miolo_mercocidades.cópia p65 - Redetec
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patente depositada na Europa, o CNPq avaliará se fará ou não sua confirmação<br />
nos países onde se fez a indicação, porque o custo é elevado, como Ricardo<br />
Bérgamo também mencionou. Fizemos no CNPq um levantamento dos cinco<br />
anos em que funciona esse serviço de apoio à propriedade intelectual e percebemos<br />
que há um crescimento exponencial dos gastos com patenteamento e<br />
apenas uma carteira pequena de 60 pedidos. Todo esse processo iniciou em<br />
1998 com despesas na faixa de R$ 1 mil. No ano passado o dispêndio já foi de<br />
US$ 20 mil, apenas com duas patentes no exterior.<br />
A conclusão a que eu chego é um quadro bastante preocupante. O CNPq<br />
tem somente R$ 600 milhões e uma tradição de 50 anos de apoio à pesquisa.<br />
Quando recebemos alguma notificação de que um invento está sendo desenvolvido,<br />
analiso o processo do inventor ou dos inventores, e muitas vezes surpreendo-me<br />
como a clientela é cativa. São pessoas que começam com uma bolsa de<br />
iniciação científica, e depois de se graduarem fazem mestrado, doutorado e pósdoutorado,<br />
ou seja, elas entram no sistema de bolsa de pesquisa e permanecem.<br />
Portanto, a preocupação começa exatamente com a criação da premiação do<br />
inventor na Lei da Propriedade Industrial, e aumenta com a escassez de recursos<br />
financeiros existentes para sustentar todo esse processo. Acho que temos de<br />
refletir sobre isso.<br />
Maria Celeste Emerick<br />
Gostaria de tecer alguns comentários.<br />
Estamos discutindo uma questão sobre custos envolvidos no patenteamento<br />
e acabamos deixando um pouco de lado a questão dos recursos humanos.<br />
Manter os recursos humanos capacitados é um dos grandes entraves do trabalho<br />
da propriedade Intelectual e da comercialização de tecnologia nas universidades,<br />
institutos de pesquisa e agências de fomento. De vez em quando eu provocava<br />
as agências de fomento dizendo que um dos pontos em que elas deveriam<br />
estar pensando, já que hoje entendem a complexidade de se trabalhar com a<br />
propriedade intelectual, é de um lado induzir o desenvolvimento das patentes,<br />
ajudando no escalonamento do produto, e de outro pensar em tipos de bolsas<br />
que fujam da lógica da titulação para os recursos humanos dos escritórios. É<br />
muito difícil manter os recursos humanos que são capacitados nos escritórios ou<br />
núcleos de propriedade intelectual, porque a maior parte deles possui bolsas de<br />
curta duração ou de tempo limitado e os valores são muito baixos para mantê-los.<br />
São assuntos que não foram abordados de forma específica.<br />
Com relação ao custo do patenteamento, isso está relacionado à falta de<br />
cultura e de entendimento das próprias instituições sobre a atividade patentária,<br />
e por isso não entendem porque se gasta tanto dinheiro com patentes e o que<br />
elas ganharão com isso. Existe uma série de resultados que as gerências das<br />
instituições muitas vezes não monitoram. A questão da patente está sempre naqueles<br />
temas que se tem que justificar muito bem o dinheiro que se gasta, enquanto<br />
outros recursos que são utilizados para outros tipos de projeto não são<br />
questionados em momento algum.<br />
Outro comentário é a quantidade de ganhos indiretos que uma instituição<br />
tem quando começa a usar o sistema da propriedade intelectual. Um deles é a<br />
atratividade da indústria em função do depósito de uma reivindicação de direito<br />
em países desenvolvidos. Isso começa a despertar a percepção de que aquela<br />
instituição está desenvolvendo pesquisa e utilizando o sistema de patentes, o<br />
4 4 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia