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a mulher e a montanha - Revista Outdoor

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nº3 janeiro/fevereiro 2012<br />

www.revistaoutdoor.pt<br />

outdoor<br />

Torna-te fã<br />

revista<br />

a <strong>mulher</strong><br />

e a <strong>montanha</strong><br />

por maria luísa tomé<br />

carlos mendes<br />

Uma vida de aventura!<br />

a importância dos Guias locais<br />

por Artur Pegas<br />

sos<br />

Segurança na neve<br />

Disponível também para iPad<br />

Pólo Sul<br />

4 aventuras lusas<br />

em família<br />

Passeio de Aventura<br />

descobrir<br />

a serra<br />

da estrela<br />

fotoGrafias<br />

panorâmicas<br />

com Joel Santos


ano novo<br />

número novo!<br />

Novo ano, novo número: a <strong>Revista</strong> <strong>Outdoor</strong> chega<br />

com novos temas e novas rubricas, que o fará repensar<br />

num 2012 mais activo, mais outdoor.<br />

Neste novo ano, queremos pô-lo fora de casa a<br />

aproveitar ao máximo os recursos naturais do nosso país lindíssimo!<br />

Vá, largue o sofá!<br />

Como destaque recordamos a grande reportagem que nos remete<br />

a um tema único e imperdível. “As Mulheres e a Montanha,<br />

por Luísa Tomé, que nos demonstra através das suas<br />

palavras os dilemas das <strong>mulher</strong>es com o seu primeiro contacto<br />

com o desporto das <strong>montanha</strong>s. Gerir trabalho e família é o<br />

primeiro dos seus desafios! Damos a conhecer igualmente os<br />

quatro aventureiros lusos do continente gelado, que relatado<br />

por Aurélio Faria ganham destaque na nossa memória pelos<br />

seus feitos e descobertas neste local misterioso. Na categoria<br />

Neve destacamos o que de melhor existe na região mais fria do<br />

nosso país: a Serra da Estrela! E já ouviu falar de Bushcraft? Nós<br />

contamos-lhe tudo! E, claro, muitas sugestões para quebrar o<br />

teu dia-a-dia. Por que espera? Parta já a descoberta desta zona<br />

com trilhos sinuosos e pontos de aventura fantásticos.<br />

Na categoria Fotografia não percam os truques e dicas para<br />

fotos panorâmicas e, também para os amantes das novas tecnologias,<br />

as novas sugestões de aplicações para iphones/ipod´s.<br />

Para que continue a acompanhar-nos,<br />

sugerimos a<br />

leitura deste novo número<br />

e contamos consigo para<br />

enriquecer os próximos<br />

número deste projecto com<br />

novas sugestões e ideias<br />

que considere relevantes.<br />

Agradecemos a todos os que<br />

nos têm ajudado a crescer e<br />

a mostrar o que de melhor<br />

se faz a nível do desporto<br />

aventura em Portugal. A comunidade<br />

de amantes de desporto aventura e outdoor é cada<br />

vez mais significativa…<br />

Continuação de boas aventuras e encontramo-nos em Março<br />

com mais temas imperdíveis e relevantes deste mundo outdoor.<br />

Convidamo-lo a ir acompanhando todas as novidades no<br />

Portal Aventuras.<br />

Equipa Portal Aventuras<br />

4<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Editorial Ficha técnica<br />

www.portalaventuras.clix.pt<br />

Edição nº3<br />

WPG – Web Portals lda<br />

NPC: 509630472<br />

CaPital soCial: 10.000,00<br />

rua Melvin Jones Nº5 bc – 2610-297 alfragide<br />

telefone: 214702971<br />

Fax: 214702973<br />

site internet: www.revistaoutdoor.pt<br />

e-mail: info@revistaoutdoor.pt<br />

reGisto erC N.º 126085<br />

Editor E dirEctor<br />

NuNo Neves | nuno.neves@portalaventuras.pt<br />

MArkEting, coMunicAção E EvEntos<br />

isa HeleNa | isa.helena@portalaventuras.pt<br />

soFia CarvalHo | sofia.carvalho@portalaventuras.pt<br />

rEvisão<br />

Cláudia CaetaNo<br />

colAborArAM nEstE núMEro:<br />

aNa isabel MiNeiro, aNa liMa, artur PeGas,<br />

aurélio Faria, Carlos MeNdes,<br />

CatariNa Mexia, Cláudio silva,<br />

daNiela teixeira, João Pedro CarMoNa,<br />

Joel saNtos, JorGe Portela,<br />

MaGali tarouCa, Maria luísa toMé,<br />

susaNa MuCHaCHo, tiaGo salazar<br />

dEsign EditoriAl<br />

iNês rosado<br />

FotogrAFiA dE cAPA<br />

artur PeGas<br />

dEsEnvolviMEnto<br />

ÂNGelo saNtos<br />

sEguE-nos nAs rEdEs sociAis!


EDITORIAL 04<br />

GRANDE REPORTAGEM<br />

A <strong>mulher</strong> e a <strong>montanha</strong> por Maria Luísa Tomé<br />

EM FAMÍLIA<br />

06<br />

ACTIVIDADE- Passeio Aventura 14<br />

EVENTO - BTL<br />

AvENTuRA<br />

18<br />

EVENTO — Nauticampo 22<br />

VIAGEM — Trekking, Travessia da Lapónia 26<br />

ACTIVIDADE — Workshop de Bushraft<br />

ENTREvIsTA<br />

30<br />

Uma vida de Aventura com Carlos Mendes<br />

POR TERRA<br />

36<br />

ACTIVIDADE — Serra da Freita - Maçico da Gargalheira 42<br />

CRÓNICA — GR_ das Putêgas 46<br />

DESCOBRIR — A importância dos Guias Locais<br />

POR ÁGuA<br />

52<br />

EVENTO — Transat 6,50 60<br />

INDOOR — Preparação para desportos de águas bravas 66<br />

ACTIVIDADE — Hidrospeed<br />

NEvE<br />

68<br />

AVENTURA — Pólo Sul, 4 Aventuras Lusas 70<br />

DESCOBRIR — Serra da Estrela 78<br />

DESAFIO — Escalada em Gelo e Mista<br />

FOTOGRAFIA<br />

82<br />

FOTOGRAFIA DO MÊS — Por Joel Santos 87<br />

ENTREVISTA — Catarina Mexia por Magali Tarouca 88<br />

PORTFOLIO DO MÊS — Pedro Carmona Santos 92<br />

TRUqUES E DICAS DE JOEL SANTOS — Fotografar Panorâmicas 96<br />

APLICAçãO PARA IPHONE E IPAD — Autostich<br />

sOs<br />

98<br />

Conselhos de Segurança na Neve<br />

DEsCOBRIR<br />

100<br />

RECEITAS OUTDOOR Tortilha de Húmus 103<br />

Pousada de Juventude de Almada<br />

104<br />

PARqUE NATURAL DA MADEIRA<br />

106<br />

Livro Aventura - “Viagens Sentimentais”<br />

kID´s<br />

112<br />

CURSOS & WORkSHOP´S AVENTURA 114<br />

ACTIvIDADEs OuTDOOR<br />

DEsPORTO ADAPTADO<br />

116<br />

ORIENTAçãO, DESAFIO VEzES DOIS 124<br />

EsPAÇO APECATE<br />

Congresso da EFAPCO<br />

128<br />

A FEChAR 130<br />

Os textos e imagens presentes na <strong>Revista</strong> <strong>Outdoor</strong> são da responsabilidade dos seus autores.<br />

Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.<br />

Directrizes<br />

nº3 Janeiro_Fevereiro<br />

2012<br />

06<br />

Assim como em muitos outros desportos, o<br />

alpinismo era um desporto de homens. Há<br />

cerca de 100 anos, <strong>mulher</strong>es de calças de<br />

<strong>montanha</strong> ou de ski eram consideradas indecentes.<br />

A <strong>mulher</strong>e e a Montanha mostra-<br />

-nos a realidade dos dias de hoje...<br />

36<br />

A melhor maneira de descrever Carlos<br />

Mendes, seria dizendo que é um apaixonado<br />

pela natureza, pelo mar, pela aventura,<br />

pela paz de espírito, pela adrenalina – em<br />

suma, um apaixonado pela vida!<br />

70<br />

Aurélio Faria, dá-nos a conhecer quatro<br />

aventureiros portugueses que realizaram<br />

grandes conquistas com o nome português.<br />

Ângelo Felgueiras, Miguel Lacerda,<br />

Filipe Palma e João Garcia destacam-se<br />

assim pelas suas aventuras no continente<br />

gelado.


Grande Reportagem<br />

6<br />

Por Maria Luísa Tomé<br />

a <strong>mulher</strong><br />

e a <strong>montanha</strong>...<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR


alpes<br />

Assim como em<br />

muitos outros desportos,<br />

o alpinismo era<br />

um desporto de homens. Há<br />

cerca de 100 anos, <strong>mulher</strong>es de<br />

calças de <strong>montanha</strong> ou de ski<br />

eram consideradas indecentes.<br />

Mesmo depois da emancipação<br />

feminina, a igualdade da <strong>mulher</strong><br />

ao homem na <strong>montanha</strong><br />

deu-se bem mais<br />

tarde. …»<br />

Fotos: luísa tomé, artur Pegas e João Garcia<br />

Continuo com frio, já vesti todos<br />

os forros polares que trouxe.<br />

Que é feito daquele de penas<br />

que comprei em Kathmandu?<br />

Agora dava jeito… Nem a atmosfera<br />

densa que se vive dentro do refúgio<br />

Elola me faz aquecer. Tento pensar noutra<br />

coisa, desviar a mente do desconforto. A<br />

minha companheira de aventuras na <strong>montanha</strong><br />

chama-me a atenção:<br />

- Conseguimos encontrar <strong>mulher</strong>es espa-<br />

nholas neste mundo de homens, já portuguesas,<br />

somos as únicas… porque será?<br />

Começamos a especular sobre o assunto.<br />

O que afastará a <strong>mulher</strong> das actividades<br />

de <strong>montanha</strong>? Desconhecimento? Desconforto?<br />

Desconfiança?<br />

Já não era a nossa primeira vez naquele<br />

refugio, todos os anos percorremos o trilho<br />

que o liga à plataforma onde deixamos os<br />

carros. Local de beleza ímpar este parque<br />

natural da serra de Gredos! Aqui à porta de<br />

casa, tão perto do nosso país, permite-nos<br />

praticar técnicas de progressão em neve e<br />

gelo. Porquê a nossa deslocação todos o Invernos<br />

para terras espanholas? É o amor<br />

que temos pelas <strong>montanha</strong>s, pela natureza,<br />

pelo ar livre. É a vontade de ascender a alguns<br />

cumes. É pelo desafio, pela emoção,<br />

pela vastidão que encontramos, pela união e<br />

sensação de pertença àquele local.<br />

Antes de mim muitas <strong>mulher</strong>es sentiram<br />

este apelo pela <strong>montanha</strong>.<br />

Assim como em muitos outros desportos, o<br />

alpinismo era um desporto de homens. Há<br />

cerca de 100 anos, <strong>mulher</strong>es de calças de<br />

<strong>montanha</strong> ou de ski eram consideradas indecentes.<br />

Mesmo depois da emancipação<br />

feminina, a igualdade da <strong>mulher</strong> ao homem<br />

na <strong>montanha</strong> deu-se bem mais tarde.<br />

A primeira ascensão a uma <strong>montanha</strong> de<br />

mais de oito mil metros foi realizada em<br />

1950 por dois franceses. Maurice Herzog e<br />

Louis Lachenal alcançaram o cume do Annapurna.<br />

Foram necessários mais 24 anos<br />

para que as <strong>mulher</strong>es igualassem o feito.<br />

Três japonesas pisaram o cume do Manaslu<br />

- Naoko Nagaseko, Mieko Mori e Masako<br />

Uchida no dia 4 de Maio de 1974. Segundo<br />

Reinhold Messer, o primeiro homem a subir<br />

às 14 <strong>montanha</strong>s com mais de 8000 metros<br />

sem oxigénio artificial, as <strong>mulher</strong>es não só<br />

tinham conseguido o seu objectivo, como o<br />

fizeram de uma forma exemplar e com uma<br />

logística impecável sob o ponto de vista estratégico.<br />

Começaram a planificar a sua ex-<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 7<br />

Grande Reportagem<br />

A Mulher e a Montanha


Grande Reportagem<br />

pedição cinco anos antes. Naoko, a<br />

chefe da expedição, estava empregada<br />

numa companhia de seguros, tinha 36<br />

anos e um filho com 8. Mieko com 33<br />

anos era solteira e empregada numa<br />

fábrica. Masako igualmente com 33<br />

anos, também empregada numa fábrica,<br />

casada e com uma filha de 4<br />

anos. Os planos de treino que fizeram,<br />

correr 1 hora diária e ir pelo menos<br />

uma vez por mês a uma <strong>montanha</strong> no<br />

Japão, deu-lhes a oportunidade de se<br />

conhecerem e formarem uma<br />

equipa coesa. Fortes terão<br />

sido estas <strong>mulher</strong>es para<br />

conseguirem conciliar<br />

o seu papel de donas<br />

de casa, mães e trabalhadoras<br />

com o seu<br />

treino diário. Grande<br />

terá sido o seu esforço,<br />

mas a vontade de ir para<br />

a <strong>montanha</strong> e a alegria de<br />

viver a expedição, conseguiu<br />

que o cansaço não prevalecesse.<br />

Um exemplo de como <strong>mulher</strong>es que<br />

levam uma vida como muitos milhares<br />

de <strong>mulher</strong>es por esse mundo<br />

fora, sem serem atletas de competição,<br />

com disciplina e força de vontade<br />

alcançaram o seu sonho.<br />

Apetece-me esticar um bocado. Subo<br />

até ao primeiro andar para o dormitório.<br />

Deixo o bulício de sala comum<br />

e recosto-me um pouco. Começo a<br />

lembrar-me de vários refúgios onde<br />

já pernoitei. Os refúgios dos Alpes, em<br />

madeira, bem cuidados e limpos. Os<br />

espanhóis, mais espartanos, os islandeses,<br />

funcionais, os russos, desmazelados.<br />

Relembro com saudades os<br />

muitos lodges do Nepal.<br />

Devido ao aumento do turismo para<br />

estes locais mais remotos, a população<br />

local começou a oferecer a sua<br />

habitação para que os caminhantes<br />

pudessem pernoitar. E muitas aldeias<br />

na <strong>montanha</strong> começaram a crescer<br />

com a construção do que habitualmente<br />

se chamam “lodges”, que não<br />

são mais do que casas muito simples,<br />

com pequenos quartos onde por vezes<br />

apenas cabem duas camas, ou mesmo<br />

camaratas para várias pessoas. Mas<br />

que bem que nos sabe ao final de um<br />

longo dia de caminhada chegarmos a<br />

8<br />

Fortes terão<br />

sido estas <strong>mulher</strong>es<br />

para conseguirem<br />

conciliar o seu<br />

papel de donas de casa,<br />

mães e trabalhadoras<br />

com o seu treino<br />

diário.<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

aconcágua<br />

aconcágua<br />

Nepal


estes locais tão acolhedores! É como se chegássemos<br />

a casa, um local abrigado e quente para<br />

pernoitar. Mais ainda, podemos ter uma refeição<br />

quente e saborosa.<br />

- Souuuuuuup’s ready! – Esta chamada faz-me<br />

regressar à realidade. Rimgi? Não, não pode<br />

ser o cozinheiro da expedição ao Island Peak.<br />

Sorrio. Claro, é a Inês. Como brincadeira,<br />

quando chamamos alguém para a mesa<br />

imitamos o nosso amigo nepalês.<br />

Que reconfortante era ouvir o seu<br />

chamamento e dirigirmo-nos<br />

para a tenda messe onde saboreávamos<br />

a deliciosa sopa.<br />

Quando não existem lodges<br />

e pernoitamos nos acampamentos,<br />

estes excelentes cozinheiros<br />

conseguem com meios<br />

tão espartanos fazer óptimas refeições.<br />

Sempre me intrigou como é<br />

que fazem um bolo de comemoração de<br />

algum aniversário ou por termos alcançado o<br />

cume, se não têm forno?!?!?!<br />

É hora de descer para jantar. Junto-me ao grupo<br />

com agrado. O momento das refeições é um momento<br />

de pausa, relaxe e convívio. Planeamos<br />

o dia seguinte, confraternizamos com os outros<br />

elementos do grupo e com outros trekkers que<br />

tal como nós também estão a usufruir de alguns<br />

bons momentos passados na <strong>montanha</strong>. Aqui a<br />

conversa flui livremente, já que os pontos de in-<br />

Bem,<br />

para ascender<br />

a qualquer <strong>montanha</strong>,<br />

temos que nos<br />

aproximar dela. E é a<br />

esta aproximação que<br />

vulgarmente chamamos<br />

trekking.<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 9<br />

Alpes<br />

teresse são comuns e as histórias de aventuras<br />

passadas são muitas para contar. A relação e o<br />

compromisso crescem quando as pessoas superam<br />

juntas situações perigosas. E esta amizade<br />

encontra-se muitas vezes entre companheiros<br />

de expedições.<br />

Um amigo pergunta-me:<br />

- Como é que vocês chegam ao campo base das<br />

<strong>montanha</strong>s?<br />

- Bem, para ascender a qualquer<br />

<strong>montanha</strong>, temos que nos apro-<br />

ximar dela. E é a esta aproximação<br />

que vulgarmente chamamos<br />

trekking. Caminhar<br />

lentamente, durante vários dias,<br />

na natureza. No trekking temos<br />

tempo para muito. Caminhamos<br />

por trilhos muitas vezes utilizados<br />

pelos locais para se deslocarem<br />

de aldeia em aldeia, trilhos<br />

que ao longo dos anos se carregaram<br />

de histórias, de alegrias e de esforço de<br />

quem os percorreu. A realidade destes povos,<br />

desprovidos muitas das vezes de outro meio de<br />

deslocação que não seja a pé, está muito longe<br />

da nossa imaginação. Desde alimentos até aos<br />

mais pesados materiais para construir as suas<br />

habitações tudo é carregado às costas, ao longo<br />

de vários dias pelos habitantes locais. É neste<br />

cenário de <strong>montanha</strong>, com paisagens serenas,<br />

percursos íngremes e vistas deslumbrantes que<br />

vamos ter oportunidade de conviver, conhecer<br />

e aprender o modo de vida dos povos da mon-<br />

Grande Reportagem<br />

A Mulher e a Montanha


Grande Reportagem<br />

tanha. Povos que devido à sua dura realidade<br />

se adaptaram ao que a natureza lhes oferece<br />

como nenhum outro. Povos que devido à sua ligação<br />

com a natureza, a conhecem, respeitam e<br />

adoram como nenhum outro. Povos que devido<br />

ao seu isolamento têm uma espiritualidade e<br />

veneração pela <strong>montanha</strong> como nenhum outro.<br />

É esta simplicidade que nos cativa desde logo<br />

no nosso primeiro contacto, esta realidade tão<br />

dura, mas tão digna de viver.<br />

O primeiro contacto que temos com este povo é<br />

devido à necessidade que temos da sua ajuda.<br />

Levamos connosco a nossa bagagem e ela vai<br />

ser transportada ou por carregadores locais<br />

ou por animais (como por exemplo burros ou<br />

yacks), animais estes que são conduzidos pelos<br />

aldeões. Em alguns países, como por exemplo o<br />

Nepal, as <strong>mulher</strong>es também transportam cargas<br />

pesadíssimas, são as sherpanis.<br />

E esta nossa marcha de aproximação à <strong>montanha</strong><br />

vai-nos permitindo adaptar o nosso organismo<br />

à altitude que vai sendo cada vez maior,<br />

treinar o nosso corpo a algumas horas caminhada<br />

diária e treinar também a nossa mente a<br />

10<br />

setembro_outubro 2011 OUTDOOR<br />

habituar-se ao ritmo próprio da <strong>montanha</strong>.<br />

À medida que a altitude aumenta a pressão atmosférica<br />

vai sendo menor, o que se reflecte<br />

numa concentração de oxigénio do ar também<br />

menor. Para nós, que não vivemos habitualmente<br />

nestas condições o que vamos notar é<br />

um maior cansaço principalmente quando fazemos<br />

movimentos mais rápidos. Quando respiramos,<br />

o oxigénio que entra nos nossos pulmões<br />

é menor, ou seja, temos que respirar mais<br />

vezes para conseguir a mesma quantidade de<br />

oxigénio que conseguiríamos ao nível do mar.<br />

Claro que o nosso organismo que é excepcional<br />

e se adapta a muitas condições adversas da natureza,<br />

aqui também vai ter o seu papel, e vai<br />

lentamente aumentando a percentagem de hemoglobina<br />

no sangue para que o aporte de oxigénio<br />

aumente. Isso poderá levar alguns dias,<br />

e é ao longo do nosso trekking que vai acontecer.<br />

Quando chegarmos ao campo base da<br />

<strong>montanha</strong>, o nosso organismo já estará mais<br />

bem adaptado à rarefacção do oxigénio do ar.<br />

A esta adaptação chamamos aclimatação. Sem<br />

qualquer base cientifica, apenas por experiência<br />

própria, tenho notado uma mais rápida<br />

adaptação das <strong>mulher</strong>es neste processo do que<br />

islândia


os homens. Nós aclimatamos mais rápido e com<br />

menos sintomas de mal de altitude, que poderão<br />

ser dores de cabeça, náuseas, cansaço e perda<br />

de apetite.<br />

É necessária uma boa dose de calma e perseverança<br />

para aclimatar em altitude. Numa sociedade<br />

que apela à rapidez nas mais simples<br />

atitudes do nosso dia-a-dia, temos que mudar<br />

de registo e adoptar o ritmo calmo da natureza.<br />

Temos que nos tornar humildes, a humildade é<br />

o segredo para muitas coisas nas <strong>montanha</strong>s.<br />

O jantar termina e todos ajudamos a limpar a<br />

mesa, queremos e devemos deixar tudo como<br />

encontramos. Dirijo-me ao meu cacifo para preparar<br />

o material para o dia seguinte. Já sei que<br />

amanhã de madrugada, na pequena sala dos cacifos<br />

estarão muitas pessoas a equipar-se. Tento<br />

colocar o material por ordem, deixar no fundo o<br />

que vou colocar por último. Saímos para o cume<br />

de madrugada, não quero atrasar os meus companheiros<br />

de cordada por isso é importante que<br />

me organize. O material que utilizamos na <strong>montanha</strong><br />

é muito importante, faz parte da nossa segurança.<br />

Hoje em dia já existe material de <strong>montanha</strong><br />

feito especialmente para <strong>mulher</strong>es, como por<br />

exemplo, mochilas que têm a altura das costas<br />

mais pequena e as alças dos ombros mais curtas<br />

desenhadas para ombros mais estreitos ou sacos<br />

de cama que têm a temperatura de conforto<br />

mais elevada pois a <strong>mulher</strong> é por natureza mais<br />

friorenta que o homem.<br />

Coloco o frontal na cabeça e dirijo-me para as<br />

casas de banho. Ora aqui está um tema muito<br />

delicado para as <strong>mulher</strong>es. As casas de banho<br />

nos refúgios são básicas, não existem duches<br />

e por vezes quando está muito frio a água gela<br />

nas canalizações sendo até impossível lavar as<br />

mãos.<br />

Partir para um local em que à partida sabemos<br />

que não vamos ter acesso a duche e água canalizada<br />

durante alguns dias requer uma mentalização<br />

e preparação prévia. Temos sempre a<br />

preciosa ajuda dos toalhetes húmidos para fazermos<br />

uma lavagem ao final do dia. Não nos<br />

esqueçamos que a sensação de sujidade quando<br />

andamos pelas <strong>montanha</strong>s, não é a mesma que<br />

temos no final de um dia numa cidade poluída.<br />

Relembro com algum humor os momentos de<br />

lavagens pouco convencionais. A ajuda duma<br />

amiga para lavar o cabelo com um balde de<br />

água, as rápidas lavagens de pés nas águas frias<br />

dos ribeiros, a alegria de receber um alguidar<br />

de água morna à saída da tenda. Mas o que mais<br />

me alegra é depois de alguns dias poder dar o<br />

verdadeiro valor a ter água canalizada, saneamento<br />

e electricidade. É ao sentir a sua falta que<br />

conseguimos dar o verdadeiro valor às coisas.<br />

Saio da casa de banho, situada no exterior do<br />

refúgio, e fico um bom bocado a observar o céu.<br />

Detenho o meu olhar na silhueta das <strong>montanha</strong>s,<br />

belíssimas, imponentes. Sinto o ar frio da<br />

<strong>montanha</strong> na minha cara, está a dizer-me que é<br />

hora de recolher e dormir.<br />

Desperto com o movimento que se sente no<br />

dormitório. Pelo menos aqueceu, 20 pessoas<br />

no mesmo quarto conseguem mesmo aquecer<br />

a atmosfera. Espreguiço-me e desço do meu<br />

beliche. Encontramo-nos novamente na sala<br />

comum, tomamos um pequeno-almoço leve e<br />

equipamo-nos para sair em direcção ao nosso<br />

objectivo, o cume do Almansor. O dia de cume<br />

tem sempre um pouco de nervosismo associado.<br />

Afinal é o nosso objectivo. Foi por isso que treinamos<br />

tantas horas, recusamos convites para<br />

sair ou simplesmente ficar deitadas no sofá. O<br />

treino é a base para um estilo de vida saudável.<br />

Para quem precisa de um pequeno incentivo<br />

para não faltar aos treinos, ter sempre um objectivo<br />

é o ideal. E quando sentimos que realmente<br />

treinamos e demos o nosso melhor, apenas o silêncio<br />

e o brilhar das estrelas é importante e o<br />

nervosismo desvanecesse. Estamos com sorte,<br />

o clima está do nosso lado. Iniciámos a nossa<br />

marcha ainda antes de o sol nascer, frontais<br />

ligados, o som dos crampons a pisar a neve, a<br />

respiração a ecoar nos nossos pulmões. Este é<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 11<br />

Irão<br />

Grande Reportagem<br />

A Mulher e a Montanha


Grande Reportagem<br />

um momento de introspecção, difícil de explicar<br />

a sua grandiosidade numa forma simples. O alpinismo<br />

não é um desporto de combate e a sua<br />

arte reside no ceder. Quando a luminosidade aumenta<br />

aproveitamos para fazer uma pausa; tirar<br />

os frontais, beber água, petiscar qualquer coisa.<br />

O sol anima qualquer um, e já com a mágica luz<br />

da madrugada continuamos a nossa subida com<br />

vistas cada vez mais deslumbrantes.<br />

A chegada ao ponto mais alto é um momento<br />

de grande emoção e alegria, mas faz parte de<br />

toda uma aventura e pode não ser o nosso melhor<br />

momento. Como disse Mahatma Gandhi, “a<br />

alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento<br />

envolvido e não na vitória propriamente dita”.<br />

Chegando ao ponto mais alto, o nosso objectivo<br />

foi alcançado, e a ascensão não será completa<br />

até se regressar. A descida forma parte inevitável<br />

da subida e exige a mesma concentração<br />

que esta, mas menos energia.<br />

E durante a descida, relembro o sentimento de<br />

frustração quando por situação meteorológica<br />

desfavorável não é possível sequer tentar subir.<br />

Um grande amigo costuma dizer que a <strong>montanha</strong><br />

é “a escola da paciência”, a maior lição<br />

reside no saber esperar, saber ceder, saber ser<br />

flexível. Os planos podem ser alterados quando<br />

menos esperamos. Estamos dependentes do que<br />

a natureza nos reserva e por vezes mesmo estando<br />

tão perto do nosso objectivo temos que<br />

saber virar costas e desistir. É a nossa segurança<br />

que está em jogo, regressar são e salvo. Este é o<br />

12<br />

Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR<br />

maior acto de coragem. Junko Tabei, a primeira<br />

<strong>mulher</strong> a ascender ao Evereste disse que para<br />

uma geração que vive as suas aventuras sobretudo<br />

através da televisão e da internet, o perigo<br />

converteu-se em algo estéril. O perigo ensina<br />

muitas coisas importantes como ter critério próprio<br />

e actuar com independência.<br />

Ao longe avisto o refúgio, é como voltar a casa.<br />

Sento-me um pouco, guardo material que já não<br />

preciso e olho para trás. Sinto a calma e o relaxamento<br />

que me envolvem pelo objectivo cumprido.<br />

Este é um local muito especial para mim,<br />

foi aqui que pela primeira vez coloquei uns<br />

crampons, utilizei um piolet e soube para que<br />

serve uma corda. Viro costas ao circo glaciar de<br />

Gredos e dirijo-me para a civilização.<br />

É no conforto do café da aldeia que comemoramos.<br />

Porque a vida é harmonia, e por vezes<br />

quando temos os momentos mais difíceis, também<br />

temos os momentos mais felizes. Podemos viver<br />

as duas coisas, é uma espécie de forma de arte, é o<br />

equilíbrio perfeito entre as duas coisas.<br />

Elizabeth Hawley diz-nos que “O alpinismo não<br />

deveria dividir-se em masculino e feminino.<br />

Subir <strong>montanha</strong>s significa ascender e regressar<br />

são e salvo, independentemente de se ser <strong>mulher</strong><br />

ou homem. Isso é irrelevante.” ø<br />

Maria Luísa Tomé<br />

www.papa-leguas.com<br />

Alpes


SaídaS de Montanha<br />

PaPa-LéguaS 2012<br />

9 de Fevereiro - Espanha – Aneto (Pirinéus)<br />

18 de Fevereiro - Marrocos - Monte Toubkal com<br />

Hélder Santos<br />

3 de Julho; 2 de Agosto e 2 de Setembro -<br />

Turquia - Monte Ararat<br />

14 e 28 de Julho - Itália - Gran Paradiso - (NOVO)<br />

18 de Julho e 15 de Agosto - Russia – Monte<br />

Elbrus<br />

1 de Setembro - Irão - Monte Damanvand (em<br />

breve disponível) NOVO<br />

29 de Setembro -Nepal - Island Peak e Kalapatar<br />

Saídas mensais - Tanzânia - Monte Kilimanjaro<br />

pela Rota Machame<br />

OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 13<br />

Islândia<br />

Grande Reportagem<br />

a Mulher e a Montanha


Em Família<br />

Actividade<br />

PASSEIO AVENTURA<br />

Passeio cheio de emoção e divertimento,<br />

com a possibilidade de<br />

passear pelos vales verdejantes<br />

das Termas do Vimeiro, sobre<br />

as arribas das Praias de St Rita e<br />

Porto Novo, onde podem descobrir<br />

como foi o desembarque das<br />

tropas Anglo Saxónicas durante<br />

as invasões francesas de 1808 e<br />

sem perder a oportunidade de<br />

escalar e fazer rapel sob o olhar<br />

do Oceano Atlântico e da Ilha das<br />

Berlengas.<br />

O passeio ideal para ser realizado<br />

em família ou com amigos!<br />

aventura em família<br />

no vimeiro<br />

14<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR


Fotos: JExperience Sports<br />

onde o mar se mistura com o rio e a praia se<br />

confunde com a paisagem natural do campo.<br />

Vimeiro é conhecido pela sua água,<br />

pelas suas termas e pela famosa Batalha<br />

do Vimeiro, no entanto é ainda<br />

muito mais, pois é sinónimo de praia,<br />

golf, boa gastronomia e agora também<br />

passeios aventuras onde todas estas componentes<br />

podem ser experimentadas, de forma<br />

simples, controlada e de modo a garantir meio<br />

dia muito bem passado na companhia da família.<br />

A zona do Vimeiro é um local excepcional para<br />

um dia ou fim de semana longe da azáfama do<br />

dia a dia, pois as suas gentes, locais e paisagens,<br />

bem como os restaurantes e alojamentos de excelente<br />

qualidade e preço, são um motivo para<br />

passar aqui um momento único em família.<br />

Normalmente o passeio aventura tem partida<br />

junto às Termas do Vimeiro, na mais conhecida<br />

Fonte do Frades, que está situada entre a povoação<br />

da Maceira e a Praia do Porto Novo, e é um<br />

balneário integrado na estância termal do Vimeiro,<br />

numa envolvente paisagística rodeada de<br />

magníficos jardins, no vale do rio Alcabrichel.<br />

O passeio inicia pelo vale do rio Alcabrichel,<br />

com possibilidade de admirar a bela fauna e flora<br />

local e por caminhos de fácil acesso, numa<br />

fase inicial de subida ligeira para se ir podendo<br />

assistir ao desembocar do rio Alcabrichel no<br />

oceano Atlântico, numa perspectiva que permite<br />

imaginar os navios aliados a desembarcar as<br />

suas tropas, quando estavam a preparar a batalha<br />

do Vimeiro.<br />

Depois deste impacto paisagístico inicial, o participante<br />

tem o primeiro momento de maior<br />

adrenalina, com a subida em escalada duma parede<br />

rochosa natural, que irá permitir ter acesso<br />

a uma colina que dará uma visão global dos<br />

campos de golfe envolventes à foz do rio Alcabrichel<br />

e à baia de Porto Novo. Segue-se um passeio<br />

pela zona de planalto da colina onde o vislumbre<br />

da praia de Santa Rita, praia de extenso<br />

areal e onde se aconselha a fazer uma pequena<br />

paragem, para se admirar o areal, o oceano e<br />

toda a sua grandiosidade e no caso de fazer a actividade<br />

durante a tarde, aconselha-se levar um<br />

lanche e fazer um piquenique ao pôr do sol, que<br />

é uma experiência única e inesquecível.<br />

Com as energias repostas, a aventura prossegue,<br />

o passeio pedestre leva os participantes<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 15<br />

Em Família<br />

Actividade


Em Família<br />

aventura e história num<br />

cenário deslumbrante.<br />

Passeio ideal Para famílias<br />

e gruPos de amigos.<br />

Passear, escalar, fazer<br />

raPPel, atirar uma flecha<br />

e conhecer uma zona magnifica,<br />

numa só manhã!


até ao topo sul da colina, onde a paisagem será<br />

mais campestre, com uma visão alargada sobre<br />

os terrenos agricolas adjacentes e também<br />

sobre as ruínas do antigo convento de Penafirme…<br />

Preparem-se a adrenalina vai subir e<br />

emoção vai estar ao rubro, pois os participantes<br />

vão agora fazer uma descida em Rappel…<br />

colocar as seguranças e uiiiiiiii…. Aí vamos<br />

nós, até ao nível da praia, se lá em cima o nervosismo<br />

condicionava e fazia-nos encolher<br />

com o receio, depois da descida a sensação<br />

é… vamos repetir, vamos,vamos… mas agora<br />

é tempo de continuar o passeio, vamos colocar<br />

os pés na areia e os mais corajosos molhar<br />

os pés na água fresca do oceano Atlântico e o<br />

passeio está quase a terminar, foram cerca de<br />

três horas que passaram num instante.<br />

É um passeio que vale a pena experienciar,<br />

pois as alternâncias de paisagens não deixam<br />

a vista descansar. Existe sempre algo diferente<br />

para observar e depois a forma como as paisagens<br />

são vistas de diferentes ângulos, níveis<br />

e perspectivas, fazem ter uma noção do modo<br />

único como esta zona do Vimeiro é realmente<br />

um cantinho especial nesta zona Oeste. ø<br />

ficha técnica<br />

Dificuldade do Percurso: Média / Baixa<br />

Duração: Cerca de 3 horas<br />

Distância: 5 km<br />

Tipo de percurso: Circular<br />

Actividades: Passeio guiado, com Escalada,<br />

Rapel e Tiro C/ Arco.<br />

Promotor: Experience Sport<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 17<br />

Em Família<br />

Actividade


Em Família<br />

BTL - FEIRA<br />

<strong>Revista</strong>Obistiundicim<br />

INTERNACIONAL<br />

eos aut ipsapitias as doloribus<br />

verum erit ipsapici blatur, odita quaero berum<br />

eumquiam, nit, soluptur sequis cus, ideliquibus ped<br />

ute volorer itatia nonsedit e<br />

18<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

DE TURISMO


Fotos: Santos Almeida<br />

Antes de fazer uma viagem é importante<br />

recolher o máximo de informação<br />

sobre o destino que se deseja visitar.<br />

O palco ideal para o fazer é a BTL -<br />

Feira Internacional de Turismo.<br />

A BTL – Feira Internacional de Turismo vai celebrar<br />

entre os dias 29 de Fevereiro e 4 de Março<br />

de 2012 a sua 24ª edição e tem tido um crescimento<br />

assinalável. Na edição de 2011 apresentou<br />

um crescimento de 12% no número de profissionais<br />

estrangeiros e de 9% nos profissionais<br />

portugueses creditados face ao ano transacto. De<br />

destacar ainda a presença de 43 destinos internacionais,<br />

muitos deles presentes pela primeira<br />

vez na BTL. Por ser a feira nacional de excelência<br />

do sector turístico, a BTL perfila-se como a<br />

escolha ideal tanto para expositores como para<br />

visitantes.<br />

A BTL – Feira Internacional<br />

de Turismo<br />

vai celebrar, entre os dias<br />

29 de Fevereiro e 4 de Março<br />

a sua 24ª edição. O salão de turismo<br />

de excelência em Portugal<br />

vai ter como país convidado<br />

o Brasil e como destino<br />

nacional convidado o<br />

Alentejo.<br />

Enquanto plataforma agregadora do sector turístico,<br />

a BTL também se assume como um palco<br />

aberto ao debate e discussão entre os diver-<br />

sos agentes do mercado.<br />

Sendo a língua portuguesa a sexta mais falada<br />

do Mundo, com mais de duzentos milhões de falantes<br />

nativos (sobretudo no Brasil e África), a<br />

BTL orgulha-se de ser a maior mostra mundial<br />

de destino turístico a falar Português e serve de<br />

mostra para a Comunidade de Países de Língua<br />

Portuguesa (CPLP) - Angola, Brasil, Cabo Verde,<br />

Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, S. Tomé e<br />

Príncipe e Timor-Leste.<br />

Os visitantes poderão encontrar na BTL a melhor<br />

oferta para as suas férias num espaço que<br />

também será de grande animação e promoção<br />

turística.<br />

cLuBe BTL<br />

O Clube BTL destina-se a todos os profissionais<br />

do sector turístico, nacionais ou estrangeiros,<br />

expositores ou visitantes. Usufrua de um “espaço”<br />

privilegiado para os seus negócios e de<br />

uma oportunidade única para compartilhar experiências,<br />

potencializar novas ferramentas de<br />

trabalho, abrir a actividade a novos mercados e<br />

obter novos clientes.<br />

Com o registo no Clube BTL poderá ainda agendar<br />

reuniões com expositores nacionais e internacionais,<br />

beneficiar de descontos de transporte,<br />

alojamento, alimentação, entre outros.<br />

VanTagens de perTencer ao cLuBe BTL<br />

- Entrada gratuita na Feira<br />

- Descontos na deslocação (em Hotéis na cidade<br />

de Lisboa, Passagens áreas via TAP, Restaurantes,<br />

etc.)<br />

- Software pioneiro na Europa para agendamento<br />

de reuniões<br />

- Lounge BTL<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 19<br />

Evento<br />

BTL 2012


Em Família<br />

ProfissioNaL<br />

29 fev 10h00 - 20h00<br />

01 mar 10h00 - 20h00<br />

02 mar 10h00 - 23h00<br />

03 mar 12h00 - 23h00<br />

04 mar 12h00 - 20h00<br />

PúBLico<br />

02 mar 18h00 - 23h00<br />

03 mar 12h00 - 23h00<br />

04 mar 12h00 - 20h00<br />

20<br />

horários<br />

BiLheTes<br />

Público – 5€<br />

Profissionais – 10€<br />

estudante;Jovem;sénior – 2,50€<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

- Business Center<br />

- Apoio ao visitante<br />

Consulte o Clube BTL<br />

Todas as empresas podem esTar presen-<br />

Tes na BTL<br />

Com o objectivo de estar acessível a todas as<br />

empresas do sector turístico, e como forma de<br />

abrir as portas a empresas que não costumam<br />

estar presentes neste tipo de certames, a BTL<br />

– Feira de Turismo Internacional criou um programa<br />

“chave na mão”. Por pouco<br />

(...)<br />

a BTL – Feira<br />

de Turismo Internacional<br />

criou um<br />

programa “chave na<br />

mão”. Por pouco mais<br />

de 700 euros poderá<br />

marcar presença na<br />

BTL.<br />

são.<br />

mais de 700 euros poderá marcar<br />

presença na BTL.<br />

Estes pequenos expositores<br />

serão inseridos numa área<br />

de stands de pequena dimensão,<br />

que se pretende<br />

que seja dinâmica e, acima<br />

de tudo, rentável para<br />

as empresas.<br />

A BTL é a feira de turismo de<br />

excelência em Portugal e todos<br />

os operadores são bem-vindos,<br />

independentemente da sua dimen-<br />

Números BTL 2011<br />

+ 74.000 visitantes<br />

+ 990 expositores<br />

27% novas empresas<br />

+ 43 destinos internacionais<br />

+ 38.000 visitantes internacionais<br />

+ 2.800 visitantes profissionais estrangeiros<br />

miguel Júdice,<br />

Ceo&Globetrotter-Lágrimas Hotels & emotions:<br />

“A BTL voltou a comprovar em 2011 a sua<br />

importância para o sector, afirmando-se mais<br />

uma vez como um evento incontornável para<br />

o sucesso do Turismo em Portugal. Destaco<br />

este ano a introdução do Clube BTL, que veio<br />

oferecer aos expositores um serviço de elevado<br />

interesse.”<br />

De referir também que na edição de 2011 a BTL<br />

foi visitada por cerca de 40 000 pessoas num<br />

fim-de-semana.<br />

A 24ª edição da BTL – Feira Internacional de<br />

Turismo, que vai contar com o Brasil enquanto<br />

país convidado, poderá ser a sua primeira viagem<br />

do ano.<br />

Aproveite e visite! ø<br />

www.btl.fil.pt


Aventura<br />

a porta de entrada dos Jovens no mar...<br />

vistar a Nauticampo faz parte do historial de qualquer<br />

amante da náutica, caravanismo e outdoor.<br />

No ano em que vai celebrar a sua 44ª edição, entre<br />

os dias 8 e 12 de Fevereiro, a Nauticampo assume-<br />

-se como a porta de entrada dos jovens no mar.<br />

Para esse efeito, dia 4 de Fevereiro, o sábado anterior<br />

à realização da Feira, vai haver lugar à regata<br />

Nauticampo 2012.<br />

Já vai longe o mês de Fevereiro de<br />

1967. Tão longe que poderá custar a<br />

acreditar que haja um salão náutico<br />

que tenha sido realizado todos os<br />

anos até ao presente. É o caso da Nauticampo.<br />

O salão de eleição dos nautas e auto-caravanistas<br />

portugueses é o mais antigo salão de lazer<br />

em Portugal e está entre os dez mais antigos da<br />

Europa, marco que só foi possível alcançar com<br />

22<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

grande dinâmica e respostas à altura das conjunturas<br />

difíceis por que a Nauticampo passou<br />

ao longo destes 44 anos.<br />

Para 2012 a Nauticampo pretende ser uma lufada<br />

de ar fresco no actual ambiente de retracção<br />

e a porta de entrada dos jovens no mar.<br />

No dia 4 de Fevereiro, sábado anterior à realização<br />

da Nauticampo, vai haver lugar à Rega


Fotos: santos almeida<br />

ta Nauticampo, que vai juntar na<br />

frente ribeirinha do Parque das<br />

Nações velejadores das clas-<br />

ses Optimist, Laser e Hobie<br />

Cat. A regata é organizada<br />

em parceria com a Associação<br />

Naval de Lisboa<br />

e a entrega dos prémios<br />

vai decorrer no dia 11 de<br />

Fevereiro na Nauticampo.<br />

Também os visitantes da<br />

Nauticampo vão poder experimentar<br />

velejar nos barcos<br />

instalados numa piscina<br />

que estará no interior da feira.<br />

Para os amantes do remo, a Nauticampo está<br />

a preparar em colaboração com a Associação<br />

Naval de Lisboa e com a Federação Portuguesa<br />

de Remo (FPR) uma demonstração da modalidade<br />

no plano de água do Oceanário dia 8 de<br />

Fevereiro, o dia de abertura do certame. Dentro<br />

das instalações da feira, os visitantes vão poder<br />

experimentar remar indoor através dos vários<br />

ergómetros que a FDR terá ao dispor para os interessados.<br />

A Nauticampo 2012 divide-se em três áreas con-<br />

A procura deste<br />

tipo de infra-estruturas<br />

por parte das famílias é<br />

cada vez mais evidente, não<br />

só pela prática do desporto<br />

mas também pelo gosto em<br />

aproveitar os momentos de<br />

lazer ao ar livre, sendo<br />

Portugal um país de<br />

eleição para o fazer.<br />

ceito: Ar Livre e Família; Lisboa<br />

Boat Show e Aventura / Extreme.<br />

Ar livrE E FAMíliA<br />

Dentro da área do Ar Livre<br />

e família, é variada<br />

a oferta da Nauticampo:<br />

caravanas, auto-caravanas,<br />

tendas, caravanas<br />

residenciais, casas de<br />

madeira, parques de campismo,<br />

turismo natureza,<br />

piscinas, mobiliário e equipamento<br />

para jardins, Institutos,<br />

Associações e Federações e<br />

Imprensa.<br />

Em Portugal existem de Norte a Sul, passando<br />

pelas ilhas, cerca de 221 parques de campismo<br />

com uma extensão de perto de 11.201.085m2. A<br />

procura deste tipo de infra-estruturas por parte<br />

das famílias é cada vez mais evidente, não só<br />

pela prática do desporto mas também pelo gosto<br />

em aproveitar os momentos de lazer ao ar livre,<br />

sendo Portugal um país de eleição para o fazer.<br />

A Nauticampo, ao longo de toda a sua história,<br />

tem sido um palco privilegiado para as famílias<br />

procurarem o melhor material para aproveitar<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 23<br />

Avemtura<br />

nauticampo 2012


Aventura<br />

as condições climatéricas de Portugal, que sejam<br />

auto-caravanas, piscinas, tendas ou qualquer<br />

outro produto de outdoor.<br />

liSboA boAT SHow<br />

É cada vez mais comum associar-se Portugal ao<br />

mar. “Portugal e o mar” tem sido assunto de diversas<br />

conferências e outras iniciativas no sentido<br />

de dar continuidade à ligação histórica entre<br />

o nosso país e o mar, que tantos motivos de orgulho<br />

nos trouxe e que é, ainda hoje, de extrema<br />

importância para a nossa economia.<br />

A náutica de recreio, nas suas variadas vertentes,<br />

constitui uma actividade dinâmica que contribui<br />

de forma significativa para o desenvolvimento<br />

das regiões banhadas tanto por mar como<br />

por rio ou mesmo barragens. Na realidade os<br />

locais fluviais são cada vez mais uma<br />

opção para a prática da náutica de<br />

recreio ao longo de todo o ano.<br />

A Nauticampo tem sabido<br />

adaptar-se às diferentes realidades<br />

vividas ao longo<br />

dos seus 44 anos de história<br />

24<br />

A Nauticampo<br />

tem sabido adaptar-<br />

-se às diferentes realidades<br />

vividas ao longo dos<br />

seus 44 anos de história e<br />

continua a ser o principal<br />

marco anual do<br />

sector náutico.<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

e continua a ser o principal marco anual do sector<br />

náutico. Seja para comprar ou, simplesmente<br />

para sonhar, a feira continua a ser um espaço<br />

de família de enorme afluência: nos cinco dias<br />

da Nauticampo de 2011, foram perto de 50.000<br />

as pessoas a visitar o certame.<br />

AvEnTUrA / ExTrEME<br />

A prática de desportos de aventura ao ar livre é<br />

cada vez mais comum em Portugal. A intensidade<br />

e adrenalina com que são praticados constituem<br />

um estímulo à adesão por parte dos mais<br />

jovens, que passam rapidamente de entusiastas<br />

a praticantes.<br />

Sendo hoje objecto da procura directa por parte<br />

dos portugueses, as actividades de ar livre conotadas<br />

com o “espírito aventura”, encontram-<br />

-se em franco desenvolvimento, quer<br />

na oferta inscrita nos programas da<br />

animação turística para todo o território<br />

nacional, quer através da<br />

oferta promovida por parques<br />

temáticos e campos de férias,<br />

a que se lhes junta igualmente<br />

a aposta das Regiões.


O surf e o kitesurf por via do mar, o skate e o<br />

parkour na vertente urbana e o rafting e canyoning<br />

como componente hard, que migra do<br />

desporto natureza são algumas das principais<br />

actividades em destaque na Nauticampo.<br />

Na próxima edição, o BTT terá também um<br />

grande destaque na Nauticampo, com diversas<br />

actividades para os praticantes e a presença de<br />

marcas de relevo de bicicletas numa área de<br />

grande destaque.<br />

A Nauticampo encara o futuro com o devido<br />

optimismo e com a responsabilidade de ser um<br />

certame histórico no panorama nacional e a<br />

grande referência enquanto salão de náutica,<br />

autocaravanismo e actividades de ar livre.<br />

Os cerca de 50.000 visitantes de 2011 demonstram<br />

que a Nauticampo continua a figurar na<br />

agenda das famílias e para 2012 espera-se uma<br />

afluência ainda maior. E porque é na infância<br />

e juventude que desenvolvemos as nossas paixões,<br />

a renovada Nauticampo será a porta de<br />

entrada de muitos jovens na náutica. ø<br />

Consulte www.nauticampo.fil.pt<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 25<br />

Avemtura<br />

nauticampo 2012


Aventura<br />

Viagem<br />

trekkinG<br />

travessia<br />

na Lapónia<br />

com trenós<br />

de cães<br />

26<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Foto: Teresa reis


O<br />

famoso "Bear trail" ou trilho dos<br />

ursos situa-se no Parque Nacional<br />

de Oulanka, na Láponia finlandesa.<br />

Este parque nacional tem um papel<br />

de destaque na colecção natural da<br />

Finlândia, devido à enorme biodiversidade de<br />

espécies e à beleza das suas paisagens.<br />

Iremos caminhar ao longo das margens do Rio<br />

Oulankajoki, através das suas altas escarpas de<br />

formações rochosas e de vales profundos.<br />

Ao longo dos dias de trekking, só veremos natureza<br />

e terra selvagem, pois estaremos completamente<br />

isolados no mundo natural da Lapónia<br />

que é uma imensidão de florestas cobertas de<br />

neve! Percorremos paisagens de grande beleza<br />

com os nossos sapatos de neve e carregando so-<br />

Fotos: luís baía<br />

mente uma mochila de dia, pois seremos acompanhados<br />

por amigáveis cães de raça Huskie<br />

que arrastarão trenós com o nosso equipamento,<br />

chamados de pulks.<br />

Ao longo do trekking estamos ligados aos pulks,<br />

pois por vezes são os huskies que nos ajudam,<br />

outras vezes somos nós quem ajudamos os cães,<br />

sobretudo quando subirmos e em terrenos mais<br />

irregulares. Esta dinâmica de entreajuda num<br />

contexto natural belíssimo faz desta viagem<br />

uma experiência única para toda a vida.<br />

Se tem espírito de aventura e de cooperação. Venha<br />

pois estamos à sua espera. No final haverá<br />

uma sauna quente de lenha à sua espera e um<br />

dia para explorar Helsínquia.<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012<br />

27<br />

Aventura<br />

Travessia lapónia


Aventura<br />

04Mar: Voo cidade de origem – Kuusamo<br />

05Mar: Caminhada de 12 Km no Trilho do Urso<br />

06Mar: Encontro e treino com os cães husky<br />

07Mar: Trekking Puikkosuo - Oulanka 7Km<br />

08Mar: Trekking Kiutaköngäs - Ansakämppä 17 Km<br />

09Mar: Trekking Rio Oulanka - Lago gelado de<br />

Jussinkämppä 8Km<br />

10Mar: Último dia da travessia 10 Km<br />

11Mar: Voo Kuusamo- Helsínquia - Cidade de origem<br />

ca;<br />

28<br />

PrograMa<br />

Botas de trekking quentes e impermeáveis<br />

Saco-cama com alta resistência ao frio;<br />

Colchonete;<br />

Calças interiores térmicas e camisa interior térmi-<br />

Meias de lã;<br />

Calças quentes;<br />

Forro polar 100 e 200;<br />

Luvas e gorro de lã;<br />

Impermeável (casaco e calças);<br />

Óculos de Sol<br />

Navalha multiusos;<br />

equiPaMento<br />

Lanterna frontal e pilhas.<br />

Máquina fotográfica e respectivo material acessório;<br />

Cantil. Beba sempre muita água, não espere por ficar<br />

sequioso para o fazer. Tenha sempre presente que<br />

necessita de estar bem hidratado, e que desta maneira<br />

terá uma melhor recuperação da fadiga muscular.<br />

Sacos de plástico.<br />

Bolsa de higiene: incluir toalhetes de limpeza, creme<br />

de protecção solar e protector labial.<br />

O saco com o seu equipamento a ser transportado<br />

nas pulkas não deve ultrapassar os 8 Kg por pessoa.<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

tipos de alojamento<br />

- 4 noites em cabanas com electricidade, água corrente<br />

e sauna<br />

- 3 noites em refúgios sem electricidade, água corrente<br />

ou sauna<br />

Clima do País<br />

Frio, muito frio. Durante o trekking as temperaturas<br />

facilmente ultrapassam os 10 graus negativos;<br />

caso esteja mais calor os cães não andam...<br />

Foto: Luís Baía<br />

Foto: Teresa Reis


Foto: teresa reis<br />

“Um<br />

minuto de<br />

atraso e já estávamos<br />

a ser chamados<br />

pelos<br />

cães. “<br />

testemunho:<br />

Maria Teresa Robalo Pires dos Reis<br />

A viagem á Lapónia em trenó de cães foi uma<br />

viagem inesquecível. Ideal para quem gosta de<br />

aventura, actividade física, trabalhar em equipa<br />

e de animais. Durante os dias de caminhada<br />

os cães eram os nossos guias no meio de uma<br />

paisagem deslumbrante coberta de neve, em<br />

que muitas vezes andamos em cima de rios e<br />

lagos totalmente congelados abrindo trilhos<br />

com as nossas botas de neve. O céu à noite<br />

era deslumbrante em estrelas, nunca vi tantas<br />

estrelas. Apreendemos a tirar agua de lagos e<br />

rios totalmente congelados assim como a preparar<br />

lenha para aquecer a cabine onde íamos<br />

passar a noite.O trabalho em equipa foi excelente.<br />

Os cães à noite eram os nossos guardiões<br />

e de manhã os nossos despertadores. Um minuto<br />

de atraso e já estávamos a ser chamados<br />

pelos cães. Nesta viagem nota-se um grande<br />

respeito pelos outros, quer nas casas de banho<br />

de madeira espalhadas por toda a floresta, assim<br />

como encontrar e deixar lenha pronta nas<br />

cabines e as cabines arrumadas e estimadas. ø<br />

Foto: Luís Baía<br />

APP<br />

the snow report<br />

Esta aplicação tem tudo o que<br />

precisas para a sua próxima<br />

viagem às <strong>montanha</strong>s. Marca já<br />

o teu percurso! Publica as fotografias<br />

no Facebook. Aqui podes<br />

ter acesso as condições da neve,<br />

condições metereológicas assim<br />

como mapas de trilhos e outros<br />

detalhes outdoor que sempre<br />

imaginaste.<br />

Esta aplicação é compatível com<br />

Ipod Touch, Iphone e Ipad.<br />

Para fazer o download gratuito da aplicação basta<br />

aceder a www.itunes.apple.com<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012<br />

Próxima Partida: 04-03-2012<br />

www.papa-leguas.com<br />

29<br />

Aventura<br />

travessia Lapónia


Aventura<br />

Actividade<br />

Curso EssEnCial dE<br />

30<br />

BushCraft<br />

O 1º curso de Bushcraft ocorreu na<br />

Serra da Arrábida, num fim de semana<br />

em Outubro, tendo sido ministrado<br />

pela Escola do Mato em parceria<br />

com a Equinócio e a Associação<br />

Portuguesa de Bushcraft.<br />

F<br />

BushCraft –<br />

o quE é?<br />

Podemos definir como um conjunto de técnicas<br />

de sobrevivência aplicadas a uma<br />

relação a longo prazo com o meio natural,<br />

aliado a um conhecimento profundo da natureza,<br />

que nos permite desfrutar da vida<br />

em campo com um máximo de conforto e<br />

um mínimo de peso na mochila.<br />

oi com um espírito de desafio e cheio<br />

de ânimo que o grupo estreante aceitou<br />

aprender as bases do Bushcraft<br />

no esplendor do sopé da serra da Arrábida.<br />

SÁBADO<br />

Com pouca bagagem, os formandos foram acolhidos<br />

no campo, logo pela manhã, pelo instrutor<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

<br />

Pedro Alves. Iniciou-se o reconhecimento do espaço,<br />

com passagem pela zona de fogo, duches,<br />

latrinas e, aproveitando o momento, explorámos<br />

as melhores vistas da serra.<br />

Reunidos na zona de formação, o programa<br />

começou com as regras básicas de campo, enquanto<br />

os alunos partilhavam as suas expectativas<br />

face ao curso.<br />

Depois foi-lhes sendo apresentada uma visão<br />

global sobre o equipamento essencial de Bushcraft,<br />

com exemplos de onde carregar o equipamento,<br />

algo para dormir dentro, debaixo e em<br />

cima, onde transportar água, material de cozi-<br />

Fotos: Escola do Mato


Uma experiência<br />

Buscraft<br />

para a vida! Workshop<br />

nha e de corte, higiene, kits de primeiros socorros<br />

e sobrevivência, iluminação, roupa e conforto,<br />

assim como os vários modos de substituir<br />

todas estas peças de equipamento com meios<br />

naturais.<br />

Foram apresentados os instrumentos de corte,<br />

provavelmente a segunda mais essencial ferramenta<br />

do Bushcraft (a primeira é a que levamos<br />

entre as orelhas).<br />

Falámos sobre as Facas, machados e catanas,<br />

os vários tipos que existem, como se faz a manutenção<br />

e como se afia, regras de segurança<br />

no uso e manuseamento. Cada formando teve a<br />

possibilidade de experimentar, alguns pela primeira<br />

vez, o uso destas ferramentas.<br />

Mãos à obra (ninguém disse que ia ser um fim<br />

de semana tranquilo) e tivémos a possibilidade<br />

de afiar paus, rachar lenha, e fazer feathersticks.<br />

Um novo momento formativo: a navegação, com<br />

uma breve explicação do equipamento mais co-<br />

mum, como a bússola e o GPS, mas nada como ir<br />

às origens e abordar a orientação pelo sol, usando<br />

o relógio e o método da sombra.<br />

Como estava a começar a abrir o apetite, houve<br />

uma breve formação sobre fogo! Falou-se do<br />

princípio da coluna térmica, explicaram-se os<br />

vários tipos de fogo e foi posta mão-à-obra para<br />

se começar a fazer o almoço.<br />

Para evitar o uso de muito equipamento, a opção<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 31<br />

Aventura


Aventura<br />

32<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

foi para a sardinha assada na brasa, com tomates,<br />

pimentos e courgettes igualmente assados,<br />

que se provou um excelente repasto.<br />

Já retemperado o corpo e o espírito, a tarde seguiu<br />

com uma palestra sobre os princípios da<br />

regulação térmica e os cinco mecanismos de<br />

perda de calor, para dar o mote à actividade<br />

principal da tarde: a construção de abrigos.<br />

Todos aprenderam a ter em conta um bom isolamento<br />

do chão, para evitar as perdas por condução,<br />

a fazer uma boa camada por cima para<br />

evitar perdas por convecção, e a escolher locais,<br />

materiais e o tipo de abrigo adequado, tendo em<br />

conta o gasto energético que iria implicar.<br />

Ao final da tarde chegou o jantar… que vinha<br />

vivo.<br />

Um conjunto de coelhos robustos, provavelmente<br />

a comida de sobrevivência por excelência,<br />

dada a sua abundância e facilidade de captura.<br />

Muitos outros mamíferos se abatem e desmancham<br />

da mesma forma, pelo que o coelho dá<br />

uma excelente introdução a um jantar que não<br />

foi comprado no talho!<br />

Foram rapidamente abatidos, usando técnicas<br />

diferentes mas todas elas rápidas e eficazes,<br />

após o que foram pendurados pelas patas para<br />

começarem a ser desmanchados. Aqui foi tido<br />

algum cuidado para que a pele saísse intacta,<br />

que no Bushcraft não há lugar ao desperdício e<br />

todo o animal é aproveitado!<br />

Após o desmanche, quando já tínhamos uma<br />

bela colecção de peles, foi preparado o molho<br />

de tempero, aplicado com um pincel de agulhas<br />

de pinheiro enquanto os pedaços assavam na<br />

grelha.<br />

Acompanhou<br />

com um puré de<br />

batata, que é um dos hidratos<br />

de carbono preferidos<br />

pelos bushcrafters pela<br />

sua relação peso/volume/<br />

capacidade energética,<br />

junto com o arroz e o<br />

couscous.<br />

Acompanhou com um<br />

puré de batata, que é<br />

um dos hidratos de<br />

carbono preferidos<br />

pelos bushcrafters<br />

pela sua relação<br />

peso/volume/<br />

capacidade energética,<br />

junto com<br />

o arroz e o couscous.<br />

Depois de mais um<br />

lauto repasto, o cafezinho<br />

à volta do fogo<br />

convidava a uma actividade


mais suave, pelo que foi abordada a corda natural.<br />

Foi explicado o processo e depois os alunos entretiveram-se<br />

a fazer corda com folhas de plantas<br />

das redondezas, enquanto partilhavam histórias<br />

à volta do fogo.<br />

Houve ainda tempo para por um tacho nas brasas<br />

para uma ceia de sopa montanheira que<br />

aqueceu antes de ir para a cama.<br />

Alguns alunos ainda ficaram até mais tarde a<br />

aprender como se prepara a pele do coelho para<br />

a preservar. A noite, obviamente, foi passada<br />

nos abrigos recém-construídos.<br />

DOMINGO<br />

Amanheceu fresquinho! Uns corajosos foram tomar<br />

o banho matinal de água fria, logo após se<br />

ter aceso o lume.<br />

Na volta do banho já a brasa estava pronta para<br />

mais uma especialidade do Bushcraft: o bannock<br />

(Receita disponível no número 2 da <strong>Revista</strong> <strong>Outdoor</strong>).<br />

É uma espécie de pão com passas, leite<br />

em pó, sementes ou frutos secos e um toque de<br />

rum ou aguardente, que pode ser feita de várias<br />

maneiras. Fez-se grelhado, frito e cozido no forno<br />

holandês, para que todos pudessem provar<br />

a variedade, e junto com o leite e o café foi a<br />

refeição que mais apreciação teve.<br />

Foi um pequeno almoço reforçado para a manhã<br />

que se seguia: um passeio pela magnífica<br />

serra da Arrábida, com identificação de plantas<br />

locais, tanto comestíveis como aromáticas<br />

e medicinais, que o formador foi explicando à<br />

medida que as íamos encontrando.<br />

Regressámos a campo já muito em cima<br />

da hora de almoço, onde o fogo já<br />

estava a ser preparado e a comi-<br />

da temperada. Mais uma vez<br />

se demonstrou a culinária<br />

do bushcraft, em que foram<br />

feitos três fogos diferentes<br />

para três maneiras de cozinhar.<br />

Um fogo de pequenos<br />

paus, para uma chama<br />

rápida, fez a fritura de<br />

algumas carnes, um fogo<br />

mais lento sob o tripé aqueceu<br />

a panela do guisado, que<br />

já incluiu temperos da serra,<br />

e as brasas mantiveram o forno<br />

holandês quente para um assado<br />

muito temperado com picante.<br />

Mais uma<br />

vez se demonstrou<br />

a culinária do<br />

bushcraft, em que foram<br />

feitos três fogos diferentes<br />

para três maneiras de cozinhar.<br />

Um fogo de pequenos<br />

paus, para uma chama<br />

rápida, fez a fritura<br />

de algumas carnes,(...)<br />

OUTDOOR Janeiro_Feveiro 2012 33<br />

Aventura<br />

Workshop Buscraft


Aventura<br />

Quero fazer um curso de Bushcraft. Como<br />

posso saber mais e me inscrever?<br />

www.equinocio.com|info@equinocio.com<br />

210 155 139<br />

www.escoladomato.com|info@escoladomato.com<br />

216085810<br />

34<br />

como me<br />

inscrevo?<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Depois do café o momento que muitos esperavam:<br />

A técnica do fogo de fricção com arco, da<br />

selecção das madeiras à construção das peças,<br />

seguindo para a técnica própria de manter a<br />

posição do corpo, o ritmo e por fim o soprar da<br />

brasa até fazer fogo…<br />

Com este<br />

último momento,<br />

a formação encerrou<br />

com chave de ouro bem<br />

ao final do dia. Foi uma<br />

despedida a deixar saudades<br />

e a antever ainda um<br />

longo caminho para<br />

alguns de volta a<br />

casa.<br />

Com este último momento,<br />

a formação<br />

encerrou com chave<br />

de ouro bem<br />

ao final do dia.<br />

Foi uma despedida<br />

a deixar<br />

saudades e a<br />

antever ainda<br />

um longo<br />

caminho para<br />

alguns de volta<br />

a casa.<br />

Mais do que uma<br />

formação, foi um<br />

fim de semana onde<br />

se criaram muitas cumplicidades<br />

e se viveu um ex-<br />

celente espírito de grupo, deixando desejos de<br />

repetir a experiência, quem sabe num curso<br />

avançado dedicado a uma das técnicas em particular.<br />

ø<br />

APP<br />

bushcraft<br />

Esta aplicação é a melhor<br />

ajuda para quem<br />

gosta de sobrevivência<br />

extrema.<br />

Nas mais diversas particularidades<br />

da aplicação<br />

é possível:<br />

- Escolher o terreno<br />

onde está (deserto, neve,<br />

floresta, costa, mar, entre<br />

outros)<br />

- Assistir a um vídeo institucional<br />

sobre sobrevivência.<br />

- Adquirir conhecimentos básicos de primeiros socorros.<br />

- Ter acesso ás ultimas técnicas de sobrevivência<br />

utilixadas pelas forças especiais no mundo.<br />

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Preço: €3,126<br />

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Entrevista<br />

Carlos Mendes por Magali Tarouca<br />

uma vida de<br />

aventura<br />

36<br />

Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR


a melhor maneira de descrever Carlos Mendes, seria<br />

dizendo que é um apaixonado pela natureza, pelo mar,<br />

pela aventura, pela paz de espírito, pela adrenalina –<br />

em suma, um apaixonado pela vida! Com apenas 37<br />

anos, a sua história de vida é tão vasta e preenchida<br />

que mais parece estarmos a falar com alguém que<br />

já viveu duas vezes. instrutor de mergulho e skipper<br />

de profissão, desportista de coração, Carlos nasceu e<br />

vive num dos maiores paraísos do planeta, plantado<br />

no meio do oceano atlântico: a ilha das Flores, um local<br />

que afirma conhecer como a palma da sua mão, tanto<br />

acima como abaixo da linha do mar. a outdoor esteve<br />

nas Flores com Carlos, passeou no seu barco pela ilha,<br />

fotografou o mais belo nascer e por do sol e percebeu,<br />

ao vivo e a cores, porque é que ele assegura que<br />

jamais abandonará a terra, nem o mar, onde nasceu.<br />

OUTDOOR Novembro_dezembro 2011 37<br />

Entrevista<br />

carlos Mendes


Entrevista<br />

Apesar de ter crescido numa ilha, não<br />

se pode dizer que a paixão pelo mar<br />

tenha vindo de geração em geração.<br />

Embora a sua mãe tenha nascido na<br />

ilha de S. Miguel e o pai na ilha Terceira,<br />

nenhum dos dois tem uma grande ligação ao<br />

mar. Este foi um interesse que nasceu com Carlos.<br />

“Quando era pequeno adorava ver os programas<br />

do Jacques Cousteau. Muitas vezes estava à<br />

espera que o programa começasse e, de repente,<br />

o tempo na ilha piorava e a televisão começava<br />

a dar a preto e branco, perdia o som ou, pura e<br />

simplesmente, ficava toda aos riscos e não se conseguia<br />

ver nada. Era uma frustração para quem<br />

ficava uma semana inteira à espera daquele momento”,<br />

relembra Carlos.<br />

Mas Carlos não se limitava a ser um mero espectador<br />

dos programas que povoavam a sua imaginação<br />

de criança. “Nessa altura, eu e os miúdos<br />

aqui da ilha, íamos para o porto de pesca e tentávamos<br />

imitar o mergulho de garrafas. Metíamos<br />

umas mangueiras nas bóias para tentar chegar<br />

a, pelo menos, um metro de profundidade. Hoje<br />

percebo que isso é impossível por causa<br />

da pressão mas, na altura, parecia que<br />

tudo funcionava”.<br />

Tentativas frustradas à parte,<br />

Carlos aventurou-se a sério<br />

pelo mar quando teve o seu primeiro<br />

barco. “Vinha um veleiro<br />

das caraíbas, que fundeava na<br />

baia de Santa Cruz e, certa vez,<br />

com falta de alimentos, negociou<br />

38<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

“Ao<br />

descobrir<br />

um mundo novo<br />

debaixo de água,<br />

Carlos quis começar a<br />

registar toda a magia<br />

que via e sentia<br />

quando mergulhava.<br />

”<br />

com o meu pai trocar comida por um barquinho<br />

pequeno de fibra. O barco, com um motor de dois<br />

cavalos, pouco andava, mas permitiu-me ter uma<br />

maior autonomia para explorar a ilha.”<br />

A partir daí, Carlos tornou-se um autodidata e começou<br />

a explorar uma série de vertentes de desporto<br />

aquático, uma delas o mergulho. “Ninguém<br />

praticava ou ensinava mergulho, e como os meus<br />

pais não tinham qualquer ligação ao mar, não me<br />

apoiaram muito nesta aventura. Lembro-me de<br />

vestir umas t-shirts e uns fatos de treino, o mais<br />

justos possível, para evitar a queimadura de uma<br />

alforreca. Estava dez minutos dentro de água e<br />

meia hora em cima de uma rocha a tremer de frio<br />

e a ver se o sol me aquecia.<br />

A FoTogrAFiA SUbAqUáTicA<br />

Ao descobrir um mundo novo debaixo de água,<br />

Carlos quis começar a registar toda a magia que<br />

via e sentia quando mergulhava. Desta forma,<br />

desenvolveu um novo interesse - a fotografia subaquática.<br />

“Na altura tinha de ser em slide e era<br />

difícil obter boas imagens. Aqui na ilha havia uma<br />

loja que revelava as fotos, mas era tudo ca-<br />

ríssimo e vinham sempre com umas cores<br />

muito esquisitas. Depois comprei<br />

uma câmara melhor, com um flash<br />

grande e aí comecei a obter resultados<br />

mais satisfatórios. Com<br />

a entrada no digital, tudo melhorou.<br />

A fotografia subaquática<br />

sempre foi muito complicada,<br />

mas como não havia muita gente<br />

a fazer, era uma área onde nos po-<br />

Fotos: Carlos Mendes


díamos destacar. Contudo, a realidade açoreana é<br />

muito limitativa em termos de aprendizagem, um<br />

obstáculo que só consegui ultrapassar há cerca de<br />

dez anos, altura em que os Açores começaram a<br />

sofrer uma mudança no turismo, atraindo muitos<br />

fotógrafos profissionais por razões publicitárias.<br />

Foi através deles que aprendi mais sobre fotografia,<br />

começando por perceber como é que a câmara<br />

funcionava, posteriormente, como procurar os<br />

melhores enquadramentos. Desde então, tenho<br />

vindo a aprofundado a minha técnica.”<br />

A MonTAnHA<br />

Uns quantos metros acima da linha do mar,<br />

Carlos encontrou outra paixão: a mon-<br />

tanha. “Tinha cerca de 13 ou 14 anos<br />

quando chegou um grupo de suíços<br />

para explorar a ilha, pessoas que<br />

ainda hoje nos visitam. O meu pai,<br />

que tinha uma residencial, acolhia-os,<br />

e nós transportávamo-los<br />

numa carrinha de caixa aberta e<br />

deixávamo-los na entrada do trilho<br />

– era aí que começava o meu papel. O<br />

meu pai pedia-me para os guiar, pois os<br />

trilhos não tinham sinalização, e era assim<br />

que passava as minhas férias do verão. Guiava<br />

turistas de um lado para o outro e, nas folgas, ia<br />

para o mar. Foi assim que nasceu a paixão pela<br />

<strong>montanha</strong>, tendo já subido o Island Peak e o Kilimanjaro<br />

entre outras. Mais tarde surgiu a oportunidade,<br />

com o João Garcia, de ir aos Himalaias<br />

e, daí em diante, a minha paixão fortaleceu-se<br />

mais ainda.” Mas, para quem vive todos os dias<br />

ao nível do mar, nem sempre é fácil a adaptação<br />

à <strong>montanha</strong>. No Island Peak (Imja Tse), cujo topo<br />

rodeia os 6200 metros, enquanto vários amigos<br />

que foram na mesma expedição se aclimataram<br />

facilmente, já eu tive alguma dificuldade, tendo<br />

demorado um ou dois dias a mais do que eles.<br />

Porém, depois de estar aclimatado, talvez devido<br />

à prática de mergulho livre, recuperava o fôlego<br />

muito mais facilmente do que eles, pois a pulsação<br />

baixava mais rapidamente. A primeira vez<br />

que atingi os 5 mil metros foi doloroso e passei<br />

uma semana com dores de cabeça, mas hoje já<br />

consigo reconhecer os erros que cometi na altura.<br />

Agora faço a aclimatação sem problemas”. Foi<br />

nesta expedição, em 2005, nos Himalaias, com o<br />

João Garcia, que Carlos conseguiu um feito único<br />

para os açorianos: colocou uma bandeira dos<br />

Açores mais alta do que nunca, precisamente nos<br />

6200 metros.<br />

Para além do mergulho e da <strong>montanha</strong>, Carlos<br />

confessa que é um desportista universal. “Pratico<br />

tudo o que me provoca adrenalina e que me<br />

permita desfrutar da natureza, sem a estragar.<br />

“Para além<br />

do mergulho<br />

e da <strong>montanha</strong>,<br />

Carlos confessa<br />

que é um desportistauniver-<br />

sal.”<br />

O Canyoning é um exemplo disso mesmo. Adoro<br />

descer as ribeiras e, pelo que eu vejo e muitas<br />

pessoas me dizem, a ilha das Flores deve ser um<br />

dos melhores sítios da Europa para a prática deste<br />

desporto. Tem um potencial enorme e é pouco<br />

explorado. A costa da ilha é fantástica. Vemos debaixo<br />

de água relevos idênticos ao que a ilha tem<br />

por cima, ou seja, são bastante acidentados. À superfície,<br />

a ilha muda de quilómetro para quilómetro,<br />

mas debaixo de água, as mudanças ocorrem<br />

de 10 em 10 metros. Com um ginásio natural destes,<br />

eu consigo preparar-me para qualquer coisa”.<br />

A determinada altura perguntamo-nos: será que<br />

não existe nenhum desporto em que Carlos seja<br />

menos bem sucedido? A sua resposta é quase automática<br />

e vem acompanhada de uma gargalhada:<br />

“Parapente! Este desporto joga com uma força<br />

natural que é o vento, e eu não o consigo dominar.<br />

Talvez pela ilha em si, pelos ventos cruzados,<br />

pelos vales da ilha, pela quantidade de vegetação<br />

e pela deslocação de massas de ar térmicas.<br />

Uma vez, decidi voar com um amigo meu mais<br />

experiente. Ele preparou a sua asa, levantou voo<br />

e eu achei que era uma coisa fácil. Quando me<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 39<br />

Entrevista<br />

carlos Mendes


Entrevista<br />

preparei para levantar, não reparei<br />

que o vento tinha aumentado e que<br />

estava no seio de uma ascendente<br />

muito rápida. Sem me aperceber do<br />

perigo, preparei a asa e, assim que<br />

faço um pequeno gesto para esta levantar,<br />

o vento insuflou a asa e subi uns<br />

200 metros sem ter que fazer alguma coisa —<br />

parecia-me que estava tudo bem. Mas, entretanto,<br />

o meu amigo aterrou e começou a tentar dar-me<br />

algumas indicações para eu aterrar. Eu tentava<br />

seguir as indicações, mas, assim que estava quase<br />

a aterrar e a tocar com os pés no chão, voltava a<br />

levantar voo de novo. Ele estava mais preocupado<br />

do que eu e não parava de me dar instruções, mas<br />

com a força do vento eu não ouvia absolutamente<br />

nada. Passada meia hora com várias tentativas<br />

falhadas para aterrar, resolvi tentar puxar as últimas<br />

duas linhas da ponta da asa (manobra de<br />

emergência). Ao fazer isso, corria o risco de ter<br />

uma queda abrupta, mas como estava tanto vento<br />

eu pensei que não ia correr esse risco. Assim, puxei<br />

essas cordas com tanta força que até me cortaram<br />

os dedos... mas nunca as larguei até sentir<br />

os pés tocarem no chão. Ingenuamente, passei a<br />

achar que era fácil aterrar, pelo que levantei voo<br />

outra vez. Porém, quando puxo outra vez as duas<br />

cordas para aterrar, e já muito perto do chão, um<br />

vento traseiro fez com que eu fosse a bater com<br />

40<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

“Estávamos<br />

na<br />

cratera do Pico,<br />

recolhidos numas<br />

grutas vulcânicas<br />

com uns 10 metros<br />

de profundidade,<br />

(...)”<br />

o rabo numa série de plantas, até<br />

que fiquei instalado num enorme<br />

campo de silvas. Levei mais de 3<br />

horas para sair dali, já era de noite<br />

e o parapente acabou por ficar lá. E<br />

foi assim a minha primeira aventura<br />

de parapente”.<br />

Mas as histórias vividas por este intrépido jovem<br />

não se ficam por aqui e davam direito a escrever<br />

um livro de aventuras de fazer inveja a qualquer<br />

Indiana Jones. Aqui fica mais uma digna de nota.<br />

“Aos 15 anos, com um grupo de escuteiros, resolvemos<br />

subir a <strong>montanha</strong> do Pico. Assistimos a um<br />

pôr-do-sol fantástico e tudo correu bem. A madrugada<br />

é que foi agitada. Um amigo meu, a meio<br />

da noite, diz: Carlos estou com uma grande dor<br />

de barriga. Não havia ali nada que pudéssemos<br />

fazer. Eram 5 da manhã, estava um vento fortíssimo<br />

lá fora, e estava quase a chover. Estávamos<br />

na cratera do Pico, recolhidos numas grutas vulcânicas<br />

com uns 10 metros de profundidade, mas<br />

pouco mais de um metro de altura, e tínhamos de<br />

rastejar por cima de muitos companheiros para<br />

conseguir chegar à rua. Mas a dor dele era tão<br />

forte que tivemos mesmo de sair para o exterior.<br />

Então, viemos por ali a baixo, a descer a <strong>montanha</strong><br />

do Pico ‘às cambalhotas e trambolhões’, no<br />

meio da chuva, do vento e do nevoeiro serrado,


apenas com uma pequena lanterna na mão. Para<br />

complicar a situação um pouco mais, na altura<br />

não havia marcos de sinalização, apenas umas<br />

pedras aqui e ali para indicar o caminho. Apesar<br />

de tudo, conseguimos descer e, finalmente,<br />

encontrámos a carrinha da polícia, (hoje em dia<br />

existe uma casa de guarda) que estava ali para<br />

o caso de acontecer alguma coisa com as pessoas<br />

que sobem ao pico. Levaram-nos ao hospital e<br />

descobrimos que o meu amigo tinha uma apendicite<br />

“, relembra Carlos.<br />

Como bom aventureiro que Carlos é, seja qual for<br />

a parte do mundo em que se encontre, a adrenalina<br />

acompanha-o sempre, como nos conta através<br />

de mais uma das suas histórias emocionantes.<br />

“Há uns anos fiz uma viagem à Patagónia.<br />

Quando cheguei a Buenos Aires, no meio de uma<br />

revolução, a primeira coisa que vejo é um cartaz<br />

enorme com letras vermelhas a dizer: ‘NO TAXI<br />

-peligro de secuestro’ (Não apanhar Taxi - perigo<br />

de sequestro). Perante isto, pensei: se calhar<br />

o melhor é apanhar um avião e regressar a casa.<br />

Mas, achei que não tinha nada a perder, pois não<br />

levava nada de valor comigo. Felizmente, não<br />

aconteceu nada e consegui desfrutar, embora<br />

houvesse manifestações por todo o lado. Após ter<br />

visitado a cidade de Buenos Aires, prossegui em<br />

direcção a Sul, para a Patagónia. Comecei pelo litoral<br />

para ver as baleias, depois entrei nas zonas<br />

mais montanhosas e, quando cheguei à Terra do<br />

Fogo, quis logo agarrar num caiaque e fazer uma<br />

travessia. Foi uma viagem que jamais esquecerei,<br />

vivi-a intensamente e é um dos sítios mais bonitos<br />

do mundo, tal como a Nova Zelândia. Na Patagónia<br />

tive a oportunidade de fazer um voo de<br />

avioneta, durante 90 minutos, sobre os Andes. Fui<br />

filmando e fotografando lagos de várias cores, as<br />

<strong>montanha</strong>s - Cornos del Paine, Fitzroy, Cerro Torre<br />

e os fantásticos glaciares (Perito Moreno, Grey<br />

e Viedma).<br />

Também gostei muito do voo que liga Katmandu<br />

a Lukla, mas nada como esta experiência na Patagónia.”<br />

ProJEcToS<br />

Depois de tantas histórias, é inevitável perguntar<br />

a Carlos quais serão as suas próximas aventuras<br />

e o que tem na manga para os próximos tempos.<br />

“Basicamente, o que quero fazer é, juntamente<br />

com os meus irmãos, criar um conjunto de actividades<br />

de animação turística para que uma pessoa,<br />

quando visita a ilha das Flores, consiga ter<br />

meios para se deslocar e ter um ‘pacote’ completo<br />

de animação. Essa é a grande vantagem de trabalhar<br />

em família. Se um cliente vem e quer ficar<br />

num hotel tem o hotel dos meus pais, se quer<br />

passear, caminhar ou mergulhar pode fazê-lo co-<br />

migo e se, ao mesmo tempo, pretende manter-se<br />

em forma pode ir para o ginásio do meu irmão e<br />

depois jantar no restaurante do meu outro irmão.<br />

Fica tudo em família e o tratamento é simplesmente<br />

o melhor.”<br />

Para além disso, outro dos grandes objectivos<br />

de Carlos é incentivar cada vez mais as pessoas<br />

da ilha a praticar desporto e a usufruir da ilha.<br />

“Lembro-me de há 10 anos vestir uns calções de<br />

lycra para andar de bicicleta e as pessoas gozarem<br />

comigo. Quando chegava a ilha do Corvo,<br />

metia a mochila às costas para subir a <strong>montanha</strong><br />

e ir fotografar, mas as pessoas diziam que eu era<br />

doido, que devia era estar em casa. Naquela altura<br />

as pessoas não desfrutavam do que tinham<br />

à sua volta. Ficavam no sofá, a ver televisão e a<br />

‘contribuir para as farmácias’. Felizmente, houve<br />

uma evolução nesse sentido e, hoje em dia, vejo<br />

imensas pessoas de cá a praticar desporto. Num<br />

meio pequeno é complicado, tudo demora mais<br />

tempo.”<br />

Para além de continuar a contribuir para o bem-<br />

-estar das pessoas e influenciá-las a ter uma vida<br />

mais saudável, Carlos também pretende alcançar<br />

uma nova meta: subir até os sete mil metros<br />

no Nepal. Mas, enquanto este novo desafio não é<br />

atingido, Carlos irá continuar a preservar e a partilhar<br />

os encantos naturais da sua ilha e, em breve,<br />

poderá fazê-lo com alguém muito especial ao<br />

seu lado: o seu filho, que irá nascer brevemente e<br />

a quem, certamente, irá transmitir todas as suas<br />

paixões e valores. ø<br />

Magali Tarouca<br />

Facebook<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 41<br />

Entrevista<br />

carlos Mendes


Por terra<br />

Actividade<br />

SERRA DA FREITA<br />

MACIÇO DA GRALHEIRA<br />

42<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Rota do Carteiro, Caminhos Ancestrais, em busca do<br />

Ouro Negro... Aldeia do Cando; Rio de Frades; Cabreiros<br />

e Tebilhão. Aldeias com muito pouca população,<br />

aldeias com muitas memórias contadas na 1.ª pessoa .


São histórias reais, são marcas que a História<br />

nos deixou. Contadas pelos locais, pelos artefactos<br />

(de uma simples amostra de minério até<br />

ao nichos de exploração) e pelos caminhos que<br />

nos contam todo o trajecto e que dificilmente se<br />

deixam apagar.<br />

Uma vez mais a base destas incursões<br />

são na aldeia do Merujal,<br />

parque de campismo “Refúgio da<br />

Freita”, todos os pontos de partida<br />

sejam a pé como pequenas deslocações<br />

de automóvel para dar início aos imensos<br />

percursos serranos.<br />

Serra da Freita, maciço inserido na cordilheira<br />

da Gralheira, entre o Porto e Aveiro, estendendo-<br />

-se para nascente. Constituída por um conjunto de<br />

serras que vai desde a Freita, S. Macário até Leomil<br />

passando por Montemuro.<br />

MACIÇO CENTRAL DA SERRA DA FREITA<br />

VERTENTE NASCENTE:<br />

ENCOSTA DO RIO DE FRADES - PAIVÔ<br />

ROTA DO OURO NEGRO / CAMINHO DO CARTEIRO<br />

Percurso circular saindo e chegando à aldeia do<br />

Cando (950m). Aldeia isolada numa cumeeira<br />

da serra da Freita. Tendo como ponto de referência<br />

as quedas de água abruptas da ribeira da<br />

Pena Amarela que desagua no rio Paivô, inicia-<br />

-se a descida de um desnível bastante acentuado<br />

(cerca de 650m).<br />

Percurso ancestral, através do qual se realizavam<br />

as tradicionais procissões da Páscoa, ini-<br />

ciando-se este ritual a partir de Rio de Frades.<br />

Ainda neste troço do percurso é possível para<br />

os mais afoitos fazerem a descida em canoeing<br />

aproveitando as condições propícias à prática<br />

desta atividade da ribeira.<br />

No final desta descida intersectamos o PR8, designado<br />

por Rota do Ouro Negro. Aqui entramos<br />

numa extensa área minada por dezenas de pequenas<br />

grutas escavadas nas encostas de solo<br />

sedimentar (ardósia, xisto e quartzo).<br />

Nesta zona, durante a segunda grande guerra coabitavam<br />

duas bandeiras inimigas, Alemanha e<br />

Inglaterra em puro secretismo que compravam<br />

clandestinamente aos portugueses o volfrâmio<br />

necessário para as suas indústrias de armamento.<br />

História recente e abandonada, pois hoje o que<br />

resta são as memórias dos aldeãos e as imagens<br />

de uma serra esburacada esperando por melhores<br />

dias. Os caminhos estão lá!<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 43<br />

Por terra<br />

Maciço da Gralheira


Por terra<br />

44<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Seguindo a meia encosta por trilhos sinuosos,<br />

acompanhando as curvas do Paivô, chegamos<br />

a Ribeira de Frades, ponto mais baixo do<br />

percurso, 350m. Antiga aldeia mineira pouco<br />

habitada onde poderemos fazer uma paragem<br />

“técnica” saborear o espaço, ouvir o Paivô<br />

e registar as imagens das casas de pedra.<br />

Paragem obrigatória no estabelecimento da<br />

Dona Inácia!<br />

Retomando o percurso, entramos no designado<br />

PR 6, Caminho do Carteiro. Aqui inicia-se a<br />

grande subida para Cabreiros.<br />

Inicialmente poderemos fazer um desvio curto,<br />

muito pitoresco e sinuoso, passando por uma<br />

levada de água em galeria que nos transporta<br />

quedas de águas da Rio de Frades e ai deliciar-<br />

-nos e refrescar-nos nas águas límpidas e rápidas<br />

do rio, outro afluente do Paivô.<br />

(...)<br />

Pequenos<br />

encontros de conversa<br />

com os locais,<br />

saborear as histórias,<br />

manusear os minerais<br />

dali explo-<br />

rados.<br />

Seguindo encosta acima, ainda em<br />

zona mineira intensa, começa-se<br />

a alargar horizontes,<br />

vereda estreita, rio de<br />

Frades aos nossos pés.<br />

Vêem-se pequenos grupos<br />

a descerem pelo<br />

leito sinuoso e de gargantas<br />

apertadas este<br />

rio. As margens e encostas<br />

em cascalheiras,<br />

muitas delas humanizadas,<br />

provocadas pela intensa<br />

procura do Volfrâmio.<br />

A subida é intensa, foi feita sob<br />

sol intenso, o grupo estende-se e os argumentos<br />

são grandes! As paragens não chegam para tanta<br />

paisagem.<br />

Chegamos à aldeia de Cabreiros, outra<br />

povoação outrora mineira, despovoada.<br />

Paragem obrigatória para restabelecer forças,<br />

os estabelecimentos comerciais locais são paragem<br />

obrigatória. Pequenos encontros de conversa<br />

com os locais, saborear as histórias, manusear<br />

os minerais dali explorados.<br />

Já estamos a cotas elevadas, 730m. Entre Cabreiros<br />

e Tebilhão duas povoações próximas,<br />

caminhos rurais, agricultura pobre de subsistência<br />

de grande esforço humano para conseguir<br />

a despedrega da Serra.<br />

Em Tebilhão temos mais um ponto de início de<br />

descida em canyoning. É de salientar a quanti-


dade de linhas de água apreciáveis para estas<br />

atividades de aventura.<br />

Saída da aldeia, com os elementos de tempos,<br />

distâncias e desníveis vencidos, pelas marcações<br />

do PR6.<br />

Último Troço, final da tarde, com a marcação do<br />

GR 28 na saída de Tebilhão, subindo a cumeada,<br />

vertente Nascente em direcção a Cando.<br />

Aqui já com o solo mais sólido e rochoso, com linhas<br />

de horizonte da Serra de Montemuro, aqui<br />

a serra mantém a mesma caraterística de solos<br />

pobres, despida de vegetação, acções do homem<br />

sempre presente desde milhares de anos.<br />

Ainda não estão esgotadas as incursões a este<br />

local de grande interesse, futuro potencial turístico.<br />

Área de interesse e local com limites bem definidos<br />

de um dos poucos Geoparques do Pais<br />

“Geoparque Arouca” ø<br />

Jorge José Portela<br />

app<br />

gonE TrEkking<br />

Gone Trekking é uma aplicação que permite<br />

a localização durante as actividades outdoor<br />

através do envio de notificações de alerta<br />

em caso de emergência. Permite igualmente<br />

a gravação do ponto de partida e<br />

de chegada.<br />

Esta aplicação é compatível com Ipod<br />

Touch, Iphone e Ipad.<br />

preço: $1.99<br />

Para fazer o download da aplicação basta aceder a<br />

www.itunes.apple.com<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 45<br />

Por terra<br />

Maciço da gralheira


Por terra<br />

Crónica<br />

“Gr_das putêGas”<br />

Tivemos cuidado na hora de despertar,<br />

com as arrumações à pressa das<br />

mochilas e demais equipamentos,<br />

com os cereais comidos à velocidade<br />

da luz, mas saímos tarde do parque<br />

de campismo. O Hugo conduzia em velocidade<br />

excessiva (que é diferente de excesso de velocidade)<br />

naquelas estradas serranas molhadas pela<br />

chuva da noite anterior; o Pedro tentava acalmar<br />

o grupo lembrando que, se a organização oferecia<br />

pequeno-almoço, o mais provável era estarem<br />

todos a encher a barriga de pão com chouriço<br />

ou torresmos e só saírem da aldeia depois<br />

das nove; a Filipa reforçava o orgulho que tem<br />

na sua pontualidade britânica, enervada com<br />

a probabilidade, mais do que certa, de chegar<br />

atrasada. Já não queria ir; preferia faltar e arranjar<br />

um Plano B. Eu achava que o seu orgulho<br />

na pontualidade era um pretexto para não ter de<br />

fazer a caminhada à chuva, mas ia calada, agradada<br />

com o facto de que tinha colocado umas<br />

46<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

calças impermeáveis na mochila.<br />

A informação sobre o percurso que obtivemos<br />

pela Internet era escassa: percurso interpretativo<br />

de gravuras rupestres, com vinte quilómetros<br />

de extensão. O preço incluía pequeno almoço<br />

e almoço, mais um carro de apoio. Assim, sem<br />

mais nada. Cru e sem tempero. Dizer que uma<br />

caminhada tem vinte quilómetros é muito subjectivo,<br />

pois não há indícios da dificuldade da<br />

mesma. Será sempre a subir? Será por trilhos de<br />

pedra ou por estrada alcatroada? Um indício seguro<br />

do grau de dificuldade de uma caminhada é<br />

a dicotomia entre quilómetros e duração prevista<br />

em horas. Um exemplo prático: o percurso A<br />

tem oito quilómetros e está previsto ser concluído<br />

em seis horas. O percurso B tem quinze quilómetros<br />

que se cumpre em cinco horas. Qual o<br />

mais difícil? Apesar de ter menos quilómetros,<br />

o percurso A parece ser mais difícil que o B. Da<br />

informação lida na Internet, presumimos que os


vinte quilómetros anunciados seriam feitos durante<br />

o dia todo.<br />

Quando chegámos à aldeia, não se via vivalma.<br />

Apesar de termos consciência de que eram nove<br />

horas da manhã de um Domingo chuvoso, tínhamos<br />

esperança de ver alguém na rua, possivelmente<br />

a tomar o pequeno-almoço imaginado<br />

pelo Pedro. Ficámos silenciosos dentro do carro,<br />

com o motor ainda a trabalhar. O que fazer?<br />

Do interior de uma das casas daquela rua, um<br />

homem de meia idade dirigiu-se a nós. Afável<br />

e curioso, perguntou-nos se vínhamos ao “pas-<br />

seio”. Anuímos, mas que infelizmente tínhamos<br />

chegado atrasados. “Pois é”, disse ele, “o grupo<br />

ainda esperou um bocado pelos senhores, mas<br />

não havia meio de chegarem e resolveu arrancar.<br />

Era já um quarto para as nove! São os<br />

senhores de Lisboa, não são?” O Pedro ainda<br />

alimentava esperanças na sua teoria gastronómica.<br />

“Mas o programa que estava na Internet<br />

dizia que ofereciam pequeno-almoço…” “Sim,<br />

oferecemos (eu também faço parte da organização!),<br />

mas o pequeno-almoço é servido a meio<br />

da manhã, na serra, pelo carro de apoio. Aqui<br />

a gente toma o pequeno-almoço em casa, antes<br />

de sair.” Olhou-nos como se fossemos extraterrestres.<br />

Resignados com a situação, ficámos ali apalermados<br />

dentro do carro, sem saber muito bem<br />

o que fazer. Agradecemos ao senhor e já estávamos<br />

preparados para ir embora, quando ele<br />

disse para esperarmos um bocado, que ele ia ver<br />

o que se podia fazer. Tirou o telemóvel da algibeira<br />

das calças e marcou um número. Passados<br />

alguns segundos alguém atende do outro lado.<br />

“Luís! Olha lá! Os senhores de Lisboa chegaram<br />

agora. Não dá para o António Zé vir cá num<br />

instante para os levar até aí?” Ficámos boquiabertos!<br />

O carro de apoio viria atrás de propósito<br />

para nos vir buscar à aldeia e levar-nos até ao<br />

grupo de caminheiros, já embrenhados no meio<br />

da serra do Açor!<br />

Agradecemos imediata e antecipadamente ao<br />

Sr. António Zé, estacionámos o carro e começámos<br />

a trocar os ténis pelas botas de caminhada,<br />

a vestir os fatos impermeáveis (continuava a<br />

chover) e a dar os últimos preparativos às mochilas.<br />

Num instante, um jipe antigo, lamacento<br />

e a abarrotar de garrafas de água de plástico de<br />

33cl e caixotes de cartão parou junto de nós. O<br />

Sr. António Zé apresentou-se rapidamente. Homem<br />

no Outono da vida, de rosto queimado e<br />

enrugado, mas com olhos que eram duas lagoas<br />

de um azul celestial. Apesar do rosto mal tratado<br />

pelo clima serrano, aqueles olhos quase angeli-<br />

Foto: susana Muchacho<br />

Foto: susana Muchacho<br />

cais suavizavam-lhe a cara barbuda.<br />

Rapidamente começou a empilhar as paletes e<br />

a tentar ajustar os caixotes de forma a arranjar<br />

espaço para nós. Contente com o resultado<br />

fez um gesto com a mão convidando-nos a entrar<br />

no seu jipe. Aproximámo-nos do veículo,<br />

mas nas nossas mentes permanecia uma dúvida<br />

existencial: como é que quatro pessoas mais<br />

respectivas mochilas caberiam nos três lugares<br />

disponíveis? A Filipa foi a primeira a entrar para<br />

os bancos traseiros do jipe e sentou-se em cima<br />

duma palete de garrafas de água. Eu entrei atrás<br />

dela e sentei-me no meio, com um dos caixotes<br />

de cartão a bater-me por trás, na cabeça. O<br />

Pedro entrou a seguir. Mesmo hoje ainda não<br />

percebo como é que ia sentado, mas batia com<br />

a cabeça no tejadilho. O Hugo ia à frente com<br />

duas paletes de garrafas de água e uma tablete<br />

de chocolate de leite ao colo, como se fosse<br />

a cereja em cima do bolo. Aconchegámo-nos o<br />

melhor possível.<br />

No momento em que o Olhos Azuis engatou a<br />

primeira mudança, percebemos porque é que tinha<br />

chegado tão depressa da serra. Não era pelo<br />

facto de o grupo de caminheiros andar devagar<br />

como suspeitámos em primeiro lugar, era simplesmente<br />

porque o Olhos Azuis tinha pretensões<br />

a ser o Sebastien Loeb da Serra do Açor.<br />

Enquanto o jipe deslizava veloz pelo asfalto da<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 47<br />

Por terra<br />

“gr_rota das Putêgas


Por terra<br />

aldeia, a viagem ainda pareceu divertida, mas<br />

depois de entrar em terra batida, a viagem tornou-se<br />

uma experiência alucinante. Naqueles<br />

quilómetros de trilhos de terra batida pelo meio<br />

da serra, fiquei solidária com a roupa no programa<br />

de centrifugação. Os solavancos eram tais,<br />

que os três que íamos no banco traseiro abraçados<br />

às mochilas saltávamos e abanávamos,<br />

sendo fustigados juntamente com os mantimentos<br />

dentro dos caixotes. Eu era constantemente<br />

agredida pelo caixote que cheirava a pão com<br />

chouriço, que decidiu dar-me socos no pescoço<br />

e na cabeça até o condutor puxar o travão de<br />

mão, no trilho corta-fogo, perto dos últimos caminheiros.<br />

Pela distância que percorremos de<br />

jipe, começámos a perceber que aquele grupo<br />

andava depressa.<br />

O Loeb de Olhos Azuis deixou-nos meios atordoados<br />

na berma do caminho e avançou desarvorado,<br />

muito preocupado com a distribuição<br />

de água que tinha de fazer aos caminheiros que<br />

iam à frente. Nós, ainda com as pernas trôpegas<br />

da centrifugação a mil e duzentas rotações<br />

por minuto, só tivemos tempo para ajustar as<br />

mochilas às costas e iniciarmos a caminhada.<br />

As pessoas que ali estavam presentes, Lara e<br />

Tomé, começaram logo a conversar connosco.<br />

Foi muito agradável, pois deu para esquecer a<br />

experiência no jipe e voltar a sentir que éramos<br />

pessoas normais.<br />

A Srª Lara começou por nos explicar as utilizações<br />

medicinais das folhas jovens do Eucalyptus<br />

globulus Labili, quando se lembra que ali há<br />

uma gravura. “Ali” era uma zona de inclinação<br />

acentuada, que para a alcançar tivemos de fazer<br />

um corta-mato entre arbustos de carqueja floridos.<br />

A gravura deixou-me confusa. Estávamos<br />

sobre uma placa de xisto de proporções avan-<br />

48<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

tajadas gravada com duas ou três pegadas de<br />

sapatos, decoradas com pequenas covinhas. Eu<br />

ansiava por ver gravuras de cenas dramáticas<br />

de caçadas a animais possantes, tipo mamutes<br />

ou tigres de dentes de sabre e pequenas figurinhas<br />

antropomórficas empunhando lanças, e<br />

o que vejo são solas de sapatos rotas?! Para estragarem<br />

ainda mais a minha fantasia rupestre,<br />

informaram-me que as solas esburacadas são da<br />

Idade Média. Gravuras rupestres Anno Domini?!<br />

Realmente estamos sempre a aprender.<br />

A pastorícia sempre foi uma actividade introspectiva,<br />

que dá azo à contemplação. Se as gravuras<br />

do Paleolítico referem preocupações directas<br />

com a sobrevivência, já as do Neolítico<br />

reflectem sentimentos mais pessoais, como a<br />

fertilidade. As pegadas medievais são representações<br />

de posse de terras ou de zonas de pastoreio.<br />

As covinhas, tanto medievais como modernas,<br />

podem ser esquemas simplificados de<br />

constelações.<br />

A única coisa que mitigou a minha pseudo decepção<br />

foi a descoberta acidental da Dª Lara no<br />

meio das raízes de um dos arbustos que crescia<br />

perto da laje de xisto: “Pútegas!” Um nome invulgar<br />

para um elemento do reino vegetal também<br />

ele invulgar. Segundo aquela autóctone,<br />

há alguns anos que não via pútegas na serra do<br />

Açor. São pequenas flores com um néctar doce<br />

que é consumido pelas crianças e adolescentes<br />

quando brincam no campo. De acordo com uma<br />

investigação posterior, descobri que a Pútega<br />

(Cytinus hypocistis) é um parasita e, como tal,<br />

não produz clorofila; alimenta-se do seu hospedeiro,<br />

por norma outro Cytinus. É comestível<br />

(consumido como substituto do espargo) e usado<br />

na medicina tradicional para tratar a disenteria.<br />

Voltando ao trilho, continuámos o nosso<br />

Foto: susana Muchacho


Foto: Paulo Castro<br />

caminho na expectativa de encontrar outra gravura<br />

rupestre.<br />

Após outro troço de corta-mato, chegámos a um<br />

miradouro natural de onde podíamos avistar a<br />

Serra da Estrela. Neste miradouro tivemos uma<br />

surpresa muito desagradável e triste. Segundo<br />

dois dos organizadores e responsáveis pela localização<br />

e identificação das gravuras, a placa<br />

de xisto onde nos encontrávamos tinha sido<br />

cortada! Os indícios eram claros. A pedra remanescente<br />

estava muito mais clara, lisa e sem<br />

líquenes – sinal de que não esteve exposta ao<br />

elementos; a terra em redor estava revolvida e<br />

apresentava um corte vertical demasiado direito<br />

para ser natural; e as gravuras de animais do<br />

paleolítico com cerca de oito mil anos, que já<br />

tinham sido identificadas em visitas anteriores,<br />

tinham desaparecido.<br />

A consternação era geral. Alguém falava em<br />

alertar as autoridades locais, outras em expor<br />

o caso aos média. As pessoas permaneciam à<br />

chuva, comentando que o sucedido só poderia<br />

ter tido lugar durante a semana que findava naquele<br />

mesmo dia. O Sr. Tomé tinha feito o reconhecimento<br />

no domingo anterior e a placa<br />

de xisto estava intocada. As gravuras que ainda<br />

permaneciam no resto da placa de xisto eram<br />

antropomórficas (cruzes com falos) com cerca<br />

de quatro mil anos e mais covinhas medievais<br />

e outras do século XX (bem demarcadas e mais<br />

profundas). Segundo algumas opiniões, alguém<br />

anda a extrair ilegalmente o xisto para a construção<br />

civil, sem se preocupar com o património<br />

histórico. Voltámos ao trilho, encontrando pelo<br />

mato mais pútegas, o que fez com que os ânimos<br />

ficassem menos taciturnos.<br />

Algumas centenas de metros à frente encontrámos<br />

o jipe do Loeb de Olhos Azuis parado, de<br />

bagageira aberta de par em par. As pessoas reuniram-se<br />

à sua volta, ajudando na distribuição<br />

e consumo do pão com chouriço, das filhós, do<br />

vinho e do sumo de laranja. Afinal o Pedro não<br />

estava muito enganado em relação ao hipotético<br />

pequeno-almoço. Voltámos ao caminho pouco<br />

tempo depois, pois a chuva voltou a marcar a<br />

sua presença.<br />

Passei grande parte da manhã na companhia da<br />

Dª Lara e do Sr. Gomes. Ambos apicultores mais<br />

ou menos profissionais, que depois de eu começar<br />

a mostrar interesse e a fazer perguntas,<br />

tiveram a amabilidade de me iniciar nas lides<br />

desta actividade milenar, por sinal mais antiga<br />

que algumas das gravuras que vi naquele dia.<br />

Tal como um prefácio ou uma nota introdutória<br />

tive uma pequena aula de Língua Portuguesa:<br />

diz-se um mel, dois méis e não um mel, dois meles.<br />

A partir daqui cada um à sua vez, iam-me<br />

explicando as intricadas inter relações (quase<br />

obscenas de tão íntimas) entre flores, polinização<br />

e o sabor, cor e textura dos méis. Relações<br />

da responsabilidade de um insecto amarelo pequenino,<br />

com um bico no rabo: a abelha!<br />

À medida que ia fazendo mais perguntas, dava-<br />

-me a impressão que estava num jogo de ténis.<br />

O meu pescoço fazia rotações de cento e oitenta<br />

graus, para acompanhar os meus dois formadores;<br />

Dª Lara à minha direita, Sr. Gomes à minha<br />

esquerda. Pareciam bem coordenados, pois falava<br />

um de cada vez, sem se atropelarem nem<br />

repetirem informação. A Dª Lara formou-me em<br />

Processos Industriais de Produção, referindo a<br />

longa experiência em trabalho de campo na ex-<br />

OUTDOOR Julho_agosto 2011 49<br />

Por terra<br />

“gr_rota das Putêgas


Por terra<br />

ploração do irmão. Por sua vez, o Sr. Gomes foi<br />

responsável pelo módulo Técnicas de Extracção<br />

e Respectivas Ferramentas. Leccionaram um<br />

módulo em conjunto: Mel e Produtos Derivados.<br />

Na formação do módulo Distribuição e Comercialização,<br />

surgiram alguns momentos de tensão,<br />

principalmente quando o Sr. Gomes começou<br />

a discorrer sobre a sua (má) experiência em<br />

Associativismo e Venda a Retalho. Apesar de ser<br />

favorável ao Associativismo e ao Empreendedorismo,<br />

afirmava que o Estado deveria dar apoios<br />

aos pequenos agricultores, apoiando a sua tese<br />

no fantasma da diferença de metros quadrados<br />

que existe entre Portugal e Espanha. Dª Lara<br />

permanecia calada. Não entendi se o silêncio<br />

significava conivência ou apenas urbanidade.<br />

Após um breve momento silencioso,<br />

o Sr. Gomes ainda voltou à<br />

carga e deu-me formação num<br />

derradeiro módulo: Ética na<br />

50<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

A<br />

partir daqui<br />

cada um à sua vez,<br />

iam-me explicando as<br />

intricadas inter relações<br />

(quase obscenas de tão<br />

íntimas) entre flores,<br />

polinização e o sabor,<br />

cor e textura dos<br />

Apicultura em Portugal e<br />

Espanha. Instruiu-me que,<br />

apesar de cada colmeia necessitar<br />

dum raio de acção<br />

compreendido entre dois a<br />

quatro quilómetros, existem<br />

apicultores espanhóis das<br />

zonas fronteiriças que colocam<br />

cortiços propositadamente<br />

em zonas já “lotadas”. Isto obriga<br />

as abelhas a procurar alimento em<br />

Portugal, pois não têm noção de fronteira,<br />

mesmo sendo em espaço Schengen, provocando<br />

a morte das colmeias nacionais por fome, gerada<br />

pelo aumento da procura de flores e do seu<br />

pólen. A Dª Lara e eu ficámos a olhar para o Sr.<br />

Gomes, sem saber o que pensar ou dizer. Será<br />

verdade ou apenas mais um pedaço do fantasma<br />

da diferença de metros quadrados que existe<br />

entre Portugal e Espanha?<br />

méis.<br />

Tacitamente entrámos num período mais introspectivo.<br />

O diálogo tinha-se tornado pouco confortável.<br />

Felizmente as pútegas eram presença<br />

constante para gáudio de Dª Lara, que lhe recordavam<br />

os tempos de juventude. Foi o pretexto<br />

ideal para a mudança de tema de conversa. Tive<br />

pena de não poder provar o seu néctar doce, mas<br />

as Cytinus hypocistis ainda não tinham florescido.<br />

Eram apenas uns cilindros vermelhos com<br />

pequenas protuberâncias no topo, com aspecto<br />

de plástico brilhante. Fizemos mais um desvio<br />

para dentro do mato, onde o guia científico nos<br />

esperava para mostrar mais uma gravura. Desta<br />

vez, sob um arbusto de carqueja, uma pedra<br />

ostentava um desenho de uma serpente ondulante.<br />

A chuva era uma constante, mas não impedia<br />

que o ritmo da passada fosse rápido. Chegados<br />

a uma bifurcação, decidiu-se dividir o grupo em<br />

dois. Uma parte seguiria pela esquerda, onde<br />

os esperava algumas subidas íngremes, a outra<br />

parte seguiria em frente, onde o percurso<br />

seria menos exigente, apesar de cerca de três<br />

quilómetros mais em ambos os percursos. Eu,<br />

o Pedro e o Hugo fomos pela esquerda e a Filipa<br />

optou em ir em frente, para continuar na<br />

companhia de umas senhoras com as quais conversava<br />

com gosto. Despedimo-nos todos com a<br />

certeza de que nos encontraríamos na Casa do<br />

Povo, onde seria servido um Rancho para o almoço.<br />

Foi naquela altura que tivemos a certeza<br />

de que os vinte quilómetros eram para ser cumpridos<br />

da parte da manhã.<br />

A chuva foi gradualmente desaparecendo,<br />

até restar apenas um<br />

céu cinzento como recordação.<br />

À medida que a hora do almo-<br />

ço se aproximava, as pessoas<br />

adquiriam uma postura mais<br />

reservada. Provavelmente<br />

pensavam no Rancho e nos<br />

seus ingredientes, que a esta<br />

hora já devia estar quase pronto.<br />

Os caminheiros iam mais<br />

espaçados, dando oportunidade<br />

a cada um de apreciar a paisagem<br />

em redor. Quando se avistou a aldeia a<br />

animação regressou. As pessoas voltaram a<br />

conversar e até o ritmo da passada aumentou.<br />

À entrada da aldeia, um ganso enorme grasnava<br />

descontrolado, deitando a língua de fora aos<br />

caminheiros que se aproximavam da Casa do<br />

Povo, o destino final da caminhada. Teve sorte<br />

naquele domingo, mas pode ser que na próxima<br />

actividade hajam tostas e foie gras para o pequeno<br />

almoço. ø<br />

Susana Muchacho<br />

Geosphera<br />

APP<br />

trail<br />

Esta aplicação permite colocar os lugares<br />

onde já estiveste. Faz a estatística de todos<br />

os pontos que já visitaste, dando-te o<br />

ponto mais alto e mais baixo do teu percurso.<br />

(Diagrama de altitude)<br />

Esta aplicação é compatível com Ipod<br />

Touch, Iphone e Ipad.<br />

Para fazer o download gratuito da aplicação<br />

basta aceder a www.itunes.apple.<br />

com


OUTDOOR Junho_Julho 2011 51


Por Terra<br />

Por Artur Pegas<br />

a importância<br />

dos Guias locais<br />

quem sabe da poda é o podador...<br />

quer por paixão quer por missão, posso dizer que conheço<br />

meio mundo. bem, se não meio, pelo menos um quarto já calcorreei.<br />

Digo com orgulho que não conheço muitas cidades.<br />

Praias contam-se pelos dedos de duas mãos. Montanhas, florestas,<br />

desertos, culturas milenares, tribos e outros “temas”<br />

que quase sempre passam ao lado do turismo de massas e das<br />

revistas de viagens, posso dizer, que já tive o privilégio de ser<br />

hóspede destes “habitats” por variadíssimas vezes.<br />

52 Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR


Myles - Escócia<br />

Por Terra<br />

Guias locais


Por Terra<br />

Diz um provérbio Navajo,<br />

que o nosso planeta não<br />

nos pertence. Os nossos<br />

pais emprestam-no, para<br />

que nós o amemos e cuidemos<br />

dele para mais tarde o emprestarmos<br />

aos nossos filhos.<br />

A primeira vez que li este provérbio,<br />

já lá vão mais de vinte anos, não lhe<br />

prestei muita atenção. Há cerca de dois<br />

meses, embrenhado nas profundezas da<br />

selva mexicana, na companhia de um<br />

índio da tribo Lacandon, as palavras dos<br />

Navajos ecoaram de novo e de forma estridente<br />

no meu cérebro. Desta vez fizeram<br />

todo o sentido.<br />

Subitamente interiorizei que apenas alguém<br />

que conheça como ninguém o seu<br />

território (entenda-se aqui território em<br />

sentido lato, quero dizer região ou país),<br />

que o ame profundamente, e que por<br />

isso o queira mostrar e partilhar com<br />

um estrangeiro (aqui também em<br />

sentido lato, como alguém que<br />

não pertence aquela zona,<br />

tribo ou país) está capaci-<br />

tado para o fazer.<br />

O Daniel, nasceu na<br />

selva. Cresceu na selva.<br />

Aprendeu tudo o que a<br />

natureza selvagem e densa<br />

daquele território lhe tinha<br />

para ensinar e naqueles dias<br />

em que estive como seu hóspede,<br />

Daniel mostrou-me alguns dos segredos<br />

que o território Lacandon guarda.<br />

Este homem, de tez escura como chocolate,<br />

envergando uma túnica branca<br />

e imaculada como a neve acabada de<br />

cair, trouxe-me à memória os inúmeros<br />

guias locais que se cruzaram nas minhas<br />

viagens. Todos eles (quase) sem<br />

excepção foram uma das grandes mais<br />

valias de cada uma das jornadas.<br />

54<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

(...) ou<br />

quando as<br />

coisas não correm<br />

como planeamos, percebemos<br />

rapidamente<br />

que não pertencemos<br />

àquela terra. Não<br />

somos “locais”.<br />

Alguém dizia e com razão que jamais se<br />

poderá ter a pretensão de conhecer um<br />

país quando lá passamos alguns dias,<br />

ou mesmo quando fazemos meia dúzia<br />

de viagens a esse país. Quanto muito,<br />

arranhamos muito ao de leve alguns<br />

costumes, aprendemos a descrever sumariamente<br />

os monumentos mais importantes,<br />

conhecemos meia dúzia de<br />

hotéis, hosteis e restaurantes que por<br />

virem referenciados em guias de viagem<br />

ou por simples informação de outros<br />

viajantes nos permitem fazer um brilharete<br />

entre os amigos, e… voilá, somos<br />

tentados a pensar que nos tornamos peritos<br />

num país ou numa zona.<br />

É como decorar uma cartilha. Sabemo-<br />

-la de trás para a frente e vice versa,<br />

mas quando alguém nos pede um pouco<br />

mais, ou quando as coisas não correm<br />

como planeamos, percebemos rapidamente<br />

que não pertencemos àquela<br />

terra. Não somos “locais”.<br />

Aproveito estas páginas para<br />

prestar uma muito modesta<br />

homenagem e agradeci-<br />

mento a cinco dos melhores<br />

guias locais com<br />

quem já tive o prazer de<br />

conviver. Muitos outros<br />

ficam por referir, mas<br />

cada um deles foi decisivo<br />

para que a percepção dos locais<br />

para onde viajei se tenha<br />

cimentado de forma indelével na<br />

minha geografia de experiências e sensações.<br />

A todos o meu muito obrigado.<br />

o MEU ToP 5 DE gUiAS<br />

locAiS<br />

mohamed – Iémen<br />

bayan – Deserto do goby, Mongólia<br />

daniel – Selva de Lancandon, México<br />

myles – Terras Altas e Ilhas Hébridas, Escócia<br />

rosalindo – Pantanal, Brasil


MohaMed – IéMen<br />

Viajei para o Iémen em 2006. Com um<br />

amigo tinha o firme propósito de visitar o<br />

país por estrada num percurso circular,<br />

começando e terminando em Sanna e<br />

envolvendo uma travessia do quarto<br />

vazio, uma zona desértica no norte do<br />

país, fronteiriço à Arábia Saudita, uma<br />

visita a Shiban, e depois descer até à<br />

costa e percorre-la até subir de novo<br />

para a capital.<br />

Não tinha previsto “ter” um guia local,<br />

mas em conversa com a agência com<br />

quem trabalho, convenceram-me que<br />

para além do condutor um guia iria enriquecer<br />

a viagem. Foi assim que durante<br />

quase três semanas 2 estrangeiros<br />

e dois locais se transformaram em 4<br />

amigos a viajar pelo Iémen.<br />

Mohamed levou-nos a colher café e<br />

qat, mostrou-nos as madrassas onde a<br />

Al Qaeda formava os seus discípulos,<br />

levou-nos a restaurantes onde suspeito,<br />

nenhum ocidental teria entrado, entramos<br />

em mesquitas vedadas a não muçulmanos,<br />

evitou que entrássemos em<br />

sítios de onde teríamos alguma dificuldade<br />

em sair, enfim, partilhou connosco<br />

de forma honesta e apaixonada o que o<br />

seu país tinha para oferecer. O melhor<br />

e o pior. Ainda hoje, de quando em vez<br />

lhe telefono, para saber como está.<br />

danIel – Selva de lancandon, MéxIco<br />

Daniel nasceu na selva mexicana, na região<br />

que hoje se chama Chiapas. É um<br />

dos poucos da sua tribo a falar espanhol.<br />

A maioria (que não significam muitos)<br />

não fala nada mais para alem da língua<br />

nativa o Lacandon.<br />

O Daniel levou-me por rios indomados,<br />

por trilhos na selva repletos de plantas<br />

das quais nunca tinha adivinhado as<br />

formas, sabido o nome ou utilidade.<br />

Mostrou-nos cascatas de altura e caudal<br />

impressionantes e ruínas Maias que a<br />

selva engoliu e teima em não devolver.<br />

Fotos: Artur Pegas<br />

Mohamed - Iémem<br />

Daniel , México<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 55<br />

Por Terra<br />

Guias locais


Por Terra<br />

Daniel partilhou connosco a sua casa.<br />

Comemos à mesa com a sua família<br />

pratos cozinhados com o que a floresta<br />

oferece, e sobretudo, deixou transparecer<br />

o amor que tem à sua cultura, à<br />

sua tribo e ao seu território.<br />

bAyAn – DESErTo DE gobi, MongóliA<br />

Em 1998 fiz uma longa travessia a cavalo<br />

no Deserto de Gobi, no Sul da Mongólia.<br />

Não era na altura, tal como não sou hoje,<br />

um cavaleiro experiente. Bayan era! Conhecia<br />

o deserto como poucos. Sabia<br />

onde encontrar água, sombras, abrigos<br />

para passar a noite. Orientava-se pelo<br />

sol, pelas ondulações da paisagem, pelo<br />

56<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

islândia<br />

bayan, Mongólia<br />

jogo de verde e sombras que atravessam<br />

aquela estepe travestida de deserto. Parecia<br />

saber onde as famílias nómadas<br />

com os seus rebanhos montavam as<br />

suas gers e manejava não só o seu cavalo,<br />

mas acredito que com alguns poderes<br />

mais ou menos ocultos conseguia<br />

controlar todos os cavalos e cavaleiros<br />

que o seguiam. 5 no total.<br />

Bayan mal falava inglês. Melhor, pouco<br />

falava para alem de mongol. No entanto<br />

era extremamente comunicativo, e com<br />

ele aprendi imenso, sobre o deserto e<br />

sobre os Przewalski, os atarracados e<br />

resistentes cavalos mongóis que nos<br />

serviram de transporte durante quase


duas semanas.<br />

Myles – Terras alTas da escócia e ilhas<br />

hébridas<br />

Numa viagem de reconhecimento às<br />

mais longínquas partes da Escócia, foi-<br />

-me apresentado o Myles. Apaixonado<br />

por todas as actividades de ar livre,<br />

sentia-se particularmente bem a guiar<br />

trekkings de vários dias e expedições<br />

em kayak.<br />

Um metro e setenta de boa disposição,<br />

paciência, segurança e sobretudo um<br />

poço de sabedoria e de conhecimentos.<br />

Parecia que sabia (e provavelmente<br />

sabia) tudo o que tinha a ver com a cultura<br />

do seu povo – os escoceses!<br />

Sentia-se tão seguro a guiar 7 pessoas<br />

pelo nevoeiro denso dos munros como a<br />

explicar as intricadas batalhas entre ingleses<br />

e escoceses.<br />

Conhecia as famílias e os clãs que produziam<br />

o melhor whisky e levou-nos a<br />

prová-lo em artesanais destilarias. Conhecia<br />

as tecedeiras, as suas mães e algumas<br />

das suas avós. Levou-nos às suas<br />

casas transformados em artesanais<br />

onde se tecem os melhores tweeds das<br />

Ilhas Hébridas.<br />

O Myles teve o condão de me fazer “um<br />

pouco escocês” e franqueou-me portas<br />

para a cultura e os costumes das suas<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 57<br />

Escócia<br />

Por Terra<br />

Guias locais


Por Terra<br />

58<br />

rosalindo, brasil<br />

brasil<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

gentes, que de outra forma jamais teria<br />

conseguido.<br />

roSAlinDo - PAnTAnAl, brASil<br />

Não sei se o Rosalindo é um peão transformado<br />

em guia, se um guia transformado<br />

em peão, ou se por outro lado<br />

consegue ser qualquer coisa que reúne<br />

o melhor das duas artes.<br />

Em Abril de 2011 passei quase uma semana<br />

numa fazenda do Pantanal experienciando<br />

a verdadeira vida pantaneira.<br />

Fascinei-me com a forma como<br />

montavam e ensinavam os seus cavalos,<br />

como tocavam o berrante para juntar o<br />

gado, no fundo, como conseguiam viver<br />

em harmonia com aquela imensidão<br />

plana, verde e alagada.<br />

Rosalindo, nasceu numa fazenda próxima<br />

daquela onde vive agora, há quase<br />

35 anos. É um apaixonado pelo “seu”<br />

pantanal, de onde raramente saiu.<br />

Nos dias que tive a sorte de ver a planície<br />

pelos olhos deste peão, as aves, os<br />

répteis, os mamíferos e os peixes pareciam<br />

ter acordado com ele um pacto<br />

de cooperação. Com um à vontade des-<br />

app<br />

TrADUTor ProFiSSionAl<br />

Tradutor baseado no Google<br />

Translate que ajuda a traduzir<br />

o texto onde estiveres. O<br />

aplicativo grava automaticamenteas<br />

tuas traduções para<br />

uso futuro.<br />

Função de pesquisa - pesquisa<br />

traduções anteriores.<br />

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com Ipod Touch, Iphone e Ipad.<br />

Para fazer o download gratuito da aplicaçã<br />

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concertante, Rosalindo via as pistas, os<br />

rastos e as pegadas onde eu jurava não<br />

existirem. Sentia-lhes o odor e previa-<br />

-lhes os movimentos.<br />

Relembro-me particularmente<br />

de uma jornada<br />

a cavalo que envolvia a<br />

travessia de um lago relativamente<br />

profundo e<br />

calmo. Parecia não haver<br />

vida para além das plantas<br />

aquáticas que o povoavam.<br />

Rosalindo insistiu que os cavalos<br />

que cada um de nós montava,<br />

deveriam segui-lo sem a mínima<br />

Rosalindo<br />

insistiu que os<br />

cavalos que cada um<br />

de nós montava, deveriam<br />

segui-lo sem a<br />

mínima alteração<br />

de rota.<br />

alteração de rota. Já fora de água e<br />

com as instruções do guia cumpridas<br />

na íntegra, percebemos a exigência.<br />

Não muito longe da zona por onde<br />

atravessamos viam-se imóveis<br />

(e a custo) os olhos de meia<br />

dúzia de jacarés.<br />

Tal como na selva mexicana,<br />

também aqui, em<br />

pleno Pantanal, só um<br />

guia local consegue ver e<br />

mostrar o que todos os outros<br />

nem sequer imaginam<br />

que existe. ø<br />

Artur Pegas<br />

www.papa-leguas.com<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 59<br />

Escócia<br />

Por Terra<br />

Guias locais


Por água<br />

Evento<br />

transat 6.50<br />

la rochelle/funchal/salvador da baía<br />

Gwénolé Gahinet e david raison vencem transat 6.50. Clube Naval<br />

do Funchal anfitrião da estadia na Madeira da “Mais solitária das<br />

regatas transatlânticas”<br />

60<br />

Julho_Agosto 2011 OUTDOOR


OUTDOOR Julho_Agosto 2011 61<br />

Por água<br />

Transat 6.50


Por água<br />

Gwénolé Gahinet (Series) e David<br />

Raison (Protótipos) venceram a<br />

edição 2011 da Transat 6.50 - La<br />

Rochelle/Funchal/Salvador da<br />

Baía. Entre França e o Brasil, com<br />

escala em Portugal, os dois franceses foram os<br />

mais rápidos e arrecadaram a vitória.<br />

Gahinet, de 27 anos, completou a missão<br />

a 2 de Novembro por volta das 17h35<br />

(hora portuguesa), praticamente<br />

três dias depois de Raison, a<br />

bordo de um Mini de última<br />

geração, ter chegado ao porto<br />

de Salvador (31 de Outubro, às<br />

18h43).<br />

Ambos se mostraram felizes<br />

à chegada depois da “grande<br />

aventura” em alto Mar que durou<br />

mais de um mês. “É demais.<br />

É realmente muito bom chegar e<br />

ainda por cima não ver outros Minis<br />

nos pontões. Claro que pensava na vitória da<br />

etapa e também na vitória da classificação geral<br />

apesar de cansado. A Transat 6.50 é uma grande<br />

descoberta. Uma coisa de loucos”, referia com<br />

emoção à chegada Gwénolé Gahinet, enquanto<br />

David Raison só conseguia pronunciar uma palavra:<br />

“Fantástico!”<br />

Os franceses dominaram a competição garantindo<br />

os primeiros seis lugares de pódio – três<br />

em cada uma das classes. Pierre Brasseur e Be-<br />

62<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

O vento não<br />

ajudou, a largada<br />

que estava marcada<br />

para as 13h00<br />

foi sendo adiada até<br />

ao fim da tarde<br />

(...)<br />

noit Mariette foram segundo e terceiro, respectivamente,<br />

nos Series, enquanto essas posições<br />

foram ocupadas por Thomas Normand e Bertrand<br />

Delesne nos Protótipos.<br />

PoUco vEnTo nA PriMEirA ETAPA EnTrE lA<br />

rocHEllE E o FUncHAl<br />

A GPO - “Grand Pavois Organization” anunciava<br />

ao microfone o nome de cada skipper,<br />

nacionalidade, objectivos e claro,<br />

como é tradicional, colocava a música<br />

escolhida por cada concorrente<br />

para o grande momento<br />

do adeus a terras francesas.<br />

O vento não ajudou, a largada<br />

que estava marcada para as<br />

13h00 foi sendo adiada até ao<br />

fim da tarde, altura em que os<br />

pequenos Minis conseguiram<br />

deixar os canais de La Rochelle<br />

pelos seus próprios meios. Esta situação<br />

deixou os concorrentes um pouco<br />

nervosos uma vez que habitualmente na travessia<br />

até à primeira escala, a cidade do Funchal,<br />

deveria levar apenas cinco dias.<br />

À medida que os dias passavam, também o anfitrião<br />

português sentia mais responsabilidades.<br />

O Clube Naval do Funchal preparou tudo ao mais<br />

ínfimo pormenor para receber os velejadores.<br />

“Este ano apostámos em força e, com a presença<br />

da Câmara Municipal do Funchal, conseguimos<br />

divulgar o destino Funchal como turismo<br />

Fotos: olivier blanchet


de natureza e principalmente de mar”, explica<br />

Mafalda Freitas, presidente do Clube Naval<br />

do Funchal. Diariamente fizeram-se provas de<br />

iguarias da Madeira – desde o vinho da ilha até<br />

ao mel do Ribeiro Seco.<br />

O Clube Naval do Funchal teve em atenção todos<br />

os pormenores: secretariado sempre disponível,<br />

sala de velejadores com vários computadores,<br />

espaço de massagem, refeitório, sala de<br />

imprensa, apoio do Turismo, feira de artesanato<br />

com vários produtos da ilha e uma zona happy<br />

hour para prova de bom vinho da Ma-<br />

deira.<br />

SébaStien RogueS foi o pRimeiRo<br />

a chegaR à “péRola<br />

do atlântico”<br />

Mais de uma semana depois<br />

de ter largado de La<br />

Rochelle o velejador francês<br />

Sébastien Rogues cortou<br />

a linha de chegada no<br />

Funchal. No dia 4 de Outubro,<br />

às 13h00, visivelmente<br />

fatigado mas com grandes<br />

manifestações de alegria, Sébastien<br />

a bordo do Eole Generation<br />

– GCF Suez, terminou uma longa<br />

viagem sem vento. Recebido no Cais<br />

de Honra da Marina do Funchal pela Presidente<br />

do Clube Naval e muitos amigos foi altura para<br />

abrir a garrafa de champanhe e comemorar a<br />

vitória.<br />

O velejador francês cumpriu a primeira etapa<br />

da Regata Internacional Transat 6.50 em 8 dias,<br />

20 horas, 46 minutos e 43 segundos, com cerca<br />

de meia hora de vantagem sobre o segundo<br />

classificado: “Foi duro. Por isso é que soube tão<br />

bem ganhar a primeira etapa. Foi uma viagem<br />

difícil e longa, mas o barco portou-se bem. Não<br />

esperava que fossem nove dias até chegar à<br />

Madeira.” Não admira, portanto, a sua alegria<br />

quando avistou a Pérola do Atlântico. “Foi uma<br />

sensação extraordinária, depois de tanto<br />

tempo no mar ver erguer-se esta<br />

“Este ano<br />

apostámos em força<br />

e, com a presença da<br />

Câmara Municipal do Funchal,<br />

conseguimos divulgar o<br />

destino Funchal como turismo<br />

de natureza e principalmente<br />

de mar”, explica Mafalda<br />

Freitas, presidente do<br />

Clube Naval do Funchal.<br />

ilha que parece enorme. Agora<br />

vou tomar um duche, comer,<br />

beber e dormir. Aproveitar<br />

a vida.”<br />

caSal aventuReiRo e<br />

um bRaSileiRo SempRe<br />

com vontade de chegaR<br />

a “caSa”<br />

Entre os concorrentes<br />

da Transat estiveram<br />

dois velejadores que<br />

competiam de uma forma<br />

diferente. Christa Tem<br />

Brinke e Ysbrand Endt são<br />

holandeses, têm 40 anos e são<br />

um casal. Questionados sobre o que<br />

os leva a participar uma regata em solitário,<br />

a resposta é dada de imediato “Porque gostamos<br />

de vela, já fizemos algumas competições<br />

juntos e agora decidimos que devíamos testar os<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 63<br />

Por água<br />

transat 6.50


Por água<br />

nossos limites individualmente. Preparámo-nos<br />

bem, fizemos todo o percurso de qualificação<br />

em conjunto mas agora a competição é entre<br />

nós”. O facto é que foi com grande emoção que<br />

ambos se reencontraram na Marina do Fucnhal.<br />

Já o velejador brasileiro Kan, que ansiava chegar<br />

a “casa”, só gosta de andar no mar com muito<br />

vento “O que mais me custou foi não ter vento<br />

durante 5 dias. Só gosto de velejar com muito<br />

vento e fiquei parado no meio do oceano. De resto<br />

tudo correu bem. Claro que fiquei com muito<br />

sono, já estava cansado da comida em pó, tinha<br />

saudades da <strong>mulher</strong> e dos filhos mas tudo bem.<br />

É preciso é que haja vento”, apontou o velejador<br />

brasileiro que aproveitou para, durante a estadia<br />

na Madeira, conhecer a ilha e passear com a família<br />

que o esperou ansiosamente no Funchal.<br />

64<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Câmara muniCipal do FunChal releva eFeitos<br />

eConómiCos<br />

O sentimento de Miguel Albuquerque, Presidente<br />

da Câmara do Funchal - não pode ser outro.<br />

O autarca do Funchal está muito satisfeito com<br />

o retorno económico, mediático e social que o<br />

município a que preside recebeu da Transat 6.50<br />

- La Charente-Maritime/Funchal/Baía.<br />

Miguel Albuquerque esteve de visita à Village<br />

da Marina do Funchal e destacou a importância<br />

do evento em termos económicos e turísticos<br />

para a região. “Parece-me evidente que uma das<br />

grandes potencialidades da Madeira, em termos<br />

de desenvolvimento, é o mar. Vamos ultrapassar<br />

os 500 mil visitantes em turismo de cruzeiro e<br />

isso tem um efeito multiplicador importantíssimo<br />

na nossa economia citadina.


