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Preparados para o futuro - Hospital Sírio Libanês

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Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


índIce<br />

“a socIedade BenefIcente de senhoras hosPItal<br />

sírIo-lIBanês é uma InstItuIção fIlantróPIca<br />

BrasIleIra que desenvolve ações Integradas de<br />

assIstêncIa socIal, de saúde, de ensIno e de PesquIsa.”<br />

03 Inovação<br />

04 notas<br />

05 acredItação<br />

08 ensIno & PesquIsa<br />

10 servIços<br />

12 Informe da ccIh<br />

13 técnIco-cIentífIco<br />

18 desafIo dIagnóstIco<br />

entrevIsta mauro halfeld<br />

Finanças em foco<br />

06<br />

19 20<br />

caPa<br />

<strong>Pre<strong>para</strong>dos</strong> <strong>para</strong> o <strong>futuro</strong><br />

roteIro de vIagem<br />

Cusco e a Cidade Perdida dos Incas<br />

ExpEdiEntE: consElho Editorial: alfredo salim helito, Álvaro sarkis, ana lucia rodrigues, antonio lira, arnaldo hernandez, fábio gregory,<br />

fernanda rizzo di lione, fernando maluf, guilherme schettino, Jorge mattar, José luiz alvim Borges, José luiz Barbosa Bevilacqua, Juan José cevasco Jr., Kátia<br />

ramos moreira leite, luiz francisco cardoso, marcos costacurta, maria eliza a. carvalho, otelo rigato Junior, Paulo chap chap, roberto Kalil, roberto Padilha<br />

e sandra cristine da silva - assEssoria Editorial: José luiz Borges - GErência dE coMunicação E MarkEtinG do hsl: roserly fernandes<br />

coordEnação dE coMunicação: Katia camata ribeiro - Edição, artE E produção: grecco comunicação - www.grecco.com.br - Jornalista<br />

rEsponsávEl: demetrios sarantakos (mtb. 20.284) - consultoria Editorial: espaço 2 comunicações - Fotos: manoel marques e maurilo clareto<br />

EndErEço: r. dona adma Jafet, 91 - ceP 01308-050 - tel.: 11 3155.0949 - fax: 11 3155.0221 - e-mail: katia.ribeiro@hsl.org.br - tiraGEM: 4.000 exemplares


inteRnacionalização no Hsl<br />

Área de Relações Internacionais, implantada<br />

este ano, oferece serviços diversos aos pacientes<br />

estrangeiros e à Comunidade Médica<br />

Um dos centros médicos mais conceituados<br />

da América Latina, o <strong>Hospital</strong><br />

<strong>Sírio</strong>-<strong>Libanês</strong> possui agora um serviço<br />

especializado aos pacientes estrangeiros e<br />

brasileiros que possuem planos de saúde internacionais.<br />

Para oferecer um atendimento<br />

mais adequado a este cliente, foi criada a<br />

área de Relações Internacionais, subordinada<br />

à Superintendência Comercial.<br />

A área visa aumentar a base de clientes<br />

internacionais por um atendimento<br />

personalizado a este público. Para isso,<br />

a coordenação das admissões do cliente<br />

internacional e a verificação de cobertura<br />

<strong>para</strong> despesas médicas e hospitalares e as<br />

quase 30 seguradoras internacionais com<br />

as quais temos parceria são apenas alguns<br />

dos serviços oferecidos. Outro ponto importante<br />

é o suporte dado às áreas internas<br />

nos processos comerciais e financeiros.<br />

“A área de Relações Internacionais<br />

é estratégica <strong>para</strong> a Instituição. Também<br />

estamos entrando no mercado de Turismo<br />

de Saúde, que, hoje, é uma tendência<br />

mundial. Em 2005, por exemplo, este<br />

mercado teve um faturamento global<br />

correspondente a US$ 10 bilhões”, afirma<br />

Dr. Mauricio Ceschin, Superintendente<br />

Corporativo do HSL.<br />

Calcula-se que, em 2010, o mercado<br />

global de Turismo de Saúde corresponda<br />

a 4% do turismo mundial. Pensando<br />

nisso, o HSL concretiza, neste segundo<br />

semestre, sua acreditação internacional.<br />

“A acreditação pela Joint Commission International<br />

será um elemento facilitador<br />

na conquista de novos mercados que busquem<br />

nossa Instituição por meio de nosso<br />

Corpo Clínico”, conclui Dr. Mauricio.<br />

vantagens ao corPo clínIco<br />

O Corpo Clínico também tem seus benefícios.<br />

A partir de agora, os médicos terão<br />

a opção de encaminhar seus honorários pela<br />

área de Relações Internacionais diretamente<br />

às seguradoras no exterior. A área oferece<br />

assistência aos médicos no que se refere às cobranças<br />

internacionais, evitando desconforto<br />

em relação ao tempo de espera. Os médicos<br />

também contam com o suporte da área no que<br />

se refere à assistência ao seu paciente. Para se<br />

ter uma idéia, muitos médicos já entram em<br />

contato com a área Internacional durante a<br />

consulta do paciente que possui um determinado<br />

convênio internacional, tirando suas<br />

dúvidas quanto aos honorários médicos.<br />

Todas as áreas da Instituição estão sendo<br />

Inovação<br />

treinadas <strong>para</strong> receber os pacientes estrangeiros<br />

e seus familiares. Para atrair novos<br />

pacientes internacionais, o portal do HSL foi<br />

traduzido em três idiomas (inglês, espanhol e<br />

árabe) e, a partir de julho, todo o <strong>Hospital</strong> terá<br />

sua sinalização em português e inglês.<br />

gestão da qualIdade<br />

O empenho <strong>para</strong> que o HSL seja<br />

acreditado pela Joint Commission tem sido<br />

redobrado <strong>para</strong> que todos os ajustes sejam<br />

efetuados adequadamente e <strong>para</strong> que haja<br />

consciência do que todos podem e devem<br />

fazer <strong>para</strong> colaborar com a Instituição. A<br />

terceira avaliação diagnóstica está prevista<br />

<strong>para</strong> a primeira semana de agosto e a avaliação<br />

final, em novembro.<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


notas<br />

parcEria coM a idEalE<br />

A Ideale Pre<strong>para</strong>ção Física Individualizada<br />

é o novo benefício oferecido pelo HSL aos<br />

membros da Comunidade Médica. Médicos e<br />

seus dependentes têm direito a descontos de 15 e<br />

30% nos planos.<br />

A Ideale tem uma equipe especializada<br />

em treinar, condicionar e pre<strong>para</strong>r o aluno<br />

conforme seus objetivos. Ele é orientado por um<br />

professor do início ao fim da aula,diminuindo o<br />

risco de lesões físicas.<br />

Os alunos que freqüentarem a academia entre<br />

6h e 22h terão desconto de 15% nos planos e<br />

aqueles que a freqüentarem entre 10h e 16h terão<br />

30% de desconto. Estão inclusos nos valores dos<br />

planos a taxa de matrícula, o livre consumo dos<br />

produtos oferecidos pelo serviço de copa, banheira<br />

de hidromassagem, toalhas, sabonetes, orientação<br />

nutricional e fisioterápica e estacionamento.<br />

Médicos do corpo clínico<br />

EM rEvista intErnacional<br />

O artigo “Small-bowel angiodysplasia and<br />

intestinal bleeding: a diagnostic challenge” (Ectasia<br />

vascular do intestino delgado e sangramento<br />

digestivo: um desafio diagnóstico), dos médicos do<br />

Corpo Clínico do HSL Dr. Marcelo Averbach, Dr.<br />

Oswaldo Wiliam Marques Jr., Dr. Paulo Correa, Dr.<br />

Carlos Alberto Cappellanes e Dr. Kiyoshi Hashiba,<br />

foi capa da GIE (Gastrintestinal Endoscopy) de<br />

dezembro de 2006, vol. 64, importante revista<br />

internacional da área.<br />

dr. antonio lira<br />

é o novo dirEtor<br />

técnico hospitalar<br />

Desde abril, o Dr. Antonio Carlos<br />

Onofre de Lira, Diretor de Tecnologia<br />

do HSL, assumiu também o cargo<br />

de Diretor Técnico <strong>Hospital</strong>ar,<br />

substituindo o Dr. Manoel Peres.<br />

Revista dos Médicos Março/abril 2007 - nº 50<br />

v Jornada dE psicoloGia da saúdE do hsl<br />

Nos dias 15 e 16 de junho, o IEP – Instituto de Ensino e Pesquisa – organiza<br />

a V Jornada de Psicologia da Saúde, que abordará a intervenção do psicólogo<br />

hospitalar junto a pacientes de alta complexidade e que será voltada <strong>para</strong><br />

psicólogos, médicos, enfermeiros e demais profissionais da área da saúde, além<br />

de estudantes de graduação.<br />

A crescente atuação do psicólogo no contexto hospitalar e na equipe<br />

multiprofissional incentivou a realização do evento, que visa contribuir <strong>para</strong><br />

o desenvolvimento do conhecimento técnico e científico que embasa a prática<br />

da Psicologia da Saúde.<br />

A Jornada abordará aspectos que envolvem a avaliação, o preparo e o<br />

seguimento psicológico de pacientes ambulatoriais que serão submetidos<br />

a vários tipos de procedimentos, assim como condutas com os pacientes e<br />

familiares durante a internação.<br />

Participarão do evento psicólogos hospitalares renomados, que contribuirão<br />

com sua prática clínica em situações críticas como dor e cuidados paliativos,<br />

transplantes, oncologia, UTI, reabilitação e burn-out, entre outros.<br />

A V Jornada também dará especial destaque aos cuidados com o cuidador,<br />

tema que vem sendo amplamente discutido nas literaturas nacionais e<br />

internacionais. Ao cuidar de quem cuida, o paciente e o cuidador se beneficiam.<br />

Para se inscrever, acesse a página do IEP, no www.hospitalsiriolibanes.org.br<br />

dr. riad YounEs é o novo dirEtor clínico<br />

Em evento realizado no dia 23 de abril, às<br />

19h30, o novo Diretor Clínico, Dr. Riad Younes, o<br />

Vice-Diretor Clínico, Dr. Anuar Ibahim Mitre, e a<br />

nova Comissão de Ética <strong>Hospital</strong>ar tomaram posse.<br />

A cerimônia de posse da nova Diretoria Clínica<br />

e Comissão de Ética <strong>Hospital</strong>ar foi realizada no<br />

IEP <strong>para</strong> toda a Comunidade Médica.<br />

Os novos membros da Comissão de Ética são<br />

os Drs. Alessandro Danesi, Antonio Avelino L. P.<br />

Souza, Eduardo H. Pirolla, Enis Donizetti Silva,<br />

Marcelo Averbach, Marcos Fernando L. Docema,<br />

Paulo César Ayrosa Galvão e Sérgio Samir Arap.<br />

O mandato da nova Diretoria e da Comissão<br />

dura 30 meses.<br />

novos intEGrantEs na coMissão do pa<br />

o cardiologista Dr. edson stefanini e o Proctologista Dr. Paulo corrêa<br />

passaram a integrar, desde o início de 2007, a comissão do Pa, formada<br />

também pelo Diretor técnico <strong>Hospital</strong>ar, Dr. antônio lira, o Diretor clínico,<br />

Dr. Riad Younes, o superintendente de Pacientes externos, Dr. antônio<br />

eduardo antonietto, o coordenador do Pa, Dr. Jorge Mattar, e o Dr. alfredo<br />

salim Helito, clínico Geral.<br />

além da inclusão dos novos participantes, a comissão decidiu passar a se<br />

reunir semanalmente, o que possibilitará agilizar as decisões e potencializar o<br />

desempenho do grupo.


