trate as feridas. E nós po<strong>de</strong>mos<br />

tratá-las durante a celebração da Missa. Po<strong>de</strong>mos curar as<br />

chagas <strong>de</strong> nossos relacionamentos mal suc<strong>ed</strong>idos com aqueles<br />

que morreram enquanto não os amávamos, talvez nossos<br />

pais, cônjuges, irmãos, parentes, porque presentes, e essas<br />

mágoas têm cura na Eucaristia. Os mortos pelo aborto, cujos<br />

anjos contemplam a face do Pai que está nos céus, querem<br />

curar a dor e o remorso dos que o praticaram: a Missa cura e<br />

liberta, porque nos encontramos todos e po<strong>de</strong>mos estabelecer<br />

um ininterrupto diálogo <strong>de</strong> reconciliação.<br />

Às vezes sofremos dores que médico nenhum diagnostica:<br />

são dores dos pecados, dores <strong>de</strong> pessoas que morreram e<br />

<strong>de</strong>las nos esquecemos. As presenças, <strong>de</strong>les e nossas, na Eucaristia,<br />

po<strong>de</strong>m curar esses sofrimentos que nos tiram a paz.<br />

A Missa é a gran<strong>de</strong> m<strong>ed</strong>icina dos filhos <strong>de</strong> Deus. A Igreja<br />

põe diante <strong>de</strong> nós esse gran<strong>de</strong> tesouro da oração pelos mortos,<br />

da reconciliação com os mortos, do reencontro feliz com<br />

nossos amigos. É para nós ocasião <strong>de</strong> ação <strong>de</strong> graças e,<br />

para os mortos, força no caminho da ressurreição.<br />

Pe. José Artulino Besen - jabesen@terra.com.br<br />

Periodicida<strong>de</strong> mensal - 22.000 exemplares<br />

Rua Esteves Júnior, 447<br />

88015-130 - <strong>Florianópolis</strong> - SC<br />

Fone/Fax: (48) 3224-4799<br />

OPINIÃO<br />

PALAVRA DO BISPO<br />

Diretor e Revisor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Murilo S. R. Krieger, Dom José<br />

Negri, Pe. João Francisco Salm, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi,<br />

Luciano Leite da Silva Filho, Carlos Martendal e Fernando Anísio Batista - Jornalista Responsável:<br />

Zulmar Faustino - SC 01224 JP - Departamento <strong>de</strong> Publicida<strong>de</strong>: Pe. Francisco Rohling - Editoração<br />

e Fotos: Zulmar Faustino - Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão e Fotolitos: Gráfica Rio Sul<br />

Descansai um pouco!<br />

Tendo retornado <strong>de</strong> uma<br />

missão – Jesus havia<br />

chamado os Doze e os<br />

enviara dois a dois -, os apóstolos<br />

reuniram-se com o Mestre<br />

e contaram-lhe o que tinham<br />

feito e ensinado. Então, Jesus<br />

disse-lhes: “Vin<strong>de</strong>, a sós, para<br />

um lugar <strong>de</strong>serto, e <strong>de</strong>scansai<br />

um pouco!” O evangelista Marcos<br />

apressou-se em dar as razões<br />

<strong>de</strong>sse convite: “Havia, <strong>de</strong> fato, tanta gente chegando<br />

e saindo, que não tinham nem tempo para<br />

comer”. Então, entraram todos num barco e foram<br />

para um lugar <strong>de</strong>serto (Mc 6,30-32).<br />

Muitas paróquias <strong>de</strong> nossa<br />

<strong>Arquidiocese</strong> ficam no litoral. Outras<br />

estão perto <strong>de</strong>le. Não seria<br />

difícil, pois, ir mar a<strong>de</strong>ntro, em<br />

busca <strong>de</strong> um lugar distante. O<br />

problema seria o tamanho do navio<br />

em condições <strong>de</strong> colocar todos<br />

os nossos lí<strong>de</strong>res – padres,<br />

diáconos, religiosos e religiosas,<br />

leigos e leigas - que, ao final <strong>de</strong><br />

mais um ano, <strong>de</strong>monstram um<br />

certo cansaço. E não é sem razão: fizéssemos um<br />

levantamento das ativida<strong>de</strong>s, reuniões e encontros<br />

que cada qual foi chamado a participar, ficaríamos<br />

surpresos. Para os padres, além das ativida<strong>de</strong>s rotineiras<br />

– atendimento no exp<strong>ed</strong>iente paroquial,<br />

celebrações, confissões, visitas a doentes etc. –<br />

há os apelos vindos das pastorais, das associações<br />

e movimentos. Todos os querem, reclamam<br />

sua presença e cobram suas ausências.<br />

Enfrentamos um <strong>de</strong>safio que muitos não conhecem:<br />

segundo os dados do IBGE, nos últimos <strong>de</strong>z<br />

PALAVRA DO PAPA<br />

“Se um lí<strong>de</strong>r religioso não<br />

<strong>de</strong>scansa, fica doente; se<br />

não lê e estuda, fica<br />

repetitivo; se não reza,<br />

vira um “faz<strong>ed</strong>or <strong>de</strong> coisas”<br />

sem entusiasmo”<br />

Matrimônio e família: dons <strong>de</strong> Deus<br />

Quando perguntaram a Jesus se era lícito ao<br />

marido repudiar a própria esposa, como previa<br />

um preceito da lei mosaica (cf. Dt 24, 1),<br />

ele respon<strong>de</strong>u que se tratava <strong>de</strong> uma concessão<br />

feita por Moisés <strong>de</strong>vido à “dureza do coração”, uma<br />

vez que a verda<strong>de</strong> sobre o matrimônio<br />

remontava “ao início da cri-<br />

ação”, quando “Deus, como está<br />

escrito no Livro do Gênesis, os<br />

criou homem e mulher. Por isso,<br />

o homem <strong>de</strong>ixará seu pai e sua<br />

mãe para se unir à sua mulher, e<br />

serão os dois uma só carne (Mc<br />

10, 6-7; cf. Gn 1, 27; 2, 24). E<br />

Jesus acrescentou: “Portanto, já<br />

não são dois, mas uma só carne.<br />

O que Deus uniu, o homem não o separe” (Mc<br />

10, 8-9). É este o projeto originário <strong>de</strong> Deus (...).<br />

Meu pensamento dirige-se a todos os casais<br />

cristãos: agra<strong>de</strong>ço com eles ao Senhor pelo dom<br />

do sacramento do matrimônio, e exorto-os a manterem-se<br />

fiéis à sua vocação em cada época da<br />

vida, “na alegria e na tristeza, na saú<strong>de</strong> e na doença”,<br />

como prometeram no rito sacramental. Conscientes<br />

da graça recebida, possam os cônjuges<br />

cristãos construir uma família aberta à vida e capaz<br />

“Exorto-os a manterem-se<br />

fiéis à sua vocação em<br />

cada época da vida, ‘na<br />

alegria e na tristeza, na<br />

saú<strong>de</strong> e na doença’.”<br />

anos nossa <strong>Arquidiocese</strong> cresceu 400 mil habitantes.<br />

Cresceu, pois, uma diocese <strong>de</strong>ntro da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>. (Para efeitos <strong>de</strong> comparação: <strong>de</strong>ntre<br />

as <strong>de</strong>z dioceses catarinenses, cinco têm uma população<br />

inferior ao que foi o crescimento da nossa<br />

em <strong>de</strong>z anos). Como, pois, aten<strong>de</strong>r a todos? Como<br />

não se cansar?<br />

Se um lí<strong>de</strong>r religioso não <strong>de</strong>scansa, fica doente;<br />

se não lê e estuda, fica repetitivo; se não reza,<br />

vira um “faz<strong>ed</strong>or <strong>de</strong> coisas” sem entusiasmo. É<br />

hora, pois, <strong>de</strong> rever nossa caminhada, à luz <strong>de</strong><br />

algumas perguntas: 1°) O que estou fazendo que<br />

não precisaria ser feito? (“Marta, Marta! Tu te preocupas<br />

e andas agitada com muitas coisas...” –<br />

Lc 10,41). 2°) O que estou fazendo que po<strong>de</strong>ria<br />

ser feito por outra pessoa? (“Dai-<br />

lhes vós mesmos <strong>de</strong> comer!” –<br />

Lc 9,13). 3°) O que estou fazendo<br />

que só eu posso fazer? (“Então<br />

os Doze apóstolos... disseram:<br />

“Deste modo, nós po<strong>de</strong>remos<br />

d<strong>ed</strong>icar-nos inteiramente à<br />

oração e ao serviço da Palavra”<br />

– At 6,4). 4°) O que eu <strong>de</strong>veria<br />

fazer que não estou fazendo?<br />

(Marta, Marta, “uma só coisa é<br />

necessária” – Lc 10,42).<br />

Sem uma séria revisão <strong>de</strong> vida, corremos o risco<br />

<strong>de</strong> ir para um lugar <strong>de</strong>serto, <strong>de</strong>scansar e, ao<br />

retornar, voltar aos nossos velhos hábitos. Ora, às<br />

vésperas da celebração do centenário <strong>de</strong> nossa<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, a or<strong>de</strong>m do Senhor é noutra linha:<br />

“I<strong>de</strong> para águas mais profundas, e ali lançai vossas<br />

r<strong>ed</strong>es para a pesca” (Lc 5,4).<br />

Dom Murilo S.R. Krieger, scj<br />

Arcebispo <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

<strong>de</strong> enfrentar unida os numerosos e complexos <strong>de</strong>safios<br />

<strong>de</strong>ste nosso tempo. Hoje, há particularmente<br />

necessida<strong>de</strong> do seu testemunho. Há necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> famílias que não se <strong>de</strong>ixem arrastar pelas<br />

mo<strong>de</strong>rnas correntes culturais inspiradas no<br />

h<strong>ed</strong>onismo e no relativismo, e<br />

estejam prontas a realizar com<br />

generosa d<strong>ed</strong>icação sua missão<br />

na Igreja e na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>. (...)<br />

João Paulo II escreveu que “o<br />

sacramento do matrimônio constitui<br />

os cônjuges e os pais cristãos<br />

testemunhas <strong>de</strong> Cristo “até<br />

aos confins do mundo”, verda<strong>de</strong>iros<br />

“missionários” do amor e da<br />

vida” (FC, 54). Essa missão é direta,<br />

quer no interior da família, especialmente no<br />

serviço recíproco e na <strong>ed</strong>ucação dos filhos, quer no<br />

exterior: <strong>de</strong> fato, a comunida<strong>de</strong> doméstica está<br />

chamada a ser sinal do amor <strong>de</strong> Deus para com<br />

todos. Trata-se <strong>de</strong> uma missão que a família cristã<br />

só po<strong>de</strong> realizar se estiver amparada pela graça divina.<br />

Por isto, é necessário rezar incessantemente<br />

e perseverar no esforço quotidiano para manter os<br />

compromissos assumidos no dia do matrimônio.<br />

(08.10.06)


Movimento da Mãe Peregrina celebra 92 anos<br />

O<br />

Movimento Apostólico <strong>de</strong><br />

Schoenstatt, que venera<br />

Maria sob o título <strong>de</strong> “Mãe,<br />

Rainha e Venc<strong>ed</strong>ora Três Vezes<br />

Admirável” <strong>de</strong> Schoenstatt, celebrou<br />

no dia 18 <strong>de</strong> outubro seus<br />

92 anos <strong>de</strong> existência. A celebração<br />

do Movimento, mais conhecido<br />

como Movimento da<br />

Mãe Peregrina, aconteceu na<br />

Paróquia São Francisco Xavier,<br />

em <strong>Florianópolis</strong>, com missa<br />

presidida pelo nosso arcebispo<br />

Dom Murilo Krieger.<br />

A igreja estava lotada com<br />

mais <strong>de</strong> 800 fiéis que veneram e<br />

participam das novenas da Mãe<br />

Peregrina. A celebração foi animada<br />

pelo Coral Raízes, do<br />

município <strong>de</strong> Imaruim. Durante<br />

o evento, também foi celebrado<br />

o 80º aniversário da fundação<br />

do instituto das Irmãs <strong>de</strong> Maria<br />

<strong>de</strong> Schoenstatt, formada por leigas<br />

consagradas que têm como<br />

missão promover, assessorar e<br />

dar formação para os missionários<br />

da Mãe Peregrina.<br />

Construção do Santuário<br />

A celebração faz parte do<br />

novênio, que iniciou em 2004, em<br />

preparação ao centenário <strong>de</strong> fundação<br />

do movimento, que será em<br />

2014. Uma das metas das celebrações<br />

na Arquidio-cese é a bus-<br />

Durante a celebração, li<strong>de</strong>ranças do Movimento caminharam com as capelinhas<br />

pela paróquia. Coor<strong>de</strong>nação preten<strong>de</strong> contruir um Santuário na <strong>Arquidiocese</strong><br />

ca <strong>de</strong> um local a<strong>de</strong>quado on<strong>de</strong><br />

se possa construir um Santuário<br />

da Mãe Peregrina. “No Brasil são<br />

21 santuários, no Rio Gran<strong>de</strong> do<br />

Sul há seis e no Paraná, cinco,<br />

em Santa Catarina não há nenhum”,<br />

disse Irmã Miriam Rosana<br />

Fuck, assessora estadual do<br />

Movimento.<br />

Na <strong>Arquidiocese</strong> há aproximadamente<br />

1.200 capelinhas da<br />

Mãe Peregrina, cada uma acompanhando<br />

30 famílias. O respon-<br />

14º Encontro Regional da Pastoral Carcerária<br />

Este Encontro anual, que<br />

costuma realizar-se por rodízio<br />

numa das 10 dioceses do Estado,<br />

<strong>de</strong>sta vez realizou-se aqui em<br />

<strong>Florianópolis</strong>, nas <strong>de</strong>pendências<br />

do ITESC, nos dias 6, 7 e 8 <strong>de</strong><br />

outubro. Os participantes vieram<br />

das várias dioceses do Regional,<br />

mas constatou-se, e lamentouse,<br />

a ausência das dioceses <strong>de</strong><br />

Lages, Rio do Sul, Caçador, e<br />

Chapecó. A população prisional<br />

do Estado continua crescendo:<br />

a estatística <strong>de</strong> setembro apontava<br />

cerca <strong>de</strong> 11.000 presos, dos<br />

quais, 800 mulheres, nas Penitenciárias,<br />

Presídios e Ca<strong>de</strong>ias<br />

do Estado. E o número dos voluntários<br />

da Pastoral Carcerária<br />

não tem crescido na proporção<br />

<strong>de</strong>sejada e necessária.<br />

O Encontro contou com a<br />

assessoria profética do Pe.<br />

Gunther Zgubic, austríaco que<br />

está há quase 20 anos no Brasil,<br />

em São Paulo, e que começou<br />

seu trabalho primeiro com<br />

os moradores <strong>de</strong> rua. Logo recebeu<br />

o chamado para a Pastoral<br />

Carcerária, da qual é hoje o<br />

Coor<strong>de</strong>nador Nacional. Ele já<br />

assessorou o Encontro Regional<br />

realizado em Tubarão, em 2003,<br />

e na oportunida<strong>de</strong> conc<strong>ed</strong>eu entrevista<br />

ao nosso Jornal. Ele tem<br />

incansavelmente insistido na<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conseguir que<br />

a Pastoral Carcerária integre efetivamente<br />

a Pastoral <strong>de</strong> conjunto<br />

<strong>de</strong> nossas dioceses. E diante<br />

do fato <strong>de</strong> que a superlotação<br />

do Sistema vai se tornando cada<br />

vez mais insustentável, ele propõe,<br />

entre outras m<strong>ed</strong>idas: a criação<br />

<strong>de</strong> fóruns pela paz, a criação<br />

da polícia comunitária, a<br />

aplicação <strong>de</strong> penas alternativas,<br />

o trabalho e a justiça restaurativa<br />

que vise não apenas o castigo<br />

mas a recuperação do preso.<br />

Nosso Bispo-Auxiliar, Dom<br />

José Negri, nas suas palavras<br />

<strong>de</strong> abertura do Encontro, sugeriu<br />

que se partisse das propostas<br />

da “Carta Eucarística”, do recente<br />

15º Congresso Eucarístico<br />

Nacional, aqui realizado. A Eucaristia,<br />

e a certeza <strong>de</strong> que Ele<br />

está no meio <strong>de</strong> nós, também<br />

no cárcere, <strong>de</strong>ve promover a<br />

vida, a liberda<strong>de</strong> e a dignida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cada pessoa humana, inclu-<br />

Foto JA<br />

sável pela imagem chama-se<br />

Missionário e o objetivo <strong>de</strong>sta<br />

pastoral é cooperar para o cultivo<br />

da verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>voção a Maria,<br />

o incentivo à oração do terço,<br />

a união das famílias e a volta<br />

aos sacramentos.<br />

Os interessados em obter<br />

mais informações sobre a Mãe<br />

Peregrina, po<strong>de</strong>m entrar em contato<br />

pelo fone (48) 3348-9900,<br />

com irmã Miriam, ou pelo site<br />

www.maeperegrina.com.br.<br />

sive do preso.<br />

Durante o Encontro fez-se<br />

exposição e venda das camisetas<br />

promocionais produzidas<br />

pela Oficina <strong>de</strong> Serigrafia “Estampa<br />

Livre”, no Presídio Masculino<br />

<strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, sob a coor<strong>de</strong>nação<br />

do voluntário da Pastoral,<br />

Luiz Carlos Senna. Na<br />

Capela São Dimas, junto ao Presídio<br />

Masculino, on<strong>de</strong> está também<br />

o escritório da Pastoral,<br />

está sendo celebrada, agora<br />

mensalmente, nas primeiras<br />

quartas-feiras do mês, às 16h,<br />

uma Missa aberta aos presos do<br />

regime semi-aberto, aos voluntários<br />

da Pastoral, e aos funcionários<br />

do Sistema.<br />

No primeiro semestre <strong>de</strong> 2007,<br />

em parceria com a EMAR, a Pastoral<br />

Carcerária vai realizar um<br />

curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong>stinado<br />

não só aos seus agentes, mas a<br />

todos os interessados na melhoria<br />

do nosso sistema prisional.<br />

Qualquer informação, ou encomenda<br />

das camisetas, com o<br />

telefone (48) 2107.2323 ou pelo<br />

email: estampalivre@yahoo.<br />

com.br.<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -3<br />

ITESC abre curso <strong>de</strong> Pós-Graduação<br />

em Direito Matrimonial Canônico<br />

O Instituto Teológico <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

(ITESC) está abrindo inscrições para os<br />

interessados em participar da segunda<br />

turma do curso <strong>de</strong> especialização Lato<br />

Sensu em Direito Matrimonial Canônico.<br />

As inscrições já estão abertas e vão até o<br />

dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. Há 60 vagas. O curso<br />

é dividido em três etapas, a primeira<br />

sendo realizada em fevereiro <strong>de</strong> 2007.<br />

O Curso nasceu do <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> o<br />

ITESC oferecer aos graduados em Teologia,<br />

Ciências da Religião ou Direito Civil<br />

(ou em alguma área das Ciências Humanas),<br />

uma formação interdisciplinar especializada<br />

sobre o Matrimônio e a Família,<br />

proporcionando as condições necessárias<br />

para uma atuação concreta na<br />

ativida<strong>de</strong> Pastoral da Igreja, seja capacitando<br />

li<strong>de</strong>ranças para atuarem nos diversos<br />

âmbitos da Pastoral Familiar, seja<br />

oferecendo a qualificação básica para a<br />

O Seminário <strong>de</strong> Azambuja, em<br />

Brusque, promoven<strong>de</strong> no dia 15 <strong>de</strong> novembro<br />

o “Encontrão Vocacional”. O<br />

evento, <strong>de</strong>stinado a jovens que são<br />

acompanhados pela Pastoral Vocacional<br />

<strong>de</strong> todas as paróquias da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

é uma oportunida<strong>de</strong> para que os<br />

vocacionados conheçam a vida no Seminário,<br />

os padres, os seminaristas e<br />

tenham um entendimento maior sobre a<br />

vocação do padre diocesano.<br />

Durante o dia, das 8h às 17h, eles<br />

participarão <strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> oração,<br />

<strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> padres e seminaristas<br />

falando da vocação sacerdotal, encenações<br />

teatrais preparadas pelos seminaristas,<br />

gincana vocacional, recreação<br />

atuação em nossas Câmaras ou Tribunais<br />

Eclesiásticos.<br />

Esta será a segunda <strong>ed</strong>ição do curso.<br />

Da primeira, realizada em 2005 e<br />

2006, formaram-se aproximadamente<br />

40 pessoas <strong>de</strong> todo o Brasil. Eles contaram<br />

com 360 horas/aula, ministradas<br />

por professores do ITESC e convidados.<br />

“Neste segundo curso, fizemos uma<br />

reestruturação curricular, revendo algumas<br />

disciplinas e aumentando a carga<br />

horária para 450 horas/aula”, disse Pe.<br />

Tarcísio P<strong>ed</strong>ro Vieira, presi<strong>de</strong>nte do<br />

Tribunal Eclesiástico <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

e coor<strong>de</strong>nador do curso.<br />

As inscrições estão abertas e vão<br />

até o dia 10 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, para o processo<br />

seletivo. A confirmação se dará por<br />

telefone ou e-mail. Mais informações,<br />

pelo fone (48) 3234-0400, ou pelo email<br />

secretaria@itesc.org.br.<br />

Azambuja prepara Encontrão<br />

para jovens vocacionados<br />

No dia 18 <strong>de</strong> novembro, a partir<br />

das 9h, a Pastoral DST/AIDS promoverá<br />

o curso <strong>de</strong> capacitação <strong>de</strong> agentes.<br />

O evento será realizado na Paróquia<br />

da Santíssima Trinda<strong>de</strong>, em<br />

<strong>Florianópolis</strong>. A assessoria ficará por<br />

conta <strong>de</strong> Frei José Bernar<strong>de</strong>s, Secretário<br />

Nacional da Pastoral. Ele apresentará<br />

o trabalho realizado pela Pastoral,<br />

com o objetivo da lançá-la na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

São convidadas todas as pessoas<br />

interessadas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> religião.<br />

“A Pastoral é ecumênica e procura<br />

reunir todos aqueles que preten<strong>de</strong>m<br />

realizar este trabalho”, disse Almir José<br />

Ramos, um dos organizadores.<br />

A Pastoral da DST/AIDS está presente<br />

nas principais dioceses do Brasil.<br />

Ela trabalha com prevenção aos não<br />

infectados, e acompanhamento e acolhida<br />

às pessoas infectadas e suas famílias.<br />

No ano passado foram notificados<br />

16.482 casos <strong>de</strong> pessoas com Aids no<br />

com esportes e celebração <strong>de</strong> encerramento<br />

com os Padres do Seminário e<br />

seus acompanhantes. Os jovens <strong>de</strong>vem<br />

levar material apropriados para a prática<br />

<strong>de</strong>sportiva.<br />

Atualmente a <strong>Arquidiocese</strong> tem 25<br />

seminaristas em Azam-buja: 10 na Filosofia,<br />

11 no Menor e 4 no Prop<strong>ed</strong>êutico.<br />

As pastorais vocacionais paroquiais<br />

acompanham mais <strong>de</strong> 100 jovens que<br />

manifestam o interesse em seguir a vida<br />

presbiteral. “Esse trabalho é muito importante.<br />

Quanto melhor for a preparação<br />

do jovem antes, melhor será o acompanhamento<br />

no Seminário”, disse Pe.<br />

Siro Manoel <strong>de</strong> Oliveira, reitor do<br />

Seminário <strong>de</strong> Azambuja.<br />

Pastoral da Aids lança curso <strong>de</strong><br />

formação para agentes<br />

Estado. Na região que compreen<strong>de</strong> a<br />

<strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong> estão a<br />

meta<strong>de</strong> dos casos. <strong>Florianópolis</strong> li<strong>de</strong>ra<br />

as incidências, com 2.988 casos <strong>de</strong> pessoas<br />

adultas. Estima-se que para cada<br />

novo caso notificado, mais duas pessoas<br />

estejam infectadas.<br />

Conscientização: No dia primeiro<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro é celebrado o Dia Mundial<br />

<strong>de</strong> Luta contra a Aids. Nesse dia, a<br />

equipe <strong>de</strong> formação da Pastoral estará<br />

realizando um trabalho <strong>de</strong> conscientização<br />

e prevenção com entrega <strong>de</strong><br />

panfletos em <strong>Florianópolis</strong>. No mesmo<br />

dia, às 19h30min, será celebrada uma<br />

missa na Paróquia da Trinda<strong>de</strong> com a<br />

presença <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s que realizam trabalhos<br />

<strong>de</strong> prevenção.<br />

Mais informações pelo e-mail<br />

pastoraldstaids@gmail.com ou pelo<br />

fone (48) 3025-6772 ou 3241-0498, ou<br />

pelo site www.pastoralaids.org.br.


