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de fomento que, no início, não conseguiam entender sua relação com a propriedade intelectual. Acho ser esta Oficina de Trabalho um espaço extremamente estratégico para tentar discutir os entraves que vêm acontecendo entre as políticas das agências de fomento e das universidades e centros de pesquisa e resolver, ao final, quem vai ficar com que parte, pois todos querem 50% dos ganhos. Ainda gostaria de ouvir a posição do CNPq e da FAPESP que não se manifestaram. Lourença Francisca da Silva Minha pergunta para as agências de fomento e FAPs é seguinte: vocês são co-titulares? Acho mais do que justo que recebam ganhos econômicos, porque precisam manter sua infra-estrutura. Mas não tem sentido serem co-titulares, porque quando uma instituição solicita um financiamento às fundações de amparo para o desenvolvimento de um projeto, não é pelo que se chama de pipeline da tecnologia daquele projeto, que é o retorno da tecnologia. O objetivo é apenas executar um projeto, que é a diferença de orçamento que o governo não tem, mas as fundações têm. Quando uma fundação disputa a titularidade ou se torna cotitular junto com a instituição, torna-se complicado avaliar, porque o conhecimento embutido que está dentro da instituição naquele projeto é muito maior. Janaína Ribeiro Araújo Concordo com sua observação. Inclusive anotei este ponto na sua apresentação e levarei à administração da FAPEMIG. Queria esclarecer que a FAPEMIG, em hipótese alguma, quer a titularidade. E quanto à co-titularidade que temos trabalhado até então, creio que temos de buscar um caminho para abrir mão. Mas isso só se consegue através de conscientização de vários pontos de vista. Um deles pode ser aquele apresentado por Lourença Francisca da Silva. Inevitavelmente isso deverá acontecer com o tempo. Maria Celeste Emerick Não há um pensamento único da REPICT entender que as agências de fomento não devem ser co-titulares. Há posições. Lourença Francisca da Silva, que é uma das integrantes da REPICT, passou a idéia de sua experiência na CNEN. Já na experiência da Fiocruz, a percepção que temos é que até seria confortável ter as agências de fomento como co-titulares, desde que elas entendam um conjunto de questões internas à instituição, sejam, de fato, parceiras na busca da indústria e assumam os riscos de uma negociação. Ou seja, as agências de fomento teriam que assumir uma postura realmente de parceira, no entendimento de fazer um resultado de pesquisa chegar ao mercado, arcando com os riscos e compartilhando os possíveis ganhos junto com a instituição. Ricardo Bérgamo da Silva A história da FAPESP vem de uma percepção de que as publicações brasileiras vêm apresentando um crescimento exponencial perante os resultados de patentes que crescem em um ritmo muito menos acelerado, horizontalmente, demonstrando que a proteção de patentes no Brasil não tem acompanhado a sua produção intelectual. A FAPESP então criou um programa de patenteamento para, pelo menos, tentar mudar um pouco esse quadro, principalmente por São Paulo representar a primeira economia do País. Por alguma razão, a FAPESP estabeleceu que a titularidade dos resultados de pesquisa, quando financiados por esta 4 2 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia
FAP, seria dela mesma. Na verdade existem duas opções: se o inventor requerer a patente, a FAPESP é co-titular; mas se o inventor quer que a FAPESP arque com os custos da patente, a FAPESP é colocada como titular única e também tenta assumir o papel de negociador e licenciador. Esta ainda é a posição atual da FAPESP. As despesas decorrentes do pagamento e manutenção de patentes têm sido muito altas. Nesses três últimos anos tem sido desembolsado um montante que chega a quase R$ 1 milhão, entre taxas e escritórios de propriedade intelectual que estão sendo pagos, e o retorno de royalties foi de apenas R$ 4 mil. Ou seja, a conta não está fechando por enquanto. Não é um retorno que se vai conseguir ter em curto prazo, mas a previsão otimista é de que, em longo prazo, essa idéia de começar a lucrar com a comercialização de patentes torne-se uma realidade. Tem que se buscar uma patente daquelas boas, a exemplo da Universidade de Columbia, na Califórnia, que ganha US$ 1 milhão por mês. A intenção é fazer o dinheiro refluir, as universidades ganharem, os pesquisadores ganharem e a FAPESP ganhar um pouco de volta para poder sustentar sua infraestrutura. Portanto, a missão da FAPESP é reciclar, não é lucrar. De repente esse programa pode acabar, dependendo do ambiente com que lida, como a dinâmica da FAPESP, das universidades e dos centros de pesquisa. E ainda estamos suscetíveis a críticas, pois alguém pode perguntar por que não se colocou aquele R$ 1 milhão em pesquisa, ao invés de ter sido gasto com patentes. Tem que se pensar que há uma possibilidade, como vem acontecendo em outros países de desenvolvimento recente, como a Coréia, a China e Taiwan. O objetivo é preencher um espaço que não estava sendo ocupado ou desenvolvido pelas universidades e pelos centros de pesquisa. Maria Celeste Emerick Percebemos