Planos institUcionais:<br />

Mais UM Passo PaRa a acReDitação<br />

Como divulgado anteriormente, o <strong>Hospital</strong> <strong>Sírio</strong>-<br />

<strong>Libanês</strong> vem, há cerca de um ano, trabalhando<br />

<strong>para</strong> a obtenção do Certificado de Acreditação pela Joint<br />

Commission International (JCI), por meio do Consórcio<br />

Brasileiro de Acreditação (CBA). Entre as vantagens<br />

obtidas nesse processo, pode-se destacar a introdução<br />

da Gestão pela Qualidade como um processo contínuo<br />

de aprimoramento institucional.<br />

Para que o Certificado de Acreditação seja concedido,<br />

a Instituição deve possuir processos assistenciais<br />

descritos e padronizados, buscar mais eficiência e<br />

efetividade no atendimento, apresentar um sistema de<br />

troca de informações entre<br />

áreas/profissionais e o aprimoramento<br />

contínuo de seus<br />

Recursos Humanos. Além<br />

disso, deve elaborar alguns<br />

documentos institucionais,<br />

em forma de Planos, que<br />

descrevam como se processa<br />

o gerenciamento de questões<br />

que são fundamentais à Instituição.<br />

Esta ação está sendo<br />

desenvolvida pelos Diretores,<br />

Superintendentes, Gerentes<br />

e Coordenadores, com apoio<br />

do Núcleo da Qualidade e<br />

aprovação da Superintendência<br />

Corporativa.<br />

Dentre eles, o Plano de Governança<br />

descreve a estrutura<br />

de comando/decisão da Instituição<br />

e as questões relativas<br />

a composição, atribuições,<br />

funcionamento e interrelacionamento dos órgãos estatutários<br />

da Sociedade e suas partes – <strong>Hospital</strong>, Filantropia<br />

e Instituto de Ensino e Pesquisa. Organiza aspectos fundamentais<br />

da administração Institucional por meio de<br />

outros grandes planos de gestão/gerenciamento, como o<br />

de Qualidade, de Ambiente <strong>Hospital</strong>ar e Segurança, de<br />

Comunicação e Informação e de Recursos Humanos.<br />

O Plano de Qualidade descreve o conjunto de princípios,<br />

métodos e recursos utilizados <strong>para</strong> promover a<br />

melhoria contínua da qualidade na prestação de serviços<br />

de saúde realizada pela Instituição, sempre orientada pela<br />

Missão, Visão e Valores do HSL. Visa orientar, conforme<br />

acredItação<br />

prioridades estabelecidas, os planos, as ações corporativas<br />

e a conseqüente alocação de recursos.<br />

Por sua vez, o Plano de Gerenciamento do Ambiente<br />

e Segurança <strong>Hospital</strong>ar define os processos necessários<br />

<strong>para</strong> garantir a segurança física de todos que transitem<br />

pelas instalações do HSL; a disponibilidade de recursos<br />

de infra-estrutura e equipamentos básicos <strong>para</strong> a assistência;<br />

a diretriz de atuação em casos de emergências de<br />

grande porte na Instituição ou adjacências; bem como<br />

assegurar que os mesmos estejam em conformidadecom<br />

as políticas, normas e procedimentos aplicáveis.<br />

Já o Plano de Recursos Humanos define a política e os<br />

procedimentos relacionados<br />

à gestão de pessoas no HSL,<br />

fundamental <strong>para</strong> assegurar<br />

o sucesso de todos os demais<br />

Planos, a consecução dos<br />

objetivos estratégicos da Instituição<br />

e sua competitividade<br />

no mercado.<br />

Por meio do Plano de Comunicação,<br />

o HSL define a<br />

forma como a comunicação<br />

ocorre na Instituição no que<br />

se refere ao meio interno e<br />

externo, aos veículos e suas<br />

peculiaridades, às alçadas segundo<br />

os públicos emissores<br />

e receptores e aos conteúdos<br />

segundo suas formas pré-estabelecidas.<br />

A finalidade deste<br />

Plano é garantir a qualidade<br />

e a utilidade das informações<br />

que circulam pela Instituição,<br />

horizontal ou verticalmente, interna ou externamente.<br />

O Plano de Gerenciamento da Informação vem<br />

definir as diretrizes <strong>para</strong> o planejamento, desenvolvimento,<br />

implementação e manutenção de soluções <strong>para</strong><br />

atender à necessidade de informações gerenciais das<br />

diversas áreas, garantindo, além da disponibilidade, a<br />

integridade, confidencialidade e segurança dos dados<br />

e informações gerados na Instituição.<br />

Todos esses planos representam mais um<br />

avanço no sentido da Acreditação e da Qualidade e já<br />

foram finalizados e estão sendo divulgados <strong>para</strong> toda<br />

a comunidade na intranet e no portal.<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


caPa<br />

PRePaRaDos PaRa o fUtURo<br />

Plano Diretor de Expansão de Obras prevê<br />

ampliação planejada do HSL<br />

compromisso com a excelência, o conforto, a<br />

O segurança e a modernidade é primordial <strong>para</strong> a<br />

prestação de serviço do <strong>Hospital</strong> <strong>Sírio</strong>-<strong>Libanês</strong> e, com<br />

isso, todos ganham, seja o Corpo Clínico, o paciente,<br />

o colaborador, o fornecedor ou o visitante.<br />

Para continuar cumprindo essa missão com qualidade<br />

e bom resultado, o HSL está constantemente<br />

aprimorando suas atividades. Por isso, há pouco mais<br />

de um ano, deu início ao seu Plano Diretor de Expansão<br />

de Obras, que visa o desenvolvimento e a ampliação<br />

planejada da Instituição <strong>para</strong> os próximos cinco anos,<br />

com revisões regulares.<br />

“O Plano integra a estratégia do <strong>Hospital</strong> e detecta<br />

e implanta mudanças necessárias <strong>para</strong> atender às necessidades<br />

da Instituição perante o mercado”, afirma<br />

Dr. Mauricio Ceschin, Superintendente Corporativo<br />

do <strong>Hospital</strong> <strong>Sírio</strong>-<strong>Libanês</strong>. A evolução da tecnologia,<br />

unida à geração de novos serviços médicos, bem como<br />

a necessidade da modernização das instalações, são<br />

características importantes e que fazem com que haja<br />

um planejamento físico da Instituição, alinhado às<br />

estratégias do <strong>Hospital</strong>.<br />

Estão previstas obras <strong>para</strong> ampliação – dos 85 mil m²<br />

<strong>para</strong> 135 mil m² – a inovação do complexo hospitalar.<br />

Além disso, com esse grande projeto é possível ter<br />

um planejamento financeiro de obras mais eficiente,<br />

evitando reformas desnecessárias e permitindo uma<br />

visão vasta e clara do que precisa ser aperfeiçoado nos<br />

próximos anos.<br />

“Após a verificação da demanda, do mercado e<br />

do potencial de crescimento, começou-se a estudar<br />

os grandes movimentos a serem feitos e a dar mais<br />

subsídios <strong>para</strong> que a área Financeira saiba de quanto<br />

precisará dispor em um determinado período”, explica<br />

Edi Souza, Superintendente de Infra-Estrutura do HSL.<br />

“Poderemos estimar quanto vamos investir e até buscar<br />

Revista dos Médicos Março/abril 2007 - nº 50<br />

linhas de crédito, mas com previsibilidade. Tudo isto foi<br />

aprovado pelo Conselho Administrativo e está alinhado<br />

com o planejamento estratégico”.<br />

a longo Prazo<br />

Após uma licitação que envolveu nove empresas<br />

nacionais e internacionais, a “L + M Arquitetura” foi<br />

escolhida <strong>para</strong> o trabalho e logo o resultado poderá ser<br />

visto no <strong>Hospital</strong>. Algumas instalações serão entregues<br />

ainda este ano. Até agosto, por exemplo, serão entregues<br />

o novo Check-Up, o Núcleo de Cardiologia e o Núcleo<br />

Avançado do Tórax, localizados no 1º Subsolo, Bloco D.<br />

Já estão planejadas também as obras da nova UTI – que<br />

terá 40 leitos em 2.500m² –, a ampliação do espaço físico<br />

do Pronto Atendimento e as reformas nos quartos<br />

de internação, que devem ser entregues até 2008.<br />

O Gerente de Engenharia de Obras, Vinícius Ferreira,<br />

salienta que as áreas estão sendo estudadas <strong>para</strong> oferecer<br />

mais conforto <strong>para</strong> todas as pessoas que circulam no local.<br />

Para isto, já estão planejados todos os aspectos arquitetônicos<br />

e de engenharia <strong>para</strong> o funcionamento das áreas, como<br />

energia, ar condicionado, água, comunicações, etc..<br />

Cada edifício já possui sua vocação definida. O Bloco<br />

B (1), por exemplo, será dedicado ao Apoio Administrativo<br />

e Serviços de Apoio ao Acompanhante; o Bloco<br />

C (2) será destinado à Internação, UTI, Diagnóstico e<br />

Centro Cirúrgico; o Bloco D (3) será utilizado <strong>para</strong> os<br />

Centros de Excelência e serviços necessários <strong>para</strong> o<br />

seu funcionamento; o Prédio Administrativo terá um<br />

edifício de retaguarda onde estarão situados o Apoio<br />

Técnico, a Central de Esterilização de Material, a Farmácia,<br />

o Recebimento e mais um espaço <strong>para</strong> o Apoio<br />

Administrativo; já na ligação (passarela) entre o Bloco<br />

A e o Bloco D haverá uma Praça de Convivência e um<br />

local <strong>para</strong> a retirada de carros; e, por fim, será construído<br />

um prédio exclusivo <strong>para</strong> a área de Filantropia (4).


