13.04.2013 Views

miolo_mercocidades.cópia p65 - Redetec

miolo_mercocidades.cópia p65 - Redetec

miolo_mercocidades.cópia p65 - Redetec

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Lourença Francisca da Silva<br />

O tema Parcerias e Titularidade é bastante complexo. Foram identificados<br />

a partir de uma reunião da REPICT todos os conflitos de interesses envolvidos<br />

nas relações de parceria, quais sejam: titularidade e co-titularidade, retorno financeiro<br />

e partilha dos resultados, adequada valorização do conhecimento e apoio<br />

financeiro, informalidade das parcerias e controle da informação.<br />

No âmbito das parcerias que as instituições de pesquisa podem formar<br />

estão os seguintes atores: as agências de fomento, como o CNPq e a FINEP, as<br />

fundações de amparo à pesquisa dos Estados (FAPs) e as fundações de apoio à<br />

universidade; o Governo em si, através dos Ministérios; a própria empresa privada,<br />

que pode ser parceria do desenvolvimento de um projeto de pesquisa; e o<br />

investidor de risco que normalmente aportam investimentos em empresas de<br />

base tecnológica, como aquelas instaladas em incubadoras.<br />

O que está havendo com a titularidade dos resultados de pesquisa? A<br />

titularidade de uma criação intelectual, como a patente, depende de vários fatores,<br />

dentre eles os fundamentais são os recursos humanos, financeiros, a infraestrutura<br />

técnica utilizada em laboratórios, aplicados por cada parte envolvida no<br />

projeto. Não há uma receita de bolo, cada caso é um caso.<br />

Na minha opinião, os órgãos de fomento, como o CNPq e a FINEP, e as<br />

FAPs não deveriam pleitear a titularidade. Será que é certo que eles sejam cotitulares?<br />

Se for assim, daqui a pouco tempo as universidades e os centros de<br />

pesquisa terão que dividir a titularidade com o Banco Mundial, que fomenta pesquisa<br />

no Brasil. É um risco que corremos de abrir um precedente dentro do nosso<br />

próprio País. É justo que recebam um percentual sobre os ganhos econômicos<br />

para retroalimentação dos recursos, isto é royalties de até 1% ou 2%.<br />

Quanto às fundações de apoio das universidades e dos centros de pesquisa,<br />

estas não devem ser co-titulares, mas apenas facilitadoras dos processos. As<br />

fundações são apoio logístico, não concedem recursos e não agregam valor ao<br />

conhecimento gerado, de um modo geral. O valor agregado do conhecimento em<br />

um projeto está dentro das instituições de pesquisa ou está dentro da empresa<br />

que é parceria naquele desenvolvimento.<br />

As universidades e os centros de pesquisa devem negociar entre si, caso<br />

haja uma parceria entre eles, e com empresas, no caso desta ser parceria, podendo<br />

nesta situação ser co-titulares. O importante na avaliação da co-titularidade é<br />

fazer uma matriz de contribuição, ou seja, o valor agregado da participação de<br />

cada entidade envolvida no projeto para obtenção do resultado. Faz-se uma matriz<br />

que relacione o que cada entidade contribuiu: quem forneceu recursos humanos,<br />

principalmente, pesquisadores, quem cedeu instalações técnicas e equipamentos,<br />

etc. Na parceria entre duas instituições de pesquisa este balanço pode<br />

ser mais simples de se fazer. Já quando a parceria envolve uma empresa, a<br />

questão se torna mais complicada, porque é difícil equiparar os recursos da universidade<br />

ou centro de pesquisa, os quais normalmente constituem o capital<br />

intelectual, com os recursos financeiros desembolsados pela empresa. É possível<br />

valorar, fazer-se uma apropriação dos custos envolvidos.<br />

O investidor de capital de risco ganhará com os juros do empréstimo, não<br />

tem que entrar nessa questão da co-titularidade, mas ele quer ter a segurança de<br />

que o resultado final do seu investimento seja positivo. Este é um problema particular<br />

do investidor, porque se o negócio fosse tão seguro, não seria capital de risco.<br />

3 6 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!