4-<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

As últimas eleições, tanto no primeiro<br />

como no segundo turno,<br />

puseram <strong>de</strong> realce a questão<br />

da verda<strong>de</strong>. Os candidatos foram<br />

acusados <strong>de</strong> mentira; a imprensa<br />

selecionou, na ótica <strong>de</strong> seus interesses<br />

e i<strong>de</strong>ologias, o que queria publicar;<br />

os partidos escon<strong>de</strong>ram suas<br />

mazelas passadas, seus atos <strong>de</strong><br />

corrupção. Todo mundo quis posar<br />

<strong>de</strong> ético, verda<strong>de</strong>iro e justo. Uma<br />

análise mais aguçada do fenômeno<br />

nos ajuda a perceber como é difícil<br />

para o ser humano ver os seus erros,<br />

reconhecer os seus pecados,<br />

admitir a sua culpa.<br />

No capítulo 3 do livro do Gênesis<br />

é relatada, em forma <strong>de</strong> poesia e<br />

mito, essa dificulda<strong>de</strong>. Quando Deus<br />

pergunta a Adão porque ele se envergonhava<br />

<strong>de</strong> sua nu<strong>de</strong>z e se ele<br />

havia comido do fruto proibido, este<br />

se <strong>de</strong>sculpa, culpando sua companheira<br />

Eva. Perguntada sobre sua<br />

falta, Eva por sua vez também se<br />

<strong>de</strong>sculpa, culpando a serpente (Gn<br />

3,8-13). Com isso, a Palavra <strong>de</strong> Deus<br />

nos ensina que, infelizmente, por<br />

causa do vírus do pecado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as<br />

origens temos dificulda<strong>de</strong> em assumir<br />

os próprios erros e facilitar o<br />

acesso à verda<strong>de</strong>.<br />

O EVANGELHO DA VERDADE<br />

A palavra verda<strong>de</strong> aparece 220<br />

vezes na Bíblia. Mais da meta<strong>de</strong>, ou<br />

seja, 135 vezes, no Novo Testamento.<br />

Ela aparece 43 vezes nos evangelhos,<br />

quase sempre na boca <strong>de</strong><br />

Jesus. Dessas 43 vezes, 33 estão<br />

no Evangelho segundo João, on<strong>de</strong><br />

Jesus se <strong>de</strong>clara como Caminho,<br />

Verda<strong>de</strong> e Vida (Jo 14,6). Em seu<br />

ministério público, Jesus <strong>de</strong> Nazaré<br />

nos ensinou muitas coisas sobre a<br />

verda<strong>de</strong>: não <strong>de</strong>vemos temer a verda<strong>de</strong>,<br />

pois ela nos libertará (Jo 8,32);<br />

quem age conforme à verda<strong>de</strong>, se<br />

aproxima da luz (Jo 3,21); aquele<br />

que está com a verda<strong>de</strong>, ouve a voz<br />

<strong>de</strong> Deus (Jo 18,37). Jesus põe a<br />

verda<strong>de</strong> no centro <strong>de</strong> sua missão:<br />

ele <strong>de</strong>u testemunho da verda<strong>de</strong> (Jo<br />

5,33); veio dizer a verda<strong>de</strong> que ouviu<br />

junto <strong>de</strong> Deus (Jo 8,40); veio ao<br />

mundo para dar testemunho da verda<strong>de</strong><br />

(Jo 18,37).<br />

Nos tempos atuais, há muita gente<br />

que não consegue equilibrar misericórdia<br />

com verda<strong>de</strong>, amor com justiça.<br />

Ao insistir na importância da misericórdia<br />

e do amor, <strong>de</strong>ixa-se <strong>de</strong> lado,<br />

ou escon<strong>de</strong>-se, ou mascara-se a verda<strong>de</strong><br />

e a justiça. Muita gente acha que,<br />

para a Igreja ser mais bondosa e acolh<strong>ed</strong>ora,<br />

ou até para ser mais simpática,<br />

<strong>de</strong>veria escon<strong>de</strong>r a verda<strong>de</strong>.<br />

Questões morais, como aborto, eutanásia,<br />

relações pré-matrimoniais,<br />

TEMA DO MÊS<br />

COMUNICAÇÃO<br />

DA VERDADE<br />

A comunicação da verda<strong>de</strong><br />

é uma forma <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />

homossexualismo e masturbação,<br />

etc., <strong>de</strong>veriam ser <strong>de</strong>ixadas <strong>de</strong> lado,<br />

para que a Igreja pu<strong>de</strong>sse conquistar<br />

mais pessoas. Questões sacramentais<br />

ou canô-nicas, como o divórcio,<br />

a comunhão eucarística para casais<br />

em segunda união, casamento dos<br />

padres, etc. <strong>de</strong>veriam ser facilitadas,<br />

para que a Igreja tivesse um rosto<br />

mais atraente.<br />

O fato é que a verda<strong>de</strong> dói. Por<br />

isso muita gente prefere <strong>de</strong>ixá-la <strong>de</strong><br />

lado. Na pretensão <strong>de</strong> ser caridoso,<br />

joga-se <strong>de</strong> lado a verda<strong>de</strong>, a profecia,<br />

a ética. No entanto, para sermos<br />

fiéis ao Evangelho <strong>de</strong> Cristo, é preciso<br />

ter em conta que a verda<strong>de</strong> é<br />

uma forma <strong>de</strong> carida<strong>de</strong>.<br />

O ANÚNCIO DA VERDADE<br />

Por ocasião das celebrações do<br />

novo milênio, o papa João Paulo II<br />

quis p<strong>ed</strong>ir perdão pelos pecados passados<br />

da Igreja. Muita gente, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

e <strong>de</strong> fora da Igreja, elogiou este<br />

gesto evangélico. Houve também<br />

aqueles que o contestaram, com receio<br />

<strong>de</strong> a Igreja ser mal interpretada,<br />

como se estivesse oferecendo mu-<br />

nição aos seus opositores. Houve<br />

também aqueles que o exageraram,<br />

no sentido <strong>de</strong> ver somente o pecado<br />

em todo o passado da Igreja.<br />

A reflexão feita pelo então car<strong>de</strong>al<br />

Joseph Ratzinger, hoje papa Bento<br />

XVI, chamou a atenção para a verda<strong>de</strong>:<br />

não po<strong>de</strong>mos nos arvorar em<br />

juízes das gerações passadas; não<br />

po<strong>de</strong>mos nos eximir <strong>de</strong> reconhecer<br />

os pecados atuais; não <strong>de</strong>vemos ver<br />

pecado em tudo; e, sobretudo, a confissão<br />

dos pecados nos <strong>de</strong>ve levar à<br />

confissão das graças e bens que<br />

Deus realizou no passado da Igreja,<br />

através <strong>de</strong> muitos fiéis que foram realmente<br />

santos. Em síntese, a verda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ve ser exposta na sua totalida<strong>de</strong>:<br />

no reconhecimento dos erros<br />

e na exaltação das virtu<strong>de</strong>s. A verda<strong>de</strong><br />

não <strong>de</strong>ve ser temida. Ao contrário,<br />

<strong>de</strong>ve ser permanentemente buscada.<br />

Porque nela se encontra a salvação.<br />

Quem não reconhece seu<br />

erro e não admite sua culpa, não<br />

abre o coração e o caminho para a<br />

conversão e a cura. Por outro lado,<br />

quem reconhece que todas as obras<br />

boas têm seu fundamento em Deus,<br />

Divulgação/JA<br />

abre-se para a ação transformadora<br />

do Espírito divino.<br />

UM JORNAL DE VERDADE<br />

A comemoração do décimo aniversário<br />

do Jornal da <strong>Arquidiocese</strong> é uma<br />

oportunida<strong>de</strong> para confessarmos<br />

nossas falhas. A primeira <strong>de</strong>las é que<br />

a <strong>Arquidiocese</strong> investe mensalmente<br />

uma quantia consi<strong>de</strong>rável para a <strong>ed</strong>ição<br />

do seu jornal, enquanto muitas<br />

paróquias e comunida<strong>de</strong>s não se preocupam<br />

em divulgá-lo, em entregálo<br />

aos fiéis no final das missas. Pilhas<br />

<strong>de</strong> jornal são simplesmente largadas<br />

no lixo. Há também muitos fiéis<br />

que não se encorajam <strong>de</strong> levar<br />

mais exemplares e entregá-los a<br />

seus parentes e vizinhos. É <strong>de</strong> se<br />

perguntar quantos exemplares <strong>de</strong><br />

nosso jornal são realmente lidos. Parece<br />

que se trata <strong>de</strong> esforço e gasto,<br />

em muitos casos, <strong>de</strong>sperdiçados!<br />

Outra sombra que pesa sobre nós<br />

é a dificulda<strong>de</strong> que temos para reconhecer<br />

nossos limites na área propriamente<br />

jornalística. Ainda não apren<strong>de</strong>mos<br />

a nos comunicar <strong>de</strong> modo mo<strong>de</strong>rno.<br />

Não conseguimos inovar. Não investimos<br />

maciçamente na formação <strong>de</strong><br />

comunicadores. Nem para a área da<br />

imprensa escrita, muitos menos para<br />

o rádio e a televisão. Parece que temos<br />

m<strong>ed</strong>o dos meios <strong>de</strong> comunicação!<br />

Deve-se, porém, exaltar nossas<br />

qualida<strong>de</strong>s. A primeira <strong>de</strong>las é a nossa<br />

persistência: nesses <strong>de</strong>z anos, o<br />

jornal foi entregue fielmente às paróquias<br />

no início <strong>de</strong> cada mês. Fomos<br />

fiéis à verda<strong>de</strong>. Foram mostradas<br />

muitas faces obscuras <strong>de</strong> nossa Igreja:<br />

crises, sobressaltos, amarguras,<br />

retrocessos, inseguranças. Mas também<br />

foram comunicadas muitas luzes:<br />

gran<strong>de</strong>s eventos, comemorações e<br />

celebrações; projetos <strong>de</strong> evangelização;<br />

or<strong>de</strong>nações episcopais, presbiterais<br />

e diaconais; profissões religiosas;<br />

criação <strong>de</strong> paróquias; dados históricos<br />

e pastorais <strong>de</strong> paróquias, etc.<br />

Uma importante virtu<strong>de</strong> a ser exaltada<br />

é, ainda, a que fazem algumas<br />

paróquias: logo que recebem o jornal,<br />

começam a distribuí-lo entre os dizimistas<br />

da paróquia, anexando alguma<br />

mensagem ou comunicação paroquial.<br />

Há também grupos <strong>de</strong> jovens que<br />

têm como missão mensal distribuir o<br />

jornal nas casas da comunida<strong>de</strong>. Há<br />

fiéis que levam alguns exemplares a<br />

mais para distribuí-los entre vizinhos,<br />

nos seus grupos bíblicos <strong>de</strong> reflexão,<br />

nas reuniões <strong>de</strong> seus movimentos.<br />

Que os próximos <strong>de</strong>z anos sejam<br />

frutuosos!<br />

Pe. Vitor Galdino Feller<br />

Professor <strong>de</strong> Teologia<br />

e Diretor do ITESC


<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -5<br />

Comissão organiza centenário <strong>de</strong> criação da diocese<br />

A Comissão<br />

ampliada que<br />

prepara a celebração do<br />

centenário da diocese <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong> realizou sua primeira<br />

reunião no dia 26 <strong>de</strong> outubro.<br />

Durante o encontro, foram<br />

aprovados o tema e lema<br />

do centenário, o hino, a oração<br />

e a formação <strong>de</strong> quatro comissões<br />

pastorais. A próxima reunião<br />

será no dia 30 <strong>de</strong> novembro,<br />

às 19h30min, no auditório<br />

da Cúria Metropolitana, em<br />

<strong>Florianópolis</strong>.<br />

Durante o encontro foi <strong>de</strong>finido<br />

que a celebração do centenário<br />

terá início no dia 19 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 2008, na celebração<br />

da Missa do Crisma, em Itajaí,<br />

na noite da quarta-feira santa.<br />

O encerramento será em <strong>Florianópolis</strong><br />

no dia 23 <strong>de</strong> novembro,<br />

Festa <strong>de</strong> Cristo Rei e última<br />

semana do ano litúrgico, na<br />

gran<strong>de</strong> Concentração Arquidiocesana.<br />

A arrancada inicial para a<br />

celebração do centenário foi dada<br />

no dia 17 <strong>de</strong> maio, na abertura<br />

do Lucernário do 15º Congresso<br />

Eucarístico Nacional. Até agora<br />

foram realizadas cinco reuniões:<br />

quatro reuniões da equipe central;<br />

e uma da equipe ampliada.<br />

A equipe central foi escolhida<br />

através na Reunião Geral do<br />

Clero, que apontou nomes. Dentre<br />

esses, o Secretariado Arquidiocesano<br />

<strong>de</strong> Pastoral <strong>de</strong>finiu as<br />

quatro pessoas que a compõem;<br />

outras quatro foram convidadas<br />

posteriormente.<br />

Para a equipe ampliada, foram<br />

convocadas algumas pessoas<br />

apontadas na Reunião<br />

Geral do Clero, representantes<br />

comarcais escolhidos nas reuniões<br />

das comarcas, além <strong>de</strong><br />

especialistas em várias áreas,<br />

formando uma equipe <strong>de</strong> 27 pessoas.<br />

“Procuramos formar uma<br />

equipe mais ampla possível para<br />

favorecer uma maior participação<br />

<strong>de</strong> toda a igreja arquidiocesana”,<br />

disse Pe. Sérgio Maykot, coor<strong>de</strong>nador<br />

da equipe <strong>de</strong> preparação<br />

do centenário.<br />

PONTOS JÁ DEFINIDOS<br />

O Centenário terá como<br />

“Serão realizados eventos para favorecer a<br />

participação dos movimentos e Pastorais”<br />

Em entrevista ao Jornal da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, Pe. Sérgio Maykot,<br />

coor<strong>de</strong>nador da equipe <strong>de</strong> preparação<br />

do centenário <strong>de</strong> criação<br />

da <strong>Arquidiocese</strong>, fala da do<br />

que haverá durante o ano do centenário,<br />

as diferenças entre a organização<br />

do centenário e do<br />

CEN-2006, e que a sua organização<br />

não envolverá gran<strong>de</strong>s<br />

custos para a comunida<strong>de</strong>.<br />

JA – A celebração do centenário<br />

inicia em março e vai até<br />

novembro. O que haverá nesse<br />

período?<br />

Pe. Sérgio – A celebração<br />

do centenário terá início no dia<br />

19 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2008, em Itajaí,<br />

em local a ser <strong>de</strong>finido, e vai até<br />

o dia 23 <strong>de</strong> novembro, em uma<br />

gran<strong>de</strong> concentração arquidiocesana,<br />

em <strong>Florianópolis</strong>. Entre<br />

uma e outra data, haverá uma<br />

série <strong>de</strong> eventos a serem programados.<br />

A idéia é que sejam realizados<br />

eventos a nível diocesano,<br />

comarcal, paroquial, e <strong>de</strong><br />

movimentos e pastorais. Nosso<br />

objetivo é que, a partir do textobase,<br />

os movimentos e pastorais<br />

tenham conteúdo para refletir<br />

sobre o centenário durante<br />

todo o ano.<br />

JA - O senhor participou da<br />

organização do 15º CEN. Qual<br />

a diferença entre organizar o<br />

CEN e o Centenário?<br />

Pe. Sérgio – São muitas as<br />

diferenças. Em primeiro lugar o<br />

15º CEN se concentrava em alguns<br />

dias e em alguns locais<br />

específicos, enquanto o centenário<br />

será praticamente durante<br />

todo o ano <strong>de</strong> 2008 e envolverá<br />

todas as paróquias e comunida<strong>de</strong>s<br />

da <strong>Arquidiocese</strong> durante<br />

todo o período da sua realização.<br />

O CEN era um acontecimento<br />

nacional, enquanto o centenário<br />

envolve a <strong>Arquidiocese</strong> e,<br />

em conseqüência, todo o Estado.<br />

É uma organização um pouco<br />

mais complexa por ser todo<br />

o ano, mas mais simples porque<br />

não necessita <strong>de</strong> uma estrutura<br />

tão gran<strong>de</strong>, e economicamente<br />

não vai requerer tantos<br />

gastos.<br />

JA – Então o centenário não<br />

envolverá gran<strong>de</strong>s gastos?<br />

Pe. Sérgio – Não. O centenário,<br />

apesar <strong>de</strong> ser o ano<br />

inteiro, será bem mais barato<br />

porque sairá <strong>de</strong> iniciativas das<br />

comunida<strong>de</strong>s. Certamente envolverá<br />

algum custo para material<br />

e divulgação, mas uma<br />

<strong>de</strong>spesa mínima em relação<br />

ao 15º CEN.<br />

Reunião da Comissão Ampliada, no auditório da Cúria, <strong>de</strong>finiu pontos importantes<br />

para a celebração do centenário <strong>de</strong> criação da diocese <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, em 2008<br />

tema “Discípulos e Missionários<br />

<strong>de</strong> Jesus Cristo”, e lema “De graça<br />

recebestes, <strong>de</strong> graça dai!”.<br />

O tema é o mesmo adotado para<br />

a V Conferência Geral Episcopal<br />

Latino-Americano e Caribenho<br />

(CELAM), que será realizado<br />

em maio <strong>de</strong> 2007, em Apa-<br />

recida-SP, com a presença do<br />

Papa Bento XVI.<br />

A oração do Centenário foi<br />

r<strong>ed</strong>igida pelo nosso arcebispo,<br />

Dom Murilo, e o hino composto<br />

pelo Pe. Ney Brasil Pereira. “Definimos<br />

o hino e a oração oficiais<br />

do centenário, mas nada<br />

Foto JA<br />

imp<strong>ed</strong>e que as comunida<strong>de</strong>s criem<br />

outros hinos e orações.<br />

Elas também po<strong>de</strong>rão ser acolhidas<br />

pela comissão”, disse<br />

Pe. Sérgio.<br />

Durante o encontro, foi aprovada<br />

a criação <strong>de</strong> quatro comissões<br />

pastorais e alguns nomes<br />

que farão parte <strong>de</strong>las: Comissão<br />

Histórica e Cultural; Comissão<br />

Pastoral; Comissão Litúrgica; e<br />

Comissão Bíblico-Teológica.<br />

Com o andamento dos trabalhos,<br />

outras comissões po<strong>de</strong>rão ser<br />

criadas.<br />

Os participantes da equipe<br />

ampliada, ouviram a leitura da<br />

proposta <strong>de</strong> “Justificativa Teológica”,<br />

para a celebração do<br />

centenário. O texto, r<strong>ed</strong>igido por<br />

pelo Pe. Vitor Feller, contempla<br />

o que havia sido discutido na Comissão<br />

Central e fala do que queremos<br />

para o centenário. Ele foi<br />

dividido em três pontos: memória<br />

do passado, consciência do<br />

presente e esperança no futuro.<br />

O documento será o ponto <strong>de</strong><br />

partida para a criação do textobase<br />

do centenário.<br />

CENTENÁRIO DA CRIAÇÃO DA DIOCESE DE FLORIANÓPOLIS,<br />

1908-2008<br />

HINO DO CENTENÁRIO<br />

letra e música: Pe. Ney Brasil<br />

Refrão: De graça recebestes, <strong>de</strong> graça dai! De graça recebestes, <strong>de</strong> graça dai! (Mt 10,8)<br />

1. Discípulos e missionários / <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />

4. O bem que nós realizamos / foi pura graça:<br />

fiéis ao Evangelho, seguindo sua Cruz!<br />

são obras que o Senhor preparou para nós! (cf Ef 2,8-10)<br />

Cem anos já foram passados / que a diocese<br />

Queremos acolher a todos / em torno à Mesa,<br />

criada por Pio Décimo, foi dom <strong>de</strong> Deus!<br />

e continuar clamando: Ele está entre nós!<br />

2. Em Santa Catarina a Igreja / cresceu, <strong>de</strong>u frutos: 5. Maria, Mãe <strong>de</strong> Deus e nossa, / Mãe do Desterro,<br />

<strong>de</strong> uma só diocese, agora são <strong>de</strong>z!<br />

conosco ela caminhe e nos mostre Jesus!<br />

Com júbilo nós celebramos / o centenário<br />

E Catarina, a Padroeira, / Virgem e Mártir,<br />

regado pelo suor, pela fé, pelo amor!<br />

alcance-nos coragem, firmeza na fé!<br />

3. Aos bispos que aqui trabalharam / padres, diáconos, 6. Queremos, Pai, ser vosso povo, / Igreja santa,<br />

a eles nosso preito <strong>de</strong> amor, gratidão.<br />

Sinal do vosso amor, comunhão e missão!<br />

Aos religiosos, religiosas, / leigos e leigas,<br />

O nosso ouvido está atento / à voz do Espírito.<br />

a todos a memória do imenso labor!<br />

O Espírito que fala às Igrejas, nos diz: (cf Ap 2,7)<br />

Bendito sejais,<br />

Pai <strong>de</strong> nosso Senhor Jesus Cristo,<br />

porque em vossa infinita bonda<strong>de</strong><br />

nos dais a graça <strong>de</strong> celebrar<br />

o centenário <strong>de</strong> criação da nossa diocese.<br />

Somos agra<strong>de</strong>cidos<br />

pela fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> dos que nos antec<strong>ed</strong>eram,<br />

pelos bispos que aqui trabalharam,<br />

pelos padres e diáconos que vos serviram,<br />

pelos leigos e leigas que aqui viveram sua fé<br />

pelos religiosos e religiosas<br />

que testemunharam o Reino futuro.<br />

Os dons recebidos nos fazem lembrar<br />

a advertência <strong>de</strong> vosso Filho:<br />

“De graça recebestes, <strong>de</strong> graça dai!” (Mt 10,8).<br />

ORAÇÃO DO CENTENÁRIO<br />

Dom Murilo S.R. Krieger<br />

Como discípulos e missionários <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />

<strong>de</strong>sejamos reconhecer sua presença<br />

na Palavra e na Fração do Pão<br />

e, com alegria, continuar proclamando:<br />

Ele está no meio <strong>de</strong> nós!<br />

Queremos, Pai, fazer vossa vonta<strong>de</strong>,<br />

sendo Povo Santo, Igreja diocesana,<br />

sinal do vosso amor<br />

na comunhão e na missão.<br />

Na caminhada para vós,<br />

anima-nos a intercessão da Mãe <strong>de</strong> vosso Filho,<br />

Nossa Senhora do Desterro.<br />

A vós, Pai, com o Filho e o Espírito Santo,<br />

honra e glória, louvor e gratidão,<br />

pelos séculos sem fim. Amém!