3<br />

comParatIvo – Plano dIretor de exPansão de oBras<br />

4<br />

2007 2010<br />

nº de leitos (aproximado) 295 475<br />

área (m 2 ) 85 mil 135 mil<br />

principais acessos <strong>para</strong><br />

público externo<br />

1 <strong>para</strong> o <strong>Hospital</strong> e 1 <strong>para</strong> o ieP, 1<br />

<strong>para</strong> Pa e Docas (compartilhado)<br />

vagas de estacionamento aprox. 560 aprox. 860<br />

2<br />

2 <strong>para</strong> o <strong>Hospital</strong> (internação e ambulatório), 1 <strong>para</strong> o Pa, 1<br />

<strong>para</strong> filantropia, 1 <strong>para</strong> apoio logístico (docas) e 1 <strong>para</strong> o ieP<br />

Quantidade de blocos a, B, c e D (ieP) a, B, c, D (ieP) e e e novos prédios da filantropia<br />

e de apoio logístico<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos<br />

1


Jun<br />

Mai<br />

tiReóiDe eM DeBate<br />

Entre sete e oito milhões de brasileiros apresentam<br />

algum tipo de nódulo na tireóide e, dos que foram<br />

operados, cerca de 8% já tinham desenvolvido câncer.<br />

Importantes dados como esses foram discutidos durante<br />

o IV Curso de Cirurgia das Glândulas Tireóide e Paratireóides<br />

e o IV Curso de Cirurgia Minimamente Invasiva<br />

das Glândulas Tireóide e Paratireóides, promovidos pelo<br />

Instituto de Ensino e Pesquisa do <strong>Hospital</strong> <strong>Sírio</strong>-<strong>Libanês</strong><br />

(IEP) entre os dias 9 e 11 de março.<br />

Calendário de Eventos do IEP<br />

23<br />

lion<br />

coord.: dr. oswaldo<br />

laércio cruz<br />

15 e 16<br />

v Jornada de psicologia<br />

hospitalar<br />

coord.: Fernanda<br />

rizzo di lione<br />

dr. José brandão E dr. lEninE brandão,<br />

coordEnadorEs do EvEnto<br />

Mai<br />

instituto dE Ensino E pEsQuisa tEl.: 11 3155.0900 - Fax: 11 3155.0494 - E-Mail: iEp@hsl.orG.br<br />

Revista dos Médicos Março/abril 2007 - nº 50<br />

26<br />

iniciação à cirurgia<br />

laparoscópica<br />

coord.: drs. Marcelo<br />

borba e Marcelo averbach<br />

Jun<br />

16 e 17<br />

acls<br />

coord.: dr. Edison paiva<br />

O evento foi coordenado pelo Prof. Dr. Lenine Garcia<br />

Brandão, Cirurgião de Cabeça e Pescoço, e contou com a<br />

presença de cerca de 80 pessoas. “Controvérsias no Tratamento<br />

do Câncer Diferenciado da Tireóide” e “Atualização<br />

em Epidemiologia Molecular e Terapia Gênica no Câncer<br />

de Tireóide” foram alguns dos temas abordados no curso,<br />

que teve também demonstrações cirúrgicas, treinamentos<br />

práticos e videoconferências com palestrantes internacionais<br />

como o Prof. Dr. Gregory W. Randolph, da Harvard<br />

Medical School (EUA) e o Prof. Dr. Paolo Miccoli, da<br />

Universidade di Pisa (Itália).<br />

Os estudos conduzidos pelo Dr. Miccoli mostram que a<br />

nova técnica vídeo-assistida feita por meio de uma pequena<br />

incisão (de 1,5 cm a 2 cm) na pele e tecidos subjacentes<br />

permite a visualização de importantes estruturas, trazendo<br />

resultados, em geral, superiores ao do procedimento<br />

tradicional, com menor tempo de cirurgia e menos dor<br />

pós-operatória.<br />

O surgimento do câncer de tireóide está bastante associado<br />

à exposição do paciente à irradiação e relacionado a<br />

antecedentes hereditários. Existem, ainda, outras doenças<br />

que estão associadas, como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo,<br />

que não são raras e afetam três a quatro vezes<br />

mais as mulheres.<br />

Mai<br />

26 e 27<br />

Fundamental critical<br />

care support<br />

coord.: dr. Edison paiva<br />

Jun<br />

21 a 23<br />

Workshop internacional de<br />

neuro oncologia pediátrica<br />

coord.: dras. nasjla s. da silva<br />

e andréa M. cappellano<br />

Jun<br />

1 e 2<br />

pals<br />

coord.: dr. Edison paiva<br />

Jun<br />

23 e 24<br />

Fundamental critical<br />

care support<br />

coord.: dr. Edison paiva


iii cURso inteRnacional De<br />

aRtRoscoPia Do QUaDRil<br />

Instituto de Ensino e Pesquisa promoveu, entre<br />

O 1 e 3 de março, o III Curso Internacional de Artroscopia<br />

do Quadril, sob a coordenação dos Doutores<br />

Giancarlo Polesello, Emerson Honda, Nelson Ono, Rodrigo<br />

Guimarães, Sérgio Rudelli e Walter Riccioli Jr..<br />

Cerca de 230 participantes estiveram presentes, entre<br />

eles, médicos ortopedistas, residentes e estudantes de<br />

Medicina. No evento, foram apresentadas as mais recentes<br />

técnicas cirúrgicas em Artroscopia e abordados<br />

temas como impacto fêmoro-acetabular, lesão do lábio<br />

acetabular, lesão do ligamento redondo e ligamento<br />

ilio-femoral, sutura de lesões intra e extra-articulares e<br />

engenharia de tecidos, entre outros. Além disso, foi possível<br />

mostrar à platéia as condições em que se encontram<br />

os pacientes operados durante o I e II Cursos, também<br />

realizados pelo IEP em 2003 e 2005, respectivamente.<br />

Segundo um dos Coordenadores do evento, Dr.<br />

Giancarlo Polesello, o número de cirurgias de quadril<br />

vem aumentando, pois a prática de exercícios e esportes<br />

também cresceu nos últimos anos. Recentemente,<br />

a Secretaria de Estado da Saúde, em conjunto com o<br />

CELAFISCS (Centro de Estudos do Laboratório de<br />

Aptidão Física de São Caetano do Sul), divulgou uma<br />

pesquisa indicando que, em 2006, 75% dos paulistas<br />

declararam praticar alguma atividade física.<br />

O evento contou também com a participação dos renomados<br />

cirurgiões especializados em Medicina Esportiva<br />

nos Estados Unidos, os Drs. Marc J. Philippon, Jhon<br />

Wilson Thomas Byrd e Thomas Gerald Sampson, além de<br />

outros importantes convidados nacionais e internacionais,<br />

MetoDoloGia De ensino<br />

DifeRencia o ieP<br />

aprendizagem baseada em problemas<br />

A é a metodologia usada pelo IEP nos<br />

cursos da área da Saúde. “O aluno é co-responsável<br />

pelo seu aprendizado. Para aprender,<br />

ele precisa ter uma postura diferenciada<br />

e participar de modo efetivo no processo – a<br />

metodologia o obriga a isso e a relação aluno-professor<br />

sofre quebra de <strong>para</strong>digma”,<br />

esclarece o Diretor do Instituto de Ensino<br />

e Pesquisa do <strong>Hospital</strong> <strong>Sírio</strong>-<strong>Libanês</strong>, Dr.<br />