Para além disso, temos um conjunto de actividades<br />

relacionadas com o mar, desde<br />

passeios para o avistamento de golfinhos e<br />

baleias, que tem peso quantitativo no mercado<br />

de trabalho”, lembrou, abordando os<br />

reflexos directos da Transat 6.50 no Funchal:<br />

“Tivemos 400 pessoas na cidade durante<br />

mais de 10 dias e isso gerou efeitos positivos.<br />

É um potencial que há que continuar a explorar,<br />

daí continuarmos a apoiar estas iniciativas<br />

do Clube Naval.”<br />

Com tudo isto, não é de estranhar que Isabelle<br />

Magois, Chefe do Projecto Charente-Maritime<br />

Transat 6.50, que conta no seu currículo<br />

também com a participação numa Transat,<br />

se mostre igualmente satisfeita pela qualidade<br />

da organização madeirense. “Espero que<br />

em 2013 e 2015 estejamos cá novamente”, sorriu,<br />

referindo-se à candidatura do CNF à organização<br />

daquelas edições.<br />

Crianças em prol de um mar mais azul<br />

O objectivo passa por preservar o meio ambiente<br />

marinho, descobrir a solidariedade, outras culturas<br />

e civilizações. A operação “La Belle Bleu”,<br />

levada a cabo pela organização da Transat 6.50 e<br />

destinada às crianças francesas, madeirenses e<br />

brasileiras, tem uma importância pedagógica notável,<br />

não se resumindo apenas ao envolvimento<br />

destas (com idades entre os 7 e os 15 anos) no<br />

evento desportivo.<br />

Na verdade, as crianças e jovens participaram na<br />

prova ao apoiarem o seu skipper preferido. Os<br />

mais novos fizeram um desenho que foi fixado na<br />

vela do seu velejador de eleição e trocaram ambos<br />

correspondência por e-mail - antes e durante<br />

a prova. Através da informação GPS, as crianças<br />

seguiram todos os dias a regata e observavam as<br />

classificações torcendo pelos seus amigos aventureiros.<br />

Os concorrentes da Transat 6.50 foram professores<br />

de uns empenhados alunos!<br />

Alguns concorrentes mobilizaram as crianças e jovens<br />

a participar nos preparativos do Mini e puderam<br />

assim descobrir mais em pormenor todos os<br />

elementos da embarcação e compreender o funcionamento<br />

de cada equipamento.<br />

series vs. protótipos<br />

A edição 2011 da Transat 6.50 Charente-Maritime/<br />

Funchal/Bahia voltou a contar com duas categorias<br />

de embarcações em competição. Os Series e<br />

os Protótipos.<br />

A equação mais difícil tem sempre como resultado<br />

optimizar cada vez mais os segundos, pois é preciso<br />

encontrar a melhor relação entre o ganho de<br />

peso, a fiabilidade, o orçamento, o tempo antes da<br />

colocação na água e o respeito do calendário de<br />

classificação.<br />

Contudo, em ambos os casos falamos de verdadeiros<br />

barcos de laboratório e nesse caso, a um custo<br />

interessante, os Minis 6,50 captam interesse de<br />

conhecidos arquitectos e podem revelar os mais<br />

desconhecidos. Por isso, não é raro ver unidades<br />

desenhadas pelo próprio skipper ou grupos de marinheiros<br />

unidos para “mutualizar” o modelo, desde<br />

o desenho da embarcação ao seu processo de<br />

fabrico. ø<br />

ana lima, Comunicação<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 65<br />

Por água<br />

transat 6.50


Por Água<br />

Indoor<br />

Por Cláudio Silva<br />

Coordenador de treino personalizado<br />

Aquafitness Clube Tejo<br />

Bem vindos a um dos<br />

mais radicais desportos<br />

aquáticos!<br />

Se procura algo radical,<br />

em contacto<br />

permanente com a natureza<br />

e onde a diversão impera,<br />

aconselhamos o Hidrospeed!<br />

Uma modalidade que ainda não<br />

é muito divulgada entre nós, mas<br />

que já possui muitos adeptos.<br />

Este desporto requer muita perícia,<br />

técnica e uma condição física<br />

invejável.<br />

E por falar em condição física,<br />

poderá preparar-se para este<br />

desporto em qualquer altura do<br />

ano no ginásio mais perto de si!<br />

Aconselhamos que procure um<br />

ginásio com profissionais qualificados<br />

e que tenham bastantes<br />

conhecimentos sobre prescrição<br />

de treino para desportos específicos.<br />

Para a prática do Hidrospeed,<br />

66<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

PREPARAÇÃO<br />

IndOOR PARA<br />

HIdROsPEEd<br />

é essencial que tenha uma boa<br />

resistência muscular, flexibilidade,<br />

muita força abdominal, e<br />

uma coluna muito forte!<br />

TREINO<br />

Aconselhamos para esta prática,<br />

uma rotina de treino de pelo menos<br />

2 meses, treinando entre 2 a<br />

3 vezes por semana.<br />

Cada sessão de treino deverá ter<br />

a duração mínima de 1 Hora.<br />

Todos os exercícios deverão ser<br />

feito com muito cuidado e se<br />

possível acompanhado por um<br />

Personal Trainer, pois tal como<br />

o Hidrospeed, os treinos deverão<br />

ser executado com o máximo<br />

de atenção para evitar lesões!<br />

Depois de bem preparado fisicamente,<br />

aproveite tudo o que a<br />

natutreza lhe pode oferecer, ao<br />

fazer Hidrospeed!<br />

Se pretende sair da rotina e fazer<br />

algo diferente, fica aqui a nossa<br />

sugestão. ø<br />

3<br />

Exercicios Lombares<br />

Recomendação: 3 séries x 20<br />

Trabalho Resistência Cardiovascular na Eliptica<br />

Recomendação: 3 séries x 20<br />

Biceps na Knesis<br />

Recomendação: 3 séries x 25<br />

1<br />

www.aquafitness.pt<br />

2


Agradecimento: Pedro Lourenço<br />

Abdominais no Solo<br />

Recomendação: 3 séries x 30<br />

Trabalho de ombros na Fitball<br />

Recomendação: 3 séries x 15<br />

Trabalho para Glúteos<br />

Recomendação: 3 séries x 15<br />

4<br />

Trabalho de Flexões na Core<br />

Recomendação: 3 séries x 15<br />

6 7<br />

8<br />

Trabalho para posterior da coxa<br />

Recomendação: 3 séries x 20<br />

Prancha Lateral para abdominais<br />

Recomendação: 3 séries x 1 minutos para cada lado<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 67<br />

5<br />

9<br />

Por água<br />

Indoor


Por água<br />

hidrospeed<br />

nataÇÃo em ÁGuas bravas<br />

68<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR


O<br />

Hidrospeed consiste em descer rios<br />

de águas bravas , equipados com<br />

barbatanas, fato térmico de neoprene,<br />

capacete, joelheiras, colete<br />

de flutuação e um flutuador especifico<br />

de hidrospeed. Deslizando pelas águas em<br />

estreita ligação com a natureza. As descidas de<br />

Fotos: Pedro Pacheco/Trilhos<br />

hidrospeed<br />

■ A actividade teve o seu início em França nos<br />

anos 70 . Em Portugal começou a ser praticada<br />

de uma forma sistemática no inicio dos anos 90<br />

por Pedro Pacheco que desceu pela primeira vez<br />

o Rio Ferreira equipado com um colchão insuflável<br />

da conhecida marca Portuguesa “Repimpa”.<br />

■ A empresa Trilhos começou a descer rios como<br />

por exemplo o Paiva desde 1992 .<br />

■ Desde então já foram descidas mais 30 itinerários<br />

diferentes de vários níveis de dificuldade<br />

desde o fácil rio Minho( classe II/III) até ao Rio<br />

Bessa (Classe V/VI). ø<br />

Hidrospeed oferecem paisagens grandiosas somente<br />

visíveis através da água. Esta actividade<br />

exige alguma destreza física e mental, sendo<br />

imprescindível saber nadar. No seu conjunto<br />

o Hidrospseed é uma fonte de despertar, mas<br />

também uma grande escola de humildade e<br />

respeito.<br />

www.trilhos.pt<br />

Joelheiras<br />

Botas , luvas e fato em neoprene para proteger<br />

do frio<br />

Barbatanas<br />

Fato em neoprene<br />

Corda de Resgate<br />

Colete de flutuação<br />

Mochila equipada com Bidão, Kit de Primeiros<br />

socorros e Telemóvel<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 69<br />

Por água<br />

Hidrospeed<br />

equipamento<br />

individual para<br />

o hidrospeed:


Neve<br />

70<br />

pólo sul,<br />

4 aventuras lusas<br />

com a conquista do Mount vinson na primeira<br />

semana de 2012, Ângelo Felgueiras atingiu<br />

o ponto mais alto do continente Antárctico.<br />

100 anos depois da conquista do Pólo Sul geográfico<br />

pela expedição de roald Amundsen,<br />

o piloto-alpinista entrou no restrito grupo de<br />

dezenas de aventureiros, cientistas e turistas<br />

portugueses que já pisaram o continente mais<br />

frio, seco, alto e ventoso do planeta.<br />

Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR<br />

na última década, e antes de Felgueiras, outros<br />

quatro expedicionários atingiram já a terra gelada<br />

antárctica: em 2003, José inácio Júnior comandou<br />

o lilli ii, o primeiro veleiro português a<br />

navegar nos mares antárcticos; no final de 2003,<br />

João garcia foi o primeiro alpinista português a<br />

conquistar o Mount vinson; em 2005, e depois<br />

de 2 viagens anteriores, Filipe Palma atravessou<br />

de caiaque, e em solitário, o estreito de gerlache;<br />

em 2010, Miguel lacerda viveu a experiência extrema<br />

de mergulhar nos mares antárcticos.


Foto: Miguel lacerda<br />

OUTDOOR setembro_outubro 2011 71<br />

Neve<br />

4 Aventuras lusas


Neve<br />

José inácio Júnior, comandante do lilli ii, navegação entre icebergues lilli ii ancorado na Península antárctica<br />

lilli ii, DE DiA no FrigoríFico, E à noiTE no<br />

congElADor...<br />

«Navegámos para sul aquilo que o gelo nos permitiu.<br />

Muitas vezes nem acreditávamos que conseguiríamos<br />

furar aquela barreira de gelo flutuante<br />

- pequenos, médios e enormes blocos de<br />

gelo milenários estavam por todos os lados. Às<br />

vezes, para percorrermos algumas milhas, eram<br />

necessárias horas de constante gincana».<br />

Entre os “lobos do mar” lusos, e passada quase<br />

uma década, o relato de José Inácio Júnior sobre<br />

as dificuldades de navegação nos mares que circundam<br />

a Península Antárctica, permanece ainda<br />

um relato inédito.<br />

«Antes que a visibilidade se reduzisse era sempre<br />

preciso procurar um abrigo para descansar<br />

umas horas. E por abrigo, entenda-se<br />

pequenas baías que, ou por estarem<br />

protegidas do vento dominante<br />

desse dia, ou pela profundidade<br />

na boca, não permitiam a<br />

entrada de icebergues. Mesmo<br />

com estas precauções era<br />

frequente, durante a noite,<br />

melhor dizendo, ao lusco-<br />

-fusco porque noite no Verão<br />

antárctico é quase inexistente,<br />

alguns blocos conseguiam<br />

entrar, e lá tínhamos que vir cá fora<br />

ao convés …- “Brrrr” que estava frio!»<br />

para os afastar.<br />

Quando batiam no casco, o barulho, além do susto,<br />

podia ser perigoso “para a saúde de todos”.<br />

Fomo-nos habituando a viver de dia no frigorífico,<br />

e à noite no congelador, até atingirmos a nossa<br />

latitude mais alta: 65º 15’ Sul.<br />

Realmente, já nos apetecia praias de areia muito<br />

quente, para não falar com coqueiros e meninas<br />

em biquíni!»<br />

72<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

“O comandante<br />

do Lilli II, o<br />

primeiro veleiro português<br />

a fundear na<br />

Península Antárctica,<br />

navegou 8 meses,<br />

(...)”<br />

O comandante do Lilli II, o primeiro veleiro português<br />

a fundear na Península Antárctica, navegou<br />

8 meses e 20 mil milhas para desafiar o frio, o<br />

vento e o gelo do Oceano Glacial Antárctico.<br />

A viagem, no Verão Antárctico de 2002/2003, foi<br />

realizada com outros três portugueses: a professora<br />

de Educação Física Ana Paula Vizinho, o<br />

veterano velejador Nuno Torres, e Filipe Palma,<br />

- este último embarcou apenas para a etapa final<br />

entre a Patagónia e a Antárctida.<br />

Nuno torres Paulo, ana Paula e Filipe Palma<br />

Fotos: José inácio Júnior


Fotos: João Garcia<br />

no ToPo DA AnTárcTiDA<br />

Em Dezembro de 2003, a expedição de João Garcia<br />

ao Mount Vinson iniciou-se com a aterragem<br />

na base de Patriot Hills.<br />

Na pista de gelo varrida por ventos de cem quilómetros<br />

hora e temperaturas de 40 graus negativos,<br />

o alpinista português iniciou a aproximação<br />

à cordilheira de Ellsworth, a 10 graus do Pólo Sul<br />

geográfico, onde está situado o pico mais alto do<br />

Continente Antárctico.<br />

A escalada não é muito técnica mas é considerada<br />

um desafio logístico:<br />

«Na aproximação, usámos skis e puxámos um<br />

trenó com o material necessário. Depois, a natureza<br />

e a força física marcam a fase final da ascensão.»<br />

- recorda Garcia.<br />

Como noutras <strong>montanha</strong>s, o dia de cume é intenso<br />

e cansativo: «Foi dia de 10 horas de subida e<br />

3 horas de descida… No cume de 4185 m, a visibilidade<br />

é fantástica, e a vista do deserto branco<br />

que é a Antárctida é espectacular, e engana, por<br />

momentos o corpo, porque não deixam de estar<br />

30, 40 graus negativos, lá em cima…»<br />

Jvinson maciço elsworth<br />

Em pleno Verão Antárctico, quando o sol nunca<br />

se põe durante seis meses, e a luz é intensa 24<br />

horas por dia, a sobrevivência inclui o respeito<br />

pelo relógio biológico «É preciso gerir a parte térmica,<br />

o calor dentro da tenda, o frio lá fora… e a<br />

luz constante… Por uma série de particularidades,<br />

o Vinson é bem diferente das <strong>montanha</strong>s dos<br />

Himalaias…»<br />

Com a escalada do Vinson, no continente antárc-<br />

João Garcia no Monte vinson e alain<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 73<br />

Neve<br />

4 Aventuras lusas


Neve<br />

tico, o alpinista atingiu uma das etapas dos Seven<br />

Summits.<br />

A conquista das <strong>montanha</strong>s mais altas dos sete<br />

continentes do planeta foi cumprida por João<br />

Garcia em 2010.<br />

uma a solo, e duas acompanhado…<br />

Inédita em Portugal, a ideia de navegar de caiaque<br />

na Antárctida, surgiu em Fevereiro de 2001,<br />

recorda Filipe Palma, o aventureiro português<br />

que esteve já 3 vezes na Antárctida:<br />

«Na altura, e para conhecer a região, gastando o<br />

mínimo possível, trabalhei como “faz-tudo” num<br />

veleiro que levava turistas da Patagónia argentina<br />

até à Península Antárctica, e fui confrontado<br />

com aquilo que já se sabe deste canto do planeta:<br />

um continente agreste e implacável de características<br />

singulares, que até há pouco mais de 100<br />

anos, ainda não tinha sido pisado pelo homem!»<br />

A beleza das paisagens virgens antárcticas e a<br />

extraordinária riqueza da fauna aliadas à agres-<br />

74<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

sividade do clima seduziram-no de imediato:<br />

«Não descansei enquanto não lá voltei!»<br />

Em 2003, quando soube que José Inácio Júnior<br />

procurava tripulantes para baptizar o Lilli II<br />

como o primeiro veleiro português a navegar no<br />

oceano Glacial Antárctico, valeu-se do passado<br />

desportivo e aventureiro, para ultrapassar a relativa<br />

inexperiência marítima, e através da amiga<br />

Ana Paula já admitida a bordo, convenceu o<br />

comandante num jantar em Lisboa.<br />

O velho lobo do mar achou piada à “lata”do professor<br />

de Educação Física em São Martinho do<br />

Porto, sem grande lastro de mares revoltos e traiçoeiros,<br />

e aceitou-o para a etapa mais dura e fascinante<br />

da viagem.<br />

De Ushuaia até à Península Antárctica, e regresso,<br />

com o comandante Inácio, Nuno Torres e Ana<br />

Paula, Palma dobrou o Cabo Horn, cruzou o mar<br />

de Drake e ziguezagueou à vela, entre os blocos<br />

de gelo e as ilhas que circundam o Continente<br />

Branco.<br />

Fotos: Filipe Palma


Da relativa segurança do convés do Lilli II, encantou-se<br />

com as grandes colónias de pinguins e de<br />

outras aves marinhas, e observou pela primeira<br />

vez de perto as temidas orcas e focas-leopardo.<br />

A observação confirmou as ideias feitas: estava<br />

no bom caminho para um sonho de infância<br />

Em 2005, e nas mesmas águas gélidas, Filipe<br />

Palma atravessou, em solitário e de caiaque, o<br />

Estreito de Gerlache, numa curta, mas intensa<br />

aventura vivida entre orcas, pinguins, icebergues<br />

e as temíveis focas-leopardo.<br />

Nota: Ler artigo in <strong>Revista</strong> <strong>Outdoor</strong>:“A Solo na<br />

Antártica” de Filipe Palma- www.revistaoutdoor.pt<br />

MERGULHoS CoM PINGUINS E FoCaS-LEoPaRDo<br />

«Fui o primeiro do grupo de mergulhadores<br />

internacionais a bordo do navio quebra-gelo<br />

russo a mergulhar com as afamadas e carnívoras<br />

focas leopardo, com mais de 3 metros e dentinhos<br />

de cerca de 4 centímetros». O comunicado<br />

enviado via satélite, em Fevereiro de 2010, resume<br />

as primeiras impressões de Miguel Lacerda,<br />

depois de concretizar o sonho de ser o primeiro<br />

mergulhador luso na Antárctida.<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 75<br />

Neve<br />

4 aventuras Lusas


Neve<br />

Baleias e pinguins foram ainda<br />

observados nas quase duas<br />

dezenas de mergulhos que<br />

marcaram a expedição Quebramar<br />

Dive.<br />

«Fui obrigado a improvisar porque<br />

falharam as válvulas do fato<br />

seco, e sofri com a infiltração de<br />

água no interior do fato, que me deixou<br />

enregelado sob as temperaturas de 0º dos<br />

mares»<br />

As baixas temperaturas da água – 0º sob o gelo<br />

-, obrigaram a um pormenorizado planeamento<br />

técnico. Além dos fatos secos, da roupa térmica,<br />

e das garrafas preparadas para o frio, as<br />

imersões de Miguel e dos mergulhadores de<br />

outras nacionalidades nunca ultrapassaram os<br />

20 metros de profundidade e os 30 minutos de<br />

duração, para evitar situações de hipotermia.<br />

76<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

“Fui<br />

obrigado<br />

a improvisar<br />

porque falharam as<br />

válvulas do fato seco,<br />

e sofri com a infiltração<br />

de água no interior<br />

do fato<br />

(...)”<br />

Dos mergulhos em pontos<br />

diversos da Península Antárctica,<br />

o mergulhador veterano<br />

recordou, no regresso, num<br />

canal televisivo, a experiência<br />

mais assustadora:<br />

«Foi o mergulho junto a grandes<br />

icebergues… São enormes blocos de<br />

gelo que parecem inertes à superfície do<br />

mar, mas que podem fracturar-se a qualquer<br />

momento. É assustador ouvir o estrondo dentro<br />

de água!»<br />

Depois de 15 travessias do Atlântico e uma circum-navegação<br />

à vela, e de ter mergulhado em<br />

quase todos os oceanos do planeta, a expedição<br />

de mergulho extremo nos mares antárcticos era<br />

a experiência que faltava a Miguel Lacerda. ø<br />

Aurélio Faria,<br />

Jornalista


CiênCia portuguesa<br />

na antárCtida<br />

Entre os 4 mil cientistas destacados no Verão Antárctico<br />

de 2012, cerca de 40 serão portugueses, numa campanha<br />

com logística própria.<br />

4 anos depois do início do Programa Polar Português,<br />

(ww.portalpolar.com), e a bordo de navios científicos,<br />

ou espalhados por ilhas como King George, Deception<br />

ou Livigston, os investigadores de 15 universidades<br />

estarão envolvidos em projectos tão diversos como a<br />

alimentação dos pinguins, a contaminação da Antárctida,<br />

ou o estudo do solo congelado (“permafrost”). Os<br />

projectos científicos lusos no ambiente mais inóspito<br />

do planeta contrariam o facto de Portugal permanecer<br />

um dos poucos países europeus que não ratificou ainda<br />

o Tratado da Antárctida.<br />

OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 77<br />

Neve<br />

4 Aventuras Lusas


Neve<br />

Descobrir<br />

Serra da eStrela<br />

ao Seu maiS alto nível<br />

Local de fenómenos geológicos,<br />

naturais e climatéricos únicos,<br />

a Serra da Estrela é muito<br />

mais do que imaginamos.<br />

É o ponto de encontro da fauna, da<br />

flora e da geologia, a 2.000 metros de altitude,<br />

numa comunhão perfeita com a natureza.<br />

Lagoas de água límpida, pedras<br />

descomunais com formas de ani-<br />

mais e plantas curativas únicas<br />

partilham o seu flanco imponente.<br />

E o ar puro que aqui se respira<br />

refresca a alma e trata da<br />

saúde (donde o nome das “Penhas<br />

da saúde”).<br />

No INVERNO, a Serra veste-se de<br />

um manto branco de neve e convida<br />

à prática de actividades radicais ou a<br />

passeios mais recatados com a família.<br />

Chegada a PRIMAVERA, as flores e a restante<br />

vegetação formam um arco-íris de vida, reve-<br />

78<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

“No<br />

INVERNO, a<br />

Serra veste-se de<br />

um manto branco<br />

de neve e convida à<br />

prática de actividades<br />

radicais<br />

(...)”<br />

lando belezas insuspeitas e recônditos esconderijos.<br />

A água cristalina que corre pela Serra e os<br />

sons da natureza convidam a uns dias de paz e<br />

contemplação.<br />

O VERÃO oferece a frescura das suas lagoas e<br />

propicia longas caminhadas ou passeios<br />

de bicicleta, tardes de pesca desportiva<br />

oua descoberta de Aldeias His-<br />

tóricas e de interessantes museus<br />

locais.<br />

E, no OUTONO, uma roupagem<br />

multicolor de tons quentes – que<br />

vão do amarelo ao vermelho, com<br />

castanhos à mistura – envolve a<br />

natureza preenchendo-nos a alma<br />

e convidando para outras aventuras.<br />

As delícias da gastronomia local, essas, duram<br />

todo o ano. Com os seus sabores extraídos da<br />

natureza – como os frutos e as ervas – e técnicas<br />

de confecção ímpares, a gastronomia da Serra


da Estrela ocupa um lugar de destaque no panorama<br />

nacional. Pode-se até dizer que a fama<br />

de iguarias como o magnífico Queijo da Serra<br />

ultrapassa mesmo, há muito, as fronteiras de<br />

Portugal.<br />

E a história também deixou as suas marcas<br />

na Serra da Estrela onde as gentes e os costumes<br />

ajudam a retroceder no tempo, a recuperar<br />

memórias e a transmitir tradições.<br />

Venha conhecer a Serra, com o encanto da primeira<br />

vez ou como um velho amigo reavivando<br />

saudosas memórias. A Serra espera por si, re-<br />

Fotos: Turistrela<br />

EStância dE Ski<br />

A Estância de ski está localizada na Torre, no<br />

centro do Parque Natural, concelho de Seia, a<br />

2.000m de altitude.<br />

A Estância está dotada de instalações recentes,<br />

que albergam todas as infra-estruturas de apoio<br />

necessárias, e dispõe de modernos e sofisticados<br />

equipamentos: meios mecânicos de última<br />

geração, um sistema de identificação de forfaits<br />

dos mais modernos na Europa e um inovador<br />

processo de produção de neve artificial que permite<br />

assegurar 120 a 150 dias de neve por ano.<br />

Com tudo isto, a Estância Vodafone é o ponto de<br />

referência para todos os que apreciam a beleza,<br />

o divertimento e as emoções da neve.<br />

A fase seguinte deste grande projecto nacional<br />

será a expansão da estância para 40Km de área<br />

esquiável, com pistas naturais, com o respectivo<br />

aumento das estruturas de produção de neve artificial<br />

e meios mecânicos.<br />

www.skiserradaestrela.com<br />

pleta de surpresas!<br />

É neste palco que lançamos o desafio de viver<br />

experiências únicas e de viver experiências na<br />

neve:<br />

Inicie-se ao esqui na Estância Vodafone, deslize<br />

na neve de trenó, donuts ou mota de neve ou,<br />

então, aproveite para desfrutar de uma experiência<br />

invulgar que o vai colocar a “ver estrelas”<br />

numa descida nocturna na Estância de Esqui.<br />

Enfim… escolha a emoção que melhor se enquadra<br />

consigo e recupere energias nos hotéis<br />

da Turistrela Hotels & Resorts<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 79<br />

Serra da Estrela<br />

Neve


Neve<br />

AloJAMEnTo<br />

Hotel dos Carqueijais ****<br />

Com uma vista deslumbrante sobre o Vale da<br />

Cova da Beira, assume-se como um hotel de<br />

charme em plena Serra da Estrela.<br />

Com um estilo arquitectónico singular inspirado<br />

na tranquilidade e paisagem, este hotel<br />

distingue-se pela elegância e conforto.<br />

Hotel Serra da Estrela ****<br />

Localizado a 1550 metros de altitude nas Penhas<br />

da Saúde, a 9 Km da cidade da Covilhã.<br />

Em pleno coração do Parque Natural da Serra<br />

da Estrela, coberto pela neve nos meses de Inverno<br />

e de um manto verde repleto de vida no<br />

resto do ano.<br />

A sua envolvente oferece atracções naturais, experiências<br />

exclusivas e espaços de puro relaxamento.<br />

Chalés de Montanha<br />

A sua residência na Serra da Estrela. Conciliando<br />

os elementos de arquitectura tradicional da<br />

serra com as modernas técnicas de construção<br />

de <strong>montanha</strong>, proporcionam o máximo de con-<br />

80<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Estrada Nacional 339<br />

Serra da Estrela<br />

6200-073 Covilhã, Portugal<br />

Telefone: ( +351 ) 275 319 120<br />

Fax: ( +351 ) 275 319 124<br />

Email: hc@turistrela.pt<br />

Estrada Nacional 339<br />

Penhas da Saúde, Serra da Estrela<br />

6200-073 Covilhã, Portugal<br />

Telefone: ( +351 ) 275 310 300<br />

Fax: ( +351 ) 275 310 309<br />

Email: hse@turistrela.pt<br />

Dispõe:<br />

• 50 quartos: 26 Classic; 13 Superior; 10 Luxo; Suite.<br />

Equipados com LCD; telefone; mini bar; cofre; casa<br />

de banho privativa; room service e lavandaria.<br />

• Serviços: Restaurante Cova da Beira; Bar e varanda;<br />

campo de ténis; parque de estacionamento<br />

exterior privativo; sala de jogos; piscina exterior e<br />

bar de apoio; Adega Típica; eventos especiais; Boutique<br />

Turistrela e massagens.<br />

Dispõe:<br />

• 80 quartos: 18 Classic; 44 Superior; 15 Luxo e 3<br />

Suites.<br />

Equipados com LCD; telefone; mini bar; cofre; casa<br />

de banho privativa; room service e lavandaria.<br />

• Serviços: 2 restaurantes (Restaurante Nave de<br />

Areia e Restaurante Medieval); Mini Bar; Bar<br />

Trenó, espaços de lazer; salas de jogos; 2 campos<br />

de ténis; salas de reunião e conferências até 300<br />

pessoas; kids club; Cool Natura Boutique; Boutique<br />

Turistrela e massagens.<br />

forto e exclusividade.<br />

Composto por 29 chalés incluindo 1 chalé presidencial<br />

este aldeamento situa-se junto ao Hotel<br />

Serra da Estrela com uma deslumbrante vista<br />

sobre o planalto serrano.


Dispõe:<br />

• 28 Chalés com capacidade para 6 pessoas: 3<br />

quartos duplos; 2 WC; kitchenette (equipada<br />

com placa eléctrica; microondas; frigorífico e kit<br />

de cozinha); varanda; aquecimento central; telefone<br />

e televisão.<br />

ActividAdes outdoor<br />

“No seio dA estrelA”<br />

Este é o nome deste programa diário em pleno planalto<br />

das Penhas da Saúde, Serra da Estrela,. Iniciamos<br />

o programa com um passeio pedestre guiado.<br />

Nesta actividade somos contemplados com um cenário<br />

de média <strong>montanha</strong> e com a Lagoa do Viriato<br />

em pano de fundo, marcado pela existência de vegetação<br />

de urzes e cervunais e com uma litologia<br />

típica dos granitos, evidenciada pelos “tors” dos<br />

Poios Brancos e Curral do Vento. Esta simbiose cria<br />

um cenário diferente do que podemos encontrar<br />

noutras cordilheiras montanhosas em Portugal.<br />

No último terço do passeio e após o almoço<br />

volante, fazemos uma paragem<br />

no Covão do Teixo, onde vamos realizar<br />

actividades de manobras de cordas, mais concretamente<br />

escalada desportiva em rocha e rappel.<br />

Estas pequenas vias, aparentemente pequenas,<br />

enganam e vão “criar problemas” a todos a aqueles<br />

que as ousam dominar. Está lançado o desafio...<br />

dificuldade: Fácil-médio. Preço: 50 euros / pax<br />

Mais informações: Adriventura<br />

Foto: Adriventura<br />

• Chalé presidencial com capacidade para 8<br />

pessoas: 4 quartos duplos, 2 WC (1 WC com Hidromassagem);<br />

cozinha (equipada com placa<br />

eléctrica; microondas; frigorífico e kit de cozinha);<br />

varanda; aquecimento central; telefone<br />

e televisão.<br />

Estrada Nacional 339<br />

Penhas da Saúde, Serra da Estrela<br />

6200-073 Covilhã, Portugal<br />

Telefone: ( +351 ) 275 310 300<br />

Fax: ( +351 ) 275 310 309<br />

Email: cm@turistrela.pt<br />

Foto: Rafting Atlântico<br />

Estes workshop foi pensado para pessoas com<br />

grande gosto pela natureza e aventura e com enorme<br />

vontade de aprender com os melhores.<br />

O formador Pedro Pacheco é um conceituadíssimo<br />

montanhista e alpinista português, na qual as trocas<br />

de exepriências são de um valor muito enriquecedor.<br />

O Workshop Técnicas de Alpinismo é uma iniciação<br />

ao Alpinismo, onde alguns dos objectivos se focalizam<br />

nas técnicas de progressão em neve e gelo<br />

com utilização de piolets e crampons, sistemas de<br />

progressão em cordada, práticas de escala mista<br />

em rocha, neve e gelo.<br />

As paisagens da Serra Estrela são deslumbrantes e<br />

nada melhor do que nós nos envolver na natureza<br />

e sentirmos o seu esplendor.<br />

Vale a pena! Venham experimentar esta sensação<br />

única…<br />

Mais informações: Rafting Atlântico<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 81<br />

serra da estrela<br />

Neve


Neve<br />

Por Daniela Teixeira<br />

ESCALADA…<br />

Em gELo E miStA!<br />

Com a chegada do Inverno é tempo<br />

de preparar o material de gelo para<br />

duas das mais afoitas actividades<br />

que a Serra da Estrela tem para oferecer,<br />

a escalada em gelo e a escalada<br />

mista.<br />

Estes tipos de escalada quase desconhecidos em<br />

Portugal, surgiram para responder às necessi-<br />

82<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

dades de progressão de terreno de alpinismo<br />

com inclinações significativas (subverticais a<br />

verticais).<br />

A escalada em gelo, é o que o próprio nome<br />

indica. Na Serra da Estrela traduz-se pela escalada<br />

de cascatas de gelo, cascatas de ribeiras de<br />

água límpida completamente congeladas.<br />

Já a escalada mista, mistura num mesmo itine-<br />

Foto: Paulo Roxo


ário técnicas de escalada em rocha, gelo, neve...<br />

por vezes até erva e terra congeladas, usando<br />

geralmente as ferramentas de escalada em gelo<br />

- crampons e piolets – e alguns elementos de<br />

auto-protecção da escalada em rocha – friends,<br />

entaladores e pitons de rocha. Mas na verdade,<br />

nesta peculiar maneira de subir paredes, vale<br />

tudo! Desde “gancheios” com piolets em fendas<br />

de rocha, crampons literalmente espetados em<br />

tufos de musgo, apoio de joelhos numa qualquer<br />

minúscula plataforma, ao verdadeiro reptar<br />

em passos mais apertados por<br />

exemplo em chaminés de<br />

rocha. Neste “vale tudo”,<br />

o maior recurso é<br />

a imaginação e os<br />

preconceitos não<br />

são para aqui chamados.<br />

A escalada mista<br />

permite aceder a<br />

terrenos em que<br />

os especialistas de<br />

um só tipo de escalada<br />

nunca poderão<br />

desfrutar. Esta actividade<br />

nas <strong>montanha</strong>s<br />

abriu novos horizontes, na<br />

verdade veio redefinir o con-<br />

Desde<br />

“gancheios”<br />

com piolets em fendas<br />

de rocha, crampons literalmente<br />

espetados em tufos<br />

de musgo, apoio de joelhos<br />

numa qualquer minúscula<br />

plataforma, ao verdadeiro<br />

reptar em passos mais<br />

apertados por exemplo<br />

em chaminés de<br />

rocha.<br />

ceito do que é um itinerário possível de escalar.<br />

Nas grandes vias alpinas, a escalada mista<br />

sempre foi um meio para atingir um fim e não o<br />

fim em si mesmo. O actual conceito de “Escalada<br />

Mista” surgiu nos primórdios de 1900, nas faces<br />

norte das <strong>montanha</strong>s escocesas, <strong>montanha</strong>s que<br />

de alguma forma fazem lembrar a nossa Serra<br />

da Estrela. Altitudes inferiores a 2000m, tempo<br />

instável e muita humidade no Inverno. À procura<br />

de novos desafios, os escoceses certo dia<br />

lembraram-se de tentar escalar vias de rocha<br />

em pleno Inverno, ou seja, quando estas se<br />

apresentavam cobertas por uma película branca<br />

de gelo ou neve, bem...ou mal consolidada!<br />

No final dos anos 60, a evolução do material de<br />

escalada em gelo, nomeadamente dos piolets,<br />

revolucionou literalmente estas actividades,<br />

com o aparecimento do “Terrordactyl”, o primeiro<br />

piolet-tracção com cerca de 45cm. Até<br />

então, os piolets eram apenas usados para cavar<br />

degraus e presas para apoiar os pés e mãos,<br />

tornando a progressão em gelo duro, uma tarefa<br />

lenta e fria...muito fria. O “Terrordactyl”<br />

veio permitir ao escalador traccionar no gelo,<br />

ou seja, espetar o piolet directamente no gelo e<br />

elevar-se puxando por ele.<br />

Foto: Paulo Roxo<br />

Com o avançar dos tempos, os piolets tornaram-<br />

-se cada vez mais ergonómicos e as suas lâminas<br />

cada vez melhores, o que permitiu a escalada de<br />

vias tecnicamente mais complicadas, verticais<br />

a extra-prumadas. Esta revolução ao nível do<br />

material levou também à evolução da escalada<br />

mista. Nos anos 70 e 80, o explosivo interesse<br />

pela escalada em gelo, desviou a atenção dos escaladores<br />

da escalada mista, excepto dos escoceses,<br />

que continuaram a desenvolver este tipo<br />

de actividade.<br />

Com o tempo, o desenvolvimento da escalada<br />

em gelo e mista, vierem enriquecer<br />

o leque de conhecimentos das novas<br />

gerações de escaladores, o que permitiu<br />

a ascensão de paredes com<br />

as quais era impossível sequer de<br />

sonhar, em todas as cordilheiras<br />

montanhosas do planeta, desde<br />

os Alpes aos Himalaias, desde o<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 83<br />