tanto no discurso da FAPEMIG quanto da FAPESP que está sendo buscado o aprimoramento. Creio que as universidades e os centros de pesquisa também estão fazendo o seu lado. Eury Luna Pereira Filho Ontem eu estava lendo um artigo que pode ser consultado no site de uma empresa de consultoria chamada Mackenzie que passava algumas dicas sobre como se deve gerenciar um portfólio de propriedade intelectual numa empresa moderna. O artigo fez uma indicação que me pareceu muito interessante, ao encontro do que Ricardo Bérgamo acabou de falar, de que se uma empresa nos Estados Unidos tivesse um orçamento de US$ 50 milhões, cerca de R$ 150 milhões, ela possivelmente teria uma carteira de 450 patentes e pedidos de patentes, caso fosse uma empresa de base tecnológica avançada. A sugestão final da Mackenzie foi para que as empresas nessas condições ficassem atentas à valorização do seu portfólio. Ontem mesmo fui curiosamente verificar quanto é o orçamento do CNPq, que por um milagre não foi contingenciado. É de R$ 600 milhões de reais, cerca de US$ 200 milhões. Isso significaria dizer que o CNPq deveria ter quatro vezes mais patentes do que uma empresa de base tecnológica avançada com um orçamento de US$ 50 milhões, quer dizer, 1.800 patentes em seu portfólio. No entanto, o CNPq possui apenas 60 pedidos de patentes em andamento, dos quais dois são patentes concedidas no Brasil, uma delas inclusive em parceria com a própria USP, e outras duas depositadas no exterior, uma na Europa e a outra nos Estados Unidos. Com relação a esta 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia 4 3
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de fomento que, no início, não conseguiam entender sua relação com a propriedade<br />
intelectual. Acho ser esta Oficina de Trabalho um espaço extremamente estratégico<br />
para tentar discutir os entraves que vêm acontecendo entre as políticas das<br />
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quem vai ficar com que parte, pois todos querem 50% dos ganhos.<br />
Ainda gostaria de ouvir a posição do CNPq e da FAPESP que não se<br />
manifestaram.<br />
Lourença Francisca da Silva<br />
Minha pergunta para as agências de fomento e FAPs é seguinte: vocês são<br />
co-titulares? Acho mais do que justo que recebam ganhos econômicos, porque<br />
precisam manter sua infra-estrutura. Mas não tem sentido serem co-titulares, porque<br />
quando uma instituição solicita um financiamento às fundações de amparo<br />
para o desenvolvimento de um projeto, não é pelo que se chama de pipeline da<br />
tecnologia daquele projeto, que é o retorno da tecnologia. O objetivo é apenas<br />
executar um projeto, que é a diferença de orçamento que o governo não tem, mas<br />
as fundações têm. Quando uma fundação disputa a titularidade ou se torna cotitular<br />
junto com a instituição, torna-se complicado avaliar, porque o conhecimento<br />
embutido que está dentro da instituição naquele projeto é muito maior.<br />
Janaína Ribeiro Araújo<br />
Concordo com sua observação. Inclusive anotei este ponto na sua apresentação<br />
e levarei à administração da FAPEMIG. Queria esclarecer que a FAPEMIG,<br />
em hipótese alguma, quer a titularidade. E quanto à co-titularidade que temos<br />
trabalhado até então, creio que temos de buscar um caminho para abrir mão. Mas<br />
isso só se consegue através de conscientização de vários pontos de vista. Um<br />
deles pode ser aquele apresentado por Lourença Francisca da Silva. Inevitavelmente<br />
isso deverá acontecer com o tempo.<br />
Maria Celeste Emerick<br />
Não há um pensamento único da REPICT entender que as agências de<br />
fomento não devem ser co-titulares. Há posições. Lourença Francisca da Silva,<br />
que é uma das integrantes da REPICT, passou a idéia de sua experiência na<br />
CNEN. Já na experiência da Fiocruz, a percepção que temos é que até seria<br />
confortável ter as agências de fomento como co-titulares, desde que elas entendam<br />
um conjunto de questões internas à instituição, sejam, de fato, parceiras na<br />
busca da indústria e assumam os riscos de uma negociação. Ou seja, as agências<br />
de fomento teriam que assumir uma postura realmente de parceira, no entendimento<br />
de fazer um resultado de pesquisa chegar ao mercado, arcando com os<br />
riscos e compartilhando os possíveis ganhos junto com a instituição.<br />
Ricardo Bérgamo da Silva<br />
A história da FAPESP vem de uma percepção de que as publicações brasileiras<br />
vêm apresentando um crescimento exponencial perante os resultados de<br />
patentes que crescem em um ritmo muito menos acelerado, horizontalmente,<br />
demonstrando que a proteção de patentes no Brasil não tem acompanhado a sua<br />
produção intelectual. A FAPESP então criou um programa de patenteamento para,<br />
pelo menos, tentar mudar um pouco esse quadro, principalmente por São Paulo<br />
representar a primeira economia do País. Por alguma razão, a FAPESP estabeleceu<br />
que a titularidade dos resultados de pesquisa, quando financiados por esta<br />
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