Roberto de Queiroz Padilha.<br />

Com essa metodologia, o IEP já tem em<br />

andamento parcerias com o Conasems<br />

– Conselho Nacional de Secretários Municipais<br />

de Saúde – <strong>para</strong> um curso de<br />

especialização em medicina intensiva, que<br />

beneficia médicos do Norte e Nordeste, e<br />

com a Anvisa, <strong>para</strong> o curso de especialização<br />

“Saúde baseada em evidências”.<br />

“Existe a carência do mercado e a tendência<br />

é de que órgãos do Governo e outras entidades<br />

busquem o diferencial do IEP <strong>para</strong><br />

participantEs do iii curso intErnacional<br />

dE artroscopia do Quadril<br />

como os chilenos Dr. Joaquim Lara, Dr. Claudio Mella,<br />

Dr. Rodrigo Mardones, Dr. Claudio Rafols e Dr. Christian<br />

Foronda, o argentino Dr. Ricardo Munafo, o italiano Dr.<br />

Alberto Costantini e os brasileiros Dr. Marco Pedroni, Dr.<br />

Marcos Contreras, Dr. Roberto Queiroz, Dr. Miguel Akkari,<br />

Dr. Abdalla Skaf, Dr. Marco Teloken, Dr. Carlos César<br />

Vassalo, Dr. Marcelo Cavalheiro, Dr. Leonardo Boschin<br />

e Dr. Eduardo Rinaldi. “É um encontro que já se tornou<br />

tradicional no Brasil, atraindo um número cada vez maior<br />

de participantes, tanto do Brasil como da América Latina<br />

e outros países”, ressalta Dr. Polesello.<br />

dr. robErto dE QuEiroz padilha<br />

treinamentos especiais dos seus públicos”,<br />

acrescenta Dr. Padilha.<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


servIços<br />

EnFErMaGEM<br />

PRé-consUlta De enfeRMaGeM no<br />

seRviço De PRonto atenDiMento<br />

Atividade inicialmente descrita por militares, a<br />

triagem médica surgiu nos campos de batalha, onde<br />

se empregava a se<strong>para</strong>ção dos feridos. Em 1950,<br />

nos EUA, começaram as primeiras triagens em<br />

nível hospitalar <strong>para</strong> facilitar o fluxo de pacientes,<br />

priorizar a rápida avaliação e o encaminhamento<br />

dos clientes, diminuindo, assim, a ansiedade<br />

do paciente e dos acompanhantes. Atualmente,<br />

aumenta a necessidade de triagem quando há uma<br />

quantidade crescente de pacientes, com subseqüente<br />

aumento do tempo de espera e, com isso, maiores<br />

chances de complicações durante tal espera. Este<br />

é um procedimento fundamental <strong>para</strong> os serviços<br />

de emergência, por minimizar os riscos à saúde<br />

e por resguardar a equipe sob os aspectos legais.<br />

A triagem mais comum classifica os pacientes<br />

em categorias <strong>para</strong> atendimento, baseando-se em<br />

diagnóstico e prognóstico.<br />

Com a finalidade de melhorar a assistência no<br />

Pronto Atendimento do HSL, em dezembro de<br />

2006, reiniciamos a “Pré-consulta de Enfermagem”,<br />

realizada por enfermeiros e que define o grau de<br />

nutrição<br />

coMPaRação Do MétoDo De tRiaGeM<br />

nUtRicional coM a avaliação nUtRicional<br />

sUBJetiva GloBal<br />

trata-se de um trabalho realizado pela equipe do<br />

serviço de alimentação com<strong>para</strong>ndo o método de<br />

triagem nutricional do hsl, elaborado com base<br />

em instrumentos já validados e publicados, com<br />

a avaliação nutricional subjetiva global (ansg),<br />

detsky, 1987. as autoras principais são ludiane alves<br />

do nascimento e solange valio camargo.<br />

visto que a subnutrição em pacientes hospitalizados<br />

tem sido cada vez mais objeto de discussão no meio<br />

científico – pois está relacionada com a piora do<br />

quadro clínico e, conseqüentemente, com complicações<br />

pós-operatórias e maior tempo de internação<br />

0<br />

Revista dos Médicos Março/abril 2007 - nº 50<br />

gravidade dos pacientes que adentram o serviço,<br />

por meio da queixa referida, medidas de sinais vitais<br />

e exame físico focado no problema. A classificação<br />

utilizada é: Classe I – pacientes em Emergência,<br />

com risco de morte; Classe II – pacientes que<br />

necessitam de intervenção terapêutica, mas podem<br />

esperar mais que cinco minutos; e Classe III<br />

– pacientes em que a assistência pode ser protelada<br />

(Budassi,1971).<br />

A documentação é realizada no sistema<br />

informatizado e registrada na ficha de atendimento,<br />

que é encaminhada ao médico. Atualmente, o<br />

serviço funciona seis horas por dia, no período de<br />

maior demanda de pacientes, tendo sido planejado<br />

se estender, nos próximos meses, <strong>para</strong> 12 horas<br />

diárias. Sem a pré-consulta, a identificação dos<br />

sinais de alerta é realizada pelas recepcionistas,<br />

que foram treinadas <strong>para</strong> atender a esta finalidade<br />

e desencadear ações pertinentes de acordo com<br />

a situação de cada paciente. O suporte, no caso<br />

de dúvidas, é dado pela Equipe Médica e de<br />

Enfermagem do Pronto Atendimento.<br />

e aumento de morbi-mortalidade –, a utilização de<br />

triagens nutricionais no atendimento de indivíduos<br />

hospitalizados proporciona a identificação de pacientes<br />

em risco nutricional, isto é, identifica não apenas<br />

os que se encontram desnutridos como também os<br />

que apresentam risco de se tornarem desnutridos.<br />

o objetivo deste trabalho é o de com<strong>para</strong>r a triagem<br />

nutricional hsl com a avaliação nutricional<br />

subjetiva global-ansg, validando-a como método<br />

eficiente <strong>para</strong> identificar pacientes adultos e idosos<br />

em risco nutricional.<br />

os questionários de triagem nutricional hsl e


Eabilitação<br />

Uso teRaPêUtico Da<br />

toxina BotUlínica<br />

A toxina botulínica, tão conhecida por seu uso<br />

voltado ao rejuvenescimento facial, é utilizada<br />

há muitos anos <strong>para</strong> o tratamento dos distúrbios<br />

de tônus motor. Entre eles, a espasticidade, uma<br />

manifestação motora causada pela lesão do neurônio<br />

motor superior e que pode causar, em um breve<br />

espaço de tempo, dor e deformidades articulares por<br />

desbalanço entre musculatura agonista e antagonista.<br />

O tratamento da espasticidade deve ser precoce<br />

e abrangente <strong>para</strong> que não ocorram deformidades<br />

articulares evitáveis que dificultem o processo de<br />

reabilitação. Medicações (via oral ou intramuscular)<br />

potencializadas por um correto posicionamento<br />

com o uso de órteses e técnicas de reabilitação,<br />

como estimulação elétrica funcional, biofeedback e<br />

cinesioterapia, também podem e devem ser associadas.<br />

A toxina botulínica A, um dos oito subtipos de<br />

exotoxina produzida em culturas do Clostridium<br />

botulinum, é utilizada <strong>para</strong> o tratamento focal das<br />

hipertonias. Seu mecanismo de ação consiste em<br />

inibir a liberação de aceticolina na fenda sináptica,<br />

minimizando a contração muscular indesejada. Há<br />

ansg foram aplicados por apenas uma nutricionista<br />

a pacientes internados nas unidades de oncologia,<br />

gastroenterologia, neurologia, urologia, ortopedia,<br />

clínica geral, cardiologia e cirurgia geral,<br />

entre julho e outubro de 2006. após a aplicação<br />

dos questionários, os dados quantitativos foram<br />

distribuídos segundo média e desvio padrão.<br />

Para análise estatística e com<strong>para</strong>ção entre os<br />

métodos de triagem hsl e ansg foram realizados<br />

testes de concordância de Kappa e quiquadrado. ao<br />

todo, 216 pacientes responderam às questões: 45,4%<br />

eram do sexo feminino e 54,6%, do sexo masculino.<br />

Pelo método hsl, 12,5% dos pacientes foram classificados<br />

como um risco nutricional, enquanto que,<br />

segundo a ansg, 9,2% apresentavam desnutrição<br />

moderada/severa. não se observou diferença estatisticamente<br />

significativo entre os métodos, havendo<br />

uma concordância boa entre as duas triagens<br />

(p< 0,005). os fatores de risco mais significativos<br />

duas opções comerciais mais utilizadas, o Botox®<br />

(versão americana) e o Dysport® (versão européia).<br />

Aguarda-se, ainda <strong>para</strong> este ano, a versão nacional,<br />

produzida pela Fundação Butantã, que se propõe a<br />

baratear o alto custo desta medicação.<br />

O início do efeito da toxina botulínica pode<br />

ser notado de sete a 10 dias após a aplicação e sua<br />

ação tem duração média de três a quatro meses. O<br />

procedimento é seguro e consiste em injeções intramusculares<br />

guiadas por eletro-estimulador periférico.<br />

Há poucos relatos de eventos adversos com seu uso.<br />

Uma outra opção focal ao tratamento da<br />

espasticidade é o fenol, álcool que pode ser aplicado<br />

próximo a um nervo periférico predominantemente<br />

motor <strong>para</strong> que haja desmielinização das fibras<br />

nervosas e conseqüente bloqueio de condução<br />

motora. Os efeitos são imediatos e duram em torno<br />

de três meses. Como efeito adverso, o paciente pode<br />

referir dor causada por lesão de fibras sensoriais.<br />

Ambos os procedimentos são realizados tanto<br />

no Centro de Reabilitação quanto nas unidades de<br />

internação do <strong>Hospital</strong>.<br />

<strong>para</strong> a classificação de risco nutricional, segundo a<br />

triagem nutricional hsl, foram: perda de peso >10%<br />

nos últimos seis meses, ingestão alimentar diminuída,<br />

edema, diarréia, dificuldade de mastigação e<br />

tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia.<br />

ao contrário de alguns ensaios clínicos publicados<br />

com pacientes hospitalizados, com evolução crônica,<br />

observou-se baixa prevalência de risco nutricional<br />

entre os indivíduos participantes do presente trabalho,<br />

o que pode ser atribuído ao fato de o hsl<br />

atender, freqüentemente, um público privilegiado<br />

da população brasileira. a maior prevalência de risco<br />

nutricional se deu entre os pacientes crônicos, idosos<br />

e em tratamento oncológico, refletindo resultados<br />

semelhantes aos observados em outros estudos.<br />

a triagem nutricional do hospital sírio-libanês<br />

demonstrou ser um bom método de identificação<br />

de pacientes em risco nutricional, uma vez que apresentou<br />

correlação positiva com a ansg.<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


Informe da ccIh<br />

o Uso De PoliMixinas<br />

Transcrevemos, a seguir, o Informe Técnico<br />

da Secretaria Municipal da Saúde sobre o<br />

uso de polimixinas. Gostaríamos de enfatizar<br />

que apenas os casos de infecção deverão ser<br />

tratados, e não os de colonização. Em algumas<br />

ocasiões, esta análise pode ser difícil, e a CCIH<br />

poderá auxiliar interpretação da cultura.<br />

As polimixinas devem ser usadas apenas se<br />

houver resistência a todos os outros antimicrobianos,<br />

devido a sua toxicidade elevada. A<br />

dose da polimixina E deve ser analisada cuidadosamente,<br />

pois depende do país de origem<br />

e da apresentação comercial importada.<br />

Veja, abaixo do Informe da Secretaria da<br />

Saúde, a dose preconizada <strong>para</strong> a polimixina disponível<br />

no <strong>Hospital</strong> <strong>Sírio</strong>-<strong>Libanês</strong> (Colis-tek®).<br />