Neve<br />

Escalada em gelo e mista


Neve<br />

Paulo roxo no sector loriga ice<br />

vista para os Covões de loriga<br />

Miguel Grillo no sector loriga ice<br />

84<br />

No final dos<br />

anos 60 a evolução<br />

do material de<br />

escalada em gelo, nomeadamente<br />

dos piolets,<br />

revolucionou literalmente<br />

estas actividades, com<br />

o aparecimento do<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

“Terrordactyl”,<br />

Fotos: daniela teixeira<br />

Alaska à Patagónia.<br />

A habilidade de cada um juntamente<br />

com a imaginação, passaram a<br />

marcar o limite.<br />

Nós por cá demos também asas<br />

à nossa imaginação e em algumas<br />

paredes serranas, decidimos<br />

testar os nossos dotes<br />

nestes tipos de escalada.<br />

As melhores condições para<br />

“as mistas” ocorrem geralmente<br />

durante, ou após uma<br />

boa tempestade de neve puxada<br />

a vento, quando as paredes ficam<br />

revestidas com uma densa “colagem”<br />

de neve. Estes são geralmente<br />

os melhores momentos para uma escalada<br />

do género “Scottish style”, após claro, uma certa<br />

habituação às ferramentas.<br />

Este tipo de aventuras geladas começam geralmente<br />

cedo pela manhã, e ocorrem nas paredes<br />

mais sombrias, já que o sol é sempre o Senhor<br />

que estraga a festa, ou seja, derrete as “coladas”<br />

de neve tão preciosas para progredir.<br />

Certo dia, com previsão de -7º, conduzimos até<br />

à curva do Cântaro Magro. A neve que tinha<br />

caído na serra estava ainda longe de a cobrir<br />

de branco, no entanto, o vento gélido combinado<br />

com a precipitação dos dias anteriores,<br />

tinha pintado de branco as paredes de granito.<br />

Os tufos de erva e almofadas de musgo estavam<br />

transformados em verdadeiros cubos de gelo,<br />

oferecendo a consistência ideal para cravar os<br />

piolets com segurança. Estavam reunidas as<br />

condições para a mais masoquista actividade de<br />

<strong>montanha</strong>, a escalada mista.<br />

Equipados com uma parafernália de ferros de<br />

toda a espécie – piolets, crampons, friends, pitons<br />

e entaladores – dirigimo-nos à face Oeste<br />

do Cântaro Magro, com fome de inaugurar a estação,<br />

e com ideias de tentar abrir uma nova via<br />

(itinerário de ascensão).<br />

O tempo instável e o vento forte transformaram a<br />

actividade num memorável dia de tremeliques,<br />

entre passos arriscados, “pioladas” na rocha e<br />

movimentos contorcidos que um corpo muito<br />

frio não fazia supor. A progressão era lenta, o<br />

divertimento total.<br />

Neste dia de tempestade não se via vivalma.<br />

Sentíamos a serra só para nós. A corda que<br />

nos ligava durante todos os metros de escalada<br />

pouco a pouco congelava. Largo a largo,<br />

íamos ganhando metros àquela austera parede<br />

do Cântaro Magro. Avançávamos sem trocar<br />

palavras. Por vezes essa necessidade de comu-


nicar existia, para avisar acerca de um qualquer<br />

passo mais perigoso, mais difícil, mas a intensidade<br />

do vento sobrepunha-se às nossas vozes,<br />

na verdade...aos nossos gritos. Preenchia-nos<br />

todo aquele ambiente diferente da serra da estrela<br />

que parecia autenticamente imaginado.<br />

Foi assim que abrimos os 185m da via “Scottish<br />

Way”, uma das nossas vias preferidas na serra,<br />

com o espírito livre e sem regras.<br />

De facto as melhores escaladas mistas são feitas<br />

naqueles dias em que literalmente...não dá para<br />

fazer mais nada, mas também em muitos outros!<br />

Já para a escalada em gelo, a coisa não é bem<br />

assim. Tem de conjugar-se as estrelas...todas as<br />

estrelas! Tem de haver tempo suficiente para<br />

as ribeiras congelarem, ou seja, dias consecutivos<br />

com temperaturas sempre negativas, ou a<br />

variar entre os 0 a 2º e temperaturas negativas<br />

pela noite.<br />

Na Serra da Estrela estas condições aparecem<br />

de quando em vez ao longo da época de Inverno<br />

e não é possível prever que cascatas se formam<br />

e quais delas não existem. Cada Inverno é um<br />

Inverno e o gelo é um mistério.<br />

A maior e um dos ex-libris da Serra da Estrela<br />

é a “Cascata Encaixada” no Covão do Ferro. O<br />

nome é uma directa alusão ao seu estado. De<br />

facto dois dos seus três largos estão confinados<br />

pelas paredes de granito serrano. Sempre que<br />

se forma gelo na serra, os seus 80m são um destino<br />

obrigatório. Esta cascata apresenta sempre<br />

um gelo técnico, delicado e bastante vertical. O<br />

início do seu terceiro largo, é sempre uma surpresa!<br />

Mais do que uma vez já aconteceu não<br />

conseguirmos começar a escalar o dito largo, já<br />

que o seu início se apresenta muitas vezes com<br />

gelo precário, e com um pequeno lago onde<br />

uma queda não seria agradável àquelas temperaturas.<br />

Quando tal acontece, consegue-se<br />

escapar para terreno firme por uma rampa de<br />

neve um pouco exposta que decidimos apelidar<br />

de “A saída dos cobardes”.<br />

Talvez a mais famosa cascata da Serra da Estrela<br />

seja a “Cascata do Inferno”, com 70 mantidos<br />

metros de gelo. As suas ascensões até ao<br />

dia de hoje não devem perfazer a dezena. Localiza-se<br />

quase na base de um corredor apelidado<br />

de “Corredor do Inferno” e raramente apresenta<br />

boas condições para se escalar. No entanto, o<br />

facto de ser a mais contínua cascata serrana cativa<br />

as atenções de todos os assíduos ao gelo da<br />

serra desde o início ao fim da época de Inverno,<br />

sempre na esperança de que os seus piolets e<br />

crampons percorram todos aqueles tentadores<br />

metros.<br />

Fotos: Daniela Teixeira<br />

Paulo Roxo na cascata encaixada<br />

Sector Loriga Ice nos Covões de Loriga<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 85<br />

Neve<br />

Escalada em gelo e mista


Neve<br />

Para além destas, existem muitas outras cascatas<br />

que se formam pelos meses de Dezembro,<br />

Janeiro e Fevereiro, geralmente não superiores<br />

a 30m, umas mais fáceis outras mais difíceis. O<br />

que tem de bom o gelo da serra, é que nos deixa<br />

preparados para outras aventuras de maior<br />

envergadura. De facto, apesar de as cascatas<br />

serem geralmente de reduzidas dimensões, a dificuldade<br />

técnica do gelo deixa-nos capacitados<br />

para escalar noutros locais que literalmente<br />

nos enchem os olhos e as medidas! Recordo-<br />

-me de em 2010 escalar cascatas de 300m nos<br />

Alpes e de sentir que eram fáceis tecnicamente,<br />

quando comparadas com as nossas, com 20 a 30<br />

“metrinhos”de gelo precário e fino. Na altura<br />

fiquei a pensar “O que representará a maior<br />

aventura?”.<br />

De facto, as cascatas de gelo não se medem aos<br />

palmos!<br />

86<br />

material<br />

de escalada<br />

Equipamento necessário para a escalada em<br />

gelo e escalada mista:<br />

piolets – ferramenta semelhante a uma picareta,<br />

usada para progredir em neve e/ou<br />

gelo. Em cascatas de gelo utiliza-se um piolet<br />

específico, o piolet de tracção, que apresenta<br />

reduzidas dimensões (45-50cm), é muito ergonómico,<br />

leve e possui uma lâmina curvada e<br />

muito resistente. Para escalar cascatas de gelo<br />

e na escalda mista utilizam-se dois piolets, um<br />

em cada mão.<br />

crampons – acessório que se coloca nas solas<br />

das botas com uma série de bicos que permitem<br />

a progressão em terreno nevado ou gelado. Na<br />

escalada em gelo e escalada mista, usam-se<br />

geralmente crampons de pontas frontais, para<br />

permitir que com movimentos do tipo pontapé<br />

as pontas fiquem cravadas no gelo.<br />

cordas duplas – par de cordas adequadas para<br />

escalar em gelo. Nestas situações cada escalador<br />

deve encordar-se nas duas cordas.<br />

aparelho de segurança, descensor – aparelho<br />

que permite dar segurança ao parceiro e rappelar.<br />

friends, entaladores, pitons de rocha – material<br />

de autoprotecção para rocha, para colocar em<br />

fendas.<br />

parafusos de gelo - material de autoprotecção<br />

para gelo.<br />

arnês – elemento de segurança constituído<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

por material altamente resistente que forma<br />

um cinto e que passa também pelas pernas na<br />

zona das virilhas do escalador. Permite que a<br />

corda de segurança seja unida ao corpo do escalador,<br />

para que se houver uma queda, a força de<br />

choque seja repartida adequadamente, evitando<br />

danos físicos.<br />

Protecção no gelo colocada durante a escalada com um<br />

parafuso de gelo, onde é colocada uma fita express, onde<br />

passa a corda do escalador.<br />

capacete – fundamental neste tipo de<br />

escalada!!!<br />

roupa quente e impermeável, luvas imprescindíveis.<br />

ø<br />

Daniela Teixeira<br />

abalakov para rapelar no gelo<br />

Foto: Paulo roxo


Fotografia do mês<br />

Montanhas de huangshan<br />

O meu imaginário sobre países distantes e orientais era, muitas vezes, preenchido por paisagens remotas,<br />

envoltas em nevoeiro, onde a magia parecia emanar das rochas agrestes e de árvores místicas que<br />

habitavam à beira de precipícios sem fim. Durante muito tempo pensei que esses locais não existiam e<br />

que eram apenas uma produção da imaginação de grandes pintores. Contudo, nos primeiros dias de Dezembro<br />

de 2011, ao visitar a cadeia montanhosa de Huangshan, na República Popular da China, descobri<br />

que esse local de existe efetivamente e que é muito mais espantoso do que podia imaginar. Depois de<br />

percorrer 50 km de degraus entre os 1500 e os 1800 m, realizei um conjunto de fotografias, entre as quais<br />

a que ilustra estas páginas. ø<br />

Joel santos<br />

www.joelsantos.net<br />

Facebook<br />

Viagens e Workshops Fotográficos.<br />

saiba mais em<br />

www.joelsantos.net<br />

OUTDOOR Setembro_Outubro 2011 87<br />

Fotografia<br />

Foto do Mês


Fotografia<br />

Entrevista – Catarina Mexia por Magali Tarouca<br />

88<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Catarina Mexia é uM noMe<br />

beM ConheCido no Mundo<br />

da psiCologia. trata-se<br />

de uMa das psiCólogas e<br />

terapeutas faMiliares Mais<br />

MediátiCas do nosso país,<br />

dada a sua habitual Co-<br />

laboração CoM revistas<br />

e prograMas de televisão<br />

sobre teMas relaCionados<br />

CoM a sexualidade, terapia<br />

faMiliar e do Casal e de psi-<br />

Cologia eM geral.<br />

a outdoor sentou-se no<br />

sofá do Consultório de<br />

Catarina e teve direito a<br />

uMa verdadeira terapia de<br />

boa disposição e de histó-<br />

rias fasCinantes. foi assiM<br />

que desCobriMos a segunda<br />

grande paixão da psiCólo-<br />

ga: a fotografia.<br />

www. oficinadepsicologia.com


Como todas as boas histórias, vamos<br />

começar pelo princípio e dar um pulo<br />

no tempo. Há 20 anos atrás, Catarina<br />

preparava-se para tomar as primeiras<br />

grandes decisões da sua vida. “Eu<br />

sou do tempo em que o número clausus determinava<br />

o futuro de qualquer estudante e,<br />

como tal, a minha vida académica na<br />

faculdade começou em Agronomia.<br />

Sempre gostei do campo e do ar<br />

livre, e embora não fosse a mi-<br />

nha primeira escolha (na realidade<br />

era a última da lista, aquela<br />

que colocamos porque temos de<br />

preencher todas na esperança de<br />

entrar), ainda me dispus a fazer o<br />

primeiro semestre”, conta Catarina.<br />

Mas o seu grande sonho era a Psicologia e lá<br />

acabou por ingressar no ISPA, a única faculdade,<br />

para além da pública, que lhe permitiria<br />

tirar o curso. “Não sou uma pessoa que planeie<br />

a vida, muitas vezes as escolhas e as coisas vão<br />

acontecendo, e o meu percurso enquanto psicóloga<br />

foi sendo delineado desta forma”, revela.<br />

No final da graduação foi-lhe proposta uma colaboração<br />

no primeiro trabalho sobre disfunção<br />

sexual masculina que integrava do ponto de vista<br />

da psicologia a perspectiva da <strong>mulher</strong>, “coisa que<br />

hoje será impensável não fazer de forma sistemática,<br />

mas que há 23 anos atrás ainda era pioneiro”,.<br />

Actualmente, Catarina dedica-se à sua clínica privada,<br />

sendo formadora na Sociedade de Terapia<br />

“Não<br />

sou uma<br />

pessoa que planeie<br />

a vida, muitas<br />

vezes as escolhas<br />

e as coisas<br />

vão acontecendo,(...)”<br />

Familiar, e participa no projeto da Oficina de Psicologia.<br />

“Este projeto é-me muito querido, pois contempla<br />

duas vertentes fundamentais para mim:<br />

prestar um serviço de elevada qualidade aqueles<br />

que nos procuram, e enquadrar-se num contexto<br />

de responsabilidade social em que se pretende<br />

tornar a psicoterapia acessível a todos.”<br />

A pAixão pelA fotogrAfiA<br />

Tal como o percurso na psicologia,<br />

o modo como a fotografia surgiu<br />

na vida de Catarina também<br />

aconteceu de uma forma não planeada.<br />

“Quando era necessário<br />

documentar as cirurgias que se faziam,<br />

nomeadamente na área das<br />

disfunções sexuais, muitas vezes eu ia<br />

para o bloco operatório fazer esses registos,<br />

o que me fez trabalhar na altura com uma<br />

Canon EOS 10, se não estou em erro, e uma<br />

panóplia de flashes. É claro que usar a câmara<br />

apenas para esse fim seria um desperdício”,<br />

recorda Catarina, com um sorriso matreiro.<br />

No entanto, o “bichinho” da fotografia sempre<br />

acompanhou a psicóloga desde tenra idade.<br />

“Desde criança que as reportagens fotográficas<br />

dos dias especiais eram feitas por mim,<br />

mas de forma muito regrada e contida, pois eu<br />

sou do tempo em que o filme era muito caro e<br />

em bolsos onde o dinheiro extra não abundava.<br />

Quando os meus sobrinhos nasceram, não me<br />

cansei de registar o seu crescimento, mesmo<br />

vencendo arduamente a resistência de um ado-<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 89<br />

Islândia<br />

Fotografia<br />

entrevista – Catarina Mexia


Fotografia<br />

90<br />

Carrasqueira<br />

lescente mais envergonhado.”<br />

Mas a paixão de Catarina foi evoluindo<br />

ao longo dos anos, deixando<br />

de ser um passatempo para se transformar<br />

numa paixão. “Correndo o risco de<br />

ser mais um clichê, tenho quase 50 anos, e estava<br />

numa fase da vida em que me apeteceu revisitar<br />

aquilo que me dava prazer, mas agora de uma<br />

forma mais séria. Parece um paradoxo, mas alguns<br />

anos antes, com a correria da juventude e<br />

com a necessidade de abarcarmos inúmeros desafios,<br />

nem é possível saborear em pleno cada<br />

uma das coisas que fazemos. Assim, agora passou<br />

a ser a vez da fotografia, com pés e cabeça. Por<br />

outro lado, sempre gostei de viajar, e isso também<br />

voltou a ser possível, portanto nada melhor<br />

do que associar as duas coisas”, remata Catarina.<br />

Quando lhe perguntamos qual o seu estilo fotográfico<br />

favorito, Catarina nem pensa duas vezes: fotografia<br />

de natureza sai-lhe de forma quase automática.<br />

“Tem mais a ver com a minha forma de enca-<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

“Quando<br />

lhe perguntamos<br />

qual o seu estilo<br />

fotográfico favorito,<br />

Catarina nem pensa<br />

duas vezes: fotografia<br />

de natureza sai-lhe de<br />

forma quase auto-<br />

mática.”<br />

rar o que pretendo da fotografia. Também gosto<br />

muito de retrato, ainda que este seja uma área<br />

que preciso de compreender melhor. Contudo,<br />

o olhar é um desafio que gosto de registar,<br />

de compreender, de descodificar, de imaginar”.<br />

AS viAgEnS<br />

Explorando mais um pouco a ligação entre a fotografia<br />

e as viagens, Catarina partilhou connosco<br />

algumas imagens mentais mais marcantes e<br />

inesquecíveis. “Tenho tido a sorte de viajar por<br />

muitos países e continentes, mas creio que em<br />

todas essas viagens ficou sempre uma fotografia<br />

por tirar, embora tenha ficado sempre uma<br />

imagem indelével na minha cabeça. Recordo o<br />

contraste fantástico de três momentos em que<br />

as cataratas do Iguaçu (vistas do lado brasileiro)<br />

estavam repletas de água devido a inundações,<br />

num dia extremamente chuvoso. A imagem que<br />

recordo são as cores, o arco-íris e os reflexos na<br />

água (visto do lado argentino) e, no mesmo dia<br />

ao pôr-do-sol, as nuvens de gotículas de água<br />

que se elevavam da cratera, as quedas de água<br />

iluminadas pelo dourado do sol poente”. Mas<br />

porque as imagens que registamos não podem<br />

ser dissociadas das experiências vividas,<br />

Catarina recorda a primeira perse-<br />

guição de um conjunto de leoas e<br />

seus leõezinhos, cuja foto confessa<br />

ter saído desastrosa, mas<br />

que a fez sentir um “verdadeiro<br />

repórter do National<br />

Geographic montado no seu<br />

jipe fazendo quilómetros na<br />

busca do melhor momento.”<br />

Entre os diversos locais que<br />

visitou, Catarina aponta mais<br />

alguns que a ganharam um lugar<br />

especial nas suas memórias, fotográficas<br />

e não só. “Macau marcou-me pelo<br />

badoka safari Park


contraste que encontrei em pequenos recantos,<br />

onde o português e o chinês conviviam arquitetonicamente.<br />

A Escócia e a Islândia também<br />

foram dois dos países que eu mais gostei de fotografar.<br />

A Islândia no Inverno é uma surpresa<br />

constante, são paisagens brutais, diria que do<br />

outro mundo, onde o contraste é uma constante,<br />

como se tudo tivesse acabado de acontecer, e<br />

do ponto de vista da luz... o dia começa e acaba<br />

com a luz ideal. A Escócia com os seus montes,<br />

com a sua paisagem costeira, os castelos,<br />

lagos e pessoas, é outro local que me encanta.”<br />

Catarina encontra-se quase de partida para a<br />

Índia, um dos destinos há muito ansiado pela<br />

psicóloga. “Fotograficamente espero que o Festival<br />

Holi me proporcione fotos diferentes. Sei<br />

que a Índia é um país propício para fazer retrato,<br />

e a minha expectativa é regressar enriquecida<br />

com a experiência humana, que muitos já<br />

me descreveram como intensa e gratificante.<br />

No futuro, a Patagónia e os Parques do EUA são dois<br />

locais que eu gostaria muito de fotografar, assim<br />

como Masai Mara para fotografar a imensidão daquelas<br />

planícies com os animais que as habitam.”<br />

Terapia foTográfica<br />

Catarina acredita que a fotografia e a psicologia<br />

podem ter muito em comum. “Aquilo que me<br />

ocorre de imediato chama-se Mindfulness. Esta é<br />

uma técnica baseada na meditação e no ato de trazer<br />

a pessoa para o aqui e agora. É especialmente<br />

eficaz em situações de ansiedade e depressão, já<br />

que são perturbações em que o sujeito se encontra<br />

focado, ou no futuro ou no passado, e tem uma<br />

dificuldade muito grande em usufruir do presente.<br />

Assim, tirar prazer do agora pode ser uma ferramenta<br />

importante para começar a trabalhar.<br />

Falo disto, pois acho que quem faz fotografia de<br />

paisagem poder-se-á rever no que vou descre-<br />

Cabo Girão<br />

ver: Quando colocamos a nossa câmara no tripé<br />

e ficamos à espera do melhor momento, da melhor<br />

luz, do enquadramento certo, muitas vezes a<br />

nossa mente esvazia-se, concentra-se apenas no<br />

momento, no aqui e agora, quem sabe na quantidade<br />

de luz que varia, na temperatura que se<br />

vai alterando, nos sons que vão aumentando ou<br />

diminuindo, nos cheiros que estão ao nosso redor,<br />

no efeito que tudo isto tem no nosso corpo,<br />

como isto nos faz sentir, que emoções desperta<br />

em nós... damo-nos conta que estamos muito<br />

relaxados e isso... é tão bom”, termina Catarina.<br />

A verdade é que saímos do consultório de Catarina<br />

Mexia completamente contagiados por esta calma<br />

e ainda a viajar nas suas palavras.<br />

De facto a fotografia parece ter uma influência<br />

muito positiva sobre a nossa vida – mais do que<br />

um escape, pode ser uma forma de crescermos<br />

interiormente. ø<br />

por Magali Tarouca<br />

facebook<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 91<br />

Pescador na China<br />

Fotografia<br />

entrevista – catarina Mexia


Fotografia<br />

Portfólio do mês — Pedro Carmona Santos<br />

92<br />

Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR<br />

“The lady with the blue veil”, sessão de retrato,<br />

Sintra 2011


Fotos: Pedro Carmona Santos<br />

Começou a fotografar em analógico, com<br />

uma EOS300, ainda em “modo verde”.<br />

Rendeu-se mais tarde ao digital. Em<br />

2010 realizou um workshop que lhe<br />

alteraria a visão sobre a fotografia e o<br />

motivaria a melhorar o seu conhecimento técnico.<br />

A fotografia começou por ser um hobby, uma forma<br />

de se libertar do seu quotidiano na área da engenharia,<br />

assumindo hoje um papel principal, uma<br />

necessidade premente na sua vida. Gosta de foto-<br />

grafia de paisagem e fotografia de rua. Partilha o<br />

seu olhar através dos momentos que regista.<br />

Entende que fotografar não é somente registar<br />

imagens, mas eternizar o momento. É desenhar<br />

com imagens, é ter um olhar crítico e tornar consciente<br />

a sua percepção do mundo enquadrando-a<br />

na sua objectiva.<br />

Publica os seus trabalhos em<br />

http://pedrocarmonasantos.500px.com/#/0<br />

“The red cloud”, Praia do penedo do guincho,<br />

Santa Cruz 2011<br />

“Carrasqueira Sunset”,<br />

Comporta 2011<br />

OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011 93<br />

Fotografia<br />

Portfólio


Fotografia<br />

94<br />

“Great gig in the sky”, Praia do Matadouro,<br />

Ericeira 2011<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

“Malhada do Ouriçal in B&W”,<br />

Cabo da Roca 2011<br />

“Beautiful”, Monsaraz 2011


“Path”, Guincho 2011<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 201 95<br />

Fotografia<br />

Portfólio


Fotografia<br />

fotografar panorâmicas<br />

Fazer fotografia panorâmica tem tanto<br />

de estimulante como de difícil. Hoje<br />

em dia existem câmaras compactas<br />

que permitem fazer imagens panorâmicas<br />

num só clique e aplicações para<br />

telemóvel que também o fazem (ver<br />

artigo sobre a aplicação AutoStich,<br />

nesta edição). No entanto, se pretende<br />

uma imagem de alta qualidade, que lhe<br />

permita fazer uma impressão de grandes<br />

dimensões, então precisará de ir<br />

um pouco mais longe e, eventualmente,<br />

recorrer a uma câmara reflex.<br />

Antes de se aventurar pelo mundo das<br />

panorâmicas, existem algumas questões<br />

que deve ter em conta. Primeiro<br />

que tudo, não se esqueça de levar<br />

consigo o tripé. O uso deste acessório<br />

pode parecer aborrecido e incómodo, mas<br />

poderá ser a diferença entre uma panorâmica<br />

perfeitamente alinhada e uma foto que parece<br />

ter sido feita a partir de um carro em andamento<br />

numa <strong>montanha</strong> russa. Adicionalmente, caso<br />

fotografe em condições de fraca luminosidade,<br />

é vital aliar o tripé a um cabo disparador, para<br />

não movimentar inadvertidamente a câmara e,<br />

assim, evitar as imagens tremidas.<br />

Depois, caso a sua câmara possua a função Live-<br />

View, esta é uma boa altura para lhe dar uso, pois<br />

torna mais fácil pensar na composição, alinhar<br />

as imagens e aferir as zonas de sobreposição entre<br />

fotos. De facto, para que a sua panorâmica<br />

tenha uma maior probabilidade de sair perfeita,<br />

quando estiver a fotografar, deverá fazer uma<br />

sobreposição, no mínimo, de 30% da imagem<br />

anterior, de forma a que o programa que venha<br />

a utilizar para juntar as imagens consiga encontrar<br />

pontos em comum entre as mesmas.<br />

Outro aspecto digno de nota é que, ao contrário<br />

do que se poderia pensar, é sempre preferível<br />

96<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

registar as imagens com a câmara na posição<br />

vertical. De facto, se fotografar com a câmara<br />

na horizontal, não só terá um menor ângulo de<br />

visão vertical (o que, na prática, se traduz numa<br />

menor quantidade de imagem, tipicamente ´cortando’<br />

o céu e a terra), como correrá o risco de<br />

exagerar algumas distorções ópticas (sobretudo<br />

as designadas por ‘efeito barril’) que irão exagerar<br />

da curvatura da linha de horizonte) na sua<br />

imagem final. Assim sendo, a posição vertical é,<br />

regra geral, a mais adequada.<br />

Por fim, já lhe aconteceu ver imagens panorâmicas<br />

com elementos estranhos? Nuvens sobrepostas?<br />

Pessoas que aparecem na foto duas<br />

vezes ou então cortadas ao meio? Para evitar<br />

que isto suceda, na hora de fotografar garanta<br />

que todos os elementos estão estáticos, que<br />

a movimentação das nuvens não é demasiado<br />

rápida ou que o vento não está demasiado forte<br />

(este pode alterar a posição de um motivo<br />

entre as diversas imagens, sobretudo os mais<br />

sensíveis ao vento, como as flores, ramos de<br />

árvores, entre outros). Atenção também às mudanças<br />

da luz, para não registar imagens com<br />

diferentes tipos/intensidades de luz ambiente,<br />

essencial para obter um resultado final natural<br />

e equilibrado.


DEFiniçõES DA cÂMArA<br />

Para obter uma boa panorâmica deverá definir<br />

a mesma exposição em todas as imagens. Assim,<br />

antes de começar a fotografar, faça uma<br />

medição de luz ao longo de toda a cena que vai<br />

fotografar para chegar a um valor de exposição<br />

médio, evitando assim a sub ou sobexposição<br />

de algumas imagens. Uma estratégia possível<br />

será optar pelo modo de exposição Prioridade<br />

à abertura, definindo uma abertura pequena<br />

(f/16, por exemplo, para maximizar a profundidade<br />

de campo) e uma sensibilidade ISO baixa<br />

(ISO 100 maximizará a qualidade de imagem).<br />

De seguida, com o modo de medição de luz matricial<br />

activado, percorra “cena”, analisando os<br />

diferentes valores que a câmara mostra para a<br />

velocidade de obturação (atenção, pois poderá<br />

ter que premir o botão disparador até meio<br />

para que a câmara inicie as medições de luz e<br />

mostre o valor encontrado para a velocidade).<br />

Depois de aferir o valor médio das velocidades<br />

de obturação, ‘copie’ os valores de todas as variáveis<br />

de exposição (abertura, ISO e, claro, a<br />

tal velocidade ‘média’ encontrada) para o modo<br />

de exposição Manual. Deste forma, irá garantir<br />

que a câmara regista todas as imagens com a<br />

mesma exposição, minimizando as variações de<br />

luz entre imagens. Muito importante: desligue o<br />

equilíbrio de brancos automático, escolhendo a<br />

predefinição que mais se adeqúe ao tipo de luz<br />

ambiente disponível (nublado, por exemplo).<br />

Relativamente à focagem, basta que as imagens<br />

tenham pontos de focagem diferentes para a<br />

todo o trabalho ficar arruinado. Como tal, certifique-se<br />

que determina a distância de focagem<br />

ideal antes de começar a fotografar, mantendo-a<br />

constante ao longo de todos registos (depois de<br />

focar, desligue o auto foco, passando para focagem<br />

manual). O mesmo é válido para a distância<br />

focal, pois também esta deverá permanecer<br />

inalterada em todas as fotografias.<br />

Agora, resta pegar na sua câmara, no tripé e<br />

num cabo disparador e procurar uma paisagem<br />

digna de uma imagem panorâmica de cortar a<br />

respiração. Boas fotos! ø<br />

Joel Santos<br />

www.joelsantos.net<br />

Facebook<br />

Para mais informações sobre este e outros temas<br />

consulte o livro “FoTogrAFiA - luz, Exposição,<br />

composição e Equipamento” de Joel Santos.<br />

Editora: centro Atlântico www.centroatl.pt<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 97<br />

Fotografia<br />

Truques e dicas


Fotografia<br />

Aplicação para iPhone, iPad, iPod<br />

AutoStitch<br />

Todos nós adoramos fotografias panorâmicas<br />

e, à partida, até parecem<br />

fáceis de fazer. Vemos uma<br />

paisagem bonita, começamos a fotografar,<br />

chegamos a casa e os problemas<br />

começam mal ligamos o computador e<br />

detectamos os inúmeros erros que cometemos.<br />

E o pior é que jamais iremos conseguir fotografar<br />

aquele cenário como estava naquele dia.<br />

Mas, hoje em dia, existem programas que<br />

nos ajudam a criar panorâmicas fabulosas<br />

sem ter de gastar centenas de euros em equipamentos<br />

e softwares apropriados. A aplicação<br />

AutoStitch é um desses casos. É tão simples<br />

de utilizar que é quase impossível errar.<br />

Para começar, pode tirar as fotografias com a sua<br />

própria câmara e depois enviar para o iPhone, iPod<br />

ou para o iPad, ou simplesmente tirar as fotos com<br />

os próprios dispositivos através da aplicação. Atenção<br />

a dois pormenores: no caso do iPad, a primeira<br />

versão do equipamento não dispõe de câmara fotográfica,<br />

pelo que terá de transferir as imagens,<br />

por iTunes ou por e-mail (caso faça o upload por<br />

iTunes, as imagens irão perder resolução, logo o<br />

ideal é enviar por e-mail).<br />

Caso utilize a câmara do seu dispositivo, pode alterar<br />

a resolução de saída das fotos e os modos de<br />

mistura, usando o ícone de engrenagem, sendo<br />

que o modo padrão é o que lhe oferece uma melhor<br />

qualidade.<br />

98<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR


Antes de começar a fotografar deverá ter em conta<br />

que as fotos devem ser, obviamente, todas do<br />

mesmo local e ter uma sobreposição de cerca de<br />

30% para que o programa possa identificar áreas<br />

em comum entre as fotos e fazer a sua junção sem<br />

dificuldades.<br />

Sugerimos ainda que tire as fotos na vertical para<br />

que no final não fique com uma fotografia distorcida<br />

nas pontas.<br />

Uma vez tiradas/carregadas as fotos, toque em<br />

UNIR, para juntar as imagens e criar a sua panorâmica,<br />

um processo que tomará o seu tempo – mas<br />

o resultado valerá a pena. Caso queira reenquadrar<br />

a sua foto final, carregue em Corte e ajuste<br />

conforme pretender.<br />

Se desejar, pode acionar a opção Marcação Geográfica<br />

e todas as suas panorâmicas passarão a<br />

conter as coordenadas de GPS. Claro que esta opção<br />

só está disponível caso tenha tirado as fotos<br />

com o seu dispositivo (com GPS ou rede Wi-Fi).<br />

Por fim, apesar desta aplicação ser intuitiva, a opção<br />

Ajuda será um excelente auxiliar em qualquer<br />

altura. Assim, resta-lhe ir para o terreno e divertir-<br />

-se a criar panorâmicas – é fácil e os resultados são<br />

soberbos.<br />

Magali Tarouca<br />

Info sobre<br />

a aPlIcação:<br />

Preços<br />

iPhone, iPad, iPod Touch: €0,79<br />

www.itunes.apple.com<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 99<br />

Fotografia<br />

APP iPhone


Fotos: Fernando Vaqueiro<br />

S.O.S.<br />

...<br />

100<br />

SEgurança na nEvE<br />

As férias na neve são na sua maioria<br />

férias desportivas praticadas ao ar<br />

livre, em altitude e que exigem algum<br />

esforço. Desta forma antes da<br />

escolha do seu destino aconselhamos<br />

uma visita ao seu médico, especialmente se<br />

viajar para a neve pela primeira vez.<br />

Tenha sempre em conta que a prática de desporto<br />

em estâncias de grande altitude, como Sierra<br />

Nevada e certas estâncias dos Alpes, provocará<br />

um esforço suplementar e dificuldades na adaptação<br />

durante os primeiros dias. Neste tipo de<br />

estâncias a ingestão de álcool deverá ser reduzida,<br />

e toda a atenção deverá ser dada à ingestão<br />

constante de líquidos (hidratação) e à utilização<br />

de equipamento adequado.<br />

Cartão EuropEu dE SEguro dE do-<br />

Ença (CESd)<br />

Antes de partir de viagem para uma estância<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

da UE e se for cidadão de um Estado-Membro<br />

da União Europeia aconselhamos que solicite<br />

do seu organismo de segurança social o Cartão<br />

Europeu de Seguro de Doença (CESD), (antigo<br />

formulário E111 - Passaporte Azul).<br />

O CESD é um documento que assegura a prestação<br />

de cuidados de saúde aos beneficiários de<br />

um sistema de segurança social de um dos Estados<br />

UE, Espaço Económico Europeu ou Suíça<br />

quando se deslocam temporariamente neste espaço,<br />

permitindo que sejam assistidos com mais<br />

facilidade, de forma gratuita ou com custos moderados<br />

em caso de doença ou acidente.<br />

SEgurança Ski & Snowboard<br />

O ski e snowboard são classificados como desportos<br />

perigosos, praticados em alta <strong>montanha</strong><br />

onde as condições climatéricas poderão ser rigorosas<br />

e mudar drasticamente em questão de<br />

minutos. Este risco poderá ser diminuído ou


atenuado, para si ou para os outros, se os seguintes<br />

princípios forem seguidos:<br />

■ Escolha da estância<br />

Escolha a estância com cuidado e de acordo<br />

com a variedade de pistas que apresenta, tendo<br />

em conta o “leque” de níveis existente entre os<br />

diferentes elementos do “grupo” a viajarem em<br />

conjunto. A prática do ski e snowboard deverá<br />

ser seguras, acessível e divertida para todos.<br />

■ Informação<br />

Ao chegar à estância informe-se das condições<br />

reais de cada zona de pistas. Peça o código FIS<br />

de conduta e segurança para todos os utilizadores<br />

das pistas e siga as normas com atenção.<br />

■ Risco de Avalanche<br />

Em cada estância existe um grau de risco da<br />

possibilidade de avalanche. Siga as indicações<br />

atentamente nunca esquiando em zonas fechadas<br />

ou consideradas de risco.<br />

■ Ski e Snowboard fora de pista (off piste)<br />

Ao fazer ski ou snowboard fora das pistas balizadas<br />

está a aumentar de forma considerável<br />

o risco. Se o pretender fazer aconselhamos a<br />

contratação de um guia local especializado, a<br />

utilização de aparelhos de localização (tipo OR-<br />

TOVOX ou ARVA) e a contratação de um seguro<br />

especial para o efeito, já que os seguros normais<br />

de viagem neve/ski não cobrem acidentes fora<br />

das pistas balizadas.<br />

■ Preparação Física<br />

Para a diminuição do risco de lesões e aproveitar<br />

ao máximo o ski e snowwboard é importante<br />

fazer preparação física antes de partir neste tipo<br />

de férias. Ginástica de manutenção localizada e<br />

passeios em BTT ou patins em linha são quase o<br />

suficiente, no entanto, o mais aconselhado seria<br />

um programa de preparação prévio, adaptado<br />

a cada um, com a duração de 8 a 10 semanas.<br />

Consulte um ginásio.<br />

■ Aprendizagem: “a base da segurança na<br />

neve”<br />

Para aprender e evoluir em segurança recorra<br />

sempre a uma escola de ski ou snowboard reconhecida.<br />

Existem programas com cursos semanais<br />

colectivos (recomendado) e ainda a possibilidade<br />

de aulas particulares.<br />

■ Segurança nas Pistas - alguns conselhos<br />

básicos:<br />

- Seja prudente;<br />

- Não esquie fora das pistas balizadas e não entre<br />

em zonas / pistas fechadas;<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 101<br />