6<br />

- <strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

Conhecendo as cartas <strong>de</strong> São Paulo (32)<br />

Aos Hebreus (11-13): A Certeza da Fé<br />

A<br />

parte final da carta aos hebreus começa<br />

com uma surpreen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>finição<br />

da fé: É a certeza daquilo<br />

que se espera, a <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s<br />

que não se vêem (11,1). E a surpresa<br />

está em que a fé não é aí apresentada<br />

como um ato intelectual, uma aceitação<br />

interior <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s que nos ultrapassam,<br />

mas como “certeza” e “<strong>de</strong>monstração”,<br />

ou, segundo outras traduções,<br />

como “garantia” e “prova” daquilo que se<br />

espera. Ora, é a fé, sem a qual é impossível<br />

agradar a Deus (11,6), é ela que<br />

garante a aprovação divina, como a longa<br />

lista <strong>de</strong> exemplos da história bíblica<br />

vai <strong>de</strong>monstrar. É a fé que nos dá a disposição<br />

<strong>de</strong> caminhar para além do que<br />

se vê, e que nos impulsiona em direção<br />

ao novo, ao que humanamente parece<br />

impossível, mas que Deus po<strong>de</strong> fazer.<br />

Pela fé<br />

Segue a impressionante lista dos que<br />

pela fé caminharam, e pela fé nos <strong>de</strong>ixaram<br />

seu testemunho. Cerca <strong>de</strong> 20 vezes<br />

o autor vai começar suas frases com esta<br />

expressão – pela fé – a fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar clara,<br />

aos seus <strong>de</strong>stinatários, a importância<br />

essencial <strong>de</strong>sta virtu<strong>de</strong>. Ele começa pelo<br />

livro do Gênesis, e alerta que é pela fé<br />

que compreen<strong>de</strong>mos que o universo não<br />

é um caos em <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>m, mas um cosmo<br />

harmonioso, planejado e criado por Deus<br />

(11,3). Segue a menção <strong>de</strong> Abel, justificado<br />

por sua fé, e cujo sangue ainda clama<br />

(11,4). Depois <strong>de</strong> Henoc, o autor recorda<br />

a fé <strong>de</strong> Noé, que acr<strong>ed</strong>itou na advertência<br />

divina e, mesmo ridicularizado ao construir<br />

a arca, nela salvou-se, no dilúvio (11,5-<br />

7). Mas o exemplo <strong>de</strong> fé por excelência é<br />

o <strong>de</strong> Abraão, que partiu rumo à terra da<br />

promessa, ob<strong>ed</strong>ecendo à palavra do Senhor,<br />

sem saber para on<strong>de</strong> ia (11,8), e que,<br />

<strong>de</strong> Sara estéril, gerou uma <strong>de</strong>scendência<br />

comparável às estrelas do céu e inumerável<br />

como a areia das praias do mar (11,11-<br />

12, citando Gn 15,5-6). Ainda Abraão, posto<br />

à prova, não hesitou em sacrificar seu filho<br />

único, Isaac, tendo a certeza da fé <strong>de</strong><br />

que Deus é aquele que po<strong>de</strong> até ressuscitar<br />

os mortos (11,19). Depois, numa visão<br />

<strong>de</strong> conjunto dos patriarcas, o autor<br />

observa que eles não chegaram a <strong>de</strong>sfrutar<br />

a realização da promessa, mas viveram<br />

como estrangeiros e peregrinos, aspirando<br />

a uma pátria melhor, símbolo daquela<br />

a que nós, cristãos, aspiramos (cf<br />

11,13-16).<br />

De Moisés até nós<br />

Depois <strong>de</strong> Abraão, a gran<strong>de</strong> figura da<br />

fé é Moisés. Já seus pais, movidos pela<br />

fé, <strong>de</strong>safiam o <strong>de</strong>creto do Faraó , escon<strong>de</strong>ndo<br />

o menino (11,23). Adulto, Moisés<br />

renuncia à vida no palácio e, pela fé, partilha<br />

os sofrimentos do seu povo e o liberta,<br />

celebrando a primeira Páscoa e atravessando<br />

o mar Vermelho a pé enxuto<br />

(11,24-29). É também pela fé que <strong>de</strong>smoronam<br />

os muros <strong>de</strong> Jericó e se salva Raab,<br />

a prostituta (11,30-31). O restante da história,<br />

o autor o resume em poucas palavras:<br />

<strong>de</strong> G<strong>ed</strong>eão, Sansão, Jefté, Davi,<br />

Samuel, e os profetas, ele cita rapidamente<br />

alguns fatos mais conhecidos (11,32-<br />

35). Recorda também os mártires, especialmente<br />

os do tempo dos Macabeus,<br />

mas sem nomeá-los, os quais recusaram<br />

ser resgatados, porque esperavam uma<br />

ressurreição melhor (11,35). E o autor conclui:<br />

No entanto, embora pela fé tenham<br />

recebido bom testemunho, eles não alcançaram<br />

a realização plena da promes-<br />

BÍBLIA<br />

sa (11,39). Por quê? É porque, não que o<br />

merecêssemos, Deus reservara essa plena<br />

realização para nós (11,40).<br />

Nuvem <strong>de</strong> testemunhas<br />

Aplicando agora a lição da história, o<br />

autor retoma todos os heróis e santos<br />

antes mencionados e os compara, no seu<br />

conjunto, a uma nuvem <strong>de</strong> testemunhas<br />

(12,1) que ali estão, como num estádio,<br />

a apreciarem a nossa luta, ou seja, a<br />

competição na qual estamos envolvidos.<br />

E nos exorta a nos empenharmos com<br />

garra na disputa, tendo os olhos fixos em<br />

Jesus, o iniciador e consumador da nossa<br />

fé (12,2). A nossa fé em Jesus se inspira,<br />

portanto, na fé <strong>de</strong> Jesus, que, em<br />

vista da alegria que o esperava, suportou<br />

a cruz, não levando em conta a infâmia a<br />

que foi submetido, e assim assentou-se<br />

à direita <strong>de</strong> Deus (12,2). Tal é o exemplo<br />

que o cristão, na sua vida no mundo, <strong>de</strong>ve<br />

ter ante os olhos.<br />

Resistência e fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

Depois <strong>de</strong> tantos exemplos impactantes,<br />

o autor mostra que a comunida<strong>de</strong><br />

ainda não resistiu até o sangue, na luta<br />

contra o pecado (12,4). E que, no caso<br />

dos sofrimentos e provações, ninguém<br />

po<strong>de</strong> esquecer a sua dimensão <strong>ed</strong>ucativa.<br />

Nesse sentido ele cita Prov. 3,12: O Senhor<br />

corrige a quem ele ama, e castiga a<br />

quem aceita como filho (12,6). Lembra<br />

também que, na hora em que é feita, nenhuma<br />

correção agrada, mas <strong>de</strong>pois se<br />

reconhecem seus frutos (12,11). A seguir,<br />

exortando à fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>, recomenda que nenhuma<br />

raiz venenosa cresça no meio dos<br />

irmãos, tumultuando e contaminando<br />

(12,15). E que ninguém seja como Esaú,<br />

que por um prato <strong>de</strong> comida per<strong>de</strong>u, irrem<strong>ed</strong>iavelmente,<br />

seus direitos <strong>de</strong> promogênito<br />

(12,16-17).<br />

A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cristã<br />

Mostrando o contraste entre a assembléia<br />

do Sinai, na qual Deus se revelou ao<br />

seu povo com sinais aterrorizantes (12,18-<br />

21), o autor afirma que a comunida<strong>de</strong> cristã,<br />

ao contrário, no seu culto, se aproxima<br />

da Jerusalém celeste, da reunião festiva <strong>de</strong><br />

milhares <strong>de</strong> anjos, da assembléia dos eleitos<br />

no céu, do próprio Deus, Juiz <strong>de</strong> todos<br />

e, especialmente, <strong>de</strong> Jesus, o m<strong>ed</strong>iador<br />

da nova aliança com seu sangue (12,22-<br />

24; cf 4,16). Entretanto, é preciso ter cuidado!<br />

Assim como foram punidos os que,<br />

no <strong>de</strong>serto, se rebelaram, menos ainda<br />

escaparemos nós do castigo, se voltarmos<br />

as costas a quem nos fala do alto do céu<br />

(12,25). E o autor conclui esta passagem,<br />

recomendando: Já que entramos na posse<br />

<strong>de</strong> um reino inabalável, sejamos gratos.<br />

E mostremos essa gratidão servindo<br />

a Deus com pi<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> e temor (12,28). “Temor”,<br />

naturalmente não o temor servil, mas<br />

o temor amoroso <strong>de</strong> quem reconhece que<br />

nosso Deus, que é Pai, é também fogo<br />

<strong>de</strong>vorador (12,29: cf Dt 4,24).<br />

Conselhos práticos<br />

Recomendando a perseverança no<br />

amor fraterno (13,1), o autor ressalta a prática<br />

da hospitalida<strong>de</strong>, a acolhida aos missionários<br />

itinerantes e outros migrantes. E<br />

argumenta com o que aconteceu a Abraão,<br />

junto ao carvalho <strong>de</strong> Mambré (cf Gn 18,1-<br />

8): sem o perceber, ele hosp<strong>ed</strong>ou anjos<br />

(13,2). P<strong>ed</strong>e também que os presos não<br />

sejam esquecidos, como se estivésseis<br />

presos com eles. Nem se esqueçam os<br />

maltratados : pois também vós ten<strong>de</strong>s um<br />

corpo (13,2). Recomenda ainda que o matrimônio<br />

seja honrado por todos (13,4) e<br />

que, na sua conduta, os fiéis não se <strong>de</strong>ixem<br />

levar pelo amor ao dinheiro (13,5).<br />

Quanto aos que anunciaram a fé à comunida<strong>de</strong>,<br />

o autor exorta a que sua memória<br />

seja preservada, e seu exemplo, imitado<br />

(13,7). Assim fazendo, e perseverando na<br />

fé em Jesus, o Cristo, que é o mesmo,<br />

ontem, hoje e sempre (13,8), os fiéis não<br />

se <strong>de</strong>ixarão extraviar por qualquer doutrina<br />

estranha, nem por regras alimentares – dos<br />

judaizantes – que não trazem proveito algum<br />

para os que as observam (13,9).<br />

O nosso altar<br />

Tendo falado das regras alimentares,<br />

o autor alu<strong>de</strong> ao “altar cristão”, provavelmente<br />

a Eucaristia, afirmando que <strong>de</strong>le<br />

não se po<strong>de</strong>m alimentar os que servem<br />

à Tenda (13,10), isto é, no Templo. E,<br />

recordando que os animais sacrificados<br />

são queimados fora do acampamento,<br />

observa que Jesus foi sacrificado do lado<br />

<strong>de</strong> fora da porta (13,12). Por isso, diz ele,<br />

saiamos ao seu encontro, fora do acampamento<br />

– isto é, fora do recinto sagrado<br />

– carregando a sua humilhação (13,13).<br />

Por quê? Porque não temos aqui cida<strong>de</strong><br />

permanente, isto é, mesmo morando e<br />

atuando na cida<strong>de</strong> terrena, a nossa cidadania,<br />

como o lembra também a carta<br />

aos filipenses (Fl 3,20), está no céu.<br />

Os nossos sacrifícios<br />

Retomando o tema dos sacrifícios, tão<br />

importantes na prática judaica e tão comentados<br />

nos capítulos centrais da carta,<br />

o autor conclui lembrando que é por<br />

meio <strong>de</strong> Jesus, o nosso Sumo Sacerdote,<br />

que oferecemos a Deus o perene sacrifício<br />

<strong>de</strong> louvor das nossas vidas (13,15).<br />

E retomando a insistência dos profetas na<br />

dimensão ética da religião (cf Os 6,6), insiste<br />

em que os sacrifícios que verda<strong>de</strong>iramente<br />

agradam a Deus são a prática do<br />

bem e a partilha (13,16).<br />

1) O que é a fé, para o autor <strong>de</strong> Hebreus?<br />

O que nos dá a fé? 2) Por que esse autor,<br />

cerca <strong>de</strong> 20 vezes, no capítulo 11, começa suas<br />

afirmações com a expressão “pela fé”? 3) Que<br />

Para refletir:<br />

Divulgação/JA<br />

Recomendações e conclusão<br />

Concluindo a carta, o autor exorta a<br />

comunida<strong>de</strong> a facilitar o trabalho das li<strong>de</strong>ranças:<br />

Ob<strong>ed</strong>ecei aos vossos dirigentes<br />

e segui suas orientações (13,17). P<strong>ed</strong>e<br />

também que orem por ele mesmo, para<br />

que possa retornar logo ao seu convívio<br />

(13,19). A doxologia final celebra a ressurreição<br />

e exaltação do Senhor Jesus<br />

que, pelo sangue <strong>de</strong> uma aliança eterna,<br />

se tornou o gran<strong>de</strong> pastor das ovelhas<br />

(13,20). E p<strong>ed</strong>e ainda: o mesmo Deus<br />

que exaltou Jesus torne os fiéis aptos<br />

para todo o bem e realize em nós tudo o<br />

que lhe é agradável, pelo mesmo Jesus<br />

Cristo, a quem seja dada a glória para<br />

sempre (13,21). Esta doxologia final une,<br />

na mesma visão, o Cristo ressuscitado,<br />

sumo sacerdote que nos aproxima do Pai,<br />

e nós que, lutando ainda aqui na terra,<br />

fazemos a sua vonta<strong>de</strong>.<br />

Bilhete <strong>de</strong> envio<br />

Após o v. 21, que com o seu “Amém”<br />

indica o final da mensagem do autor original,<br />

vemos um “pós-escrito”, recomendando<br />

aos <strong>de</strong>stinatários que acolham <strong>de</strong> boa<br />

vonta<strong>de</strong> esse discurso <strong>de</strong> exortação, expresso<br />

com poucas palavras – embora <strong>de</strong><br />

fato não tenham sido tão “poucas” assim!<br />

Quem é que faz a recomendação? Seria o<br />

próprio Paulo, ainda mais que, logo a seguir,<br />

se refere à libertação <strong>de</strong> Timóteo<br />

(13,23) e envia saudações dos irmãos da<br />

Itália (13,24), isto é, provavelmente <strong>de</strong><br />

Roma? Infelizmente, não temos certeza.<br />

O último versículo expressa com brevida<strong>de</strong><br />

o voto que, com palavras semelhantes,<br />

conclui outras cartas: A graça esteja com<br />

todos vós (13,25). E esteja também<br />

conosco, que temos o privilégio <strong>de</strong>, através<br />

<strong>de</strong>sta carta, reconhecer no Senhor Jesus<br />

o nosso Sumo Sacerdote, iniciador e<br />

consumador da nossa fé (12,2).<br />

Pe. Ney Brasil Pereira<br />

Professor <strong>de</strong> Exegese Bíblica no ITESC<br />

quer dizer a expressão “nuvem <strong>de</strong> testemunhas”,<br />

em 12,1? 4) Que significa “servir a Deus<br />

com pi<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> e temor” (12,28)? 5) Quais são<br />

os sacrifícios que Deus espera <strong>de</strong> nós?<br />

Faça como Clésio <strong>de</strong> Luca, <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, escreva para o Jornal da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, responda as questões <strong>de</strong>sta página e participe do sorteio <strong>de</strong> uma<br />

Bíblia, doada por CRUZ ARTE SACRA - Livros e Objetos Religiosos Católicos<br />

(48-9983-4592). Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>: rua Esteves Júnior, 447 - Centro -<br />

<strong>Florianópolis</strong>-SC, 88015-530, ou pelo e-mail: jornal@arquifloripa.org.br


CRISMAS - NOVEMBRO / 2006<br />

Data Hora LOCAL Celebrante<br />

03 19h30 Procasa (crisma adultos) Dom Vito<br />

04 19h Cor<strong>de</strong>iros - Itajaí Dom Murilo<br />

04 19h30 Itaipava - Itajaí Dom José<br />

04 16h Capela - Colônia Sant'Ana Dom Vito<br />

04 18h Matriz - Colônia Sant'Ana Dom Vito<br />

05 8h Cor<strong>de</strong>iros - Itajaí Dom Murilo<br />

05 19h Roçado Dom Murilo<br />

05 9h Camboriú Dom José<br />

05 19h Matriz - Capoeiras Dom José<br />

05 9h Matriz -Tijucas Dom Vito<br />

05 19h Pagará - Sto Amaro Imperatriz Dom Vito<br />

05 20h Capelania Militar Cristo Rei Mons. Agostinho<br />

11 18h São Luiz Gonzaga - Brusque Dom Murilo<br />

11 19h30 Fazenda - Itajaí Dom José<br />

11 19h São Virgílio - Nova Trento Dom Vito<br />

12 9h São Luiz Gonzaga - Brusque Dom Murilo<br />

12 18h30 Santo Antônio - Fpolis Dom Murilo<br />

12 9h Camboriú - Com. Monte Alegre Dom José<br />

12 15h São Judas Ta<strong>de</strong>u - Brusque Dom José<br />

12 19h São Judas Ta<strong>de</strong>u - Brusque Dom José<br />

12 9h30 Cat<strong>ed</strong>ral Dom Vito<br />

12 19h São Sebastião - Balneário Camboriú Dom Vito<br />

17 20h São João Batista - Itajaí Dom José<br />

18 19h Sant'Ana - Canelinha Dom Murilo<br />

18 19h Santuário <strong>de</strong> Azambuja - Brusque Dom José<br />

18 19h30 Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus - Ingleses Dom Vito<br />

19 9h30 Com. Santo Antônio - Fazenda do Max Dom Murilo<br />

19 19h São Judas Ta<strong>de</strong>u - Barreiros Dom Murilo<br />

19 8h30 Matriz - Ponte do Imaruim Dom José<br />

19 20h Matriz - São José Dom José<br />

19 9h Matriz - Saco dos Limões Dom Vito<br />

19 19h Jardim Eldorado - Palhoça Dom Vito<br />

24 19h Sertão - Sto Amaro Imperatriz Dom José<br />

25 19h Agronômica Dom José<br />

25 19h Santíssima Trinda<strong>de</strong> Dom Vito<br />

25 19h São Miguel e Sta Rita - Sta Cruz Padre Milani<br />

26 09h30 Garopaba Dom José<br />

26 19h30 Balneário <strong>de</strong> Canasvieiras Dom José<br />

26 09h Santíssima Trinda<strong>de</strong> Dom Vito<br />

26 17h Vargem Gran<strong>de</strong> - Sto Amaro Dom Vito<br />

Jovens participam da Noite da misericórdia<br />

A paróquia <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong><br />

Lour<strong>de</strong>s e S. Luis Gonzaga da Agronômica,<br />

viu na noite do dia 25/10, cento e vinte<br />

crianças da primeira eucaristia se aproximarem<br />

pela primeira vez do sacramento<br />

da reconciliação. Em um ambiente acolh<strong>ed</strong>or<br />

e significativamente preparado, Pe.<br />

Marcio Alexandre Vignoli, nosso pároco,<br />

conduziu a celebração penitencial preparando<br />

as crianças para a confissão.<br />

Dez crianças apresentaram os <strong>de</strong>z<br />

mandamentos incisos em p<strong>ed</strong>ras e proclamado-os<br />

em voz alta. A figura do Pai<br />

misericordioso, da parábola <strong>de</strong> S.Lucas,<br />

criou, nos corações dos nossos pequenos<br />

as disposições necessárias para se<br />

aproximarem <strong>de</strong>ste sacramento visto<br />

sempre com muito tremor. Um clima sereno<br />

e familiar fez com que todos pu<strong>de</strong>ssem<br />

se sentir à vonta<strong>de</strong>.<br />

Ao terminar a confissão, cada um,<br />

escrevia e colocava, em um pote <strong>de</strong> vidro<br />

diante do sacrário, o seu propósito<br />

<strong>de</strong> vida, como compromisso. No final, as<br />

nossas meninas, nas notas da Ave Maria,<br />

entronizaram Nossa Senhora á qual<br />

consagramos os nossos corações e a<br />

nossa vida, afim <strong>de</strong> que sejamos sempre<br />

mais conformes à <strong>de</strong> Jesus. “Queremos<br />

agra<strong>de</strong>cer aos padres, catequistas, coor<strong>de</strong>nadores<br />

e pais, que conosco participaram<br />

<strong>de</strong>ste momento <strong>de</strong> festa”, disse<br />

Irmã Marisa Zanutto f.a., Coor<strong>de</strong>nadora<br />

geral da Catequese paroquial.<br />

Impulsionados pelo tema “Direitos<br />

da Juventu<strong>de</strong>” e pelo<br />

lema “Construindo um projeto<br />

popular para o Brasil”, mais <strong>de</strong><br />

700 jovens da <strong>Arquidiocese</strong> participaram,<br />

no dia 22 <strong>de</strong> outubro,<br />

da celebração pelo Dia Nacional<br />

da Juventu<strong>de</strong>. Realizada na Paróquia<br />

Santo Antônio, em Itapema,<br />

o evento reuniu jovens <strong>de</strong> 25<br />

paróquias da <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

O evento teve início às 8h,<br />

com acolhida dos participantes.<br />

Às 8h30 foi apresentado o resgate<br />

histórico dos 21 anos <strong>de</strong> DNJ<br />

realizados na <strong>Arquidiocese</strong>. O exsecretário<br />

liberado da PJ, entre<br />

1996 e 1999, Ricardo Steffens,<br />

falou <strong>de</strong> como era o trabalho em<br />

sua época e disse que o DNJ<br />

acontece a partir do jovem.<br />

Às 9h30min, os jovens participaram<br />

da celebração eucarística<br />

realizada na Igreja Matriz. Presidida<br />

pelo pároco, Pe. Lauro Roque<br />

Mittelmann, com a presença<br />

<strong>de</strong> padres e diáconos, a celebração<br />

foi organizada pelos jovens.<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -7<br />