inForME técnico xvii<br />

FEvErEiro 07<br />

As polimixinas B e E têm sido utilizadas, nos<br />

hospitais brasileiros, no tratamento de infecções<br />

causadas por bacilos Gram-negativos multi-resistentes<br />

aos vários antimicrobianos, incluindo<br />

os carbapenêmicos. Os relatos sobre o perfil de<br />

resistência aos carbapenêmicos, da microbiota<br />

causadora de infecções hospitalares na América<br />

Latina, atingiram percentuais de 25%-35%,<br />

com destaque <strong>para</strong> amostras de Pseudomonas<br />

aeruginosa e Acynetobacter spp. Este padrão de<br />

resistência tem acometido hospitais públicos e<br />

privados em São Paulo, exigindo como opção<br />

terapêutica a utilização das polimixinas. Apesar<br />

da elevada sensibilidade contra bacilos Gramnegativos<br />

fermentadores e não-fermentadores,<br />

as polimixinas não são efetivas no tratamento<br />

de infecções causadas por Proteus spp, Stenotrophomonas<br />

maltophilia, Burkholderia.cepacia<br />

e Serratia marcenscens devido ao processo<br />

natural de resistência desses agentes.<br />

Posologia da polimixina B (via IV) com base<br />

no clearance de creatinina <strong>para</strong> adultos:<br />

Clearance > 80ml/min: 1,5-2,5 mg/kg/dia (dividir<br />

em duas doses).<br />

Dose máxima diária: a dose total diária permitida<br />

é de 200mg (2 milhões de Ul/dia).<br />

Para pacientes com insuficiência renal: iniciar<br />

terapia com 2,5mg/kg no primeiro dia e, então,<br />

corrigir.<br />

Clearance 30-80ml/min: 1 a 1,5 mg/kg por dia<br />

2<br />

Revista dos Médicos Março/abril 2007 - nº 50<br />

Clearance < 30ml/mim: 1 a 1,5 mg/kg a cada<br />

2-3 dias.<br />

Anúria: 1mg/kg a cada 5-7 dias.<br />

Não há indicação de dose suplementar após a<br />

diálise.<br />

Apresentação: frasco ampola contendo 10ml<br />

com 500.000 Ul de sulfato de polimixina B<br />

(1mg de polimixina B = 10.000 Ul).<br />

Posologia da polimixina E (Colistin®) (via IV)<br />

com base nos níveis de creatinina plasmática<br />

<strong>para</strong> adultos:<br />

2,5-5mg/kg (31.250 – 62.500 Ul/kg)/dia, dividindo-se<br />

a dose em 2-4 vezes ao dia. Dose máxima<br />

diária <strong>para</strong> pacientes com função renal normal:<br />

5mg/kg, com base no peso corporal ideal.<br />

Para pacientes com creatinina plasmática<br />

entre:<br />

1,3-1,5mg/dl: 160mg (2 milhões de Ul) a cada<br />

12 horas.<br />

1,6-2,5mg/dl: 160mg (2 milhões de Ul) a cada<br />

24 horas.<br />

> 2,6mg/dl: 160mg (2 milhões de Ul) a cada<br />

36 horas.<br />

Há necessidade de dose suplementar de polimixina<br />

E após a hemodiálise*: 80mg (1 milhão<br />

de Ul) após cada sessão – (1mg de polimixina<br />

E = 12.500 Ul).<br />

Administração das polimixinas por via<br />

intravenosa: a via de escolha é a intravenosa.<br />

O uso intramuscular é contra-indicado devido<br />

à dor intensa relacionada. As concentrações<br />

das polimixinas são reduzidas em líquor,<br />

líquido sinovial e pulmões. Não há consenso<br />

se as polimixinas devem ser administradas em<br />

doses fracionadas, com velocidade de infusão<br />

de 1 hora, ou através da infusão contínua<br />

(bomba de infusão).<br />

Evidências clínicas E laboratoriais<br />

dE rEaçõEs advErsas:<br />

Nefrotoxicidade: albuminúria, cilindrúria,<br />

uremia e aumento dos níveis plasmáticos de<br />

polimixina sem aumento da posologia. A insuficiência<br />

renal é dependente da dose cumulativa<br />

de administração de polimixina, sendo<br />

decorrente de necrose tubular aguda e, menos<br />

freqüentemente, de nefrite intersticial.<br />

Neurotoxicidade: vertigem, ataxia, parestesia<br />

periférica, apnéia decorrente de bloqueio neuromuscular.<br />

Sinais de irritação meníngea podem<br />

ocorrer na vigência de terapia intratecal com<br />

polimixina (febre, rigidez de nuca, aumento da<br />

contagem de leucócitos e proteínas no líquor).<br />

Interações medicamentosas: o uso concomitante<br />

de aminoglicosídeos e de drogas neurotóxicas<br />

(éter, curare) deve ser evitado, sob risco de<br />

potencialização da nefro e da neurotoxicidade.<br />

A apresentação comercial disponível no<br />

HSL é o colistimetato sódico(Colis-tek®) <strong>para</strong><br />

uso endovenoso. O frasco ampola contém o<br />

equivalente a 150mg de colistina base. A posologia,<br />

de acordo com a bula fornecida pelo<br />

fabricante/importador, é:<br />

Creatinina Dose diária Dividir em<br />

2,6mg % 1,5mg/kg cada 36 horas<br />

Hemodiálise: não retira a droga*.<br />

Diálise peritoneal: repor 1mg/kg a cada 24 h 6 .<br />

Terapêutica de reposição renal contínua: usar<br />

a dose de 2,5mg/kg a cada 48 h 7 .<br />

dra. Maria bEatriz souza dias,<br />

Médica inFEctoloGista E<br />

coordEnadora da coMissão<br />

dE controlE dE inFEcção<br />

hospitalar do hsl<br />

rEFErências consultadas:<br />

1. Programa de Educação Continuada (PEC) da Socieda-<br />

de Brasileira de Infectologia: Polimixina B – Autor: Renato<br />

S. Grinbaum; 2. Aloush V. Et al – Multi-drug resistant<br />

Pseudomonas aeruginosa: risk-factors and clinical im-<br />

pact. Antimicrobial Agents and Chemotherapy 50:43-48,<br />

2005; 3. Evans ME, Feola DJ, and Rapp RP – Polymyxin<br />

B sulfate and colistin: old antibiotics for emerging mul-<br />

tiresistant gram-negative bacteria. Ann Pharmacother,<br />

33:960-967, 1999; 4. Sentry Antimicrobial Surveillance<br />

Program (2002); 5. Falagas, M.E and Ksiakou, S.K – Co-<br />

listin: the revival of polymyxins for the management of<br />

multidrug-resistant Gram-negative bacterial infections.<br />

Clinical Infectious Diseases 40:1333-41, 2005.<br />

6. Manuel MA, et al. (1983).Drugs and Peritoneal<br />

Dialysis. Peritoneal Dialysis Bulletin 3, 117-25.<br />

7. Trotman RL et al. Antibiotic Dosing in Critically Ill<br />

Adult Patients Receiving Continuous Renal Replace-<br />

ment Therapy. CID 2005:41 (15 October)1159-1166.<br />

*Informações controversas.