S.O.S.<br />

Segurança na neve


S.O.S.<br />

- Utilize capacete na prática do ski e snowboard;<br />

- Siga as indicações e marcações dos profissionais<br />

de segurança das pistas;<br />

- Siga e respeite o código FIS de conduta e segurança<br />

para todos os utilizadores das pistas;<br />

- Avance suavemente durante os primeiros dias<br />

- Não esquie junto aos bordos das pistas e evite<br />

aproximar-se de obstáculos como para ventos,<br />

canhões de neve, pilares entre outros;<br />

- Faça aquecimento muscular antes das primeiras<br />

descidas;<br />

- Adapte a velocidade e o equipamento ao seu<br />

nível;<br />

- Estique os músculos ao fim do dia;<br />

- Beba muitos líquidos e coma de forma equilibrada,<br />

tendo em conta as energias despendidas.<br />

■ Equipamento Fundamental<br />

Para reforço da segurança e uma fácil aprendizagem<br />

e é fundamental que se utilize o equipamento<br />

adequado à prática destes desportos:<br />

- Roupa (casaco e calças): leve, com bom isolamento<br />

térmico (quente), resistente e impermeável.<br />

- Luvas: fundamentais e imprescindíveis, devem<br />

ser da melhor qualidade já que são os dedos<br />

os primeiros a sofrerem com o frio.<br />

- Gorro para o frio ou chapéu para o sol: imprescindível.<br />

- Óculos de sol ou neve (para dias de sol ou<br />

neve/vento): os óculos de sol são obrigatórios.<br />

Em estações de grande altitude e com muito sol<br />

como a Serra Nevada, o excesso de luminosidade<br />

e o reflexo dos raios solares na neve podem<br />

provocar lesões oculares graves.<br />

- Creme solar protector: fundamental e obrigatório.<br />

São muitos os casos anuais de queimaduras<br />

solares graves por falta de protecção na<br />

102<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

neve.<br />

- Skis, Snowboard e botas: podem ser reservados<br />

em Portugal, incluídos no pacote de viagem,<br />

e recolhidos directamente em todas as estâncias.<br />

Para uma segurança máxima é fundamental<br />

para que utilize equipamento adequado e<br />

adaptado ao seu nível/peso/altura.<br />

- Capacete: uma peça de equipamento “obrigatória”<br />

para crianças e recomendada para adultos.<br />

Uma protecção fundamental em caso de<br />

queda e principalmente de colisões. ø<br />

APP<br />

por Sporski<br />

www.sporski.com<br />

iTrailMap<br />

Mapas das Pistas de Ski e Snowboard<br />

Faz o download com alta resolução,<br />

dos mapas das tuas pistas de<br />

ski preferidas. Uma das diferenças<br />

das outras aplicações de neve, é<br />

que esta aplicação podes utilizar<br />

sem ter de recorrer à internet. Podes<br />

fazer o download dos mapas e<br />

guardá-los no teu Iphone ou Ipod<br />

Touch. Esta aplicação permite a visualização dos<br />

mapas em formato horizontal e vertical.<br />

Estão disponíveis cerca de 750 mapas de pistas de<br />

várias estâncias. Esta aplicação é compatível com<br />

Ipod Touch, Iphone e Ipad.<br />

Para fazer o download gratuito da aplicação basta<br />

aceder a www.itunes.apple.com


Descobrir<br />

Receitas <strong>Outdoor</strong><br />

Uma rubrica destinada à partilha<br />

de receitas e sugestões<br />

de Cozinha <strong>Outdoor</strong>.<br />

Partilha as tuas receitas <strong>Outdoor</strong> preferidas!<br />

Envia-nos um email para info@revistaoutdoor.<br />

pt e poderás ver a tua receita na próxima edição<br />

da <strong>Revista</strong> <strong>Outdoor</strong> e no Portal Aventuras.<br />

Nesta edição da <strong>Revista</strong> <strong>Outdoor</strong> convidámos<br />

Ana Isabel Mineiro, jornalista de viagens, que<br />

nos enviou uma receita deliciosa e energética!<br />

Nós experimentámos e adorámos...<br />

TORTilhA dE húmUs<br />

IngredIentes para 1 pessoa:<br />

■ Tortilhas pré-compradas, de trigo<br />

ou milho (existem nas grandes<br />

superfícies)<br />

■ Húmus<br />

■ Rúcula<br />

■ Cenoura ralada<br />

■ Azeitonas<br />

preparação:<br />

Aquecer as tortilhas dos dois lados,<br />

para ficarem bem maleáveis. Barrar<br />

com humus e cobrir com folhas de<br />

rúcula, cenoura ralada e azeitonas<br />

sem caroço.<br />

Temperar com um fio de azeite e um<br />

pouco de sal.<br />

Para fazer o humus: 1 frasco de grão-<br />

-de-bico cozido, dois dentes de alho,<br />

duas colher de chá de manteiga de<br />

sésamo (tahini, à venda nas grandes<br />

superfícies), limão, sal, pimenta preta,<br />

salsa e coentros.<br />

Fazer uma pasta com o grão, o alho<br />

e um pouco de água, até ficar macia.<br />

Juntar o tahini e os temperos a gosto.<br />

É óptimo para variar das sandes, tem uma excelente<br />

combinação de hidratos de carbono e<br />

leguminosas que dão energia para caminhar, e<br />

também uma boa dose de vitaminas dos vegetais<br />

crus. Quem gostar pode juntar umas gotinhas<br />

de tabasco.<br />

A vantagem desta tortilha, para além de variar da<br />

comum sande, é a combinação essencial de leguminosas<br />

(o grão de bico fornece proteína sem gorduras)<br />

com os hidratos de carbono da farinha de trigo,<br />

um “mix” excelente para o exercício da caminhada<br />

- é de lembrar que os maiores caminhantes montanheiros<br />

do mundo, os sherpas, do Nepal, têm uma<br />

dieta à base de uma combinação idêntica: lentilhas<br />

e arroz.<br />

No recheio, temos também uma verdadeira “injeção”<br />

vitamínica nos vegetais crus (que pode variar,<br />

retirando ou acrescentando os que mais gostar,<br />

como milho, beterraba, alface, pimento grelhado,<br />

etc.) e alho, um grande protector do coração e sistema<br />

vascular. ø<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 103<br />

Receitas <strong>Outdoor</strong><br />

Tortilha de húmus


Descobrir<br />

pousada de<br />

Juventude<br />

de almada<br />

a Pousada de Juventude de almada é um dos<br />

melhores miradouros sobre lisboa. situada<br />

na margem sul, junto à Ponte 25 de abril, aqui<br />

todos os quartos têm vista para a capital.<br />

De Almada, vê-se Lisboa ribeirinha,<br />

desde Belém a Santa Apolónia. Mas<br />

para uma fantástica panorâmica<br />

da capital, para além da Pousada,<br />

a sugestão vai para uma visita ao<br />

Santuário do Cristo - Rei, um excelente miradouro.<br />

Erguido a mais de uma centena de metros<br />

acima do Tejo, avista-se não só Lisboa, mas<br />

também a Península de Setúbal.<br />

Ponto de encontro entre o Tejo e o Atlântico, Almada<br />

é centro de cultura e desporto, de parques<br />

naturais e espaços públicos qualificados.<br />

Atreve-te a conhecer a cidade de uma forma<br />

diferente, calcorreando os vários percursos e<br />

surpreende-te com os recantos e encantos que<br />

Almada revela a quem a visita.<br />

No Museu Municipal de Almada podemos ver<br />

o vasto espólio naval da já extinta Companhia<br />

Portuguesa de Pesca. E no Arsenal do Alfeite, temos<br />

a oportunidade de visitar o interior de um<br />

dos navios de guerra da Armada. Na Costa da<br />

Caparica, para além dos quilómetros de praia,<br />

encontramos arribas fósseis, falésias com 10 milhões<br />

de anos! À noite, esplanadas, bares e discotecas<br />

animam ainda a cidade.<br />

Almada oferece uma vasta e variada rede de<br />

104<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR


equipamentos desportivos, com piscinas, courts<br />

de ténis, pista de atletismo, escolas de surf,<br />

campos de golfe e o Complexo Municipal<br />

dos Desportos, onde podes praticar<br />

as mais variadas modalidades.<br />

Para os amantes da natureza a<br />

Mata Nacional dos Medos, património<br />

natural do Concelho, é digna<br />

de uma escapadela. Mesmo ao<br />

lado da cidade o Parque da Paz oferece<br />

60 hectares de área natural, o espaço<br />

ideal para descansar do ambiente<br />

cosmopolita e contemplar a natureza.<br />

Preços<br />

Época Baixa (02/01 a 28/02; 01/10 a 29/12)<br />

Quarto Múltiplo (p/ pessoa) - 13,00 €<br />

Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) - 38,00 €<br />

Apartamento c/ Kitchenette (para 4 pessoas) – 60,00 €<br />

Época Média (01/03 a 14/04; 01/05 a 09/06;01/09 a<br />

30/09)<br />

Quarto Múltiplo (p/ pessoa) – 14,00 €<br />

Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) – 40,00 €<br />

Apartamento c/ Kitchenette (para 4 pessoas) – 64,00 €<br />

Época Alta (01/01; 15/04 a 30/04; 10/06 a 31/08;<br />

30/12 a 31/12<br />

Quarto Múltiplo (p/ pessoa) – 16,00 €<br />

Quarto Duplo c/ WC (p/ quarto) – 42,00 €<br />

Apartamento c/ Kitchenette (para 4 pessoas) – 66,00 €<br />

Com Cartão Jovem ou Cartão LD


Descobrir<br />

Parque Natural da Madeira<br />

O<br />

Parque Natural da Madeira foi<br />

criado em 1982, por Decreto<br />

Legislativo Regional, visando<br />

a salvaguarda de um imenso<br />

património natural que constitui uma<br />

relíquia a nível mundial, bem como a preservação<br />

de áreas humanizadas de elevada qualidade<br />

paisagística.<br />

Ocupa cerca de 2/3 da ilha da Madeira e<br />

contempla zonas com diferentes estatutos de<br />

protecção, desde o mais elevado que corresponde<br />

às reservas totais e parciais, até ao mais baixo,<br />

a zona de transição, a qual se estende por<br />

toda a periferia, assumindo a função<br />

de tampão, isto é, de absorver<br />

os impactos das intervenções<br />

humanas. Inclui, igualmente,<br />

zonas de paisagem protegida,<br />

as quais apresentam<br />

panoramas naturais, seminaturais<br />

e humanizados<br />

de grande valor estético,<br />

resultado de uma<br />

intervenção harmoniosa do<br />

Homem com o ambiente.<br />

De todo o património natural<br />

incluído nesta área protegida<br />

destaca-se a Floresta Laurissilva,<br />

106<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

De todo o<br />

património natural<br />

incluído nesta área<br />

protegida destaca-se<br />

a Floresta Laurissilva,<br />

o Maciço Montanhoso<br />

Central (Ocidental e<br />

Oriental) e a Ponta de<br />

São Lourenço.<br />

Parque Natural da Madeira<br />

Mapa do Parque Natural da Madeira<br />

o Maciço Montanhoso Central<br />

(Ocidental e Oriental) e a Ponta de<br />

São Lourenço.<br />

Entre os principais objectivos<br />

que levaram à criação do<br />

Parque Natural da Madeira,<br />

estão a preservação de áreas<br />

que contribuam para a<br />

biodiversidade mundial e para<br />

o bem-estar das populações<br />

adjacentes (vertente ecológica);<br />

para o desenvolvimento, apoio ou<br />

coordenação de trabalhos científicos<br />

que contribuam para a manutenção<br />

Foto: Jorge Coelho Ferreira


Foto: Filipe Viveiros<br />

da biodiversidade (vertente científica), para o<br />

desenvolvimento de actividades educativas com<br />

vista ao aumento do conhecimento e captação do<br />

interesse das várias camadas etárias (vertente<br />

pedagógica) e para o desenvolvimento de<br />

instrumentos e estruturas, para dar a conhecer,<br />

de forma regrada, todo este vasto património<br />

(vertente recreativa e turística).<br />

A riqueza existente no seio do Parque Natural<br />

da Madeira não se restringe unicamente<br />

aos valores naturais mas inclui,<br />

igualmente, os valores culturais. O<br />

elevado património construído<br />

apresenta para além das<br />

casas, os terreiros com<br />

bancos construídos junto<br />

aos muros, as latadas, as<br />

adegas, os moinhos de água,<br />

os tanques de pedra e os<br />

palheiros agrícolas onde se<br />

guarda o gado. O povoamento<br />

é geralmente disperso, com as<br />

casas isoladas, perpendiculares<br />

aos caminhos e viradas para o mar,<br />

mas também existem os pequenos<br />

aglomerados, em torno das igrejas ou das<br />

capelas.<br />

Mas é muito mais, porque é também um Parque<br />

Natural das paisagens e das pessoas, das que lá<br />

vivem e das que o visitam, ou não estivesse todo<br />

A Laurissilva<br />

da Madeira está<br />

maioritariamente incluída<br />

na área do Parque<br />

Natural da Madeira<br />

e encontra-se protegida<br />

por legislação regional,<br />

nacional e in-<br />

ternacional.<br />

o ano aberto na íntegra, a quem o queira visitar.<br />

A Floresta Laurissilva é o nome por que é<br />

conhecida a floresta indígena da Madeira. Já<br />

existia aquando da chegada dos navegadores<br />

portugueses e é considerada uma relíquia do<br />

Terciário. Ocupa uma área, de cerca de 15000<br />

Laurissilva da Madeira<br />

hectares, o equivalente a 20% do território da<br />

ilha e localiza-se, essencialmente, na costa<br />

Norte, dos 300 aos 1300 metros de altitude, e<br />

na costa Sul persiste nalguns locais de difícil<br />

acesso, dos 700 aos 1200 metros.<br />

A Laurissilva da Madeira está<br />

maioritariamente incluída na área<br />

do Parque Natural da Madeira<br />

e encontra-se protegida por<br />

legislação regional, nacional<br />

e internacional. É um habitat<br />

prioritário, designado de<br />

Laurissilvas Macaronésias, ao<br />

abrigo da Directiva Habitats<br />

da União Europeia e as<br />

espécies mais características<br />

encontram-se também<br />

directamente protegidas por<br />

directivas comunitárias. É igualmente<br />

uma Zona de Protecção Especial e, por tal,<br />

foi consagrada como um Sítio da Rede Natura<br />

2000 com o nome Laurissilva da Madeira.<br />

Desde 1992, pertence à Rede de Reservas<br />

Biogenéticas do Conselho da Europa, por<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 107<br />

Parque Natural da Madeira<br />

Descobrir


Descobrir<br />

apresentar inegáveis valores naturais e<br />

carácter de unicidade, o que corresponde a um<br />

reconhecimento de enorme importância pela<br />

comunidade internacional.<br />

Integrada na lista dos Patrimónios Naturais<br />

pela Unesco, a riqueza, a importância e a<br />

108<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Levada na Laurissilva<br />

especificidade desta floresta, contendo espécies<br />

vegetais e animais únicos à escala planetária e<br />

habitats naturais representativos e importantes<br />

para a conservação da diversidade biológica,<br />

atestam a justiça deste reconhecimento.<br />

Na área de Floresta Laurissilva existe uma<br />

Massaroco - Maciço Montanhoso<br />

Fotos: Filipe Viveiros


Foto: Filipe viveiros<br />

rede de percursos pedonais e veredas, alguns<br />

deles integrando a lista de percursos pedonais<br />

recomendados da Região. São aos milhares,<br />

as pessoas que anualmente percorrem estes<br />

“caminhos”, inebriados pela sensação do prazer<br />

da descoberta de uma floresta tão bela como<br />

antiga.<br />

O Maciço Montanhoso compreende toda a<br />

cordilheira montanhosa central da ilha da<br />

Madeira, que a divide em duas vertentes, Sul e<br />

Norte, bem distintas e com declives acentuados.<br />

Ocupando uma área de cerca de 8200 hectares,<br />

este Maciço engloba as áreas localizadas<br />

acima dos 1400 metros de altitude, onde são<br />

consideradas duas zonas distintas, a parte<br />

Oriental e a Ocidental. É na parte Oriental do<br />

Maciço que se situam os picos de maior altitude,<br />

Madeira e é servido por diversas infra-estruturas,<br />

das quais se destacam parques eólicos, postos<br />

florestais, zonas de lazer e de recreio, casas de<br />

abrigo e parques de merenda, sendo atravessado<br />

por uma importante rede viária de estradas<br />

principais, secundárias e caminhos florestais.<br />

Desde o príncípio da colonização da ilha da<br />

Madeira que o aproveitamento da silvopastorícia,<br />

nalguns casos, de forma excessiva e desregrada,<br />

levou a uma enorme degradação do coberto<br />

vegetal em determinadas zonas do Maciço.<br />

sendo os mais relevantes, o Pico Ruivo (1862<br />

metros) e o Pico do Areeiro (1818 metros), entre<br />

outros de menor altitude. Na parte Ocidental<br />

destacam-se os pontos mais elevados na zona<br />

do Paúl da Serra, nomeadamente, o Pico Ruivo<br />

do Paúl (1640 metros) e a zona da Bica da Cana<br />

(1620 metros).<br />

O cunho fortemente acidentado desta área é,<br />

sobretudo consequência da acção da água que<br />

provoca uma erosão diferencial sobre as rochas<br />

piroclásticas. Por este facto, são bem visíveis<br />

vales profundos, precipícios e despenhadeiros,<br />

consequência da erosão provocada por águas<br />

torrenciais. O relevo é assim muito acidentado,<br />

onde predominam os declives escarpados. O<br />

planalto do Paúl da Serra é considerado o mais<br />

importante local de recarga dos aquíferos da<br />

arménia - Maciço Monhtanhoso<br />

Suínos, caprinos e ovinos, utilizavam todas<br />

as áreas, muitas vezes de forma anárquica,<br />

não permitindo a regeneração conveniente da<br />

vegetação. Ao longo dos tempos muitas foram<br />

as tentativas para racionalizar esta actividade,<br />

sendo que, a partir dos anos 80 do século passado,<br />

e de forma mais intensa, é que se logrou que a<br />

pastorícia deixasse de causar tanta devastação<br />

no coberto vegetal. Em 2003, conduzido<br />

pelo Governo Regional e com a colaboração<br />

voluntária de todos os intervenientes, conclui-se<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 109<br />

Parque natural da Madeira<br />

Descobrir


Descobrir<br />

finalmente o processo de retirada do gado, tendo<br />

a vegetação do Maciço Montanhoso entrado<br />

finalmente num processo de recuperação, já<br />

hoje visível.<br />

Está classificado como Zona de Protecção<br />

Especial, ao abrigo da Directiva Aves, e como<br />

Zona Especial de Conservação, integrando a<br />

Rede Natura 2000. O Maciço Montanhoso faz<br />

parte igualmente do Parque Natural da Madeira<br />

com a designação de Reserva Geológica e de<br />

Vegetação de Altitude.<br />

A Ponta de São Lourenço é o extremo mais<br />

oriental da Ilha da Madeira, ocupando nove<br />

quilómetros de comprimento, em forma de<br />

península, no final dos quais se encontram o<br />

ilhéu do Desembarcadouro (ilhéu da Metade ou<br />

da Cevada) e o ilhéu do Farol (ilhéu da Ponta de<br />

São Lourenço ou de Fora).<br />

Nesta área, assume particular relevo paisagístico,<br />

a Baía d’Abra, que pela sua configuração e grande<br />

extensão proporciona condições de ancoradouro<br />

excelentes. A Oeste, após a marina da Quinta<br />

do Lorde, encontra-se a pitoresca Prainha –<br />

pequena praia de areia escura. Sobranceira a<br />

esta encontra-se o Morro da Piedade, um cone<br />

vulcânico, onde foi erigida uma capela alusiva<br />

a Nossa Senhora da Piedade, no século XVI. A<br />

Norte da Prainha, assumem relevo as Dunas da<br />

Piedade. Este edifício dunar guarda fósseis do<br />

Quaternário, com 300 mil anos, constituindo<br />

registos únicos na Europa. Encontram-se aqui<br />

raízes fossilizadas, que indiciam a existência<br />

ancestral de uma vegetação bastante mais<br />

abundante e de maior porte, do que aquela que<br />

agora caracteriza a área.<br />

O ilhéu do Desembarcadouro e todo o extremo<br />

da península até ao muro de pedra da Baía d’<br />

Abra, foram adquiridos pela Região, através de<br />

uma iniciativa do Serviço do Parque Natural<br />

da Madeira, em 1994. A Casa do Sardinha,<br />

onde actualmente se encontra um dos centros<br />

de recepção do Serviço do Parque Natural da<br />

Madeira, foi construída por particulares em<br />

meados do século XX, com o intuito de servir<br />

como lugar de refúgio e de férias. A recepção,<br />

enquadramento e acompanhamento de<br />

visitantes nesta área protegida é efectuada pelos<br />

elementos do Corpo de Vigilantes da Natureza.<br />

Esta área, bem como toda a área marinha<br />

adjacente da costa Norte até à batimétrica dos<br />

50 metros, estão integradas na Rede Natura 2000<br />

como Zona Especial de Conservação.<br />

Pela singularidade e riqueza dos seus valores<br />

naturais, a Ponta de São Lourenço surge como<br />

110<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Foto: João Paulo Mendes<br />

Foto: Filipe viveiros<br />

A<br />

Ponta de<br />

São Lourenço<br />

é o extremo mais<br />

oriental da Ilha da<br />

Madeira, ocupando<br />

nove quilómetros de<br />

comprimento, em<br />

forma de península<br />

(...)<br />

Ponta de são lourenço<br />

douradinha /Calendula - Ponta de<br />

são lourenço


Foto: João Paulo Mendes<br />

Foto: José Coelho Ferreira<br />

Garajau - Ponta de São Lourenço<br />

um lugar de referência para quem procura<br />

a prática de turismo de natureza na Região,<br />

sendo cerca de 150 o número de pedestrianistas<br />

diários que a visitam.<br />

O Centro de Recepção, que se localiza no final<br />

do trilho adstrito a esta área, oferece aos seus<br />

visitantes, por meio de uma exposição, um<br />

conhecimento acerca dos valores patrimoniais<br />

de maior relevância do sítio, abordando<br />

temáticas como a sua geologia, flora e fauna.<br />

Este espaço dispõe ainda de um vasto leque de<br />

material alusivo a esta área protegida, e que<br />

aqui pode ser adquirido. ø<br />

Serviço do Parque Natural da Madeira<br />

www.pnm.pt<br />

Facebook<br />

Ponta de São Lourenço<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 111<br />

Parque Natural da Madeira<br />

Descobrir


Descobrir<br />

Livro Aventura<br />

“viaGens<br />

sentimentais”<br />

Tiago Salazar<br />

Nasceu em Lisboa em 1972. Formou-se em<br />

Relações Internacionais e estudou Guionismo<br />

e Dramaturgia em Londres. Jornalista desde<br />

1991, tem publicação dispersa pela imprensa<br />

portuguesa e brasileira, de que se destacam<br />

as revistas Grande Reportagem, Blue Travel,<br />

Vogue e Egoísta.<br />

Apresentou o programa «Endereço Desconhecido»,<br />

na RTP2, e é colaborador permanente<br />

da revista «NS», do Diário de Notícias.<br />

Elaborou ainda guiões para televisão, foi assessor<br />

do gabinete de imprensa do Instituto<br />

Camões, co-comissário de um salão internacional<br />

de artes plásticas e ganhou o Prémio Jovem<br />

Repórter do Centro Nacional de Cultura,<br />

em 1995.<br />

É ainda autor de contos publicados no «DN Jovem»<br />

e no «DNa», do Diário de Notícias, no<br />

Expresso e na revista Ficções.<br />

Livros editados: “Viagens sentimentais”; “A<br />

casa do mundo”; “As rotas do sonho”; “Endereço<br />

desconhecido”, todos publicados pela<br />

Oficina do Livro.<br />

112<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

isbN: 9789895552948


SINOPSE<br />

Escrever e viajar são as duas paixões a que, de<br />

forma hábil e apaixonada, Tiago Salazar se entrega<br />

desde sempre. Nos seus relatos, o jornalista<br />

e andarilho diz-nos que uma rua é tão importante<br />

como um país, que num bairro se vivem<br />

histórias tão dignas como num continente. A<br />

escala é irrelevante, o que conta é a descoberta.<br />

Uma escrita delicada, um sentido de humor refinado<br />

e a humildade de alguém atento ao que<br />

diz o vizinho trazem ao leitor o conhecimento de<br />

outras culturas, o espanto de outros costumes,<br />

as belezas de outras terras. E com elas o viajante<br />

e um escritor aberto ao mundo. ø<br />

“(...)<br />

que uma rua<br />

é tão importante<br />

como um país, que<br />

num bairro se vivem histórias<br />

tão dignas como<br />

num continente. A escala<br />

é irrelevante, o que<br />

conta é a descoberta.”<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 113<br />

Descobrir<br />

Livro Aventura


Kid’s<br />

114<br />

cursos &<br />

workshop´s aventura<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

workshop<br />

de bodyboard<br />

Um workshop onde poderás aprender<br />

a modalidade que sempre desejaste - o<br />

Bodyboard...<br />

Uma manhã cheia de energia, um desafio<br />

recheado de diversão onde vais<br />

aprender as técnicas básicas da modalidade<br />

de Bodyboard. O objectivo é<br />

trasnmitir as técnicas e conhecimentos<br />

básicos da modalidade para práticar<br />

a modalidade em segurança. Serão<br />

transmitidas as noções do principio do<br />

bodyboard, as manobras possíveis de<br />

efectuar, confições favoráveis...entre<br />

outros!<br />

local: Praia de Carcavelos<br />

duração: Uma manhã (4horas)<br />

valor: 40€ por pessoa.<br />

um programa: Equinócio<br />

workshop<br />

de escalada<br />

na fenda da arrÁbida<br />

Este workshop é destinado aos que se<br />

pretendem iniciar na escalada em rocha.<br />

O objectivo é transmitir técnicas e<br />

concietos básicos que permitam aos inciados<br />

com maior segurança, eficiência<br />

e respeito pelo meio envolvente. Este é<br />

um workshop realizado na Fenda da Arrábida<br />

um dos mais belos locais do Parque<br />

Natural da Arrábida<br />

inclui: Arnês, capacete, pés de gato,<br />

magnésio, equipamento colectivo (cordas,<br />

express, gri-grii) acompanhament<br />

da equipa de monitores e seguros de<br />

acidentes pessoais.<br />

duração: 1 dia.<br />

número mínimo de participantes Min.<br />

10 pessoas<br />

valor: 29 € por pessoa.<br />

um programa: Vertente Natural<br />

A R evista <strong>Outdoor</strong> não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.


surfing day<br />

Proporcione um dia<br />

diferente aos mais<br />

pequenos, com sessão<br />

de surf na Praia<br />

do Baleal em Peniche<br />

e jogos de praia.<br />

Um dia onde podem<br />

apanhar uma onda,<br />

dar um chuto numa<br />

bola, fazer castelos<br />

entre os colegas.<br />

Uma actividade ideal<br />

para grupos escolares.<br />

Local: Praia do Baleal<br />

duração: Meio-dia<br />

(aproximadamente)<br />

Vestuário: Aconselha-se<br />

o uso de<br />

roupa desportiva<br />

confortável e adequada<br />

às condições<br />

meteorológica.<br />

Valor: 12,30 €<br />

um Programa: Experience<br />

Sport<br />

workshoP<br />

de btt<br />

Estes workshops têm o<br />

objectivo de introduzir os<br />

mais pequenos na área do<br />

BTT, nomeadamente na<br />

condução e mecânica das<br />

bicicletas.<br />

O workshop é composto<br />

por 3 etapas a desenvolver<br />

no período de uma<br />

manhã ou tarde: Sessão<br />

Teórica da composição da<br />

bicicleta; sessão prática<br />

de condução com pista de<br />

obstáculos e sessão de intervenção<br />

mecânica.<br />

Local: Centro de Formação<br />

MUITAVENTURA<br />

(Largo da Feira de S. Pedro<br />

Sintra)<br />

Período: Manhã ou tarde<br />

idade Miníma: 9 anos<br />

Quando: Sábados e Domingos<br />

de manhã.<br />

Valor: 15,00€ por pessoa<br />

um Programa: Muitaventura<br />

curso de skate<br />

Aqui aprenderás as técnicas mais correctas para te iniciares na modalidade, para aperfeiçoares<br />

que já sabes e para conseguires evoluir mais facilmente. E tens sempre o apoio de<br />

um professor experiente que garante a aprendizagem em máxima segurança. E também<br />

vais fazer novos amigos que partilham o gosto pelo skate.<br />

Os nossos Cursos de Skate são divididos em dois níveis: Iniciação e Nível I.<br />

Quando: Sábados e Domingos de manhã.<br />

Valor: Sob consulta<br />

um Programa: SkiSkate Parque Amadora<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 115<br />

Kid’s<br />

Cursos & Workshop´s


Actividades <strong>Outdoor</strong><br />

116<br />

outdoor<br />

até 25€<br />

esteiros e salinas do teJo 8 km<br />

Este passeio de Inverno é muito<br />

interessante sob o ponto de vista<br />

ornitológico. O seu percurso<br />

desenha-se ao longo de praias<br />

fluviais, de antigas salinas e de<br />

agradáveis vistas sobre o imenso<br />

tejo.<br />

onde: Salinas de Samouco e<br />

Alcochete<br />

preço: 20 €/pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Papa-Léguas<br />

caminhada monte da lua<br />

Uma caminhada de baixa dificuldade que nos levará a<br />

apreciar a variedade paisagística<br />

e de ambientes de Sintra.<br />

onde: Serra de Sintra<br />

preço: 16,61€ /pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Equinócio<br />

paintball<br />

O Paintball é um jogo de acção<br />

e estratégia, que desenvolve nas<br />

pessoas um espírito de equipa,<br />

responsabilidade, liderança e tomada<br />

de decisões sob condições<br />

de pressão psicológica. É jogado<br />

com equipamento de protecção<br />

Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR<br />

bobcat<br />

Quantas vezes já se imaginou a conduzir<br />

uma destas máquinas?<br />

“Será fácil, será que consigo?”<br />

Sim, é fácil e agora está ao seu alcance.<br />

Venha experimentar a condução de<br />

uma máquina BobCat num terreno<br />

preparado e em total segurança.<br />

O objetivo é “arrumar a casa” colocando<br />

os pneus nos respetivos locais.<br />

onde: Parque Aventura Sniper<br />

preço: 12,50€ / pax<br />

dificuldade: Fácil<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Sniper<br />

e uma arma que dispara bolas de tinta, que rebentam<br />

aquando do seu impacto, marcando a zona atingida.<br />

onde: Parque Aventura Sniper, Bucelas<br />

duração: 4h<br />

dificuldade: Fácil / Médio<br />

preço: 17,5€ /pessoa.<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Sniper<br />

iniciaÇÃo ao equilíbrio em slackline<br />

onde: Local praia na zona do Porto/Gaia<br />

duração: 2h<br />

preço: 25€ /pessoa. Realizado por marcação.<br />

um programa: Trilhos<br />

A revista <strong>Outdoor</strong> não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.