DNJ reflete sobre os Direitos da Juventu<strong>de</strong><br />

Dom Murilo disse que os jovens <strong>de</strong>vem<br />

ser “missionários e procurar a santida<strong>de</strong>”.<br />

Entre os dias 10 a 20 <strong>de</strong> novembro,<br />

Brusque estará celebrando<br />

o centenário da visita do fundador<br />

da Congregação do Sagrado<br />

Coração <strong>de</strong> Jesus, Pe. Leão<br />

Dehon, à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Brusque. A<br />

data será marcada pelas celebrações<br />

da Paróquia São Luiz<br />

Gonzaga.<br />

Em 1906, Pe. Dehon realizou<br />

visitas apostólicas pelas comunida<strong>de</strong>s<br />

brasileiras em que a<br />

Foto JA<br />

Foto Marcelo Zapelini<br />

Celebração em Itapema reuniu mais <strong>de</strong> 700 jovens <strong>de</strong> 24 paróquias, que refletiram<br />

sobre a participação dos jovens na construção <strong>de</strong> um projeto popular para o Brasil<br />

Eles foram divididos em <strong>de</strong>z grupos,<br />

e cada um <strong>de</strong>les respon<strong>de</strong>u<br />

por uma parte da celebração.<br />

Após a celebração, os jovens<br />

participaram <strong>de</strong> apresentações<br />

musicais. Após, houve o “Hei,<br />

juventu<strong>de</strong>!”, com apresentações<br />

musicais, <strong>de</strong> dança, teatro e recital<br />

<strong>de</strong> poesias, todos relacionados<br />

ao lema do DNJ.<br />

A tar<strong>de</strong>, o DNJ contou com a<br />

presença do nosso arcebispo Dom<br />

Murilo, que em suas breves palavras,<br />

disse que tendo Jesus como<br />

meta, a Pastoral da Juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve<br />

criar oportunida<strong>de</strong>s para a participação<br />

dos jovens nas paróquias e<br />

buscar acolhê-los. “Os jovens <strong>de</strong>vem<br />

ser discípulos <strong>de</strong> Jesus Cristo,<br />

missionários e procurar a santida<strong>de</strong>”,<br />

disse Dom Murilo.<br />

Todo o evento foi realizado<br />

seguindo a temática adotada<br />

para este ano. “Buscamos tra-<br />

balhar no sentido do jovem tomar<br />

a iniciativa <strong>de</strong> contribuir para<br />

a construção <strong>de</strong> um projeto que<br />

seja popular e que reúna as minorias”,<br />

informou Hélio.<br />

Segundo ele, o foco maior do<br />

DNJ foi a consciência e participação<br />

política. Esse i<strong>de</strong>al, esteve<br />

representado na celebração<br />

e nas apresentações realizadas<br />

no evento.<br />

EXPOSIÇÃO<br />

Durante o DNJ, movimentos e<br />

pastorais que realizam trabalhos<br />

voltados à juventu<strong>de</strong>, pu<strong>de</strong>ram expor<br />

seus produtos em 11 tendas.<br />

Montadas no salão paroquial, as<br />

tendas tiveram o objetivo <strong>de</strong> construir<br />

parcerias com os jovens e os<br />

grupos <strong>de</strong> que fazem parte. Através<br />

dos trabalhos expostos, os<br />

jovens pu<strong>de</strong>ram conhecer trabalhos<br />

missionários.<br />

100 anos da visita <strong>de</strong> Padre Dehon a Brusque<br />

Congregação estava presente.<br />

Em Brusque, esteve no convento<br />

do Sagrado Coração <strong>de</strong> Jesus<br />

e em Azambuja. Na oportunida<strong>de</strong>,<br />

teria dito que “Brusque<br />

é a casa mãe da Congregação<br />

no Brasil”.<br />

O Jornal da <strong>Arquidiocese</strong> chegou<br />

a noticiar a beatificação <strong>de</strong> Pe.<br />

Dehon na <strong>ed</strong>ição <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 2005,<br />

mas tal não aconteceu pelo falecimento<br />

do Papa João Paulo II.<br />

Os padres <strong>de</strong>honianos, somando<br />

20 sacerdotes, estão<br />

presentes em quatro paróquias<br />

da <strong>Arquidiocese</strong>: Guabiruba;<br />

Botuverá; Brusque (São Luiz<br />

Gonzaga); e <strong>Florianópolis</strong> (Nossa<br />

Senhora <strong>de</strong> Guadalupe –<br />

Canasvieiras). Além disso, contam<br />

com seminário filosófico,<br />

faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> filosofia e o colégio<br />

São Luiz, que celebra seu<br />

centenário em 2009.


8-<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

Paróquia da Prainha: violência combatida com fé e trabalho<br />

A comunida<strong>de</strong> da Prainha, no<br />

centro <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>, é um<br />

ponto privilegiado para se ver o<br />

cartão postal da capital: a Ponte<br />

Hercílio Luz, vista e admirada<br />

por todos. Mas a própria comunida<strong>de</strong><br />

é um dos bairros que<br />

muitos procuram escon<strong>de</strong>r.<br />

Ela faz parte do Maciço do<br />

Morro da Cruz, complexo <strong>de</strong><br />

comunida<strong>de</strong>s que ocupam as<br />

encostas do morro que abrange<br />

a região central da cida<strong>de</strong>. Como<br />

boa parte <strong>de</strong>ssas comunida<strong>de</strong>s,<br />

ela tem no tráfico <strong>de</strong> drogas, violência<br />

e pobreza, os seus maiores<br />

<strong>de</strong>safios.<br />

Em meio a isso, está a Paróquia<br />

Santa Teresinha do Menino<br />

Jesus, que envolve três comunida<strong>de</strong>s<br />

e abrange cerca <strong>de</strong> 10 mil<br />

pessoas, cerca <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong>las<br />

empobrecidas. À frente da paróquia<br />

está Pe. Valmir Lau<strong>de</strong>lino<br />

PARÓQUIA<br />

Silvano, que conhece como poucos<br />

essa realida<strong>de</strong>.<br />

Foi nela em que nasceu e<br />

teve o seu <strong>de</strong>spertar para vida<br />

presbiteral. Há quatro anos, Pe.<br />

Valmir administra a paróquia e<br />

busca dar mais dignida<strong>de</strong> aos<br />

seus habitantes. Os <strong>de</strong>safios<br />

são encarados com o apoio das<br />

muitas li<strong>de</strong>ranças que atuam<br />

nas mais <strong>de</strong> 20 pastorais, organismos<br />

e serviços.<br />

Cadastro da Ação Social é a base para o atendimento<br />

Todas as manhãs <strong>de</strong> terça,<br />

quarta e quinta-feira, das 9h às<br />

12h, uma equipe <strong>de</strong> voluntárias<br />

da Ação Social realiza o cadastro<br />

das pessoas da comunida<strong>de</strong>.<br />

É através <strong>de</strong>le que os carentes<br />

são visitados pelo Grupo <strong>de</strong><br />

Oração, recebem alimentos, tratamento<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> gratuito e os<br />

jovens são encaminhados para<br />

o mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

Durante o cadastramento, as<br />

pessoas passam todas as informações<br />

familiares, falam <strong>de</strong> suas<br />

dificulda<strong>de</strong>s e carências. De acordo<br />

com a necessida<strong>de</strong>, elas recebem<br />

uma cesta-básica mensal.<br />

Para isso, precisam participar<br />

<strong>de</strong> uma palestra <strong>de</strong> formação,<br />

ministrada pelo pároco ou por algum<br />

membro da ação social.<br />

Numa parceria entre a Pastoral<br />

Social e a ong Novo Horizonte,<br />

jovens da comunida<strong>de</strong><br />

A comunida<strong>de</strong> paroquial está<br />

empenhada na construção da<br />

nova Igreja Matriz. As obras tiveram<br />

início em julho <strong>de</strong>ste ano,<br />

com a <strong>de</strong>molição da antiga igreja,<br />

e a nova <strong>de</strong>ve estar concluída<br />

em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2009. Atualmente<br />

as celebrações são realizadas<br />

no salão paroquial.<br />

A construção terá no total três<br />

mil metros quadrados, distribuída<br />

realizam o curso preparatório, <strong>de</strong><br />

três semanas, e são encaminhados<br />

ao mercado <strong>de</strong> trabalho. Os<br />

jovens são i<strong>de</strong>ntificados através<br />

do cadastro e a Ação Social é<br />

que faz o contato. De acordo<br />

com as necessida<strong>de</strong>s mais apresentadas<br />

em <strong>de</strong>terminado período,<br />

são realizadas campanhas<br />

específicas <strong>de</strong> doação <strong>de</strong> cobertores,<br />

roupas ou alimentos.<br />

SOS Vida – Percebendo a<br />

carência que a comunida<strong>de</strong> tinha<br />

<strong>de</strong> atendimentos médicos,<br />

sociais e jurídicos, a Paróquia<br />

criou o SOS Vida. Trata-se <strong>de</strong><br />

uma campanha em que médicos,<br />

<strong>de</strong>ntistas, psicólogos, assistentes<br />

sociais e advogados,<br />

doam duas horas por semana do<br />

seu tempo para aten<strong>de</strong>r as pessoas<br />

necessitadas. Elas são encaminhadas<br />

pela Ação Social<br />

Paróquia ganhará nova Igreja Matriz<br />

em três andares. Ela contará com<br />

estacionamento para até 100 veículos,<br />

quatro salas <strong>de</strong> encontro e<br />

uma igreja para acolher mil (1.000)<br />

pessoas sentadas. “Mesmo com<br />

a <strong>de</strong>molição da antiga igreja e as<br />

celebrações no salão, a participação<br />

dos fiéis se manteve a mesma”,<br />

comemora Pe. Valmir.<br />

Os recursos estão vindo através<br />

<strong>de</strong> várias iniciativas que en-<br />

Futura Igreja Matriz impressa no material <strong>de</strong> divugação da construção<br />

Foto JA<br />

através do cadastro. “Já conseguimos<br />

inteiramente grátis uma<br />

cirurgia no ouvido para uma criança<br />

com problemas <strong>de</strong> sur<strong>de</strong>z.<br />

Agora ela já está boa”, informa<br />

Pe. Valmir.<br />

Natal Solidário – Como forma<br />

<strong>de</strong> motivar a solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, foi<br />

criado há três anos o “Desperta<br />

Floripa – Natal Solidário”. Durante<br />

o mês <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, a comunida<strong>de</strong><br />

é motivada a doar alimentos<br />

e brinqu<strong>ed</strong>os que são repassados<br />

a crianças empobrecidas.<br />

Este é o terceiro ano do evento.<br />

Ele é sempre realizado na<br />

Passarela do Samba e reúne mais<br />

<strong>de</strong> 1.500 pessoas. É realizada<br />

uma celebração, para serem<br />

evangelizados, e <strong>de</strong>pois as crianças<br />

recebem brinqu<strong>ed</strong>os e cestas-básicas<br />

para aten<strong>de</strong>r suas<br />

necessida<strong>de</strong>s mais básicas.<br />

volvem os paroquianos. Uma<br />

<strong>de</strong>las, é a campanha do metro<br />

quadrado: 320 famílias fazem a<br />

doação mensal <strong>de</strong> R$ 30,00 e,<br />

até o final da obra, cada uma<br />

<strong>de</strong>las terá pago um metro quadrado<br />

da construção.<br />

Outra forma <strong>de</strong> arrecadar fundos<br />

é através do Empresário<br />

Amigo da Comunida<strong>de</strong>. Eles<br />

anunciam nas par<strong>ed</strong>es da construção<br />

e pagam um valor mensal.<br />

Também às quinta-feiras,<br />

quando acontecem as celebrações<br />

carismáticas, é realizada<br />

a “Cantina da Pequena Via”,<br />

on<strong>de</strong> os participantes po<strong>de</strong>m fazer<br />

um lanche rápido antes da<br />

missa, a preços acessíveis.<br />

As crianças também dão a<br />

sua contribuição. Aquelas que<br />

estão na catequese recebem uma<br />

capelinha/cofrinho para que contribuam<br />

com suas economias.<br />

“São várias pequenas iniciativas,<br />

somando valores que estão possibilitando<br />

a construção da obra<br />

sem precisar <strong>de</strong> que alguém<br />

<strong>de</strong>sembolse gran<strong>de</strong>s volumes ou<br />

sejam realizadas <strong>de</strong>spesas maiores”,<br />

disse Pe. Valmir.<br />

Foto JA<br />

Celebração, realizada no dia 26/10, marcou o encerramento da novena <strong>de</strong> preparação<br />

para a festa <strong>de</strong> Santa Teresinha do Menino Jesus. Nas quintas-feiras, quase mil<br />

pessoas participam da celebração e recebem rosas, símbolo da Padroeira.<br />

Grupo concilia Oração e Missão<br />

O Grupo <strong>de</strong> Oração Santa<br />

Teresinha há um ano e meio <strong>de</strong>cidiu<br />

transformar as noites <strong>de</strong><br />

terça-feira, dia <strong>de</strong> suas reuniões<br />

na Matriz, em um trabalho missionário.<br />

Eles passaram a realizar<br />

visitações às casas da comunida<strong>de</strong>.<br />

Um trabalho que proporcionou<br />

o crescimento do grupo<br />

e aumentou a participação<br />

dos fiéis nas celebrações.<br />

Todas as terças-feiras, a partir<br />

das 20h, os membros são divididos<br />

e realizam a visitação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>z casas por dia. As famílias é<br />

que solicitaram a visitação. Durante<br />

a visita, há a oração, momento<br />

<strong>de</strong> adoração, distribuída<br />

a eucaristia, é realizada a bênção<br />

das casas e dos seus moradores.<br />

A maioria das famílias não<br />

recebeu todos os sacramentos,<br />

e precisam ser evangelizadas<br />

para que possam recebê-los. “A<br />

maior parte é formada por pes-<br />

HISTÓRIA: A Paróquia <strong>de</strong><br />

Santa Teresinha do Menino Jesus<br />

está situada perto do centro<br />

da Cida<strong>de</strong>, “aos pés da Igreja<br />

do Menino Deus do Hospital <strong>de</strong><br />

Carida<strong>de</strong>”. Teve sua primeira<br />

Capela construída em 1947,<br />

numa iniciativa do Pe. Itamar<br />

Luís da Costa, então Cura da<br />

Cat<strong>ed</strong>ral. Uma pequena construção<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, tendo como<br />

padroeira Nossa Senhora <strong>de</strong><br />

Fátima.<br />

Crescendo a comunida<strong>de</strong>,<br />

em 1965 foi inaugurada uma<br />

nova Capela, espaçosa e dotada<br />

<strong>de</strong> salão paroquial. Nesse<br />

momento a padroeira passa a<br />

soas que não participam da Igreja.<br />

O nosso trabalho preten<strong>de</strong><br />

fazer isso, proporcionar que voltem<br />

ao convívio da Igreja”, disse<br />

Marlise Alves Teixeira, coor<strong>de</strong>nadora<br />

do Grupo <strong>de</strong> Oração.<br />

A comunida<strong>de</strong> é marcada<br />

pelo tráfico <strong>de</strong> drogas e pela violência,<br />

mas isso não é empecilho<br />

para os voluntários. Durante<br />

as visitas, eles são i<strong>de</strong>ntificados<br />

com a camiseta vermelha do<br />

Grupo <strong>de</strong> Oração e respeitados<br />

por on<strong>de</strong> passam. Em 2005, foi<br />

realizada uma missa campal no<br />

alto do morro, em comemoração<br />

ao encerramento das missões.<br />

Este ano, a celebração será repetida,<br />

também em <strong>de</strong>zembro.<br />

Uma procissão, realizada no dia<br />

24 <strong>de</strong> outubro, levou centenas <strong>de</strong><br />

pessoas da paróquia até o centro<br />

da comunida<strong>de</strong>. “Isto tem provocado<br />

uma aproximação cada<br />

vez maior entre a Igreja e a comunida<strong>de</strong>”,<br />

disse Pe. Valmir.<br />

ser Santa Teresinha do Menino<br />

Jesus. Mudança sugerida<br />

pelo Pe. João Cardoso, que<br />

atendia a comunida<strong>de</strong> e era<br />

pároco <strong>de</strong> Nossa Senhora da<br />

Boa Viagem, no Saco dos Limões.<br />

Durante muitos anos, a<br />

Capela foi atendida pelo Pe.<br />

P<strong>ed</strong>ro Martendal, vigário paroquial<br />

da Cat<strong>ed</strong>ral.<br />

Em 1996, a comunida<strong>de</strong> foi<br />

elevada à condição <strong>de</strong> paróquia<br />

e passou a ser confiada à Congregação<br />

dos Padres Carlistas,<br />

cujo carisma é o atendimento<br />

às migrações. Isso até julho <strong>de</strong><br />

2002, quando Pe. Valmir assumiu<br />

os trabalhos pastorais.


Cat<strong>ed</strong>ral será reaberta em <strong>de</strong>zembro<br />

Após ficar fechada por 20 meses para<br />

reformas, a Cat<strong>ed</strong>ral <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

já tem data para a sua reabertura.<br />

Será no dia 08 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro. O anúncio<br />

foi feito na manhã do dia 24 <strong>de</strong> outubro,<br />

em cerimônia que contou com a presença<br />

<strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s municipais, estaduais,<br />

do clero arquidiocesano e da comissão<br />

<strong>de</strong> restauração da Cat<strong>ed</strong>ral.<br />

Na oportunida<strong>de</strong>, foi feita a prestação<br />

<strong>de</strong> contas da primeira fase das obras <strong>de</strong><br />

restauração. Foram investidos 2,3 milhões,<br />

entre recursos estaduais, municipais<br />

e <strong>de</strong> campanhas organizadas na própria<br />

Cat<strong>ed</strong>ral.<br />

Durante a solenida<strong>de</strong>, Pe. Francisco<br />

<strong>de</strong> Assis Wloch, pároco da Cat<strong>ed</strong>ral, justificou<br />

a escolha do dia 8 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro<br />

para a reabertura por ser o dia da<br />

Imaculada Conceição. Também porque<br />

nesse dia a Cat<strong>ed</strong>ral celebrar o jubileu <strong>de</strong><br />

50 anos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação presbiteral do Pe.<br />

Luiz João Bertotti, vigário paroquial.<br />

Pe. Chico lembrou que teve que assinar<br />

um termo <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> caso<br />

algum aci<strong>de</strong>nte aconteça. “Como estava,<br />

a igreja colocava em risco a vida dos fiéis”,<br />

disse. Segundo o nosso arcebispo<br />

Dom Murilo Krieger, “foi a m<strong>ed</strong>ida mais<br />

acertada”. Ele acompanhou o processo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início e participou da solenida<strong>de</strong>.<br />

A Cat<strong>ed</strong>ral foi fechada em 25 <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong> 2005 após uma empresa contratada,<br />

através <strong>de</strong> laudo técnico, constatar<br />

que a estrutura estava abalada, colocando<br />

em risco os fiéis. Em agosto <strong>de</strong> 2005,<br />

a empresa Concrejato Serviços Técnicos<br />

<strong>de</strong> Engenharia SA, especializada em restauração<br />

<strong>de</strong> templos, iniciou os trabalhos<br />

<strong>de</strong> restauração.<br />

Apesar da reabertura anunciada para<br />

o da 08 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, as obras ainda não<br />

estarão concluídas até lá. Ainda faltarão<br />

a recuperação dos altares e <strong>de</strong> pintura<br />

interna. As obras continuarão sem interrupção.<br />

Um sistema <strong>de</strong> proteção especial<br />

foi colocado nas partes que estarão<br />

sendo restauradas.<br />

As obras que faltam até a reabertura<br />

<strong>de</strong>vem custar ainda cerca <strong>de</strong> R$ 560 mil.<br />

Os recurso virão <strong>de</strong> um convênio firmado<br />

com o Governo do Estado, que fará o repasse<br />

em etapas. A primeira, <strong>de</strong> R$ 200<br />

mil, será repassada na primeira quinzena<br />

<strong>de</strong> novembro. As outras, conforme as<br />

obras forem seguindo.<br />

Estrutura comprometida<br />

Durante a solenida<strong>de</strong>, ficaram expostos<br />

alguns materiais que faziam parte da<br />

estrutura e foram substituídos. Ma<strong>de</strong>ira<br />

comida pelo cupim, parafusos e pregos<br />

enferrujados, por exemplo.<br />

Segundo Wilson Braga, engenheiro<br />

responsável pela obra, havia ma<strong>de</strong>ira do<br />

estuque com 20x20 cm que estava com<br />

mais da meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu tamanho comido<br />

pelo cupim e pela umida<strong>de</strong> ao longo dos<br />

anos. “Se não fizéssemos a substituição,<br />

por certo mais c<strong>ed</strong>o ou mais tar<strong>de</strong> o teto<br />

iria ruir”, disse.<br />

Pe. Chico (esq.) mostra ao governador do Estado, Pinho Moreira, e a Dom Murilo,<br />

peças comprometidas que estavam na construção e foram substituídas.<br />

Coor<strong>de</strong>nadores <strong>de</strong> Catequese refletem sobre a Bíblia<br />