a Renovação Dos sisteMas<br />

infoRMatizaDos no Hsl<br />

Desde o ano de 2006, a área de<br />

Tecnologia de Informação vem sofrendo<br />

mudanças significativas nas suas<br />

estruturas de equipamentos e sistemas<br />

informatizados, a fim de permitir um<br />

salto estratégico <strong>para</strong> a gestão e assistência<br />

institucional: a implantação de um<br />

novo Sistema de Informação <strong>Hospital</strong>ar,<br />

integrado e capaz de absorver as mais<br />

recentes inovações da área.<br />

O Projeto de Renovação da Tecnologia<br />

de Informação compõe-se de duas grandes<br />

frentes de ações concomitantes: a<br />

reestruturação física e lógica da rede de<br />

comunicação de voz, dados e imagens da<br />

Instituição e a renovação do seu Sistema<br />

de Informação <strong>Hospital</strong>ar.<br />

A reestruturação da rede vem ocorrendo<br />

de maneira paulatina, com a<br />

substituição dos equipamentos de comunicações<br />

(“switchs” e roteadores), a<br />

implantação do “backbone óptico”, que<br />

substituirá o cabeamento atual por um<br />

conjunto de fibras ópticas que interligarão<br />

os prédios da Instituição em uma<br />

via de alta velocidade e redundância<br />

de comunicação, e a substituição dos<br />

servidores de dados e de aplicativos por<br />

equipamentos mais compactos, com<br />

maior capacidade de processamento e<br />

armazenamento de dados.<br />

Esta reestruturação está com término<br />

previsto <strong>para</strong> meados deste ano e colocará<br />

a Instituição em um novo patamar de<br />

qualidade ao oferecer uma comunicação<br />

de voz, dados e imagens mais segura,<br />

rápida e capaz de absorver as tendências<br />

tecnológicas da comunicação sem<br />

fio e das redes de alta disponibilidade.<br />

Assim sendo, os profissionais de Saúde<br />

e os pacientes terão acesso às informações<br />

pertinentes, em qualquer parte do<br />

mundo, via internet.<br />

Em relação à renovação dos sistemas<br />

de informação, é importante informar<br />

que a mesma está calcada na implantação<br />

de um moderno e integrado Sistema de<br />

Informação <strong>Hospital</strong>ar, que substituirá<br />

a atual miríade de sistemas administrativos<br />

e assistenciais da Instituição, e na<br />

renovação do Sistema de Gerenciamento<br />

de Imagens – PACS (Picture Archiving<br />

and Communication System) –, a ser<br />

implantado nos serviços de Radiologia.<br />

Ao término da implantação desses<br />

dois produtos altamente customizáveis,<br />

o Sistema de Informação do <strong>Hospital</strong><br />

<strong>Sírio</strong>-<strong>Libanês</strong> estará renovado em todas<br />

as suas funcionalidades, quais sejam:<br />

• Admissão/Transferência/Alta: módulo<br />

nuclear dos registros e controle<br />

das passagens do paciente pela Instituição;<br />

• Ordens Assistenciais: módulo de solicitações<br />

de ações de cuidado, inclusive<br />

a prescrição médica eletrônica;<br />

• Registros Assistenciais: módulo dos<br />

registros da evolução do paciente em<br />

suas diversas passagens institucionais;<br />

• Departamentais: módulos específicos<br />

de áreas Assistenciais - Nutrição,<br />

Laboratórios, Radiologia (incluindo<br />

o PACS), Oncologia e Centros de<br />

Especialidade;<br />

• Administrativos: módulos das áreas<br />

de Apoio - Comercial, Financeiro,<br />

Suprimentos, etc..<br />

Esses componentes, plenamente implantados,<br />

permitirão o uso das informações<br />

<strong>para</strong> a gestão institucional e<br />

<strong>para</strong> o cuidado do paciente - este último<br />

traduzido pelo Prontuário Eletrônico do<br />

Paciente.<br />

O novo Sistema de Informação <strong>Hospital</strong>ar<br />

foi selecionado do mercado de<br />

“software” de saúde por meio de ampla<br />

consulta institucional e análise de vários<br />

fornecedores durante o segundo semestre<br />

do ano passado. Sua implantação foi<br />

planejada em cinco etapas, a saber:<br />

• Fase 1: informatização das áreas Administrativas<br />

e da primeira porta as-<br />

técnIco-cIentífIco<br />

sistencial - o Pronto Atendimento;<br />

• Fase 2: informatização do Centro de<br />

Diagnósticos e Ambulatórios;<br />

• Fase 3: voltada <strong>para</strong> o controle dos<br />

pacientes internados e do Centro<br />

Cirúrgico;<br />

• Fase 4: informatização Assistencial,<br />

com a prescrição eletrônica;<br />

• Fase 5: implantação do Prontuário<br />

Informatizado do Paciente, com os registros<br />

médicos e multiprofissionais.<br />

O cronograma de implantação dos componentes<br />

do Sistema de Informação <strong>Hospital</strong>ar<br />

iniciou-se em novembro passado<br />

e deverá seguir até o final deste ano. A<br />

Fase 1 já foi cumprida com muito sucesso,<br />

graças ao empenho das áreas envolvidas<br />

e ao apoio de toda a Instituição.<br />

Desde o primeiro dia do mês de março, a<br />

nova plataforma está implantada em toda a<br />

área Administrativa (Suprimentos e Estoques,<br />

Compras, Comercial, Controladoria<br />

e Contabilidade, Controle Financeiro) e,<br />

no ambiente do Pronto Atendimento, as<br />

funções de Admissão/Transferência/Alta.<br />

Até o fim deste semestre, está previsto<br />

o cumprimento das Fases 2 e 3, encerrando<br />

a implantação das funcionalidades<br />

administrativas e ordens assistenciais.<br />

Durante o segundo semestre, evoluiremos<br />

<strong>para</strong> a prescrição eletrônica e os<br />

registros assistenciais que compõem o<br />

Prontuário Informatizado do Paciente.<br />

Durante o decorrer deste processo,<br />

apesar de estarmos atentos em minimizar<br />

ao máximo quaisquer transtornos,<br />

pedimos a compreensão de todos <strong>para</strong><br />

este momento de mudança.<br />

dr. antonio lira,<br />

dirEtor dE tEcnoloGia<br />

da inForMação E dirEtor<br />

técnico hospitalar do hsl<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


técnIco-cIentífIco<br />

avanços na MonitoRização<br />

PRolonGaDa Do PH intRalUMinaR<br />

esofáGico (PH-MetRia esofáGica<br />

seM cateteR)<br />

Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)<br />

A compreende um universo extenso de doentes<br />

com lesões da mucosa e também sem. Desde quando<br />

Wilkenstein, em 1935, descreveu pela primeira vez<br />

a esofagite causada por refluxo, o desafio foi sempre<br />

comprovar a sua ocorrência e, desde cedo, a acidez foi<br />

percebida como a causadora principal desta doença.<br />

Como o Refluxo Gastroesofágico foi entendido como<br />

fenômeno intermitente, percebeu-se que a medição<br />

seriada da acidez no esôfago aumentaria as chances de<br />

comprovar a sua presença e quantificar o seu nível.<br />

Antes da década de 70, só era possível fazê-lo por<br />

meio da titulação do líquido gastroesofágico aspirado<br />

por sonda ou, pouco mais tarde, por meio do pH do<br />

líquido aspirado utilizando pHmetros industriais.<br />

Dessa forma, a única maneira de estudar o refluxo<br />

era internar o paciente, realizar a intubação esofágica<br />

e aspirar periodicamente o líquido esofágico: procedimento<br />

trabalhoso e desgastante <strong>para</strong> o paciente<br />

e <strong>para</strong> o médico.<br />

O primeiro relato de monitorização prolongada<br />

ocorreu em 1969, com Spencer. A primeira referência<br />

à monitorização prolongada em regime ambulatorial<br />

ocorreu em 1980, com Falor e colaboradores.<br />

No nosso meio, o método de aspiração foi utilizado<br />

até a década de 80. Entretanto, devido à praticidade,<br />

o método preferido <strong>para</strong> confirmação diagnóstica<br />

da Doença de Refluxo era a Prova de Bernstein, que<br />

consistia na instilação de ácido <strong>para</strong> reprodução do<br />

sintoma. Os aparelhos portáteis só tornaram-se acessíveis<br />

entre nós na última década.<br />

Graças aos avanços no conhecimento de fisiopatologia<br />

da Doença do Refluxo, impulsionados pelo<br />

simultâneo desenvolvimento do método manométrico<br />

e acessibilidade e portabilidade do pHmetro,<br />

permitiu-se elaborar o desejado padrão confiável de<br />

normalidade do Refluxo.<br />

A endoscopia digestiva é o exame de eleição na investigação<br />

na DRGE. Limitado, porém, <strong>para</strong> confirmar<br />

o diagnóstico na ausência de erosão da mucosa.<br />

O lago mucoso gástrico é uma mistura de saliva,<br />

muco, ácido, pepsina e conteúdo biliopancreático. O<br />

Revista dos Médicos Março/abril 2007 - nº 50<br />

refluxo é um fenômeno intermitente, que tem padrão<br />

diferente de ocorrência enquanto deitado ou em pé.<br />

Quantificar o refluxo gastroesofágico requer escolher<br />

o melhor marcador deste refluxo e monitorizá-lo por<br />

um período representativo.<br />

A grande maioria dos episódios de refluxo tem a<br />

participação do ácido, tanto nos indivíduos normais<br />

quanto nos doentes. É bastante particular a situação<br />

em que o refluxo “não-ácido” (pH acima de 7) é determinante<br />

causal de lesão, sintoma e/ou doença.<br />

Neste contexto, então, manter o ácido como marcador<br />

principal da DRGE continua atual e pertinente.<br />

Portanto, entende-se que a pHmetria continua sendo<br />

o padrão ouro na investigação diagnóstica na DRGE.<br />

A monitorização sistemática do refluxo não-ácido em<br />

todos os casos não é necessária.<br />

Na pHmetria, o registro é o elemento principal<br />

do exame: o registro de má qualidade nunca terá<br />

uma análise confiável, mesmo nas mãos do melhor<br />

especialista.<br />

Neste sentido, o sistema de pHmetria por telemetria<br />

mostra superioridade técnica por minimizar os<br />

artefatos (náuseas, vômitos e alteração dos hábitos<br />

devido ao desconforto do paciente ao cateter) e permitir<br />

estabilidade de posicionamento do sensor de<br />

pH em relação à transição esôfago-gástrica (TEG):<br />

o sensor não mergulha no estômago com os deslizamentos<br />

axiais – seja pela presença de hérnia de hiato<br />

nem pela náusea/vômitos. Também a amostragem de<br />

registro é maior (48 horas).<br />

Para o paciente, a aceitação e a adaptação ao exame<br />

são melhores: menor desconforto, manutenção do banho<br />

e da rotina, como as atividades físicas e sociais.<br />

dr. Edison takEhiko YanaGita<br />

Médico rEsponsávEl pEla FisioloGia<br />

EsoFáGica do sErviço dE FisioloGia<br />

E MotilidadE diGEstiva do hospital<br />

sírio-libanês


Câncer de pulmão é a neoplasia maligna mais<br />

freqüente no mundo (12,3% de todos os casos<br />

novos de câncer), além de ser a causa de morte por<br />

câncer mais freqüente. No Brasil, o câncer de pulmão<br />

é a primeira causa de morte por câncer em homens<br />

e a segunda em mulheres.<br />

Vários avanços mudaram drasticamente a evolução<br />

dos pacientes portadores de câncer de pulmão.<br />

Exemplos mais recentes incluem a incorporação<br />

de tratamentos adjuvantes em grupos de pacientes<br />

submetidos à ressecção cirúrgica completa, com significativo<br />

aumento das chances de sobrevida a longo<br />

prazo, livres de recidiva tumoral, além da associação<br />

de quimioterapia e radioterapia no tratamento de<br />

tumores localmente avançados, considerados irressecáveis.<br />

Neste grupo de doença avançada, as taxas<br />

de sobrevida e de controle da doença praticamente<br />

dobraram nos últimos dez anos. Apesar desses avanços,<br />

o cuidado de pacientes com câncer de pulmão<br />

ainda apresenta dificuldades em casos específicos<br />

e até no manejo de doentes com quadros clínicos<br />

complicados por outras doenças associadas.<br />

O recente estabelecimento no <strong>Hospital</strong> <strong>Sírio</strong>-<br />