Bridge jumPiNg No mi-<br />

Nho<br />

O Brigde Jumping é certamente a<br />

actividade mais radical dos nossos<br />

programas, especialmente concebido<br />

para aqueles que procuram as<br />

emoções mais fortes.<br />

Saltar de uma ponte com cerca de<br />

50 metros de altura, apenas com<br />

uma corda especial e um arnês,<br />

provoca uma tremenda descarga<br />

de adrenalina.<br />

onde: Minho<br />

Preço: 25€ / pax<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Rafting Atlântico<br />

CirCuito Baleeira<br />

Circuito de Rappel com três vias de progressão vertical,<br />

que nos dará acesso à belíssima<br />

praia do Porto da Baleeira. A altura<br />

dos rappeis varia entre os 5 e os 35m,<br />

e prometem não deixar ninguém<br />

indiferente. Este rappel situa-se na<br />

zona do Cabo Espichel.<br />

onde: Cabo Espichel<br />

Preço: 21€ / pax<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Vertente Natural<br />

raPPel em roCha Natural<br />

Este é o desafio, pois terás que fazer rappel em rocha<br />

natural no Parque Natural Sintra Cascais. O rappel, actividade<br />

de manobra de cordas, que consiste em descer,<br />

através de uma corda, um obstáculo vertical.Esta actividade<br />

é óptima no desenvolvimento da auto-confiança<br />

e auto-estima, superando desta forma algum medo latente.<br />

onde: Serra de Sintra<br />

Preço: 12€ / pax (Valor promocional)<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: MuitAventura<br />

gPS PaPer<br />

De uma forma saudável e divertida vai poder entrar<br />

nesta Aventura e conhecer os recantos Românticos e a<br />

História de Sintra. O Desafio é um jogo em Sintra guiado<br />

por um GPS <strong>Outdoor</strong>, em equipa. Numa mistura de circuito<br />

florestal (junto ao Castelo dos Mouros) e urbano,<br />

em que tem que se preencher o road book preparado<br />

especialmente para si.<br />

onde: Serra de Sintra<br />

Preço: 10€ / pax (min.2 pax´s) Valor Promocional<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: MuitAventura<br />

trilho da PeNeda<br />

Este percurso pedestre leva-nos ao coração do Parque<br />

Nacional da Peneda-Gerês, em plena<br />

Serra da Peneda, um local isolado com<br />

paisagens imponentes e grandes maciços<br />

graníticos onde poderá observar<br />

memórias e vestígios das formas de<br />

vida comunitária, hoje já quase desaparecidas.<br />

onde: Peneda Gerês.<br />

Preço: 25€ / pax<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Oficina da Natureza<br />

OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011 117<br />

Actividades <strong>Outdoor</strong>


Actividades <strong>Outdoor</strong><br />

cultural bike tour - vimeiro<br />

A Região Oeste é reconhecida pelo<br />

seu património cultural e histórico,<br />

conheça os seus pontos mais interessantes,<br />

através de um tour de 2 dias<br />

de bicicleta. Ideal para famílias, pequenos<br />

grupos e individuais.<br />

onde: Vimeiro<br />

duração: 2h30 horas.<br />

preço: Desde 20€ /pessoa<br />

um programa: Experience Sport<br />

trekkinG no parque natural<br />

sintra-cascais<br />

Trekking acessível para toda a família.<br />

Sons incríveis, vistas e odores<br />

revigorantes nesta floresta.<br />

Fique a conhecer estes locais escondidos.<br />

Experimente uma actividade<br />

natural no magnífico Parque<br />

Natural de Sintra-Cascais afastado da cidade e do<br />

turismo de massas.<br />

onde: Sintra, Cascais<br />

duração: Meio dia.<br />

dificuldade: Fácil<br />

preço: 20€ /pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Guincho Adventours<br />

passeio aventura nas termas do<br />

vimeiro<br />

Meio-dia de actividade cheio de adrenalina e emoção.<br />

Um passeio pedestre com<br />

a emoção de um Rappel e<br />

escalada.<br />

Passeio com partida junto<br />

às Fontes do Frades (Termas<br />

do Vimeiro).<br />

onde: Vimeiro<br />

duração: Meio dia.<br />

dificuldade: Fácil<br />

preço: Desde 20€/<br />

pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa:<br />

Experience Sport<br />

118<br />

outdoor<br />

até 25€ (cont.)<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

caminhada na<br />

serra dos candeeiros<br />

28km<br />

Rumamos ao miradouro natural<br />

da Serra de Candeeiros<br />

por caminhos naturais de<br />

vistas suaves.<br />

No topo desta elevação desfruta-se<br />

de uma magnífica<br />

panorâmica da região circundante,<br />

com as berlengas a povoarem os nossos horizontes...<br />

onde: Serra Candeeiros.<br />

duração: Meio dia.<br />

dificuldade: Fácil<br />

preço: 20€/ pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Papa-Léguas<br />

bike tour<br />

Venha desfrutar de um passeio de<br />

btt pelas mais bonitas paisagens de<br />

Sintra.<br />

Saída da praia do Guincho, ladeando<br />

a ribeita até Alcorvim. Quando se<br />

chega ao topo da <strong>montanha</strong>, perspectivando<br />

o Oceano Atlântico. Esta<br />

actividade inclui almoço tradicional.<br />

onde: Serra de Sintra<br />

duração: Meio-dia.<br />

dificuldade: Médio/Elevado.<br />

preço: Desde 20€/ pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Guincho Adventours<br />

bunGee JumpinG<br />

Pouco ou nada eleva a adrenalina como um salto de bungee<br />

jumping.<br />

Atirando-se de um ponto elevado para o nada apenas com<br />

uma corda de borracha é o derradeiro desafio para a mente<br />

e para o factor medo.<br />

onde: Minho<br />

duração: Meio dia.<br />

dificuldade: Fácil<br />

preço: 20€/ pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Rafting Atlântico<br />

A revista <strong>Outdoor</strong> não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.


ike tour<br />

Venha desfrutar de um<br />

passeio de btt pelas<br />

mais bonitas paisagens<br />

de Sintra.<br />

Saída da praia do Guincho,<br />

ladeando a ribeita<br />

até Alcorvim. Quando<br />

se chega ao topo da<br />

<strong>montanha</strong>, perspectivando<br />

o Oceano Atlântico.<br />

Esta actividade inclui almoço tradicional.<br />

onde: Serra de Sintra<br />

Duração: Meio-dia.<br />

Dificuldade: Médio/Elevado.<br />

Preço: Desde 20€/ pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Guincho Adventours<br />

alqueiDão - “as invasões francesas”<br />

A zona das Linhas de Torres,<br />

marcadamente rural,<br />

mantém vivas as memórias<br />

de há duzentos anos. Venha<br />

conhecer antigos campos<br />

de batalha, ver terrenos<br />

agrícolas e pequenas aldeias.<br />

Visite a Quinta dos<br />

Freixos, a quinta que albergou o Quartel-general de Sir<br />

Arthur Wellesley, o comandante das tropas portuguesas<br />

e britânicas. Faça uma pausa no seu reduto principal, o<br />

Forte do Alqueidão de onde se pode avistar as Berlengas.<br />

Venha caminhar pela História.<br />

onde: Mafra<br />

Duração: Um dia.<br />

Dificuldade: Médio.<br />

Preço: Desde 10€/ pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Geosphera<br />

canoagem no rio alva<br />

Sector com 9km. Sector com mais de uma dezena de<br />

açu des, com diferentes formatos (rampa, degrau, vertical,<br />

redondo, inteiro, semi-destruídos,<br />

etc). Não tem sectores<br />

muito técnicos, mas exige<br />

alguma condição e destreza<br />

física, porque o contacto com<br />

a água é inevitável. Requer<br />

experiência anterior em canoagem.<br />

Em épocas de elevada<br />

precipitação este sector pode tornar-se algo perigoso,<br />

pelo que a descida pode ter de ser abortada a qualquer<br />

momento.<br />

onde: Rio Alva, Coimbra.<br />

Preço: 21,5€ / pax<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Transerrano<br />

no toPo Da arrábiDa<br />

Passeio pedestre<br />

ao Formosinho,<br />

ponto mais<br />

alto da Serra da<br />

Arrábida com<br />

identificação de<br />

fauna e flora. O<br />

percurso de subida<br />

é variado,<br />

passando por<br />

áreas mais rasteira e arbustiva até zonas de vegetação<br />

de porte arbóreo. Esta é uma forma de apreciar o Parque<br />

Natural da Arrábida de uma forma mais vasta e de<br />

uma perspectiva diferente.<br />

onde: Serra da Arrábida.<br />

Duração: Um dia.<br />

Dificuldade: Alto.<br />

Preço: 15€/ pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Vertente Natural<br />

“sintra/mafra 25”<br />

Sintra e Mafra são duas vilas com algo em comum:<br />

dois palácios históricos famosos e deslumbrantes.<br />

Porque não uni-los numa caminhada desportiva e explorar<br />

o território que se encontra entre ambos? Descobrirá<br />

um mundo rural muito perto da capital; sítios<br />

arqueológicos; passará por troços da famosa GR11/E9<br />

e terá perspetivas do palácio da Pena e do Castelo dos<br />

Mouros que poucos terão visto. No fim poderá confirmar<br />

por experiência própria quais os melhores doces<br />

regionais/conventuais: se o Creme do Bispo e o Fradinho<br />

(Mafra) ou o Travesseiro e a Queijada (Sintra).<br />

A actividade não recomendada a iniciantes. O passeio<br />

pedestre é linear, segue por caminhos de terra batida,<br />

trilhos de pé posto e com vários desníveis. O almoço é<br />

livre (ver Lista de Equipamento) e volante, a meio do<br />

percurso. Inclui transporte de regresso a Sintra.<br />

onde: Vila de Sintra e Mafra.<br />

Duração: Um dia.<br />

Dificuldade: Médio/Alto.<br />

Preço: 12€/ pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Geosphera<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 119<br />

Actividades <strong>Outdoor</strong>


Actividades <strong>Outdoor</strong><br />

confronto laser + aventura 3<br />

Este programa com a duração de um dia inteiro, vai<br />

proporcionar-lhe um conjunto de sensações variadas.<br />

Inclui uma sessão normal de Confronto Laser numa<br />

metade do dia, sendo<br />

que na outra metade irá<br />

fazer 3 atividades (Pontes<br />

de cordas, Escalada,<br />

Rappel, Tiro com Arco,<br />

entre outras) escolhidas<br />

por si. A nossa sessão de<br />

Confronto Laser inclui<br />

vários jogos efetuados nos 6 cenários diferentes que<br />

possuímos.<br />

onde: Parque Aventura Sniper<br />

120<br />

outdoor<br />

até 75€<br />

raftinG no rio paiva<br />

Rafting é uma actividade desportiva que consiste<br />

na descida de rios rápidos em barcos insufláveis<br />

denominados Rafts. Dependendo do seu caudal,<br />

promete grande adrenalina até para quem habitualmente<br />

pratica este desporto.<br />

onde: Rio Paiva, Castelo de Paiva<br />

valor: 61,50€ /pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Equinócio<br />

proGrama fim-de-semana<br />

de aventura de GÓis<br />

Um fim de semana recheado de aventura, diversão e<br />

muitas actividades. Na região de Góis, venha desfrutar<br />

de actividade de Rappel, Paintball, Canoagem e refeições<br />

típicas que lhe darão energia para aproveitar ao máximo.<br />

onde: Góis<br />

valor: 65€ /pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Transerrano<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

duração: Um dia<br />

preço: a partir de 35,00€<br />

um programa: Sniper<br />

workshop de escalada<br />

Este Workshop é destinado aos que se pretendem iniciar<br />

na escalada em rocha. O objectivo desta acção é transmitir<br />

técnicas e conceitos básicos que permita m aos iniciados<br />

actuar com maior segurança, eficiência e respeito pelo<br />

meio envolvente. Este é um Workshop realizado na Fenda<br />

da Arrábida um dos mais belos locais do Parque Natural da<br />

Arrábida.<br />

onde: Parque Natural da Arrábida<br />

preço: 29€ / pax<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Vertente Natural<br />

A revista <strong>Outdoor</strong> não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.


outDoor<br />

até 75€ (cont.)<br />

kayak tour<br />

Com o percurso disponível em Cascais, o kayak<br />

tour leva-te a conhecer a baía de Cascais de uma<br />

perspectiva totalmente diferente a que estás habituado.<br />

Vem connosco desfrutar de um passeio de<br />

kayak diferente.<br />

onde: Rio Paiva, Castelo de Paiva<br />

Valor: Desde 35€ /pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Guincho Adventours<br />

Passeio a caValo Por terras Do Vez<br />

Para os que gostam de<br />

aventura preparámos<br />

uma experiência sensacional<br />

de liberdade e<br />

prazer. Um dia a andar<br />

de cavalo por uma vasta<br />

rede de caminhos que<br />

nos permite desfrutar<br />

de uma paisagem tipicamente<br />

rural.<br />

Venha e divirta-se.<br />

onde: Arcos de Valdevez<br />

Valor: 75€ /pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Oficina da Natureza<br />

fim-De-semana aVentura<br />

Com entrada no Sábado, dormida em cabana de madeira,<br />

alimentação incluída, piscina e muitas atividades,<br />

umas atrás das outras, para preencher o Sábado<br />

e o Domingo com emoções sensacionais, Reúna um<br />

grupo de amigos e venha experimentar.<br />

onde: Parque Aventura Sniper<br />

Duração: Dois dias e uma noite<br />

Preço: a partir de 48,00€<br />

um Programa: Sniper<br />

exPeriência De Buggy ou moto 4<br />

Desafiamos te á diversão num dos nossos automáticos<br />

Moto 4 ou Buggy todo o terreno.Cenários de Montanha e<br />

Praia, obstáculos à medida & fotos inesquecíveis.<br />

onde: Sintra<br />

Duração: 1h30.<br />

Valor: 75€/ para duas pessoas.<br />

Realizado por marcação.<br />

um Programa: Guincho Adventours.<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 121<br />

Actividades <strong>Outdoor</strong>


Actividades <strong>Outdoor</strong><br />

122<br />

outdooR<br />

+ 75€<br />

“a Fóia maRaFada” - 4 dias de autonomia<br />

Procura praias cheias de gente ou esplanadas a abarrotar?<br />

Então isto não é para si. Aqui vai encontrar o<br />

Algarve autêntico; de aldeias perdidas pelos caminhos<br />

da serra; de idosos ansiosos por dois dedos de conversa;<br />

do próprio Tempo que parece que passa mais<br />

devagar. Desde o promontório de Sagres até ao ponto<br />

mais alto do Algarve, a Fóia (em Monchique) são mais<br />

de 90km de aventura em autonomia divididos em 4<br />

dias. Não fique aí, venha à descoberta do Algarve verdadeiro!<br />

Actividade não recomendada a iniciantes. A autonomia é linear,<br />

segue sempre por caminhos de terra batida, trilhos e<br />

atravessa pequenos ribeiros.<br />

onde: Monchique, Algarve.<br />

duração: Quatro dias<br />

dificuldade: Médio/Alto.<br />

preço: 90€/ pessoa<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Geosphera<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

Rota dos antepassados em<br />

Buggy<br />

O desafio é conhecer um pouco da história<br />

dos concelhos de Sintra e Cascais, através do<br />

contacto com dois ancestrais monumentos:<br />

As Ruínas Romanas (Casais Velhos) e o Convento<br />

dos Capuchos (Séc XVI), seguindo uma<br />

viagem por caminhos históricos e luxuriantes,<br />

em estreito contacto com a Natureza, num perímetro<br />

classificado pela Unesco como Património<br />

Mundial.<br />

onde: Sintra e Cascais<br />

duração: 3 horas.<br />

Valor: 105€ (inclui entrada e vista ao Convento<br />

dos Capuchos)<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Guincho Adventours<br />

“soB e soBRe o montado alentejano”<br />

- pRogRama 2 dias<br />

A aldeia do Lousal funcionou como uma aldeia mineira<br />

até aos anos 80 do século XX. É uma aldeia histórica,<br />

que é hoje uma memória viva e dinâmica dos<br />

tempos áureos da indústria mineralífera.<br />

Na zona de Abela podemos refrescar-nos na albufeira<br />

da Barragem de Corona. Em ambas as actividades<br />

avistaremos explorações de sobreiros, manadas de<br />

gado ovino e/ou caprino e toda a fauna e flora típicas<br />

do Montado Alentejano bem português.<br />

onde: Lousal.<br />

duração: Dois dias<br />

dificuldade: Médio/Alto.<br />

preço: Sob consulta.<br />

Realizado por marcação.<br />

um programa: Geosphera<br />

A revista <strong>Outdoor</strong> não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das actividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.


OUTDOOR<br />

+ 75€<br />

paRamOTOR<br />

E voar?<br />

Alguma vez experimentou essa sensação<br />

(voos comerciais não contam...)?<br />

Agora é fácil, simples e acessível. Venha<br />

voar connosco em Paramotor!<br />

Estreie-se num baptismo de voo, subindo<br />

o céu como um pássaro e experimentando<br />

uma das mais extraordinárias<br />

emoções da vida.<br />

Venha fazer parte de um grupo restrito<br />

de pessoas que só elas sabem<br />

porque é que os pássaros cantam...<br />

Onde: Em local a definir...<br />

Duração: 15 a 20 minutos<br />

preço: 79,90€/ pax<br />

Realizado por marcação.<br />

Um programa: Sniper<br />

cURsO essencial De<br />

bUshcRafT<br />

Bushcraft é a arte de prosperar no<br />

mato, ou uma extensão a longo prazo<br />

das técnicas de sobrevivência. São artes<br />

e técnicas que ainda hoje são utilizadas<br />

por tribos indígenas um pouco<br />

por todo o mundo.<br />

Este curso foi pensado para quem<br />

pretende adquirir as bases do bushcraft<br />

no mínimo tempo possível.<br />

Duração: 2 dias.<br />

Onde: Arrábida, Setúbal<br />

preço: 95€ / pax<br />

Idade aconselhada: 16 anos.<br />

Realizado por marcação.<br />

Um programa: Equinócio<br />

légUas nO pióDãO<br />

A PAPA-LÉGUAS oferece-lhe, a possibilidade de explorar a<br />

pé e de forma organizada as mais belas paisagens e regiões<br />

de Portugal. Serra do Açor... Fraga da Pena... Aldeia do<br />

Piodão... Mata da Margaraça... Estes são alguns dos condimentos<br />

para um fim de semana de aventura e lazer numa<br />

região perdida no centro do país. Propomos dois dias de<br />

descoberta da natureza emoldurada pelos horizontes das<br />

cumeadas e pelo pitoresco dos lugares!<br />

Duração: 3 dias.<br />

Onde: Piodão, Arganil<br />

preço: 80€ / pax<br />

Realizado por marcação.<br />

Um programa: Papa-Léguas<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012 123<br />

Actividades <strong>Outdoor</strong>


Desporto Adaptado<br />

OrientaçãO,<br />

desafiO vezes<br />

dOis<br />

Orientação de Precisão e Orientação Adaptada.<br />

Duas propostas originais que apelam ao intelecto.<br />

Duas formas diversas de praticar desporto fora<br />

de portas. Dois apaixonantes desafios ao encontro<br />

da inclusão. Todos diferentes, todos iguais!<br />

Mergulhado nos seus pensamentos,<br />

Hélder fixava atentamente<br />

o mapa seguro entre as mãos.<br />

Aquela profusão de linhas, cores<br />

e símbolos desfilando ante os<br />

seus olhos, tinha no terreno em frente a respectiva<br />

correspondência. Ao longe, quatro balizas,<br />

quatro prismas de cor laranja e branco, ondula-<br />

124<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

vam ao sabor da fresca brisa matinal. Eram elas<br />

o alvo da sua atenção, a fonte de todas as indecisões.<br />

Quatro balizas, das quais apenas uma<br />

representaria a resposta acertada. É este o desafio<br />

da Orientação de Precisão: um mapa, uma<br />

bússola e uma profusão de balizas espalhadas<br />

ao longo dum percurso a pedir que se olhe para<br />

elas e se lhes diga que sim. Ou que não!<br />

Hélder é paraplégico, importa dizer. Um acidente<br />

de viação fez voar em estilhaços os sonhos<br />

próprios da sua juventude, ao mesmo tempo que<br />

o atirava para uma cadeira de rodas. Mas não<br />

conseguiu roubar-lhe - antes reforçou! - a capa-<br />

Fotos: Joaquim Margarido


cidade de acreditar em si, o querer e a vontade<br />

de se superar. E isso será tanto mais significativo,<br />

porquanto conseguido de igual para igual,<br />

em frente a um tabuleiro a jogar Xadrez com o<br />

pai ou, como aqui, no belo e verde parque, a fazer<br />

Orientação de Precisão.<br />

OrientaçãO de PrecisãO, O que é?<br />

Juntamente com a Orientação Pedestre, em BTT<br />

e em Esqui, a Orientação de Precisão forma o<br />

conjunto de quatro disciplinas que encontram<br />

abrigo no seio da Federação Internacional de<br />

Orientação. Porém, ao contrário das restantes,<br />

aqui as capacidades físicas são relegadas para<br />

segundo plano. O acento tónico é colocado na<br />

componente intelectual. O vencedor não é aquele<br />

que completa a prova no mais curto espaço de<br />

tempo, antes o que acerta mais balizas, que o<br />

mesmo é dizer, o que consegue o maior número<br />

de respostas correctas.<br />

O desafio é simples. No início,<br />

cada participante recebe um<br />

mapa e um cartão. No primeiro,<br />

encontra-se desenhado<br />

um percurso que<br />

deve ser cumprido pela<br />

ordem previamente estabelecida.<br />

No segundo<br />

deverão ser assinaladas<br />

as respostas, de “A” a “E”,<br />

consoante o número de balizas<br />

existentes no ponto (a<br />

contagem faz-se da esquerda<br />

para a direita, correspondendo a<br />

letra “A” à baliza mais à esquerda, a<br />

“esta é uma<br />

modalidade que<br />

tem tudo a ver com os<br />

processos de reabilitação<br />

em curso, não apenas ao<br />

nível físico, através da recuperação<br />

dos grupos funcionalmente<br />

afectados, mas<br />

igualmente do ponto de<br />

vista psicológico e<br />

social”<br />

letra “B” à seguinte e assim sucessivamente), ou<br />

com a letra “Z”, no caso de nenhuma das balizas<br />

estar certa. As coisas só começam a complicar-<br />

-se na hora de decidir. A orientação correcta do<br />

mapa, a capacidade de leitura do relevo, da vegetação<br />

e das distâncias e as noções de sinalética<br />

são aspectos cujo domínio se revela de capital<br />

importância. Para tornar tudo ainda mais complexo,<br />

há os chamados pontos cronometrados,<br />

onde a rapidez de decisão conta. Tudo é rigoroso,<br />

exacto, preciso. Orientação de Precisão...<br />

precisamente!<br />

imPOrtância dO desPOrtO na reabilitaçãO<br />

Foi este desafio, entusiástica e prontamente<br />

abraçado pelo Hélder, que o levou a apaixonar-<br />

-se pela modalidade. A proposta surgiu quando<br />

estava internado no Serviço de Medicina Física<br />

e de Reabilitação do Hospital da Prelada,<br />

cujo Núcleo de Desporto Adaptado<br />

tem tido um papel crucial no relançamento<br />

e na dinamização<br />

da modalidade. Para os responsáveis<br />

do Núcleo, “esta<br />

é uma modalidade que tem<br />

tudo a ver com os processos<br />

de reabilitação em<br />

curso, não apenas ao nível<br />

físico, através da recuperação<br />

dos grupos funcionalmente<br />

afectados, mas<br />

igualmente do ponto de vista<br />

psicológico e social”. Com<br />

efeito, ser confrontado com<br />

problemas complexos e ter a capacidade<br />

de os resolver é um factor<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012<br />

125<br />

Desporto Adpatado<br />

Orientação


Desporto Adaptado<br />

que aumenta sobremaneira a auto-estima. Poder<br />

fazê-lo em grupo, com a família e os amigos,<br />

num espaço natural de liberdade e evasão,<br />

é “ouro sobre azul”.<br />

O dia 14 de Março de 2009 marcou o regresso<br />

da Orientação de Precisão ao nosso país e a forma<br />

como a modalidade vem sendo acarinhada<br />

tem concorrido para a sua consolidação ao longo<br />

destes quase três anos. Fernando Costa, elemento<br />

da Comissão Técnica de Orientação de<br />

Precisão da Federação Portuguesa de Orientação<br />

(FPO) e na altura Presidente do Grupo Desportivo<br />

dos Quatro Caminhos, recorda aquele<br />

dia tão especial: “A nossa Associação já tinha organizado<br />

uma prova desta natureza há uns anos,<br />

mas entretanto as coisas praticamente morreram.<br />

Aceitámos com algumas reservas e natural<br />

expectativa o repto lançado pelo Serviço de<br />

Medicina Física e de Reabilitação do Hospital da<br />

Prelada. Tivemos apenas a participação de três<br />

atletas em cadeira de rodas, mas foi o princípio<br />

duma bela amizade.” Hoje, o número de eventos<br />

levados a cabo pela colectividade matosinhense<br />

aproxima-se das duas dezenas e a quantidade<br />

de adeptos não pára de crescer. Muitos e bons<br />

motivos para continuarmos atentos a uma modalidade<br />

“com pernas para andar”.<br />

oriEnTAção ADAPTADA Dá oS PriMEiroS<br />

PASSoS<br />

“Com pernas para andar” - mas também com<br />

muita “cabecinha” -, acaba de surgir em Portugal<br />

uma nova modalidade. Chama-se Orientação<br />

Adaptada, é vocacionada para pessoas com<br />

Deficiência Intelectual e apresenta inúmeros<br />

pontos de convergência com a Orientação de<br />

Precisão. Podendo mesmo ser vista como uma<br />

extensão da Orientação de Precisão, a Orientação<br />

Adaptada recolhe da “irmã mais velha” um<br />

vasto leque de conceitos, nomeadamente no que<br />

respeita ao número de balizas em cada ponto e<br />

à exigência de assinalar num cartão a resposta<br />

correcta, afinal a essência do “jogo”.<br />

Prontamente acarinhada pela ANDDI - Associação<br />

Nacional do Desporto para a Deficiência<br />

Intelectual, a Orientação Adaptada fez a sua estreia<br />

no passado dia 14 de Outubro, no Parque<br />

da Cidade do Porto, com um percurso de lazer<br />

ao qual se dá o nome de Actividade de Orientação<br />

Adaptada. Marinha Grande, Vila do Conde<br />

e Vieira do Minho tiveram entretanto oportunidade<br />

de receber iniciativas desta natureza, o<br />

primeiro degrau dum trajecto que se pretende<br />

cada vez mais complexo e que se estima longo<br />

e frutuoso. Para o Director Executivo da ANDDI,<br />

José Costa Pereira, a Orientação Adaptada tem,<br />

126<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR


numa primeira fase, “um valor não competitivo,<br />

o que se enquadra perfeitamente na filosofia da<br />

ANDDI. O que hoje constituiu uma primeira experiência<br />

é realmente a essência, o nascimento<br />

duma nova modalidade.” E conclui: “Há muito<br />

caminho a percorrer mas os primeiros passos<br />

deixam-nos muito satisfeitos”.<br />

Futuro risonho<br />

Na Orientação Adaptada, o desafio é necessariamente<br />

diferente. Cada baliza apresenta um<br />

quadro onde, à frente duma figura, se encontra<br />

desenhada uma sequência de cores. O participante<br />

tem apenas de estabelecer a correspondência<br />

adequada entre as sequências assinaladas<br />

no mapa e aquelas que se inscrevem nas<br />

balizas dispostas no terreno. Cada resposta certa<br />

corresponderá a uma determinada figura, a qual<br />

deverá ser assinalada no cartão.<br />

Capacidade de interpretar sequências, de relacionar<br />

grupos diferentes entre si – cores e símbolos<br />

– e de estabelecer de forma adequada a<br />

sua correspondência, tais são as capacidades<br />

inerentes à actividade e aqui postas à prova.<br />

“Se a isto juntarmos um espaço natural, fora da<br />

instituição, de partilha de vivências e experiências,<br />

podemos perceber a importância que esta<br />

modalidade poderá vir a ter no futuro”, conclui<br />

Fernando Costa. ø<br />

Joaquim Margarido<br />

cAlendáriO<br />

OrientAçãO de<br />

precisãO 2012<br />

07-Janeiro: Matosinhos, Parque Basílio Teles<br />

(COP)<br />

20-Fevereiro – Viseu, Parque do Fontelo (TP)<br />

03-Março: Porto, Parque do Covêlo (COP)<br />

14-Abril: Porto, Palácio de Cristal (COP/TP)<br />

22-Abril: Senhora da Hora, Parque do Carriçal<br />

(COP)<br />

05-Maio: Porto, Parque da Prelada (COP/TP)<br />

19-Maio: Lisboa (TP)<br />

06-Outubro: Serpa (TP)<br />

(COP – Circuito Orientação Precisão; TP –<br />

Taça de Portugal)<br />

cAlendáriO<br />

ActividAde<br />

AdAptAdA 2012<br />

07-Janeiro: Matosinhos, Parque Basílio Teles<br />

03-Março: Porto, Parque do Covêlo<br />

05-Maio: Porto, Parque da Prelada<br />

Mais informações em FPO ou em Gd4Caminhos<br />

OUTDOOR Novembro_ Dezembro 2011<br />

127<br />

Desporto Adpatado<br />

orientação


Espaço APECATE<br />

workshop “the future leaders forum”<br />

O<br />

Workshop “The Future Leaders<br />

Forum” faz parte do programa do V<br />

Congresso da EFAPCO – European<br />

Federation of Associations of Professional<br />

Congress Organisers, organização<br />

de que a APECATE é membro fundador e em<br />

cuja direcção exerce o cargo de vice-presidente.<br />

Este Congresso, pensado para abranger todos os<br />

actores da Meetings Industry (MI), reveste-se de<br />

uma grande importância para todas as empresas<br />

de animação turística que operam no sector corporate.<br />

Sob o tema “The World Has Changed – Start Acting”,<br />

o programa desenvolve temas de interesse<br />

geral e de grande actualidade e inclui oradores<br />

de relevante prestígio nacional e internacional.<br />

Especialmente dedicado aos jovens, o Future Leaders<br />

Forum é um programa que foi desenvolvido<br />

pela IMEX e pela MPI (Meeting Professionals<br />

International) para encorajar os estudantes mais<br />

brilhantes a ingressarem na Meetings Industry.<br />

Foi lançado em 2003 e, desde aí, já passaram pelos<br />

67 fóruns organizados em todo o mundo mais<br />

de 4100 alunos.<br />

128<br />

é mesmo esta a profissão que querem ter?<br />

Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR<br />

À imagem das edições anteriores, os estudantes<br />

que pretendem trabalhar nas áreas da organização<br />

de eventos e congressos, da animação turística,<br />

da gestão de espaços ou dos empreendimentos<br />

turísticos, terão oportunidade de contactar<br />

directamente com profissionais dessas áreas,<br />

através de um programa, interactivo e educativo,<br />

desenhado para testar e aumentar as suas capacidades<br />

de desempenho.<br />

Para os estudantes portugueses será também<br />

uma ocasião de convívio e troca de ideias com os<br />

seus colegas europeus.<br />

Os participantes serão convidados a trabalhar em<br />

grupos e a responder aos desafios que simulam<br />

situações reais de negócios. Mas, para cada um,<br />

será também o grande teste da sua escolha profissional.<br />

Resultando objectivamente num confronto entre<br />

expectativas e realidades, este workshop coloca<br />

a todos a questão fundamental: é mesmo esta a<br />

profissão que quero ter?<br />

De acordo com os seus interesses, os estudantes<br />

poderão escolher trabalhar com um dos seguin


tes profissionais:<br />

■ Conference Centre: Pedro Rocha dos Santos, Estoril Congress<br />

Centre<br />

■ Corporate Events Specialists: Diogo Assis, events by tlc<br />

■ Convention Bureau: Rosa Maria Koehler, Porto Convention<br />

Bureau<br />

■ <strong>Outdoor</strong> Activities: Teresa Vilas Boas, Turaventur<br />

■ PCO: Luísa Ahrens Teixeira – Mundiconvenius<br />

A língua oficial do Congresso é o inglês.<br />

Tratando-se de um evento verde, a inscrição faz-<br />

-se on-line através do site do Congresso, onde<br />

se encontram todas as informações relativas aos<br />

programas do Congresso e do Workshop, oradores,<br />

sínteses das intervenções e outras matérias<br />

de interesse.<br />

Os estudantes têm um preço especial, com um<br />

acréscimo de redução quando se inscrevem em<br />

grupos acompanhados por um professor.<br />

A participação será objecto de um Certificado<br />

que constitui uma mais valia para os CV. ø<br />

PROGRAMA<br />

Friday 13th January 2012<br />

08.30 - 09.00 Congress Registration<br />

09.30 - 10.30 Congress Opening (with congress delegates)<br />

10.30 - 11.00 Coffee, Networking and Visit to the Exhibition<br />

(with congress delegates)<br />

11:00 - 12:00 The Future of Corporate and Association Meetings<br />

(with congress delegates)<br />

Rohit Talwar, CEO Fast Future Research<br />

12.00 - 12.15 Background on the Future Leaders and Leadership<br />

qualities<br />

Dale Hudson, Events and Projects Director, IMEX Group<br />

Dale will give students a background on the Future Leaders<br />

Forum and then looks at: are you born a leader or can you<br />

develop those key characteristics that will make you a leader?<br />

Dale looks at these characteristics and lets you decide if you<br />

are a true leader!<br />

12.15 - 13.00 Elevator Pitch - Preparation and Presentations<br />

from Students<br />

Students will have been put into teams at the beginning of the<br />

day. Students will have 15 minutes to prepare and 3 minutes<br />

to present – each team will select a spokesperson to speak on<br />

their behalf.<br />

13.00 - 14.30 Lunch (with congress delegates)<br />

14.30 - 16.00 Round Table Discussion<br />

Helena Weinstein, Vice-President EFAPCO - European Federation<br />

of the Associations of Professional Congress Organisers<br />

will introduce all the experts.<br />

Future Leaders will be able to talk to industry professionals at<br />

round tables on the following industry choices or subjects of<br />

interest to them as a career:<br />

• Corporate Events / DMC: Diogo Assis, events by tlc<br />

• Convention<br />

Bureau: Rosa Maria Koehler, Porto Convention Bureau<br />

• Hotels: TBC<br />

• PCO: Luísa Ahrens Teixeira - Mundiconvenius<br />

• Conference Centre: Pedro Rocha dos Santos, Estoril Congress<br />

Centre<br />

• <strong>Outdoor</strong> Activities: Teresa Vilas Boas, Turaventur<br />

16.00 - 16.30 Coffee, Networking and Visit to the Exhibition<br />

(with congress delegates)<br />

16.30 - 16.50 Round table - Information Technology<br />

How the Media responded to deliver an international solution<br />

James Latham, Producer at MEETINGS: review<br />

16.50 - 17.10 Communication and the Social Platforms<br />

Rodrigo Moita de Deus, General Manager of NextPower<br />

17.10 - 18.00 Trusting in an Emerging Economy<br />

Diogo Assis, Chairman of events by tlc<br />

18.00 Discussion - Close of day 1<br />

Saturday, 14th January 2012<br />

09.00 - 10.00 Preparation for the Young Leaders / Young<br />

Entrepreneurs Debate<br />

10.00 - 11.00 Young Leaders / Young Entrepreneurs Debate<br />

Challenges facing Young Leaders and Young Entrepreneurs<br />

11.00 - 11.30 Coffee, Networking and Visit to the Exhibition<br />

(with congress delegates)<br />

Certificates of Attendance will be handed out during coffee<br />

break<br />

12.15 - 13.15 The Appliance of Science: Using science to affect<br />

attendee behaviour and performance at meetings<br />

Jonathan Bradshaw – Meetings Performance Consultant,<br />

Founder & CEO - The Meetology® Group<br />

www.efapco2012.com<br />

OUTDOOR Janeiro_Fevereiro 2012<br />

129<br />

Espaço APECATE<br />

Animação Turística


OUTDOOR Junho_Julho 2011 131


A fechar<br />

O TriaTlO inTernaciOnal de lisbOa<br />

A prova de Lisboa é única no mundo do triatlo e em particular, na<br />

distância “Half Ironman”.<br />

A competição, no coração da cidade a 3 km do aeroporto internacional<br />

de Lisboa, garante fácil acesso de qualquer parte do Mundo.<br />

Além de se desenrolar num local único, a altura do ano é ideal para<br />

começar a temporada e preparar provas mais longas. A temperatura<br />

média nos últimos seis anos tem sido de 26 graus exterior e 19<br />

graus na água. Outro ponto forte é que o Triatlo de Lisboa é uma<br />

prova muito rápida e quase totalmente plana.<br />

Tall ship´s<br />

passaTempO: nauTicampO<br />

130<br />

Mais informações<br />

Julho_Agosto 2011 OUTDOOR<br />

A capital portuguesa recebe no próximo Verão as “The Tall Ships<br />

Races 2012 Lisboa”. De 19 a 22 de Julho, são esperados 60 Grandes<br />

Veleiros e cinco mil tripulantes em representação de 49 países.<br />

As “The Tall Ships Races” são Regatas organizadas todos os anos<br />

pela Sail Training International, com vista a promover a formação<br />

e o treino de mar, assim como a convivência intercultural junto dos<br />

jovens de todo o mundo.<br />

Mais informações<br />

Temos para oferecer 80 convites DUPLOS para a NAUTICAMPO<br />

2012!<br />

Participa até dia 31 de Janeiro de 2012.<br />

Mais informações<br />

ângelO felgueiras cOnquisTa O cume!<br />

Ângelo Felgueiras conquistou o cume do Monte Vinson, na Antárctida.<br />

O alpinista português ultrapassou com sucesso os 4.897 metros<br />

de ascensão e cumpriu a missão solidária para que se propôs: apoiar<br />

o projecto da Escolinha de Rugby da Damaia.<br />

quem esTá desse ladO?<br />

Mais informações<br />

Olá a todos! Chegou a altura de sabermos quem está desse lado... Só<br />

vos pedimos 3 minutos do vosso tempo!<br />

Quem são, o que mais gostam na <strong>Revista</strong> <strong>Outdoor</strong> e Portal Aventuras,<br />

como nos conheceram, entre outras perguntas. Podemos contar<br />

contigo?<br />

Participar


132<br />

Junho_Julho 2011 OUTDOOR

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