A Coor<strong>de</strong>nação Nacional da Pastoral<br />

Catequética realizou, nos dias 19 a 22<br />

<strong>de</strong> outubro, na Casa <strong>de</strong> Encontros Sagrada<br />

Família, em São Paulo, o IV Seminário<br />

Nacional <strong>de</strong> Animação Bíblica. Destinado<br />

aos coor<strong>de</strong>nadores diocesanos <strong>de</strong><br />

Catequese <strong>de</strong> todos os regionais da<br />

CNBB, o evento teve como tema “Educação<br />

Bíblica na Tradição Judaica e Cristã”<br />

e contou com vários assessores <strong>de</strong> Bíblia<br />

e Catequese, na maioria professores<br />

das áreas.<br />

Nos últimos anos, a Igreja tem dado<br />

gran<strong>de</strong> importância para a Bíblia na<br />

Catequese. O próprio Diretório Nacional<br />

<strong>de</strong> Catequese dá suma importância à<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus, e a coloca como fundamento<br />

da Catequese, dizendo que a Bíblia<br />

é o “livro por excelência”.<br />

“No Seminário se <strong>de</strong>u muita importância<br />

à tradição judaica como raiz da tradição<br />

cristã”, disse Irmã Marlene Bertoldi,<br />

coor<strong>de</strong>nadora Arquidiocesana <strong>de</strong> Catequese<br />

e nossa representante no evento.<br />

Foto JA<br />

ESPIRITUALIDADE<br />

O mês <strong>de</strong> novembro é inaugurado com a<br />

Festa <strong>de</strong> todos os Santos (dia 1º ), e no dia<br />

seguinte celebra-se a Comemoração dos Fiéis<br />

Defuntos, o Finados. O gênio litúrgico latino antepôs<br />

o dia <strong>de</strong> todos os Santos ao dia dos mortos:<br />

a santida<strong>de</strong> estimula a vida humana a caminhar<br />

para Deus. Nossa opção por Deus é prec<strong>ed</strong>ida<br />

da contemplação estimulante dos que já<br />

se encontram com ele na eternida<strong>de</strong>.<br />

Nós cremos na oração em favor dos vivos e<br />

dos mortos, porque Cristo, o único m<strong>ed</strong>iador,<br />

está no meio <strong>de</strong> todos e leva ao Pai nossas<br />

preces. O amor <strong>de</strong> Deus não permanece insensível<br />

às súplicas <strong>de</strong> seus filhos, e também se<br />

sensibiliza se algum <strong>de</strong> seus filhos opta pelo caminho<br />

da perdição.<br />

Martin Hei<strong>de</strong>gger, filósofo alemão, afirmou<br />

que “a morte é a plenitu<strong>de</strong> da vida”: como cristãos,<br />

po<strong>de</strong>mos d<strong>ed</strong>uzir que é o momento em que<br />

abrimos nossas mãos diante <strong>de</strong> Deus e lhe apresentamos<br />

tudo o que fizemos com o dom <strong>de</strong> nossa<br />

vida. Quem sabe, naquele momento, muito<br />

pouco <strong>de</strong> bom teremos a mostrar mas, esse é o<br />

milagre, po<strong>de</strong>mos mostrar ao Senhor as orações<br />

que se fizeram ou farão por nós. E o coração<br />

divino se enternecerá diante <strong>de</strong> tantos que<br />

por nós rezam ou rezarão: Ele, eterno presente,<br />

tudo conhece.<br />

É da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um coração cristão<br />

rezar pelos que morrem e pelos quais ninguém<br />

chora, reza, pelos que são sepultados como “indigentes”,<br />

como necessitados, dos quais ninguém<br />

tem necessida<strong>de</strong>. Rezar por aqueles aos quais<br />

tantos “mandam” para o inferno! ”Saber amar<br />

aqueles que se per<strong>de</strong>ram e amá-los mesmo na<br />

sua perdição”, ensinava o humil<strong>de</strong> mendigo romano,<br />

São Bento Labre. Também os que<br />

porventura estão no inferno são amados por<br />

Deus e <strong>de</strong>vem ser amados por nós. Até po<strong>de</strong>mos<br />

crer que antes do Juízo final eles serão<br />

tocados pelo amor e reavaliarão sua opção <strong>de</strong><br />

uma eternida<strong>de</strong> sem Deus. O amor tudo quer e<br />

tudo po<strong>de</strong>!<br />

Se estamos sofrendo, ofertemos as dores:<br />

todas as dores que não libertam são dores perdidas.<br />

Por que <strong>de</strong>sperdiçá-las? Cada vez que<br />

resgatamos um pecado, tornamos o mundo melhor.<br />

Esse resgate é a retribuição que po<strong>de</strong>mos<br />

apresentar aos milhões <strong>de</strong> inocentes sofr<strong>ed</strong>ores<br />

que remendam continuamente o tecido do mundo<br />

rasgado pelo pecado. O sofrimento do inocente<br />

clama ao céu por justiça e pela r<strong>ed</strong>enção<br />

dos injustos.<br />

O inferno – anjos e<br />

homens sem rosto<br />

O inferno é a consciência trágica da nãocomunhão,<br />

a consciência <strong>de</strong> enfermida<strong>de</strong> do<br />

próprio eu. É fruto <strong>de</strong> uma escolha, na vida<br />

terrena, <strong>de</strong> viver sem comunhão. O homem foi<br />

feito para a comunhão com Deus, com os outros<br />

e, ao mesmo tempo, sua vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> estar curvado<br />

sobre si mesmo priva-o <strong>de</strong>ssa comunhão.<br />

É, para o con<strong>de</strong>nado, <strong>de</strong>sespero em estado puro<br />

saber que continua sendo uma pessoa e escolhendo<br />

um modo <strong>de</strong> vida radicalmente contrário.<br />

São Macário (século IV) afirma que um con-<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -9<br />

Creio na Comunhão dos Santos<br />

<strong>de</strong>nado lhe contou que seu suplício no inferno<br />

era não po<strong>de</strong>r ver a face do outro; eles estão ali,<br />

lado a lado, até <strong>de</strong> mãos dadas, mas não se<br />

po<strong>de</strong>m ver. De tempo em tempo, graças às orações<br />

dos cristãos, um po<strong>de</strong> ligeiramente ver a<br />

face do outro e o sofrimento é diminuído. Estamos<br />

doentes quando uma agressão nos suprimiu a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos comunicar, a comunhão. O<br />

pecado é a tentativa <strong>de</strong> preencher essa solidão<br />

existencial.<br />

É o rosto que caracteriza os seres que só<br />

po<strong>de</strong>m viver se em comunhão: Deus, os anjos,<br />

os seres humanos. O <strong>de</strong>mônio não tem mais<br />

rosto e, por isso, procura suprimir o rosto dos<br />

outros (Bertrand Vergely, filósofo e teólogo ortodoxo<br />

francês, nascido em 1953). Cair em tentação<br />

é c<strong>ed</strong>er o próprio rosto ao <strong>de</strong>mônio e entrar<br />

em <strong>de</strong>sespero, tentando roubar o rosto do próximo,<br />

provocando violência avassaladora. O pecador<br />

vive essa realida<strong>de</strong> infernal, mas <strong>de</strong>la po<strong>de</strong><br />

se libertar tanto por abertura à graça quanto<br />

pela prece dos fiéis.<br />

O céu – Deus, anjos e<br />

homens em comunhão<br />

“A fé cristã não é um sistema <strong>de</strong> doutrinas,<br />

mas o modo <strong>de</strong> reabilitar o homem <strong>de</strong>caído, em<br />

virtu<strong>de</strong> da crucifixão do Homem-Deus e com a<br />

graça do Espírito Santo” (Teófano o Recluso,<br />

Cartas I, 135). A fé cristã nos tira da solidão em<br />

que o pecado nos mergulha e, através do Filho<br />

que assumiu a natureza humana, recupera a<br />

felicida<strong>de</strong> da comunhão e, nela, a verda<strong>de</strong>ira<br />

oração leva a uma intensificação do amor pelo<br />

próximo. E o amor pelo próximo leva a uma<br />

intensificação da oração.<br />

“A maior graça que temos é saber que os<br />

outros existem!” (Simone Weil, 1909-1943). Não<br />

há maior felicida<strong>de</strong> para um ser r<strong>ed</strong>imido do que<br />

saber que há outras pessoas diante <strong>de</strong>le, pois<br />

“o maior dom que po<strong>de</strong>mos receber é o outro”.<br />

A jovem convertida francesa, mística cristã sem<br />

nunca p<strong>ed</strong>ir o batismo, conclui que é o outro que<br />

nos possibilita dar sentido à vida através da ação<br />

e da contemplação: agir pelo Outro/outro, contemplar<br />

o Outro/outro, isto é, Deus e o homem.<br />

Se no pecado c<strong>ed</strong>emos nosso rosto para o<br />

<strong>de</strong>mônio e o roubamos do outro, na vida celeste<br />

da graça o rosto é transfigurado e procurado,<br />

porque refletido sempre na Luz do rosto divino.<br />

O céu é a comunhão com Deus. À imagem<br />

da Trinda<strong>de</strong>, um Deus em três Pessoas, somos/<br />

seremos um com Deus, <strong>de</strong>le inseparáveis na<br />

comunhão eterna: nossa existência individual<br />

não subsistirá e sim, nossa pessoa, que é sempre<br />

comunhão. A melhor imagem do Céu é a<br />

Liturgia: a comunhão <strong>de</strong> todos na Trinda<strong>de</strong> ao<br />

r<strong>ed</strong>or da mesa que se faz altar. Felizes nós, os<br />

convidados para a Ceia do Senhor!: naquele<br />

dia, que será dia para sempre, não seremos<br />

mais convidados, mas comensais. E queremos,<br />

<strong>de</strong> coração, que toda a família humana esteja<br />

reunida na comunhão eterna.<br />

Pe. José Artulino Besen<br />

Professor no ITESC e pároco em Itajaí<br />

www.ecclesia.com.br/padrebesen/main.htm


10-<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

Relatos dos Encontros Paroquiais e Comarcais<br />

Comarca <strong>de</strong> Santo Amaro<br />

Em 14 <strong>de</strong> outubro, durante a<br />

manhã <strong>de</strong> domingo, a comarca<br />

<strong>de</strong> Santo Amaro realizou o Encontro<br />

Comarcal com os animadores/as<br />

dos GBFs, na paróquia<br />

<strong>de</strong> Angelina. O encontro foi conduzido<br />

pelo Frei Nolvi Dalla Costa,<br />

com a participação <strong>de</strong> 130<br />

animadores/as. Irmã Luzia Pereira<br />

trabalhou a fundamentação<br />

bíblica e a fundamentação<br />

trinitária. Iniciou dizendo que os<br />

GBFs são <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> motivação<br />

para a Igreja e que são fundamentados<br />

na Bíblia. O livro “Igreja<br />

nas casas” é um bom subsidio<br />

para os animadores/as.<br />

Unidos ao gran<strong>de</strong> amor <strong>de</strong> Jesus,<br />

somos instrumentos <strong>de</strong> Deus<br />

na vida da Igreja, na vida da comunida<strong>de</strong>.<br />

Assim se afirma a pratica<br />

dos GBFs, que não vem <strong>de</strong><br />

hoje e sim <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da Igreja.<br />

Também refletiu-se passo a<br />

passo nos “10 mandamentos da<br />

espiritualida<strong>de</strong> do animador. Frei<br />

Nolvi Dalla Costa finalizou com<br />

a celebração <strong>de</strong> envio. Todos retornaram<br />

a suas casas alegres, animados<br />

e encorajados para incentivar,<br />

consolidar os GBFs como<br />

Priorida<strong>de</strong> da Ação Evangelizadora<br />

na sua comunida<strong>de</strong>.<br />

Comarca da Ilha<br />

No dia 22 <strong>de</strong> outubro, na<br />

Comarca da Ilha, o Encontro<br />

Comarcal teve lugar na Paróquia<br />

Nossa Senhora da Imaculada<br />

Conceição da Lagoa. Roberto<br />

Iunskovski, convidado pela equipe<br />

comarcal, assessorou os trabalhos<br />

no sentido <strong>de</strong> justificar os<br />

GBFs em nossas comunida<strong>de</strong>s.<br />

Na exposição do tema, Roberto<br />

frisou que a verda<strong>de</strong>ira e autêntica<br />

Igreja se concretiza nos pequenos<br />

grupos que se reúnem<br />

nas casas, tendo como objetivo<br />

ler e partilhar os textos sagrados<br />

para po<strong>de</strong>r vivenciá-los, em comum-unida<strong>de</strong>.<br />

Os cristãos seguem<br />

o mandato do Senhor,<br />

quando ensinou que não po<strong>de</strong>mos<br />

amar só o nosso amigo, mas<br />

também o nosso inimigo. Além<br />

dos momentos <strong>de</strong> oração, o grupo<br />

parte <strong>de</strong>pois para uma ação<br />

social, resultado e fruto da carida<strong>de</strong><br />

para com o próximo. Tal<br />

gesto concreto <strong>de</strong>ve ser uma<br />

atitu<strong>de</strong> libertadora, à semelhança<br />

das ações <strong>de</strong> Jesus. Os<br />

GBFs se reúnem <strong>de</strong>pois na gran<strong>de</strong><br />

assembléia do povo <strong>de</strong> Deus,<br />

para celebrar a vida, a r<strong>ed</strong>enção<br />

e a espera da vinda gloriosa do<br />

Senhor. Diác. P<strong>ed</strong>ro Carbonera<br />

Paróquia <strong>de</strong> Santo Antônio<br />

Realizado dia 30 <strong>de</strong> setembro,<br />

das 14h às 17h, no Salão<br />

Paroquial, tendo como objeti-<br />

Participantes da Comarca da Ilha reunidos na Paróquia da Lagoa<br />

vos: conscientizar os Agentes<br />

<strong>de</strong> Pastorais da Paróquia Santo<br />

Antônio, que os Grupos Bíblicos<br />

em Família são priorida<strong>de</strong> da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> e portanto também<br />

em nossa paróquia; <strong>de</strong>safiar os<br />

agentes a serem animadores <strong>de</strong><br />

novos Grupos. Participaram 22<br />

agentes das diversas pastorais<br />

da paróquia. Inicialmente a Ministra<br />

da Palavra, Edithe Perin,<br />

fez uma explanação partilhada<br />

da apostila “Grupos Bíblicos em<br />

Família – Priorida<strong>de</strong> da Ação<br />

Evangelizadora da <strong>Arquidiocese</strong>”<br />

e das “Orientações Básicas para<br />

Animadores dos Grupos” e a utilização<br />

da simbologia nos Encontros.<br />

Na seqüência, os<br />

cincos sub-grupos <strong>de</strong>senvolveram<br />

o Encontro 16º do livreto do<br />

Tempo Comum, que tem como<br />

tema - Discípulos e missionários<br />

<strong>de</strong> Jesus Cristo. Lemos e<br />

refletimos passo a passo, levantando<br />

os compromissos e dificulda<strong>de</strong>s<br />

encontradas, apresentados<br />

<strong>de</strong>pois em plenária. Conclusões:<br />

1) Formar novos grupos<br />

– cada agente sendo um<br />

animador <strong>de</strong> grupo, dando um<br />

impulso maior com as novenas<br />

<strong>de</strong> Natal; 2) Aprofundar nosso<br />

conhecimento bíblico para dar<br />

mais segurança ao agente; 3)<br />

Envolver e preparar outros agentes<br />

<strong>de</strong> pastorais; 4) Divulgar os<br />

grupos, as datas e locais on<strong>de</strong><br />

se encontram.<br />

Paróquia São João<br />

Evangelista – Biguaçu<br />

O Encontro Paroquial para<br />

Animadores/as dos GBFs aconteceu<br />

no dia 24 <strong>de</strong> setembro. Foi<br />

muito feliz a assessoria <strong>de</strong> Moacir<br />

Albuquerque, que trabalhou o<br />

tema: Relações familiares e a<br />

família inserida no Projeto <strong>de</strong><br />

Deus. Buscando em textos bíblicos,<br />

relatos da trajetória da família<br />

na história, fez enten<strong>de</strong>r que<br />

esta sofreu modificações e adaptações<br />

até chegar ao novo contexto<br />

<strong>de</strong> vida atual. Destacou também<br />

o papel da mulher, que hoje<br />

tem uma vida ativa, participando<br />

em todos os setores da soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />

assumindo cargos <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque<br />

e serviços diversos, que antes<br />

só competiam aos homens.<br />

O encontro transcorreu com a<br />

participação e atenção <strong>de</strong> todo o<br />

grupo, voltado ao palestrante que,<br />

com linguagem acessível, e dinâmica,<br />

proporcionou um encontro<br />

agradável. No período da tar<strong>de</strong>,<br />

houve trabalho <strong>de</strong> grupo, a partir<br />

dos textos bíblicos: Ex 20, 1-21 e<br />

Lc 15, 11-32. Os Grupos apontam<br />

caminhos para reconstruir a<br />

boa relação em nossas famílias,<br />

comunida<strong>de</strong>s e soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, contribuindo<br />

para o projeto do Reino<br />

<strong>de</strong> Deus que <strong>de</strong>ve acontecer aqui<br />

e agora. À luz da Palavra <strong>de</strong> Deus,<br />

essas constatações e conclusões<br />

<strong>de</strong>vem ser revistas e aplicadas no<br />

dia-a-dia do animador/a, da família<br />

e da comunida<strong>de</strong>, para uma<br />

soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> transformada segundo<br />

o projeto <strong>de</strong> Deus.<br />

Lenice S. <strong>de</strong> Souza do Nascimento,<br />

Animadora <strong>de</strong> Grupo<br />

Grupos Bíblicos em Família –<br />

um jeito <strong>de</strong> “Ser Igreja”<br />

Cresce, nos Grupos Bíblicos<br />

em Família, uma prática,<br />

um jeito <strong>de</strong> ser Igreja comprometida<br />

com a vida dos irmãos<br />

e irmãs a exemplo <strong>de</strong> Jesus<br />

Cristo. Esta prática eclesial<br />

dá-se no modo <strong>de</strong> evangelizar<br />

nos Grupos Bíblicos em Família.<br />

O fato <strong>de</strong> várias famílias<br />

reunirem-se, quase que<br />

semanalmente, nas casas,<br />

faz com que as pessoas tenham<br />

alguns sentimentos comuns,<br />

que po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar<br />

como passos <strong>de</strong> uma<br />

metodologia.<br />

Destacamos três: um primeiro<br />

aspecto é o encontro.<br />

O fato <strong>de</strong> as pessoas se reunirem<br />

com freqüência, num<br />

clima fraterno, <strong>de</strong> acolhimento,<br />

valorizando todas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e profissão,<br />

grau <strong>de</strong> estudo, <strong>de</strong>sperta o<br />

cuidado com a vida em comum.<br />

No entanto, há uma especial<br />

atenção com os mais<br />

pobres, que vivem nas proximida<strong>de</strong>s<br />

do grupo.<br />

Um segundo aspecto é a<br />

palavra. O grupo é um espaço<br />

em que toda pessoa tem vez<br />

e voz. Po<strong>de</strong> falar e é ouvida.<br />

Esta palavra é iluminada pela<br />

Palavra <strong>de</strong> Deus. Sempre é<br />

feita a leitura <strong>de</strong> um texto bíblico.<br />

Em conjunto, as pessoas<br />

procuram enten<strong>de</strong>r o sentido e<br />

<strong>de</strong>le tirar ensina-mentos, para<br />

si e para a comunida<strong>de</strong>. Fazse<br />

uma ligação entre a palavra<br />

<strong>de</strong> vida do grupo e a da Bíblia.<br />

Desta relação brotam ensinamentos<br />

e práticas.<br />

O terceiro aspecto é a vida<br />

dos irmãos e irmãs. O clima<br />

Agentes dos GBFs da Paróquia Santo Antônio discutiram formação <strong>de</strong> novos grupos<br />

<strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>, a iluminação<br />

da Palavra <strong>de</strong> Deus, o próprio<br />

falar das pessoas, gera um<br />

compromisso: “O que fazer<br />

com aquela família que precisa<br />

<strong>de</strong> ajuda?” Quando alguém<br />

do grupo apresenta esta situação,<br />

vêm as propostas concretas<br />

<strong>de</strong> transformar a fé em<br />

obras.<br />

Quando as pessoas dos<br />

grupos não têm condições próprias<br />

<strong>de</strong> resolver a situação<br />

apresentada, se organizam,<br />

fazem uma lista das necessida<strong>de</strong>s<br />

e mobilizam as pessoas<br />

da comunida<strong>de</strong>, numa ação<br />

conjunta em forma <strong>de</strong> mutirão,<br />

em favor da família ou da pessoa<br />

necessitada. “Tudo o que<br />

fizer<strong>de</strong>s ao menor nos meus<br />

irmãos é a mim que o fareis”<br />

(Mt 25,40). É este espírito, <strong>de</strong>spertado<br />

e cultivado nos GBF,<br />

que faz as pessoas rezarem <strong>de</strong><br />

um jeito diferente, com os irmãos<br />

e irmãs que mais precisam<br />

<strong>de</strong> um gesto <strong>de</strong> amor.<br />

As pessoas que vivem esta<br />

prática são sinais <strong>de</strong> Deus na<br />

comunida<strong>de</strong> e na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>,<br />

assumindo o projeto <strong>de</strong> Jesus<br />

– “Eu vim para que todos tenham<br />

vida e a tenham em<br />

abundância” (Jo 10,10) – como<br />

seu plano <strong>de</strong> vida na construção<br />

do Reino. Assim, os GBF<br />

unem fé e vida e se colocam<br />

a serviço, fortalecendo as comunida<strong>de</strong>s<br />

e as paróquias,<br />

consi<strong>de</strong>rando a pessoa, a imagem<br />

<strong>de</strong> Deus. Assim, aos poucos,<br />

vai revivendo a chama<br />

acesa das primeiras comunida<strong>de</strong>s<br />

cristãs: “Todos que<br />

abraçaram a fé eram unidos e<br />

colocavam tudo em comum”<br />

(Atos 2, 42).<br />

Este jeito <strong>de</strong> rezar e agir<br />

caracteriza os GBF e dá nova<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> aos cristãos e cristãs<br />

que participam, rezam, refletem<br />

e põem em prática os<br />

ensinamentos <strong>de</strong> Jesus. Esta<br />

é uma prática que está presente,<br />

<strong>de</strong> diversas maneiras, nos<br />

2500 Grupos Bíblicos em Família<br />

que há em nossa <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

É a ação do Espírito<br />

<strong>de</strong> Deus agindo em cada pessoa<br />

que participa dos pequenos<br />

grupos, constituindo a<br />

Igreja Povo <strong>de</strong> Deus, formando<br />

comunida<strong>de</strong>s eclesiais, seguidoras<br />

<strong>de</strong> Jesus.