<strong>Libanês</strong> do Núcleo Avançado do Tórax (no Térreo,<br />

Bloco B) permitiu a criação de um grupo dedicado<br />

ao câncer de pulmão, que inclui oncologistas clínicos,<br />

cirurgiões, radioterapeutas, radiologistas,<br />

patologistas, pneumologistas clínicos, clínicos<br />

gerais e especialistas, fisioterapeutas, enfermeiros<br />

e também outros profissionais médicos e não-médicos<br />

envolvidos no atendimento do doente com<br />

câncer de pulmão.<br />

A abordagem dos pacientes será mais que multidisciplinar:<br />

será integrada, de maneira a oferecer a<br />

cada paciente, de forma individualizada, a melhor<br />

estratégia de tratamento <strong>para</strong> sua situação específica.<br />

Os casos são discutidos pelos especialistas em reuniões<br />

dedicadas à solução das apresentações clínicas<br />

e as decisões serão baseadas em recomendações<br />

aceitas pelos melhores centros de câncer do mundo.<br />

Neste sentido, o grupo adotou as recomendações do<br />

NCCN (National Cancer Center Network), base dos<br />

tratamentos nos melhores 20 centros de câncer nos<br />

técnIco-cIentífIco<br />

GRUPo De cânceR De PUlMão<br />

Do núcleo avançaDo Do tóRax:<br />

inteGRação PaRa a excelência<br />

EUA, incluindo Memorial Sloan-Kettering Cancer<br />

Center, MD Anderson Cancer Center, Dana-Farber<br />

Cancer Center, etc..<br />

O grupo se beneficiou, sem dúvida, da excelente<br />

instalação tecnológica já disponibilizada pelo HSL,<br />

como exames de imagem de última geração, PET/CT,<br />

broncoscopia diagnóstica e intervencionista, novo<br />

equipamento <strong>para</strong> avaliação detalhada da função<br />

pulmonar, capacidade de punção diagnóstica em<br />

praticamente todos os órgãos acessíveis no corpo,<br />

centro cirúrgico com instalações modernas, além de<br />

apoio de banco de sangue e laboratório de patologia<br />

e análises clínicas de qualidade indiscutível.<br />

Mas, muito além desta tecnologia, o Núcleo Avançado<br />

do Tórax conseguiu integrar os vários especialistas<br />

de alto nível, já presentes no Corpo Clínico.<br />

O Núcleo terá condições de avaliar continuamente<br />

seus resultados terapêuticos, <strong>para</strong> que se tornem<br />

mais claras as estratégias mais benéficas a nossos<br />

pacientes e em cada situação.<br />

Neste sentido, o Núcleo Avançado do Tórax criou<br />

grupos de estudo, de ensino e de pesquisa, que dedicarão<br />

tempo substancial no avanço do manejo do<br />

câncer de pulmão, com projetos focalizados tanto<br />

na prevenção e no diagnóstico precoce quanto no<br />

tratamento de pacientes com câncer de pulmão. Os<br />

integrantes do Núcleo estão totalmente envolvidos<br />

em vários estudos multicêntricos, brasileiros ou<br />

internacionais, interessados em avaliar tratamentos<br />

<strong>para</strong> doentes com câncer de pulmão.<br />

Ao mesmo tempo, o Núcleo estará totalmente<br />

integrado no projeto de Filantropia do HSL. As<br />

oportunidades de desenvolvimento deste Núcleo<br />

são excelentes, principalmente com o empenho e<br />

o apoio até hoje recebidos do Corpo Clínico e da<br />

Diretoria do HSL.<br />

dr. riad n. YounEs<br />

dirEtor clínico do hsl E<br />

coordEnador do núclEo avançado<br />

do tórax do hsl<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


técnIco-cIentífIco<br />

feBRe De oRiGeM<br />

inDeteRMinaDa eM UM<br />

Paciente PoRtaDoR De<br />

cânceR De PRóstata e DPoc<br />

aPresentação de caso clínIco*<br />

Paciente masculino, 79 anos, portador de DPOC (uso<br />

freqüente de corticoesteróide sistêmico) e Adenocarcinoma<br />

metastático de próstata em uso de ciclofosfamida, após uma<br />

viagem de três semanas <strong>para</strong> a Turquia, há seis meses, passa<br />

a apresentar mal-estar geral, adinamia e sudorese noturna,<br />

quadro interpretado como Síndrome de Addison e, após a<br />

reintrodução do corticóide, houve melhora dos sintomas.<br />

Há três meses, apresenta queda do apetite, mal-estar,<br />

febre sem horário de aparecimento (até 38ºC), calafrios e<br />

tosse produtiva (secreção amarelada).<br />

Fez tratamento com Avalox 400 mg/dia durante 14 dias<br />

e, mesmo assim, persistiram tosse seca, febrícula (37,5°C)<br />

e fraqueza, associados à coriza e epistaxe ocasional.<br />

Foi avaliado pelo Otorrinolaringologista, que não encontrou<br />

evidências de sinusite, e, como houve melhora<br />

dos sintomas, o paciente foi mantido com as medicações<br />

de base: Genuxal 100 mg/dia, Citalor 10 mg/dia, Oscal<br />

D 500 mg 2X/dia, Zometa 4 mg IV a cada três semanas,<br />

Foradil 12 µg 2X/dia e Spiriva 18 µg/dia.<br />

Há 15 dias, o paciente começa a apresentar febrícula<br />

(37,5ºC) sem horário preferencial de aparecimento, indisposição,<br />

cansaço fácil, tosse seca (não acompanhada por<br />

quaisquer outros sintomas respiratórios) e epistaxe ocasional.<br />

E, então, o paciente é internado <strong>para</strong> investigação.<br />

antecedentes PessoaIs:<br />

Asma na infância, ex-tabagista (45 anos/maço), Dislipidemia,<br />

Glaucoma, Adenocarcinoma de próstata pouco<br />

diferenciado (Gleason 7) com metástases ósseas (ilíaco<br />

esquerdo e coluna vertebral) e Osteoporose.<br />

exame físIco: nada dIgno de nota<br />

exames laboratoriais:<br />

• Hemograma: Hb: 11,9, Ht: 36,5, VCM: 96, HCM: 31,3,<br />

Leuco: 3320 (59,6%N,9,3%E,0,3%B,16,3%L,14,5%M),<br />

Plaquetas: 190.000<br />

• VHS: 76 mm, PCR: 1,65 mg/dL<br />

• TGO: 18 /L , TGP: 16 U/L<br />

• DHL: 430 U/L, glicose: 95 mg/dL<br />

• Uréia: 43 mg/dL, creatinina: 1,2 mg/dL<br />

• Hemoculturas <strong>para</strong> bactérias, fungos e microbactérias:<br />

Revista dos Médicos Março/abril 2007 - nº 50<br />

NEGATIVAS<br />

• Urocultura: NEGATIVA<br />

• Escarro induzido: flora bacteriana normal, pesquisa<br />

direta e cultura de fungos e BAAR foram NEGATIVAS<br />

• PPD: enduração ausente após 72 horas<br />

Ecocardiograma: alteração do relaxamento diastólico VE,<br />

ausência de vegetações endocárdicas.<br />

US abdominal: esteatose hepática leve, colecistectomia,<br />

ateromatose da aorta abdominal, cisto renal cortical à direita,<br />

demais estruturas e órgãos sem alterações.<br />

tc seIos da face: sem alterações<br />

tc tórax:<br />

FiGura 1, 2 E 3: Micro nódulos cEntrolobularEs<br />

diFusos bilatErais


cintilografia com gálio de corpo inteiro <strong>para</strong><br />

pesquisa de febre de origem indeterminada:<br />

hipErcaptação do radioFárMaco diFusa nos<br />

pulMõEs<br />

cortEs histolóGicos do EspéciMEn dE biópsia<br />

transbrônQuica Mostrando rEprEsEntação<br />

bronQuiolar E alvEolar, coM inFiltrado inFlaMatório<br />

intErsticial sEptal (sEta), Focal E discrEto<br />

dEtalhE EM GrandE auMEnto, EvidEnciando o padrão<br />

Misto, linFoMono E poliMorFonuclEar do inFiltrado<br />

inFlaMatório<br />

sorologIas:<br />

• CMV<br />

- IgM: ‹ 0,4 UA/mL (NÃO-REAGENTE)<br />

- IgG: › 250 UA/mL (REAGENTE)<br />

• Histoplasma/Criptococo: NÃO-REAGENTES<br />

• Toxoplasma<br />

- IgM: ‹ 0,5 UA/mL (NÃO-REAGENTE)<br />

- IgG: ‹ 2 UA/mL (NÃO-REAGENTE)<br />

• Epstein-Barr vírus<br />

- IgM: REAGENTE<br />

- IgG: REAGENTE<br />

conclusão: PneumonIa vIral Por eBv<br />

Trata-se de um paciente portador de câncer de próstata<br />

em uso de imunossupressor e DPOC em uso freqüente<br />

de corticóide sistêmico, que apresenta um quadro prolongado<br />

de febre e tosse seca, sem melhora significativa<br />

após o uso de antibiótico adequado. Embora o paciente<br />

apresentasse sintoma exclusivo respiratório, foi submetido<br />

à investigação de febre de origem indeterminada,<br />

em virtude da não-melhora clínica, concluindo-se que<br />

o sítio da infecção era provavelmente pulmonar<br />

Por tratar-se de um paciente imunossuprimido,<br />

optou-se, então, pela broncoscopia com biópsia transbrônquica,<br />

uma vez que a tomografia computadorizada<br />

de tórax mostrava tênues nódulos centrolobulares, alteração<br />

esta corroborada pela cintilografia com gálio.<br />

A anatomia patológica revelou infiltrado pulmonar<br />

intersticial linfomonocitário, sem granulomas e sem<br />

evidências de quaisquer patógenos. Concomitantemente,<br />

os resultados das sorologias <strong>para</strong> citomegalovírus,<br />

toxoplasmose, histoplasmose e criptococose foram<br />

negativas, mas a pesquisa de anticorpos IgM anti-capsídeo<br />

viral do vírus Epstein-Barr foi positiva, confirmando<br />

o diagnóstico de Pneumonia Viral por EBV.<br />

Os estudos recentes mostram que, embora o EBV<br />

não seja um patógeno classicamente oportunista,<br />

sua reativação vem sendo constatada em um número<br />

crescente de casos de pacientes imunossuprimidos.<br />

Esta reativação é, em geral, assintomática, porém, em<br />

alguns indivíduos, possa ocorrer comprometimento<br />

visceral. Além disso, o EBV pode estar associado ao<br />

aparecimento de linfoma neste grupo de pacientes.<br />

Não existe tratamento efetivo contra o vírus Epstein-Barr.<br />

Anti-virais como o aciclovir e corticoesteróides sistêmicos<br />

falharam em mostrar benefício nas infecções grave por EBV.<br />

dra. andrEa arvai pErEira, pnEuMoloGista do hsl<br />

dr. arthur katz, oncoloGista clínico do hsl<br />

dra. cristina MittEldorF, Médica patoloGista do hsl<br />

dr. otElo riGato Jr., inFEctoloGista do hsl<br />

dr. WladEMir pErEira Jr., pnEuMoloGista do hsl<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


desafIo dIagnóstIco<br />

Paciente do sexo feminino, 0 anos, com queixa de tosse seca e<br />

dispnéia lentamente progressiva, nega febre. Ao exame físico,<br />

finos estertores inspiratórios nas bases pulmonares. Hemograma<br />

normal. Raio X de tórax (não apresentado) com hilos pulmonares<br />

aumentados e infiltrado de padrão reticulonodular. Segue<br />

tomografia computadorizada abdominal na fase portal.<br />

Imagem da edIção<br />

resPosta: sarcoidosE<br />

RM Das MaMas DeMonstRa PaPiloMa<br />

intRa-cístico Da MaMa esQUeRDa.<br />

Revista dos Médicos Março/abril 2007 - nº 50


finanças eM foco<br />

EconoMista Ensina coMo Garantir uMa<br />

aposEntadoria tranQüila<br />

Com um ritmo de vida atribulado, muitos médicos dedicam todas as<br />

suas atenções <strong>para</strong> as atividades profissionais e deixam o cuidado com a<br />

situação financeira em segundo plano. Ao contrário do que se imagina,<br />

aumentar os rendimentos e manter uma reserva <strong>para</strong> o <strong>futuro</strong> não é tão<br />

difícil e, <strong>para</strong> alcançar este objetivo, basta se concentrar no assunto apenas<br />

uma hora por semana. Esta é a opinião do economista Mauro Halfeld, que,<br />

em 15 de março, apresentou, no IEP, uma palestra sobre finanças pessoais<br />

<strong>para</strong> a Comunidade Médica do HSL.<br />

Confira a entrevista com o economista e veja como é possível se dedicar<br />

à profissão e ainda se pre<strong>para</strong>r financeiramente <strong>para</strong> ter uma confortável<br />