CF-2007<br />

Seminário Regional reflete sobre a CF-2007<br />

e Amazônia”,<br />

é o tema da CNBB para a<br />

“Fraternida<strong>de</strong><br />

Campanha da Fraternida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 2007, que tem como<br />

lema “Vida e missão neste chão”.<br />

Para aprofundar esta iniciativa da<br />

Igreja no Brasil, cerca <strong>de</strong> 70 li<strong>de</strong>ranças,<br />

representando nove das<br />

<strong>de</strong>z dioceses do Estado, estiveram<br />

reunidas nos dias 13, 14 e<br />

15 <strong>de</strong> outubro no Centro <strong>de</strong> Formação<br />

Católica, em Lages, para<br />

participar do Seminário Regional<br />

<strong>de</strong> Preparação para a CF-2007.<br />

A <strong>Arquidiocese</strong> esteve representada<br />

por 17 li<strong>de</strong>ranças.<br />

O encontro teve a assessoria<br />

<strong>de</strong> Ivo Poletto, assessor nacional<br />

da Campanha da Fraternida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 2007, que há 30 anos<br />

estuda a Amazônia e que foi um<br />

dos responsáveis pela elaboração<br />

do Texto-Base, principal referência<br />

para trabalhar o tema nas comunida<strong>de</strong>s.<br />

“Uma das metas da<br />

CF-2007 é fazer com que a Amazônia<br />

seja conhecida a partir <strong>de</strong><br />

seus povos”, disse Ivo.<br />

Segundo ele, hoje há 208 mil<br />

indígenas na floresta e cerca <strong>de</strong><br />

61 mil nas cida<strong>de</strong>s. Há 500<br />

anos, porém, eram mais <strong>de</strong> três<br />

milhões. Durante o Seminário, Ivo<br />

explicou que o Brasil possui seis<br />

biomas: Floresta Amazônica;<br />

Caatinga; Serrado; Pantanal;<br />

Mata Atlântica; Campos (ou<br />

Pampas). Desses, a floresta<br />

amazônica é o maior, ocupando<br />

Para <strong>de</strong>finir os próximos passos<br />

da <strong>Arquidiocese</strong> em relação<br />

à CF-2007, alguns dos que participaram<br />

do Seminário Regional<br />

em Lages, estiveram reunidos na<br />

manhã do dia 28 <strong>de</strong> outubro, no<br />

58% do território nacional. Apesar<br />

<strong>de</strong> todos os <strong>de</strong>smatamentos,<br />

é ainda o que menos sofreu a<br />

influência do homem.<br />

Discussão em grupos<br />

No Seminário, os participantes<br />

foram divididos em grupos. Em<br />

um dos momentos, respon<strong>de</strong>ram<br />

a três perguntas: 1) Esta reflexão<br />

ilumina e ajuda a ter uma visão<br />

crítica da realida<strong>de</strong> da Amazônia?<br />

2) Que apro-fundamento o grupo<br />

propõe? 3) Que critérios para o<br />

agir da CF esta reflexão sugere?<br />

Em outro momento, os participantes<br />

se reuniram para propor formas<br />

<strong>de</strong> trabalhar com o tema da<br />

Campanha da Fraternida<strong>de</strong> no Regional<br />

e nas dioceses. Eles também<br />

sugeriram alternativas para<br />

utilizar o Fundo Diocesano <strong>de</strong> Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />

Ao final do encontro, ficou<br />

<strong>de</strong>finido que será criado um subsídio<br />

sobre o bioma Mata Atlântica,<br />

o bioma <strong>de</strong> Santa Catarina.<br />

Também ficou <strong>de</strong>finida a criação<br />

do Fundo Diocesano <strong>de</strong> Solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />

nas dioceses em que não<br />

existe e fortalecer on<strong>de</strong> já existe.<br />

Os participantes sugeriram,<br />

como encaminhamento, que haja<br />

reuniões nas dioceses para avaliação<br />

final e discussão sobre o<br />

que se fará em cada uma <strong>de</strong>las.<br />

<strong>Arquidiocese</strong> terá seminários para as li<strong>de</strong>ranças<br />

auditório da Cúria Metropolitana.<br />

Durante o encontro ficou <strong>de</strong>finido<br />

que a <strong>Arquidiocese</strong> fará prélançamentos<br />

da Campanha em<br />

alguns locais estratégicos.<br />

Haverá um pré-lançamento em<br />

Participantes do Seminário <strong>de</strong> Lages <strong>de</strong>finiram caminhos da CF na <strong>Arquidiocese</strong><br />

Participantes, representando todas as dioceses do Estado, reunidos em Lages<br />

Foto JA<br />

<strong>Florianópolis</strong>, na paróquia Santo<br />

Antônio; em Palhoça, na paróquia<br />

Senhor Bom Jesus <strong>de</strong> Nazaré; em<br />

Balneário Camboriú, na Paróquia<br />

São Sebastião; e em Rancho<br />

Queimado, na Igreja do Imaculado<br />

Coração <strong>de</strong> Maria. Ainda haverá<br />

um Seminário em Leoberto Leal.<br />

“O nosso objetivo é realizar<br />

Seminários em pontos que possam<br />

reunir o maior número <strong>de</strong><br />

comunida<strong>de</strong>s para favorecer a<br />

participação <strong>de</strong> mais li<strong>de</strong>ranças”,<br />

disse A<strong>de</strong>lir da Silva Raupp, coor<strong>de</strong>nadora<br />

da CF-2007 na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Nos outros anos, os<br />

seminários aconteciam em apenas<br />

duas regiões. Os participantes<br />

do encontro <strong>de</strong> Lages foram<br />

distribuídos em equipes para ministrar<br />

os seminários na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />

As datas ainda não foram<br />

<strong>de</strong>finidas. Mas <strong>de</strong>vem acontecer<br />

entre fevereiro e março, no<br />

sábado e domingo.<br />

Foto JA<br />

Em entrevista ao Jornal da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, Ivo Poletto, assessor<br />

do Seminário <strong>de</strong> Preparação da CF-<br />

2007, fala dos objetivos da Campanha,<br />

como po<strong>de</strong>remos nos engajar,<br />

como acontecerá nas comunida<strong>de</strong>s,<br />

e a proposta <strong>de</strong> gesto concreto.<br />

JA - Quais os objetivos da CNBB<br />

ao adotar a Amazônica como tema da<br />

CF-2007?<br />

Ivo Poletto - Po<strong>de</strong>mos resumir,<br />

creio, em dois: criar oportunida<strong>de</strong><br />

para que todo o Brasil – e especialmente<br />

os membros das comunida<strong>de</strong>s<br />

da Igreja Católica – conheçam a<br />

realida<strong>de</strong>, os clamores, os valores e<br />

as propostas dos povos da Amazônia,<br />

<strong>de</strong>senvolvendo ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />

em seu favor; em segundo<br />

lugar, <strong>de</strong>spertar as pessoas a acolherem<br />

a Amazônia como uma profecia,<br />

que <strong>de</strong>nuncia a <strong>de</strong>struição do meio<br />

ambiente da vida em favor <strong>de</strong> um progresso<br />

que enriquece a poucos e<br />

empobrece a muitos, e anuncia a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma convivência a<strong>de</strong>quada<br />

e diferente com a floresta e<br />

<strong>de</strong>mais fatores favoráveis à vida no<br />

bioma Amazônia. Por isso, a fraternida<strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve expressar-se<br />

também em ações a serem <strong>de</strong>senvolvidas<br />

em cada bioma em que as pessoas<br />

e comunida<strong>de</strong>s vivem.<br />

JA - A Amazônia é ainda uma realida<strong>de</strong><br />

distante da maioria dos brasileiros.<br />

Como po<strong>de</strong>remos nos engajar<br />

nesta Campanha da Fraternida<strong>de</strong>?<br />

Ivo - Em primeiro lugar, criando<br />

espaços <strong>de</strong> estudo e <strong>de</strong> reflexão sobre<br />

o tema. É fundamental que a Amazônia<br />

seja reconhecida e amada como<br />

um bioma, um berço <strong>de</strong> vida único,<br />

com potencialida<strong>de</strong>s e limites para se<br />

viver nele. Dando este passo, que se<br />

alimente a solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> às propostas<br />

dos povos indígenas, dos povos das<br />

florestas, dos ribeirinhos, das mulheres,<br />

dos pobres das cida<strong>de</strong>s, das<br />

CEBs, que <strong>de</strong>sejam uma Nova Amazônia,<br />

planejada a partir <strong>de</strong> lá, com<br />

participação <strong>de</strong>les, e voltada para a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> todos os seres<br />

vivos do bioma. Em segundo lugar,<br />

será importante tomar conhecimento<br />

da situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio em que<br />

se encontra a vida nos outros cinco<br />

biomas brasileiros: Pantanal, Cerrado,<br />

Caatinga (Semi-árido), Mata Atlântica<br />

e Pampa, no extremo Sul do país.<br />

JA - Como a CNBB preten<strong>de</strong> que<br />

a CF seja <strong>de</strong>senvolvida nas comunida<strong>de</strong>s?<br />

Ivo - Ela <strong>de</strong>seja e espera que<br />

sejam organizadas equipes em cada<br />

comunida<strong>de</strong> para animar a CF. E que<br />

essas equipes seja criativas para provocar<br />

iniciativas nas comunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -11<br />

“A Amazônia <strong>de</strong>ve ser<br />

acolhida como uma profecia”<br />

eclesiais, mas também em outros espaços<br />

da soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, nas Escolas e<br />

Universida<strong>de</strong>s, por exemplo, em que<br />

a Amazônia po<strong>de</strong> ser eixo transversal<br />

no processo p<strong>ed</strong>agógico e on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m<br />

ser organizados seminários sobre<br />

a temática. Será muito importante<br />

acionar todos os meios <strong>de</strong> comunicação<br />

existentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os boletins pastorais,<br />

paroquiais, diocesanos, <strong>de</strong> pastorais<br />

sociais, atingindo também as emissoras<br />

<strong>de</strong> rádio e tv...<br />

JA – Comenta-se que países propõem<br />

a internacionalização da Amazônia.<br />

O que há <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> nisso?<br />

Ivo - Existe a proposta, sim, e <strong>de</strong><br />

longa data. Recentemente, um ministro<br />

do governo inglês retomou a questão,<br />

instigando as empresas a investirem<br />

para controlar a Amazônia. Dois<br />

são os objetivos <strong>de</strong>ssas propostas: alguns,<br />

<strong>de</strong> boa fé, <strong>de</strong>sejam a preservação<br />

para evitar o <strong>de</strong>sastre final do Planeta,<br />

e acham que o Brasil não estaria<br />

apto a assumir a tarefa; a maioria dos<br />

governantes e empresários, contudo,<br />

<strong>de</strong>sejam mais a reserva das riquezas<br />

da região para futuros negócios do que<br />

a recuperação do equilíbrio do Planeta.<br />

De fato, a Amazônia é área <strong>de</strong> cobiça<br />

para os que só pensam em negócios,<br />

já que ela preserva riquezas <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> interesse estratégico, como a<br />

água, a biodiversida<strong>de</strong>, os minérios...<br />

JA - Na maioria das CFs, é realizada<br />

alguma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stinada a ser<br />

um gesto concreto da Campanha. Foi<br />

pensado em algo para esta CF?<br />

Ivo - Além das iniciativas em favor<br />

dos povos da Amazônia e das que<br />

objetivam enfrentar os <strong>de</strong>sequilíbrios<br />

dos <strong>de</strong>mais biomas, sugere-se a gran<strong>de</strong><br />

mobilização <strong>de</strong> forças sociais em<br />

favor da proposta das organizações<br />

dos povos amazônicos por uma “Nova<br />

Amazônia”. Além disso, sugere-se<br />

mobilização nacional exigindo que o<br />

Judiciário só execute or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejo<br />

em áreas <strong>de</strong> conflito <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> apreciado o mérito e <strong>de</strong>finido o<br />

direito real à terra.<br />

Foto JA<br />

Ivo Poletto assessorou o Seminário<br />

da CF-2007, realizado em Lages


12<br />

- <strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

Pe. Lúcio fala <strong>de</strong> sua Missão em Guiné-Bissau<br />

Durante o 15º Congresso<br />

Eucarístico Nacional, Pe. Lúcio<br />

Espíndola dos Santos, <strong>de</strong> nossa<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, recebeu a Bênção<br />

do Missionário para representar<br />

o Brasil na Diocese <strong>de</strong> Bafatá,<br />

na Guiné-Bissau, África. O envio<br />

foi realizado durante a celebração<br />

do dia 20 <strong>de</strong> maio, no Estádio<br />

Orlando Scarpelli, em <strong>Florianópolis</strong>,<br />

e foi proferido pelo nosso<br />

arcebispo Dom Murilo Krieger.<br />

Estando há cinco meses na<br />

diocese africana, que tem como<br />

bispo o brasileiro Dom P<strong>ed</strong>ro<br />

Zilli, Pe. Lúcio passa suas primeiras<br />

impressões e experiências<br />

<strong>de</strong> como encontrou a comunida<strong>de</strong><br />

missionária. “Pretendo<br />

manter a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong> sempre atualizada<br />

sobre esta missão, que é <strong>de</strong><br />

toda a <strong>Arquidiocese</strong>”, disse.<br />

Um aprendizado<br />

Estou aqui em Guiné Bissau<br />

como enviado da Igreja <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>.<br />

Associei-me ao Pontifício<br />

Instituto das Missões Exteriores<br />

– PIME, que me está introduzindo<br />

no trabalho. Tem sido um gran<strong>de</strong><br />

presente a acolhida que o<br />

PIME nos tem dado, com sua<br />

experiência e estrutura.<br />

Neste primeiro momento, estou<br />

tomando conhecimento da<br />

realida<strong>de</strong> em que me encontro.<br />

Tenho contacto com os vários<br />

missionários e missionárias aqui<br />

em Guine Bissau. Aos poucos vou<br />

<strong>de</strong>scobrindo a forma <strong>de</strong> ser missionário<br />

em uma nova realida<strong>de</strong>.<br />

Também, estando distante da terra<br />

natal, e em uma soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

minoria cristã, tenho feito uma<br />

experiência muito bonita <strong>de</strong> Deus.<br />

Temos aqui um bom número<br />

<strong>de</strong> missionárias religiosas brasileiras.<br />

Elas fazem um trabalho<br />

muito significativo <strong>de</strong> testemunho<br />

cristão, catequese e serviço<br />

social, sobretudo na saú<strong>de</strong> e<br />

na <strong>ed</strong>ucação. Em Bafatá chegou,<br />

para trabalhar dois anos,<br />

uma missionária leiga, provinda<br />

<strong>de</strong> Maringá, PR. Antes <strong>de</strong>la estivera<br />

uma outra missionária, e<br />

para o próximo ano já está prevista<br />

a vinda <strong>de</strong> mais uma<br />

missionária leiga.<br />

Já existe um clero nativo<br />

Na Guiné Bissau já existe um<br />

bom número <strong>de</strong> Padres guineenses,<br />

surgidos todos nestes últimos<br />

anos. Impressiona observar<br />

que a maioria <strong>de</strong>stes Padres<br />

provêem <strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> religião<br />

tradicional africana, portanto não<br />

cristãs. Muitos <strong>de</strong>les entraram<br />

em contato com os padres por<br />

razão <strong>de</strong> serviço e só então é que<br />

conheceram o cristianismo, foram<br />

batizados, e foram <strong>de</strong>spertados<br />

na vocação sacerdotal.<br />

Dentre estes padres nativos,<br />

o primeiro foi or<strong>de</strong>nado em 1982,<br />

e hoje é o bispo <strong>de</strong> Bissau, Dom<br />

José Câmnate. Sua família permanece<br />

<strong>de</strong> religião tradicional<br />

africana. É bom <strong>de</strong>stacar que a<br />

primeira diocese do país foi criada<br />

em 1977, não havendo, então,<br />

nenhum Padre nativo. Bafatá foi<br />

a segunda e última diocese, fundada<br />

em 2001, on<strong>de</strong> estou.<br />

A pastoral e os batizados<br />

É muito importante a visita às<br />

famílias, mesmo não cristãs. Dáse<br />

muito valor à pastoral da saú<strong>de</strong>,<br />

da criança e à criação <strong>de</strong> escolas.<br />

A catequese se faz com<br />

pessoas <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s, em<br />

especial com adultos. A catequese<br />

<strong>de</strong> um adulto, para o batismo,<br />

leva pelo menos cinco anos. Uma<br />

realida<strong>de</strong> muito particular da<br />

Guiné Bissau é que a maioria dos<br />

cristãos é formada por jovens.<br />

O país <strong>de</strong> Guiné-bissau<br />

Natureza: Guiné Bissau, região<br />

<strong>de</strong> floresta úmida, limita com<br />

Crismandos, ao fundo, sendo conduzidos à celebração através <strong>de</strong> um ritual local<br />

Divulgação/JA<br />

o oceano Atlântico e está próxima<br />

do <strong>de</strong>serto do Saara. Tem<br />

muito ver<strong>de</strong> e muita água. Favorável<br />

à agricultura e à fruticultura,<br />

com um mar apropriado à pesca.<br />

A sua fauna é rica. Na ca<strong>de</strong>ia biológica,<br />

o animal <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

mais conhecido é o hipopótamo,<br />

que vive na costa do mar, tendose<br />

adaptado à água salgada. Mas<br />

o ser mais temido é o pernilongo,<br />

<strong>de</strong>vido à malária e ao incômodo<br />

<strong>de</strong> sua insistente presença.<br />

Economia: O país não tem<br />

uma r<strong>ed</strong>e permanente <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

On<strong>de</strong> existe a luz elétrica,<br />

ela serve mais para iluminação.<br />

É comum ver pequenos geradores<br />

elétricos trabalhando em<br />

frente às casas <strong>de</strong> comércio. A<br />

exportação do país <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />

90%, da exportação da castanha<br />

do caju, que, neste ano, quase<br />

não houve. Já foi exportadora <strong>de</strong><br />

arroz, mas agora o está importando.<br />

Afinal, vive na <strong>de</strong>pendência<br />

da ajuda internacional.<br />

A sua posição no índice <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento humano ocupa<br />

o lugar dos países mais pobres<br />

do mundo: é a <strong>de</strong> 172° lugar, sobre<br />

177 países. A causa mais próxima<br />

<strong>de</strong>sta situação <strong>de</strong>soladora<br />

é a <strong>de</strong>struição causada pela guerra<br />

<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> Portugal,<br />

concluída em 1974, os golpes<br />

militares, a guerra <strong>de</strong> 1995 e a<br />

falta <strong>de</strong> organização do governo.<br />

Educação: Além da escola<br />

pública e das escolas privadas, há<br />

as escolas <strong>de</strong> auto-gestão em que<br />

participam a comunida<strong>de</strong>, a Igreja<br />

e o governo. O índice <strong>de</strong> analfabetismo<br />

é muito gran<strong>de</strong>. O Ministério<br />

da Educação, no ano passado,<br />

reconhecia que 63,4 % da<br />

população era analfabeta. Os salários<br />

são baixos. No dia 15 <strong>de</strong><br />

agosto passado, um grupo gran<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> professores contratados fez<br />

uma manifestação por estar sem<br />

pagamento há 9 e 14 meses. A<br />

Igreja tem uma gran<strong>de</strong> presença<br />

na criação <strong>de</strong> escolas. Atualmente,<br />

com 79 escolas, aten<strong>de</strong> 16 mil<br />

alunos, somando as escolas da<br />

Igreja e as escolas mistas.<br />

Um trabalho missionário muito<br />

freqüente, quando se chega a<br />

uma nova comunida<strong>de</strong> do interior,<br />

é o início <strong>de</strong> uma escola <strong>de</strong><br />

auto-gestão, em que a comunida<strong>de</strong><br />

constrói um prédio simples,<br />

a Igreja administra, e o governo<br />

assume o professor que a comunida<strong>de</strong><br />

lhe apresenta, o qual é ,<br />

tradicionalmente, um homem. É<br />

raro ver uma mulher professora.<br />

Saú<strong>de</strong>: O sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

não é melhor do que o escolar.<br />

Poucos hospitais, poucos médicos,<br />

baixos salários, falta <strong>de</strong> m<strong>ed</strong>icamento,<br />

hospitais sem equipa-<br />

Pe. Lúcio interage com a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Bafatá buscando conhecer<br />

mais <strong>de</strong>sse povo sofrido com uma história semelhante a nossa<br />

mento. Um médico do governo<br />

recebe o equivalente a pouco mais<br />

do que um salário mínimo do Brasil.<br />

O índice <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> infantil<br />

é <strong>de</strong> 107 por mil. A Igreja promove<br />

a pastoral da criança e a<br />

pastoral da saú<strong>de</strong>. Há várias iniciativas<br />

na área das clínicas e hospitais<br />

por parte das Missões. O<br />

hospital <strong>de</strong> referência nacional no<br />

tratamento da Hanseníase e do<br />

HIV é da missão franciscana <strong>de</strong><br />

Cumura, que é mantido por benfeitores<br />

italianos.<br />

O povo <strong>de</strong> Guiné Bissau: O<br />

povo é acolh<strong>ed</strong>or e <strong>de</strong> convivência<br />

pacífica. É formado por trinta<br />

e seis etnias, cada uma com sua<br />

língua própria. As religiões convivem<br />

pacificamente, sendo a maioria<br />

muçulmana e <strong>de</strong> religião tradicional<br />

africana (animista). Em<br />

todo o país fala-se em 10 ou 13%<br />

<strong>de</strong> cristãos, sendo que na diocese<br />

<strong>de</strong> Bafatá os cristãos somam 7%.<br />

A média <strong>de</strong> vida é <strong>de</strong> 47 anos.<br />

A comida básica é o arroz. Diante<br />

<strong>de</strong> toda a insegurança e o so-<br />

Dom P<strong>ed</strong>ro Carlos Zilli, bispo<br />

da Diocese <strong>de</strong> Bafatá, em<br />

Guiné Bissau, na África, encaminhou<br />

correspondência a Dom<br />

Murilo Krieger agra<strong>de</strong>cendo os<br />

recursos do 15º Congresso<br />

Eucarístico Nacional encaminhados<br />

àquela diocese. Parte<br />

das coletas das três celebrações<br />

realizadas no Estádio Orlando<br />

Scarpelli, em <strong>Florianópolis</strong>, foram<br />

<strong>de</strong>stinadas à Guiné Bissau. A<br />

diocese recebeu, no total US$<br />

10 mil (<strong>de</strong>z mil dólares).<br />

Na carta, Dom Zilli diz que o<br />

dinheiro “vai permitir que se concretize,<br />

aqui na África, a fé e a carida<strong>de</strong><br />

dos congressistas e, mui<br />

especialmente, da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />

Divulgação/JA<br />

frimento em que o povo vive, chama<br />

a atenção o índice <strong>de</strong> suicídio:<br />

índice zero. Isso nos faz perceber<br />

a força interior e espiritual<br />

do povo <strong>de</strong> Guiné-Bissau.<br />

Afinal<br />

A presença da arquidiocese <strong>de</strong><br />

<strong>Florianópolis</strong> na África está sendo<br />

uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> também po<strong>de</strong>rmos<br />

ver além-oceano, e amar<br />

concretamente um povo que nos<br />

é familiar por motivos históricos.<br />

Acr<strong>ed</strong>ito que este gesto missionário<br />

da <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong><br />

fará com que nos <strong>de</strong>scubramos ainda<br />

mais. Com ele, po<strong>de</strong>remos perceber<br />

outras forças que temos em<br />

nossas comunida<strong>de</strong>s e que, para<br />

<strong>de</strong>sabrocharem, necessitam <strong>de</strong>stes<br />

<strong>de</strong>safios que o novo nos traz.<br />

A vida é assim.<br />

DIOCESE DE BAFATÁ: Caixa<br />

Postal 385 - Bissau, Guiné<br />

Bissau. Fone: 00 245 411507;<br />

00245 661 2742 E-mail: domzilli<br />

@yahoo.com.br<br />

Bispo <strong>de</strong> Guiné Bissau<br />

agra<strong>de</strong>ce recursos do 15º CEN<br />

<strong>Florianópolis</strong>, que tão bem celebrou<br />

o 15º Congresso Eucarístico<br />

Nacional e que já se faz presente<br />

entre nós através do Pe. Lúcio<br />

Espíndola Santos e da Irmã Elisabete<br />

Ana Rodrigues, <strong>de</strong> Palhoça,<br />

Missionária da Imaculada (PIME).”<br />

Segundo o bispo, o dinheiro<br />

da coleta do 15º Congresso<br />

Eucarístico Nacional do Brasil<br />

será usado na promoção social,<br />

na formação e no seminário.<br />

“A fim <strong>de</strong> que nossos benfeitores<br />

possam celebrar conosco<br />

os frutos <strong>de</strong>sta partilha, enviaremos<br />

dados mais concretos<br />

logo que tivermos aplicado esta<br />

expressiva partilha”, acrescentou<br />

Dom Zilli.