aposentadoria.<br />

coMo conciliar Falta dE tEMpo E<br />

a vida FinancEira?<br />

O médico precisa se disciplinar a ter pelo<br />

menos uma hora por semana <strong>para</strong> verificar<br />

contas bancárias e fazer uma aplicação simples.<br />

Também tem outra regra que é a alocação entre<br />

renda fixa e renda variável, aquele rebalanceamento<br />

que deve ser feito uma vez ao ano e<br />

que facilita demais a vida. Se quiserem, os mais<br />

agressivos podem fazer uma realocação uma<br />

vez por ano, 50% em Tesouro Direto e 50% em<br />

PIBB – Papéis de Índice Brasil Bovespa. E <strong>para</strong><br />

os mais conservadores, indicaria 20% no PIBB,<br />

que é renda variável, e 80% no Tesouro Direto,<br />

que é renda fixa.<br />

coMo cuidar das Finanças pEssoais<br />

E do consultório?<br />

No consultório, provavelmente o médico<br />

delegue isto <strong>para</strong> uma secretária e é importante<br />

treiná-la e investir na sua educação financeira. O<br />

gerente do banco, por exemplo, é um vendedor<br />

que muitas vezes oferecerá bons produtos <strong>para</strong><br />

o banco, mas não tão bons <strong>para</strong> o cliente. Então,<br />

deve-se contar com a secretária <strong>para</strong> facilitar a<br />

decisão e, em caso de fechamento de convênios<br />

e saldos das contas bancárias, ela pode ajudar nas<br />

decisões de investimento do médico. Fará bem<br />

<strong>para</strong> a saúde mental dele, que poderá trabalhar<br />

menos ao perceber que tem um bom capital.<br />

coMo o Médico dEvE sE prE<strong>para</strong>r<br />

<strong>para</strong> a aposEntadoria?<br />

Poucos médicos têm aposentadoria formal,<br />

quase todos são profissionais liberais, então, têm<br />

que cuidar da aposentadoria, pois a do INSS é<br />

muito pequena. Eles devem administrar o dinheiro<br />

pois existe o risco de ganharem menos.<br />

Eles têm que ter consciência de que talvez o<br />

<strong>futuro</strong> não seja tão brilhante em termos financeiros<br />

como foi <strong>para</strong> a Medicina no passado.<br />

É muito comum que tenham várias contas em<br />

bancos diferentes por causa de convênios e planos<br />

de saúde. Isto se transforma em uma grande<br />

confusão, pois muitas vezes têm saldo negativo<br />

no cheque especial de uma instituição financeira<br />

e aplicações pouco rentáveis em outra.<br />

É na fase entre 25 e 45 anos que o médico mais<br />

ganha dinheiro e, depois disso, a tendência é a de<br />

que sua força física se reduza e ele vai ter que contar<br />

com o fruto daquilo que plantou nesses seus<br />

primeiros 20 anos de carreira. Por isso, acho que<br />

ele deveria se preocupar, nem que fosse uma hora<br />

por semana, em olhar suas contas bancárias.<br />

QuE opçõEs dE invEstiMEnto<br />

indicaria a uM proFissional coM<br />

EssE pErFil?<br />

Existem veículos interessantes em longo<br />

prazo, como, por exemplo, do Tesouro Direto,<br />

uma maneira de comprar títulos públicos diretamente<br />

do Governo Federal. É muito rentável<br />

em períodos longos (7,5% + IPCA + inflação),<br />

imbatível <strong>para</strong> a Previdência Privada e acessível<br />

a todos a partir de R$ 200,00. E tem também o<br />

PIBB, fundo de ações com baixíssimas taxas<br />

entrevIsta<br />

Mauro halFEld Falou sobrE Finanças no hsl<br />

de administração, que pode ser comprado em<br />

qualquer dia em uma corretora da Bovespa.<br />

Normalmente, os médicos têm contas em<br />

bancos grandes, com corretoras próprias. Basta<br />

abrir conta nesta corretora e procurar o Tesouro<br />

Direto ou o PIBB. Mas, atenção com a taxa de<br />

administração do Tesouro Direto, pois muitos<br />

bancos colocam 4% ao ano, o que é caro. Algumas<br />

instituições cobram bem menos, algo em<br />

torno de 0,3% a 0,5%, e nelas devem ser feitas<br />

as aplicações, porque é um excelente produto,<br />

de baixo risco, transparente e bastante rentável<br />

em relação às alternativas de renda fixa.<br />

QuE dica daria aos Médicos rEcéM-ForMados<br />

<strong>para</strong> consEGuir<br />

uMa MElhor ‘rEntabilidadE’ dE<br />

suas Finanças <strong>para</strong> o pErManEntE<br />

apriMoraMEnto proFissional<br />

ExiGido na árEa da MEdicina?<br />

Os recém-formados devem saber aproveitar<br />

a remuneração dos plantões e primeiros empregos<br />

e não ficar deslumbrados com bens caros. É<br />

preciso aproveitar os anos dourados <strong>para</strong> juntar<br />

dinheiro e fazer com que tenha rendimentos<br />

na sua fase mais madura, quando terá uma<br />

concorrência maior e menos energia. Os jovens<br />

podem fazer do tempo seu melhor amigo, pois<br />

na forma de juros compostos existem dois fatores-chave:<br />

a rentabilidade e o tempo. O jovem<br />

médico tem o privilégio que aquele com seus 40<br />

anos não pode mais contar, que é a chance de<br />

acumular um patrimônio muito maior.<br />

Março/abril 2007 - nº 50 Revista dos Médicos


oteIro de vIagem<br />

cUsco e a ciDaDe<br />

PeRDiDa Dos incas<br />

Partindo de Cusco e estendendo-se<br />

desde o norte da Argentina até a Colômbia,<br />

estabeleceu-se o lendário Império<br />

Inca, que durou de, aproximadamente, 1100<br />

até a chegada dos espanhóis, em 1532, que,<br />

com apenas 180 homens armados e comandados<br />

por Francisco Pizarro, não tiveram<br />

dificuldades <strong>para</strong> dominar os incas que se<br />

encontravam em uma verdadeira guerra<br />

civil. Desta fase da história da América do<br />

Sul muita coisa restou e pode ser revista.<br />

Aproveitando o convite <strong>para</strong> participar do<br />

Congresso Peruano de Gastroenterologia,<br />

optamos por iniciar nossa curta viagem<br />

por Cusco, centro da civilização inca e<br />

considerada por eles o umbigo do mundo,<br />

e reviver a experiência que tivemos como<br />

mochileiros quando ainda cursávamos a<br />

Faculdade. Cusco mantém vestígios das<br />

construções incas, que, aproveitadas pelo<br />

espanhóis, exibem nitidamente o contraste<br />

das duas civilizações. O centro da cidade é<br />

marcado pela Plaza das Armas, que é rodeada<br />

por construções coloniais com seus arcos<br />

na parte inferior e balcões logo acima, onde<br />

atualmente funcionam restaurante e bares.<br />

Depois de caminhar pela cidade vendo o<br />

contraste das construções pré e pós-hispânicas,<br />

passar pelas feiras de artesanato,<br />

se deslumbrar com a grandiosa catedral e<br />

a Igreja de La Compañia, ambas em estilo<br />

Revista dos Médicos 20 Março/abril 2007 - nº 50<br />

barroco, vale a pena sentar num café nos<br />

balcões acima das arcadas e apreciar a vista<br />

da praça e das montanhas mais ao longe.<br />

A culinária inclui uma série de exóticos<br />

pratos, como, por exemplo, o coy, que nada<br />

mais é do que o porquinho-da-índia ao<br />

forno. Confesso que não tivemos coragem<br />

<strong>para</strong> prová-lo. A bebida típica é o pisco, que é<br />

um destilado de uva. Os peruanos disputam<br />

com os chilenos a paternidade do pisco.<br />

Cusco é freqüentada por grande quantidade<br />

de turistas estrangeiros e tem boa infraestrutura<br />

<strong>para</strong> o turismo. Os vendedores<br />

ambulantes de pequenos artesanatos são endêmicos<br />

e, algumas vezes, inconvenientes.<br />

Estando na região, seria imperdoável<br />

deixar de visitar a cidade perdida de Machu<br />

Picchu. Então, partindo de Cusco e seguindo<br />

através do Vale Sagrado, percorremos<br />

as ruínas de Pisac e Ollantaytambo, onde<br />

pernoitamos. Encontramos lá um curioso<br />

meio de transporte que facilitava o trajeto<br />

de uma subida íngreme entre o hotel e o<br />

centro onde estavam os restaurantes e as ruínas:<br />

um mototáxi, que muito se assemelha<br />

aos requixás do oriente.<br />

No dia seguinte, dirigimo-nos, de trem,<br />

em direção a Águas Calientes. No entanto,<br />

conforme planejado, desembarcamos do<br />

trem no meio da sua rota. Desta forma,<br />

foi possível caminhar um segmento da<br />

Trilha Inca através das altas montanhas<br />

dos Andes. Somente desse jeito chega-se<br />

às ruínas de Wiñaywayna, escondida dos<br />

visitantes que chegam de trem. Depois de<br />

andar durante um dia inteiro, a uma altitude<br />

de aproximadamente 2.600 metros,<br />

chegamos a Machu Picchu pela porta do<br />

sol, que desvenda a cidade por um ângulo<br />

mágico. Cada construção em Machu<br />

Picchu tem a sua história e misticismo.<br />

A escolha do guia é fundamental <strong>para</strong><br />

se descobrir os segredos e histórias que<br />

envolvem cada formação.<br />

Para aqueles que têm uma melhor condição<br />

física, também é possível escalar a montanha<br />

vizinha, Wyana Picchu, e observar as<br />

ruínas por um outro ângulo de visão.<br />

No alto de Machu Picchu há um único<br />

hotel, luxuoso, porém isolado. Uma boa<br />

opção foi dormir aos pés da montanha<br />

em Águas Calientes, onde existem piscinas<br />

termais. O vilarejo é cercado de altas<br />

montanhas, impressionantes de se ver em<br />

contraste com o céu estrelado.<br />

A propósito, o Congresso foi muito bom,<br />

mas isto é uma outra história.<br />

MarcElo avErbach, cirurGião<br />

do aparElho diGEstivo do hsl<br />

bEatriz avErbach,<br />

dErMatoloGista do hsl

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