MISSÃO<br />

Jovens <strong>de</strong> Madri evangelizando Jovens<br />

Como já aconteceu em Roma,<br />

na diocese do Papa, agora<br />

são os jovens <strong>de</strong> Madri-<br />

Espanha, que, aten<strong>de</strong>ndo ao seu<br />

Car<strong>de</strong>al, se lançam à Missão.<br />

Objetivo da Missão: “Anunciar<br />

e propor Jesus Cristo a todos<br />

os jovens em Madri, especialmente<br />

aos mais afastados da<br />

fé e da comunida<strong>de</strong> eclesial,<br />

para que se encontrem com Ele,<br />

dando uma resposta <strong>de</strong> fé, livre<br />

e responsável”.<br />

O Coor<strong>de</strong>nador da Juventu<strong>de</strong><br />

da <strong>Arquidiocese</strong> afirmou: “Cada<br />

dia é mais urgente que a Igreja<br />

saia ao encontro dos jovens em<br />

suas diversas situações, tanto<br />

<strong>de</strong> integração social como <strong>de</strong> exclusão.<br />

Por isso, temos certeza<br />

<strong>de</strong> que a Missão jovem para<br />

Madri será uma rica vivência para<br />

os jovens católicos, pois, embora<br />

encontrando dificulda<strong>de</strong>s no<br />

anúncio do Evangelho a seus<br />

conterrâneos, eles ficarão enriquecidos<br />

sentindo-se testemunhas<br />

e apóstolos <strong>de</strong> Jesus”.<br />

Seis <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z jovens <strong>de</strong><br />

Madri afirmam crerem em Deus,<br />

Jovens <strong>de</strong> Madri, na Espanha, motivados para o trabalho missionário<br />

embora só dois se consi<strong>de</strong>rem<br />

católicos praticantes. Constatouse<br />

também que a cada <strong>de</strong>z jovens,<br />

ao menos um jamais ouviu<br />

falar <strong>de</strong> Deus, nem em família<br />

nem entre seus amigos, colegas<br />

<strong>de</strong> estudo ou <strong>de</strong> trabalho. Num<br />

mundo cada vez mais quebrado<br />

e egoísta – afirma a coor<strong>de</strong>na-<br />

ção da Missão – é preciso que<br />

os jovens transbor<strong>de</strong>m em “fantasia<br />

e criativida<strong>de</strong>” pastoral, saindo<br />

da rotina e do cansaço para<br />

o mundo, como sal e luz, dando<br />

provas convincentes <strong>de</strong> sua fé no<br />

“Deus Amor” e acr<strong>ed</strong>itando que<br />

ele é verda<strong>de</strong>iramente “o Caminho,<br />

a Verda<strong>de</strong> e a Vida”.<br />

Diálogo: a melhor atitu<strong>de</strong> contra o fundamentalismo<br />

Numa entrevista, Souad Sbai,<br />

presi<strong>de</strong>nte da Conf<strong>ed</strong>eração das<br />

Comunida<strong>de</strong>s Marroquinas na Itália<br />

e diretora da revista «Al<br />

Maghrebiya», afirmou que a <strong>ed</strong>ucação,<br />

a difusão da liberda<strong>de</strong>, da<br />

razão e, sobretudo, o acesso das<br />

mulheres à escola, serão a arma<br />

melhor para lidar com os fundamenta-listas.<br />

Falando do encontro<br />

que Bento XVI teve com representações<br />

muçulmanas, Sbai<br />

Coral Santa Cecília da Cat<strong>ed</strong>ral: 56 anos<br />

No dia 22-11, quarta-feira, às<br />

20.30h, no Centro Cultural da Cat<strong>ed</strong>ral<br />

(antigo Cine Ritz), o Coral Santa<br />

Cecília realizará o Concerto do seu<br />

56º aniversário. Como <strong>de</strong> costume,<br />

o Concerto se <strong>de</strong>senvolverá em<br />

duas partes: a primeira, a capela, e a<br />

segunda, com acompanhamento <strong>de</strong><br />

Orquestra. A segunda parte será um<br />

tributo ao compositor musical mais querido<br />

da história, Mozart, neste ano em<br />

que o mundo inteiro comemora o 250º<br />

aniversário <strong>de</strong> seu nascimento. Do<br />

programa consta, além da “Missa dos<br />

pardais” e do “Te Deum em Dó Maior”,<br />

que fazem parte do repertório do<br />

Coral, também, a “Ladainha <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora em Si bemol”. Esta, em<br />

primeira audição aqui em <strong>Florianópolis</strong>.<br />

No fim da primeira parte será<br />

lançado o “Hino do Centenário <strong>de</strong> criação<br />

da diocese <strong>de</strong> <strong>Florianópolis</strong>”, <strong>de</strong><br />

autoria do regente, Pe. Ney. Com a<br />

“Oração do Centenário”, <strong>de</strong> Dom<br />

Murilo, o Hino quer contribuir para a<br />

mentalização do sentido das comemorações<br />

que se esten<strong>de</strong>rão ao longo<br />

do ano <strong>de</strong> 2008.<br />

consi<strong>de</strong>rou que o discurso do<br />

Papa, voltando a propor o caminho<br />

do diálogo inter-religioso, recordando<br />

o direito à reciprocida<strong>de</strong>,<br />

«respon<strong>de</strong>u às polêmicas”.<br />

«Foi um encontro histórico, <strong>de</strong>clarou<br />

Sbai. Por outro lado, nunca<br />

duvidamos <strong>de</strong> suas palavras. Os<br />

<strong>de</strong>sgostos ou reações violentas<br />

foram suscitados por um mal-entendido,<br />

mas também pelos extremistas<br />

que esperavam a oportunida<strong>de</strong><br />

para atacar o Papa e criar<br />

mal-estar entre a comunida<strong>de</strong><br />

islâmica mo<strong>de</strong>rada.» «Não temos<br />

<strong>de</strong> cair no erro dos extremistas<br />

que não querem o diálogo, acrescenta.<br />

O diálogo entre islã, judaísmo<br />

e cristianismo é antigo, existe<br />

há séculos e <strong>de</strong>ve continuar. É<br />

preciso isolar os extremistas e,<br />

com calma, surgirão personagens<br />

que po<strong>de</strong>m consolidar um islã<br />

mo<strong>de</strong>rado e positivo.»<br />

Divulgação/JA<br />

NOTÍCIAS DO COMIDI<br />

Se a missão é a razão <strong>de</strong> ser<br />

da Igreja, o Outubro Missionário<br />

não po<strong>de</strong> se r<strong>ed</strong>uzir a uma coleta<br />

no dia das Missões. Graças<br />

a Deus, um bom número <strong>de</strong> paróquias<br />

<strong>de</strong> nossa <strong>Arquidiocese</strong><br />

vem aproveitando mais do mês<br />

das Missões para uma maior<br />

cons-cientização missionária <strong>de</strong><br />

seus fiéis, promovendo encontros<br />

sobre o tema da Campanha<br />

Missionária, vigílias missionárias,<br />

terços missionários e<br />

fundando grupos <strong>de</strong> Infância e<br />

adolescentes missionários.<br />

Particularmente interessantes<br />

são as semanas missionárias<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -13<br />

O COMIDI agra<strong>de</strong>ce e parabeniza<br />

U C<br />

A<br />

F<br />

que estão sendo realizadas, <strong>de</strong><br />

forma criativa, em algumas <strong>de</strong><br />

nossas paróquias. Citamos, entre<br />

elas, as paróquias do Espírito<br />

Santo – Camboriú; Nossa Senhora<br />

<strong>de</strong> Fátima – Estreito; São<br />

Francisco <strong>de</strong> Assis – Aririú; São<br />

Vicente – Itajaí, etc.<br />

Louvor todo especial merece a<br />

Paróquia <strong>de</strong> Itapema que, anualmente,<br />

no mês Missionário, vem<br />

realizando as Missões Populares<br />

numa <strong>de</strong> suas comunida<strong>de</strong>s. Este<br />

ano aconteceu na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

São João Batista, no Sertão do<br />

Trombudo. Foi algo maravilhoso:<br />

um exemplo a ser imitado.<br />

Telefones dos responsáveis do COMIDI<br />

Coor<strong>de</strong>nador: Seminarista Sílvio (48)3234-4443<br />

Secretaria: Olindamir (48)3324-0970<br />

Infância Missionária – Miriângela (48) 3222-9572<br />

Adolescentes Missionários: Tina (47)3241-2230 (tar<strong>de</strong>)<br />

Missões Populares: Darcy (47) 3368-4844 – 9977-3820<br />

Missão na Bahia: Domingos (48) 3246-2298<br />

Vocação Missionária: Pe. Vicente (48) 3222-9572<br />

Pe. Paulo <strong>de</strong> Coppi, diretor do Jornal Missão Jovem<br />

www.missaojovem.com.br - (48) 3222-9572<br />

Salesianos celebram 50 anos<br />

da sua presença em Itajaí<br />

Nos dias 13 e 14 <strong>de</strong> outubro<br />

<strong>de</strong> 2006 celebraram-se os<br />

50 anos da presença dos<br />

Salesianos em Itajaí. A data foi<br />

comemorada através <strong>de</strong> um<br />

Simpósio <strong>de</strong> Educação Salesiana,<br />

que reuniu <strong>ed</strong>ucadores<br />

dos colégios e obras sociais<br />

<strong>de</strong> Santa Catarina, Rio Gran<strong>de</strong><br />

do Sul e Paraná.<br />

Realizado no Colégio Salesiano,<br />

em Itajaí, o evento contou<br />

com a participação <strong>de</strong> 370<br />

<strong>ed</strong>ucadores das obras salesianas<br />

da Região Sul. Durante os<br />

dois dias, eles participaram <strong>de</strong><br />

palestras, celebrações e apresentações<br />

artísticas e culturais.<br />

As palestras abordaram temas<br />

relacionados à <strong>ed</strong>ucação,<br />

expostos pela antropóloga e psicóloga<br />

doutora Elvira Souza<br />

Lima e pela doutora Kátia Smole,<br />

coor<strong>de</strong>nadora p<strong>ed</strong>agógica da<br />

R<strong>ed</strong>e Salesiana <strong>de</strong> Escolas.<br />

O encerramento das come-<br />

morações foi realizado no sábado,<br />

às 17h45min, com a celebração<br />

eucarística alusiva aos<br />

50 anos presidida pelo nosso<br />

Arcebispo Dom Murilo Krieger.<br />

Em seguida, houve o lançamento<br />

do livro com a história dos<br />

Salesianos em Itajaí e um Jantar<br />

Comemorativo, on<strong>de</strong> foram<br />

homenageadas pessoas e entida<strong>de</strong>s<br />

que contribuíram para a<br />

história do Colégio e do Parque.<br />

Os salesianos estão presentes<br />

em Itajaí <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1956, quando<br />

fundaram o Colégio Salesiano.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, em 1961, foi<br />

criado o Parque Dom Bosco, instituição<br />

que aten<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 400<br />

crianças e adolescentes <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />

empobrecidas <strong>de</strong><br />

Itajaí, as quais recebem reforço<br />

escolar, cursos profissionalizantes<br />

e oficinas. Em 1968, a comunida<strong>de</strong><br />

virou a paróquia São João<br />

Dom Bosco e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então é administrada<br />

pela congregação.<br />

M OLÉGIO<br />

100 NOS<br />

NA RENTE


14-<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

RETALHOS DO COTIDIANO<br />

ROSAS<br />

Na esplanada, em Lour<strong>de</strong>s,<br />

a linda estátua <strong>de</strong> Nossa Senhora<br />

coroada. A seus pés,<br />

centenas <strong>de</strong> belas rosas brancas<br />

plantadas. Junto <strong>de</strong>las,<br />

muitas rosas vermelhas, brancas<br />

e amarelas, oferecidas<br />

pelos filhos e filhas que vão<br />

àquele santuário. São flores e<br />

mais flores pra a Mãe que carregou<br />

em seu ventre a Flor do<br />

mundo!<br />

ÁGUA<br />

A terra suja escavada por<br />

Berna<strong>de</strong>tte, aten<strong>de</strong>ndo ao p<strong>ed</strong>ido<br />

da Mãe, tornou-se fonte<br />

<strong>de</strong> água puríssima que, 150<br />

anos <strong>de</strong>pois, continua a correr<br />

alegremente na gruta <strong>de</strong> Massabielle.<br />

Que a ob<strong>ed</strong>iência ao Senhor<br />

e à Mãe – ‘Fazei tudo o que Ele vos<br />

disser’ – nos aju<strong>de</strong> a encontrá-los<br />

sempre mais para nos acariciarmos<br />

na única Fonte que nunca seca.<br />

PINHEIRO<br />

Eu já o tinha visto no rigor do inverno,<br />

em meio aos montes gelados.<br />

Enquanto as <strong>de</strong>mais árvores se trajavam<br />

<strong>de</strong> outras cores ou perdiam as<br />

folhas, ele se mantinha impecavelmente<br />

ver<strong>de</strong> e exuberante. O pinheiro<br />

daquelas montanhas que refletem um<br />

pouco da grandiosida<strong>de</strong> do Criador<br />

qu<strong>ed</strong>a-se silencioso e humil<strong>de</strong> entre<br />

suas companheiras, suportando com<br />

tranqüilida<strong>de</strong> as duras provações da<br />

estação fria. Parece sinalizar que,<br />

mesmo em meio aos apertos das situações<br />

difíceis, mesmo quando a<br />

maioria segue por outras ver<strong>ed</strong>as, o<br />

cristão saberá envolver-se no manto<br />

da fé e da esperança, mantendo<br />

inalterado o rumo <strong>de</strong> sua vida que,<br />

como o pinheiro, apontará para o alto<br />

e se esten<strong>de</strong>rá para os lados, a fim <strong>de</strong><br />

acolher quer o vento, quer a neve ou o<br />

sol ou a chuva e abraçar os irmãos,<br />

todos eles amados pelo Pai.<br />

BEIJO<br />

Foi uma <strong>de</strong>finição e tanto a daquele<br />

bispo italiano, no Encontro Internacional<br />

das Equipes <strong>de</strong> Nossa Senhora: “O<br />

casal é o beijo <strong>de</strong> Deus na história”!<br />

Deus não se contenta em dizer que é<br />

amor; Ele o manifesta. E se entrega<br />

aos dois numa intimida<strong>de</strong> amorosa tão<br />

intensa e profunda que os três passam<br />

a ser um. “Gran<strong>de</strong> mistério”, repetimos<br />

como Paulo Apóstolo.<br />

FLOR<br />

Nos Alpes há uma flor que só consegue<br />

<strong>de</strong>sabrochar acima dos 1.500<br />

metros <strong>de</strong> altura. Assim são os homens<br />

e as mulheres que, quando<br />

atingem as alturas da oração, florescem<br />

e vestem o mundo <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong>,<br />

irradiando o amor como luz a indicar<br />

o caminho para muitos.<br />

UM PEDIDO<br />

Talvez em nossa casa não faltem<br />

arroz, feijão, carne, peixe, pão, nem frutas<br />

e verduras. Mas po<strong>de</strong> ser que, <strong>de</strong>baixo<br />

do teto em que vivemos, algum<br />

familiar esteja faminto, morrendo <strong>de</strong><br />

fome <strong>de</strong> compreensão, <strong>de</strong> carinho, <strong>de</strong><br />

atenção, <strong>de</strong> uma palavra <strong>de</strong> encorajamento.<br />

E nós não o alimentamos,<br />

porque somo os que têm olhos e não<br />

vêem! Quem sabe possa partir <strong>de</strong><br />

nosso coração um p<strong>ed</strong>ido, uma súplica<br />

ao Senhor: “Meu Deus, abre meus<br />

olhos para as necessida<strong>de</strong>s do próximo,<br />

especialmente daqueles que vivem<br />

comigo. Que eu faça água <strong>de</strong> ternura<br />

on<strong>de</strong> houver rancor que seca o<br />

coração; que, como Maria, eu vá às<br />

pressas dar um abraço <strong>de</strong> solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />

a quem está triste e <strong>de</strong>sanimado<br />

à minha volta; que eu dê o fermento do<br />

amor para fazer o pão da alegria que<br />

vem <strong>de</strong> ti e não queira ser, ao mesmo<br />

tempo, trigo, e sal, e água, e mãos que<br />

amassam, e fogo que coze: dá-me,<br />

Senhor, ser só o que Tu queres que<br />

eu seja; que eu não sufoque os outros<br />

querendo ser tudo, quando nada sou.<br />

Ajuda-me, Senhor, a compreen<strong>de</strong>r o<br />

outro. Vem, Senhor, toma em tuas<br />

mãos esta minha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser melhor,<br />

<strong>de</strong> ser mais parecido contigo”!<br />

Carlos Martendal<br />

Divulgação/JA<br />

ECUMENISMO<br />

Ecumenismo – Arte do Encontro<br />

Encontrar-se é como uma obra <strong>de</strong><br />

arte, pensada com o afeto e sentida com<br />

a razão. Trabalhada lentamente, no movimento<br />

da vida que mo<strong>de</strong>la sua beleza,<br />

extrai a forma da existência, figura a esperança.<br />

E, no final, acontece a transformação<br />

dos que se encontram -povos,<br />

culturas e cr<strong>ed</strong>os - na arte da comunhão.<br />

O encontro provoca, questiona, impõe<br />

novida<strong>de</strong>s. São novida<strong>de</strong>s que alimentam<br />

o <strong>de</strong>sejo da unida<strong>de</strong>. E possibilitam<br />

o enriquecimento mútuo dos que<br />

se unem, configurando i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s que<br />

se assemelham e comungam.<br />

Por isso, quando vamos ao encontro<br />

<strong>de</strong> alguém, levemos apenas o essencial<br />

- o que somos. E faremos do<br />

encontro uma festa, celebração; ou<br />

penitência, purificação. Com risos e<br />

cantos, com silêncio e contemplação.<br />

E na mudança <strong>de</strong> um e <strong>de</strong> outro, vivese<br />

a reconciliação das oposições e a<br />

comunhão das diferenças.<br />

O verda<strong>de</strong>iro encontro provoca mudanças,<br />

no modo <strong>de</strong> pensar, nos sentimentos,<br />

nas atitu<strong>de</strong>s. Mudamos em razão do<br />

mistério que se manifesta no encontro.<br />

Mistério da outra pessoa, outra realida<strong>de</strong>.<br />

Mistério da diferença, questionando pontos<br />

<strong>de</strong> vista e certezas. Exige firmeza e<br />

mudança ao mesmo tempo. Não nego o<br />

que sou, mas não me afirmo sozinho. No<br />

encontro, minha verda<strong>de</strong> é relação, minha<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é comunhão. O Eu e o Tu só<br />

tem sentido na formação do Nós.<br />

Estar disposto a encontrar-se é estar<br />

disposto a mudar. Mas há também<br />

encontros que nada mudam? Sinceramente,<br />

tenho dúvidas. Se houver, são<br />

como elos perdidos na superficialida<strong>de</strong><br />

das relações. Não são encontros verda<strong>de</strong>iros.<br />

Significam perdas <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

para ser mais e melhor. Só os<br />

encontros vividos na profundida<strong>de</strong> do ser<br />

provocam mudanças.<br />

O movimento do encontro é uma<br />

realida<strong>de</strong> geográfica e espiritual. É um<br />

movimento em duas direções: externa<br />

– mudar <strong>de</strong> lugar geográfico, ir on<strong>de</strong><br />

está o outro. Interna, viver o mundo do<br />

outro, falar a sua linguagem, partilhar<br />

os seus projetos. E o que acolho no<br />

outro passa a ser parte <strong>de</strong> mim.<br />

Somente assim po<strong>de</strong>-se falar <strong>de</strong> encontros<br />

que geram unida<strong>de</strong>, comunhão,<br />

solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>, compromisso. Só assim<br />

apostamos em encontros que entrelaçam<br />

sonhos, afetos, dores e alegrias.<br />

Só assim cremos em encontros que irmanam<br />

vidas, projetos e cr<strong>ed</strong>os. Não<br />

são encontros mesquinhos, egoístas.<br />

São encontros vividos na gratuida<strong>de</strong>. Não<br />

são encontros narcisistas, entre iguais.<br />

São encontros abertos às diferenças.<br />

Não são encontros <strong>de</strong> auto-suficientes,<br />

exclu<strong>de</strong>ntes. São encontros <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>s<br />

e <strong>de</strong> necessitados, dispostos a<br />

crescerem juntos.<br />

Assim imagino o encontro entre cr<strong>ed</strong>os,<br />

igrejas e religiões. Encontro que<br />

sustenta a esperança da fé dos crentes.<br />

Encontro que abre os templos para<br />

a celebração da vida comum. Encontro<br />

<strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong>, que supera toda carência,<br />

todo pecado, toda <strong>de</strong>s-graça. Encontro<br />

<strong>de</strong> mitos e ritos, <strong>de</strong> teologias e<br />

liturgias, sem temer a mudança, para<br />

que a verda<strong>de</strong> possa ser reconhecida,<br />

partilhada, comungada. Encontro <strong>de</strong><br />

comunhão.<br />

Ecumenismo é assim, coragem <strong>de</strong><br />

encontrar-se. Expansão do ser e da fé<br />

na busca <strong>de</strong> plenitu<strong>de</strong>. É envolvimento<br />

num processo <strong>de</strong> mudança, na graça<br />

que aproxima as distâncias e comunga<br />

as diferenças. Ecumenismo, arte do<br />

encontro.<br />

Elias Wolff<br />

Leia mais sobre ecumenismo: www.itesc.ecumenismo.com<br />

Dizimo: pagar ou ofertar, receber ou cobrar?<br />

Muitas vezes, a pessoa faz a opção<br />

pelo dízimo levada pela emoção do momento.<br />

Passada a emoção, não se sente<br />

mais motivada a contribuir. Por isso é<br />

importante uma conscientização que<br />

atinja o coração e a razão do dizimista.<br />

Uma pessoa conscientizada, dificilmente<br />

<strong>de</strong>ixará <strong>de</strong> contribuir.Ao contrário, procurará<br />

aumentar sua oferta.<br />

A evangelização <strong>de</strong>ve levar o dizimista<br />

a uma <strong>de</strong>cisão pessoal espontânea, brotada<br />

do coração, a partir <strong>de</strong> uma experiência<br />

<strong>de</strong> fé na divina Providência. O<br />

dízimo expressa a gratidão a Deus e a<br />

responsabilida<strong>de</strong> e solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> com os<br />

irmãos.<br />

Cobrança do dizimista? Ora, dízimo<br />

não se paga, se oferta, portanto não se<br />

cobra. No entanto, convém estimular o<br />

dizimista a contribuir periodicamente,<br />

através <strong>de</strong> incentivos que o lembrem <strong>de</strong><br />

sua responsabilida<strong>de</strong> com a comunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fé qual participa.<br />

Em vez <strong>de</strong> “cobrar”, cabe à equipe do<br />

dízimo atuar em uma conscientização<br />

constante, inclusive individual, com os<br />

dizimistas já participantes, para que se<br />

sintam estimulados a continuar em sua<br />

caminhada <strong>de</strong> fé e solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />

O gesto fiel <strong>de</strong> ofertar o dizimo é a<br />

prova concreta da participação na comunida<strong>de</strong>.<br />

Dessa forma, o dízimo se torna<br />

uma bênção, não um peso. A oferta do<br />

dízimo nos leva a experienciar, na missa<br />

<strong>de</strong> todos, a força <strong>de</strong> Deus e a união<br />

dos irmãos.<br />

Equipe arquidiocesana <strong>de</strong> dizimo


CNBB lança o Diretório<br />

Nacional <strong>de</strong> Catequese<br />

A Conferência Nacional dos Bispos do<br />

Brasil (CNBB) lançou, no dia 25/10, o<br />

Diretório Nacional <strong>de</strong> Catequese. O evento<br />

contou com a presença do presi<strong>de</strong>nte<br />

da Comissão Episcopal Pastoral para a<br />

Animação Bíblico-Catequética, dom Eugênio<br />

Rixen, e do bispo responsável pela<br />

Comissão <strong>de</strong> R<strong>ed</strong>ação, dom Albano<br />

Cavallin. O Diretório Nacional <strong>de</strong> Catequese<br />

da Igreja no Brasil foi aprovado na<br />

Assembléia Geral da CNBB no dia 15 <strong>de</strong><br />

agosto <strong>de</strong> 2005. Ele se divi<strong>de</strong> em duas<br />

partes. A primeira tem caráter mais <strong>de</strong><br />

iluminação, e aborda os fundamentos teológico-pastorais<br />

da catequese, a partir<br />

da renovação pós-conciliar. A segunda<br />

parte, <strong>de</strong> caráter mais prático, se compõe<br />

<strong>de</strong> quatro capítulos: Catequese como<br />

<strong>ed</strong>ucação da fé; Destinatários como<br />

interlocutores no processo catequético;<br />

O ministério catequético e seus protagonistas;<br />

Lugares da catequese e sua organização<br />

na Igreja particular.<br />

Papa <strong>de</strong>staca importância<br />

da unida<strong>de</strong> entre os cristãos<br />

Os cristãos estão “tragicamente divididos”,<br />

mas não se <strong>de</strong>ve per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista o<br />

objetivo final, a “plena e visível comunhão<br />

em Cristo e na Igreja”, disse o papa Bento<br />

XVI. Segundo o pontífice, o mundo tem<br />

hoje “necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma nova evangelização,<br />

um renovado anúncio, por parte<br />

dos cristãos, da esperança que há neles”.<br />

Bento XVI se pronunciou em uma audiência<br />

que conc<strong>ed</strong>eu aos membros do organismo<br />

ecu-mênico Christian World<br />

Communions, ativo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1957, e cuja<br />

reunião <strong>de</strong> secretários foi realizada neste<br />

ano em Roma. “Cada passo para a unida<strong>de</strong><br />

dos cristãos serve para proclamar o<br />

Evangelho”, disse o Papa. O pontífice <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u<br />

ainda que o diálogo teológico entre<br />

as confissões cristãs esteja empenhado<br />

em superar os fatores que as divi<strong>de</strong>m,<br />

para encontrar a unida<strong>de</strong> em Cristo.<br />

Mensagem da Santa Sé para os<br />

islâmicos no final do Ramadã<br />

‘’Apesar do caminho para o diálogo<br />

autêntico parecer difícil, é agora mais<br />

necessário que nunca’’. Esta foi a mensagem<br />

do Presi<strong>de</strong>nte do Conselho<br />

Pontifício para o Diálogo inter-religioso,<br />

dirigida à comunida<strong>de</strong> islâmica no final<br />

do Ramadã, em 20/10. Sob o nome ‘’Cristãos<br />

e Muçulmanos: num diálogo confiante<br />

para enfrentar juntos os <strong>de</strong>safios do<br />

mundo’’, a mensagem foi também disponibilizada<br />

em árabe na página do Vaticano.<br />

Desejando ‘’paz, tranquilida<strong>de</strong> e alegria no<br />

coração e em todas as casas’’, a mensagem<br />

afirma que é impossível os crentes<br />

não se confrontarem com os problemas<br />

do nosso tempo ‘’injustiça, pobreza, tensões<br />

e conflitos’’. ‘O mundo, ‘’ao qual pertencemos,<br />

precisa <strong>de</strong> cristãos e <strong>de</strong> muçulmanos,<br />

que se respeitem e que mostrem<br />

evidências <strong>de</strong>sse respeito e trabalho<br />

conjunto’’, conclui a mensagem.<br />

IGREJA NO BRASIL E NO MUNDO<br />

Card. Hummes nomeado prefeito<br />

da Congregação para o Clero<br />

O arcebispo<br />

<strong>de</strong> São Paulo foi es<br />

colhido, no dia 31 <strong>de</strong> outubro, pelo<br />

Papa Bento XVI, para assumir o<br />

cargo <strong>de</strong> Prefeito da Congregação para<br />

o Clero. Ele assume no lugar do Car<strong>de</strong>al<br />

Dario Castrillon Hoyos<br />

No Vaticano, para on<strong>de</strong> se muda<br />

ainda este ano, ele vai executar os projetos<br />

e as diretrizes do papa para os<br />

cerca <strong>de</strong> 400 mil padres e diáco-nos<br />

que a Igreja tem no mundo. Dom Cláudio<br />

terá <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong><br />

São Paulo, posto mais importante da<br />

Igreja no Brasil, sob o aspecto <strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> fiéis, para assumir o seu novo<br />

cargo ainda este ano.<br />

Para Dom Cláudio, o fato <strong>de</strong> o papa<br />

ter escolhido um representante da América<br />

Latina mostra a importância que a<br />

Igreja dá para a região. Ele consi<strong>de</strong>ra<br />

que a experiência da realida<strong>de</strong> brasileira<br />

será importante na nova função. “Sempre<br />

é importante que a Cúria seja internacionalizada,<br />

o que vem ocorrendo com<br />

os últimos papas. Antes ela era mais<br />

italiana”, disse.<br />

Dom Cláudio substituiu Dom Paulo<br />

Evaristo Arns na <strong>Arquidiocese</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo e se notabilizou com um dos nomes<br />

mais fortes da Igreja brasileira, tendo<br />

sido, inclusive, citado na substituição<br />

<strong>de</strong> João Paulo II.<br />

Natural <strong>de</strong> Montenegro (RS), on<strong>de</strong><br />

nasceu a 08 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1934, or<strong>de</strong>-<br />

Dom Cláudio Hummes foi nomeado para um dos<br />

cargos mais importantes do Vaticano e <strong>de</strong>ixa vaga a<br />

<strong>Arquidiocese</strong> São Paulo<br />

nou-se padre em Divinópolis (MG), em<br />

1958, pertencendo à Or<strong>de</strong>m Franciscana<br />

dos Fra<strong>de</strong>s Menores. Foi or<strong>de</strong>nado bispo<br />

em Porto Alegre (RS), em 1975. Tomou<br />

posse como arcebispo <strong>de</strong> São Paulo<br />

em 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1998. Foi criado<br />

Car<strong>de</strong>al no dia 21 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 2001,<br />

pelo Papa João Paulo II.<br />

Arcebispo <strong>de</strong> Québec fala do 49º<br />

Congresso Eucarístico Internacional<br />

No mesmo dia da abertura da Assembléia<br />

Plenária da Conferência Episcopal<br />

do Canadá (CCCB), o car<strong>de</strong>al Marc<br />

Ouellet, arcebispo <strong>de</strong> Québec, <strong>de</strong>u <strong>de</strong>talhes<br />

sobre o 49º Congresso Eucarístico<br />

Internacional, que sua diocese acolherá<br />

em menos <strong>de</strong> dois anos. O Congresso terá<br />

três temas principais que permitirão apreciar<br />

mais profundamente a Eucaristia na<br />

vida cristã - anunciou o Car<strong>de</strong>al: «A Sagrada<br />

Eucaristia, dom <strong>de</strong> Deus», «A Eucaristia,<br />

a Nova Aliança» e «Para a Vida<br />

do Mundo». A organização espera 15 mil<br />

participantes - 10 mil <strong>de</strong>les cana<strong>de</strong>nses -<br />

no encontro que acontecerá <strong>de</strong> 15 a 22 <strong>de</strong><br />

junho <strong>de</strong> 2008 em Québec, coincidindo<br />

com o IV centenário da fundação a cida-<br />

O Papa Bento XVI recebeu, no dia 16/<br />

10, a visita da presidência da CNBB (Conferência<br />

Nacional dos Bispos do Brasil), que<br />

informou sobre os preparativos para a viagem<br />

pontifícia a Aparecida, no interior <strong>de</strong><br />

São Paulo, para a V Conferência Geral do<br />

CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano),<br />

no ano que vem. O Car<strong>de</strong>al Geraldo<br />

Majella Agnelo, presi<strong>de</strong>nte da CNBB,<br />

comentou que o Santo Padre esteve ale-<br />

<strong>de</strong>. De forma similar à Jornada Mundial da<br />

Juventu<strong>de</strong> que Toronto acolheu em 2002,<br />

evento que incluiu a peregrinação com a<br />

cruz através do Canadá, o comitê<br />

organizador está promovendo o Congresso<br />

Eucarístico Internacional com a «Arca<br />

da Nova Aliança», que Bento XVI abençoou<br />

em maio passado. O tema-eixo do<br />

Congresso será «A Eucaristia, dom <strong>de</strong><br />

Deus para a vida do mundo». Um dos<br />

momentos memoráveis será certamente<br />

a cerimônia <strong>de</strong> encerramento no domingo,<br />

22 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2008, que po<strong>de</strong>rá chegar<br />

a reunir mais <strong>de</strong> 250 mil pessoas, se<br />

for confirmada a presença do Papa. Site<br />

oficial do 49º Congresso Eucarístico Internacional:<br />

www.cei2008.ca.<br />

Papa Bento XVI recebe em audiência presidência da CNBB<br />

gre e muito acolh<strong>ed</strong>or, e foi informado sobre<br />

os preparativos da 44ª Assembléia Geral<br />

dos bispos brasileiros, assim como sobre<br />

a evangelização da juventu<strong>de</strong>, pela qual<br />

Bento XVI manifestou especial interesse.<br />

Bento XVI perguntou e <strong>de</strong>monstrou-se<br />

muito bem informado sobre os fatos que<br />

acontecem no Brasil. No final da visita, o<br />

Santo Padre conc<strong>ed</strong>eu a benção para toda<br />

a Igreja no Brasil e o povo brasileiro.<br />

Divulgação/JA<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006 -15<br />

Vaticano propõe que as<br />

religiões superem o ódio<br />

A Santa Sé propôs aos crentes das<br />

diferentes religiões, em particular aos<br />

hindus, vencer o ódio terrorista com o<br />

amor. ‘’Vencer o ódio com o amor’’ é precisamente<br />

o tema da mensagem publicada<br />

pelo car<strong>de</strong>al Paul Poupard, presi<strong>de</strong>nte<br />

do Conselho Pontifício para o Diálogo<br />

Inter-religioso, por ocasião da festa<br />

<strong>de</strong> Diwali, que para os hindus representa<br />

a vitória da verda<strong>de</strong> sobre a mentira, da<br />

luz sobre as trevas, da vida sobre a morte,<br />

do bem sobre o mal. ‘’A verda<strong>de</strong>, a<br />

luz, a bonda<strong>de</strong> e a vida estão intimamente<br />

ligadas à realida<strong>de</strong> do amor’’, afirma o<br />

purpurado francês, assegurando que ‘’os<br />

crentes das diferentes religiões estão<br />

chamados a superar o ódio e a indiferença,<br />

difundidos na soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> atual.’’ ‘’A<br />

pobreza moral e espiritual, que é causada<br />

pela incitação ao ódio no próprio coração,<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sarraigar-se dos crentes que<br />

estão cheios <strong>de</strong> amor e compaixão —<br />

assegura o Car<strong>de</strong>al. O amor gera confiança<br />

e esta, por sua vez, promove sinceras<br />

relações entre os crentes das diferentes<br />

religiões.’’ ‘’O amor é uma luz —<br />

no fundo, a única — que ilumina constantemente<br />

um mundo escuro e nos dá a<br />

força para viver e atuar’’, afirma por último,<br />

citando a conclusão da encíclica<br />

‘’Deus caritas est’’ <strong>de</strong> Bento XVI.<br />

RCC preten<strong>de</strong> levantar um<br />

milhão <strong>de</strong> assinaturas em<br />

<strong>de</strong>fesa da vida<br />

A Renovação Carismática Católica<br />

(RCC), quer colher, no Brasil, um milhão<br />

<strong>de</strong> assinaturas contra a <strong>de</strong>scriminalização<br />

do aborto. O objetivo é entregar o<br />

abaixo assinado em favor da vida ao Congresso<br />

Nacional. De acordo com Marizete<br />

Martins Nunes do Nascimento, Coor<strong>de</strong>nadora<br />

Nacional do Ministério <strong>de</strong> Fé e<br />

Política da RCC, o dia “D” da colheita <strong>de</strong><br />

assinaturas será a data <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> novembro.<br />

“O abaixo assinado <strong>de</strong>ve chegar em<br />

todas as dioceses, cida<strong>de</strong>s e grupos <strong>de</strong><br />

oração do Brasil com um trabalho <strong>de</strong> corpo<br />

a corpo para a coleta <strong>de</strong> assinaturas,<br />

nas paróquias, nas comunida<strong>de</strong>s, nas<br />

famílias, nos locais <strong>de</strong> trabalho, nas associações<br />

etc”, <strong>de</strong>stacou a coor<strong>de</strong>nadora.<br />

Segundo ela, após esta data as assinaturas<br />

<strong>de</strong>vem ser enviadas, pelos Correios,<br />

diretamente ao Escritório Administrativo<br />

da RCC do Brasil (Rua Dr. Arthur<br />

Martins, 137, CEP 18035-250 – Sorocaba,SP).<br />

É neste escritório que será<br />

preparado um Ofício para envio das assinaturas<br />

aos parlamentares, pelo Presi<strong>de</strong>nte<br />

do Conselho Nacional, Sr. Marcos<br />

Volcan. Marizete Martins explica que,<br />

para evitar <strong>de</strong>longas, cada cida<strong>de</strong> po<strong>de</strong><br />

enviar diretamente para o Escritório Nacional,<br />

sem retornar ao Coor<strong>de</strong>nador Estadual.<br />

“Os Ministérios <strong>de</strong> Fé e Política e<br />

Universida<strong>de</strong>s Renovadas estarão à disposição<br />

para quaisquer esclarecimentos”,<br />

acrescenta a coor<strong>de</strong>nadora. Para<br />

download do abaixo-assinado acesse o<br />

link: http://www.rccbrasil.org.br/


16-<br />

<strong>Novembro</strong> <strong>de</strong> 2006<br />

A partir <strong>de</strong> novembro, a Rádio<br />

Cultura AM 1110 passará a<br />

retransmitir a Rádio Vaticano. A<br />

parceria foi firmada em junho <strong>de</strong>ste<br />

ano em visita realizada pelo<br />

Diretor Presi<strong>de</strong>nte, Padre Marcio<br />

Vignoli, e o Diretor Executivo<br />

Erichson Stueber, que estiveram<br />

na s<strong>ed</strong>e da rádio em Roma.<br />

De segunda a sábado, às<br />

12h05min, os ouvintes po<strong>de</strong>rão<br />

acompanhar o Jornal Vaticano<br />

EDITAL DE CONVOCAÇÃO<br />

Para: Entida<strong>de</strong>s Membros da<br />

Ação Social Arquidiocesana<br />

A Ação Social Arquidiocesana vem, através do presente Edital<br />

<strong>de</strong> Convocação, convocar as Entida<strong>de</strong>s Membros, para participarem<br />

da 36ª Assembléia Geral Ordinária da Ação Social<br />

Arquidiocesana, que será realizada no dia 02 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong><br />

2006, com início às 8 h e término previsto para as 16 horas. A<br />

referida Assembléia Geral terá como objetivos: a) Avaliar a caminhada<br />

<strong>de</strong> 2006; b) Aprovar os indicativos <strong>de</strong> atuação para<br />

2007; c) Homologar o ingresso <strong>de</strong> novas Entida<strong>de</strong>s Membros.<br />

A Assembléia instalar-se-á em primeira convocação com a<br />

presença da maioria absoluta dos associados presentes e, em<br />

segunda convocação, meia hora <strong>de</strong>pois, com qualquer número<br />

<strong>de</strong> associados presentes, e suas <strong>de</strong>liberações serão votadas<br />

quando aprovadas pela maioria simples dos associados presentes,<br />

(cf. art. 9º do Estatuto, parágrafo 1º). O local <strong>de</strong> realização<br />

da Assembléia será a Paróquia São Judas Ta<strong>de</strong>u, sita à<br />

Rua Capitão P<strong>ed</strong>ro Leite, 406 – Barreiros – São José.<br />

<strong>Florianópolis</strong>, 1º <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 2006<br />

D. MURILO S.R. KRIEGER<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Ação Social Arquidiocesana<br />

Rádio Cultura retransmitirá a Rádio<br />

Vaticano a partir <strong>de</strong> novembro<br />

em língua portuguesa. Às quintas-feiras,<br />

no mesmo horário, a<br />

transmissão será do programa<br />

“Em Romaria”, ao vivo, <strong>de</strong> Roma.<br />

“Estamos felizes em po<strong>de</strong>r<br />

inserir em nossa programação o<br />

sinal da Rádio Vaticano em comunhão<br />

com a Igreja <strong>de</strong> todo o<br />

mundo. Este já era um p<strong>ed</strong>ido<br />

<strong>de</strong> D. Murilo. Isso dá também<br />

cr<strong>ed</strong>ibilida<strong>de</strong> à nossa emissora”,<br />

disse Padre Marcio.<br />

Pe. Márcio (esq.), presi<strong>de</strong>nte da Rádio Cultura, com o Pe Lombardi e Silvonei<br />

José na assinatura do contrato <strong>de</strong> retransmissão da Rádio Vaticano.<br />

Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>: há <strong>de</strong>z anos<br />

comunicando a vida e a esperança<br />

“Este Jornal é apenas uma<br />

semente que vai germinar e transformar-se<br />

em uma árvore que nos<br />

dará muitos frutos”. Assim dizia o<br />

texto publicado na capa da primeira<br />

<strong>ed</strong>ição do Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

em outubro <strong>de</strong> 1996. O<br />

profético texto da primeira <strong>ed</strong>ição<br />

se concretizou, e agora já faz <strong>de</strong>z<br />

anos que estamos “comunicando<br />

a vida e a esperança”.<br />

Criado como continuação da<br />

Revista “Pastoral <strong>de</strong> Conjunto”,<br />

que por 32 anos espelhou a nossa<br />

realida<strong>de</strong> eclesial, o Jornal da<br />

<strong>Arquidiocese</strong> conseguiu atingir o<br />

seu objetivo. Com uma tiragem<br />

mensal <strong>de</strong> 20 mil exemplares, ele<br />

hoje circula nas 64 paróquias da<br />

<strong>Arquidiocese</strong>, procurando sempre<br />

oferecer o melhor para a formação<br />

e informação dos seus milhares<br />

<strong>de</strong> leitores.<br />

Nestes 10 anos, comunicou<br />

a vida da Igreja na <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

no Brasil e no mundo: a vida dos<br />

seminários, as or<strong>de</strong>nações diaconais<br />

e presbiterais, nomeações<br />

episcopais, o trabalho e a<br />

formação dos leigos em suas várias<br />

ativida<strong>de</strong>s; a canonização <strong>de</strong><br />

Santa Paulina e a construção do<br />

Santuário; o falecimento <strong>de</strong> João<br />

Paulo II e a posse no novo Papa;<br />

a cobertura do 15º Congresso<br />

Eucarístico Nacional. E, agora,<br />

a preparação do centenário <strong>de</strong><br />

criaçoa da diocese. Tudo com a<br />

riqueza <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes e a seri<strong>ed</strong>a<strong>de</strong><br />

dispensada a um veículo <strong>de</strong><br />

comunicação próprio <strong>de</strong> uma<br />

<strong>Arquidiocese</strong>.<br />

Este trabalho é concebido graças<br />

à equipe <strong>ed</strong>itorial, que gesta<br />

O aniversário <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos do<br />

Jornal da <strong>Arquidiocese</strong> será celebrado<br />

através <strong>de</strong> um Fórum. O<br />

evento, que também celebra os<br />

20 anos do Jornal Missão Jovem,<br />

comemorado em agosto,<br />

será realizado no dia 18 <strong>de</strong> novembro,<br />

no Santuário <strong>de</strong> Fátima.<br />

Representantes <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s<br />

que trabalham com a juventu<strong>de</strong> e<br />

jornalistas estão sendo convidados<br />

para discutir o tema “Comu-<br />

Primeira <strong>ed</strong>ição do Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>, em 1996, e a <strong>ed</strong>ição <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2006:<br />

<strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> melhorias e aperfeiçoamentos para dar melhor jornal aos nossos leitores<br />

Para celebrar os 10 anos do Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

estamos confeccionando 50 camisetas, que serão sorteadas<br />

entre os nossos leitores. Para participar do sorteio, responda<br />

a pergunta:<br />

- Que contribuições o Jornal da <strong>Arquidiocese</strong>,<br />

em seus 10 anos, trouxe para a sua vivência<br />

na fé e participação na comunida<strong>de</strong>?<br />

As respostas po<strong>de</strong>m ser encaminhadas por e-mail, para o en<strong>de</strong>reço:<br />

jornal@arquifloripa.org.br, ou pelo correio para rua Esteves<br />

Júnior, 447, CEP 88015-530, Centro – <strong>Florianópolis</strong> – SC.<br />

cada <strong>ed</strong>ição mensal, procurando<br />

levar a melhor e mais verda<strong>de</strong>ira<br />

informação aos nossos leitores.<br />

Ela, que ao longo <strong>de</strong>sses 10 anos<br />

foi bastante modificada, é a responsável<br />

por melhorar, ampliar e<br />

enriquecer o Jornal que você re-<br />

cebe mensalmente.<br />

Sabemos que temos falhas,<br />

mas, com as sugestões que recebemos<br />

e que procuramos pôr<br />

em prática, não per<strong>de</strong>mos <strong>de</strong> vista<br />

o objetivo <strong>de</strong> levar a melhor informação<br />

ao nosso público.<br />

Fórum <strong>de</strong> comunicação celebra os <strong>de</strong>z anos<br />

nicação e Juventu<strong>de</strong>”, e lema<br />

“Uma juventu<strong>de</strong> para o hoje e o<br />

amanhã”. O objetivo é refletir sobre<br />

duas questões: - os meios <strong>de</strong><br />

comunicação <strong>de</strong>stinam espaços<br />

para os jovens?; - esses espaços<br />

refletem os anseios, dificulda<strong>de</strong>s<br />

e perspectivas da juventu<strong>de</strong>?<br />

Durante o encontro, os participantes<br />

ajudarão na elaboração<br />

<strong>de</strong> propostas para que os meios<br />

<strong>de</strong> comunicação revejam seus<br />

conceitos e programação e publiquem<br />

reportagens voltadas aos<br />

jovens. Essas propostas farão<br />

parte <strong>de</strong> um documento que será<br />

encaminhado aos Meios <strong>de</strong> Comunicação.<br />

Para m<strong>ed</strong>iar as discussões,<br />

virá Rui Antônio <strong>de</strong> Souza,<br />

r<strong>ed</strong>ator do Jornal Mundo Jovem.<br />

Ele é especialista em juventu<strong>de</strong>.<br />

Mais informações po<strong>de</strong>m<br />

ser obtidas pelo fone (48) 8405-<br />

6578 ou pelo e-mail<br />

comunicacaoejuventu<strong>de</strong>@gmail.com.

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