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de software, principalmente por eles não terem registro. Existe uma questão fechada e muito complicada, mas a resolução que pretendemos instituir é a mesma divisão de um terço para o pesquisador e dois terços para a instituição. Temos pouca informação sobre direito autoral, portanto estamos estudando no momento. Em relação ao termo de confidencialidade, este foi lançado para todos os departamentos de cursos de graduação e pós-graduação. Quando o pesquisador acredita que pode vir a patentear em breve e não há tempo hábil para se redigir a patente, todos da banca assinam esse termo de confidencialidade e ele defende com banca fechada. Quanto à licitação de patentes, ainda não temos nenhuma experiência. E, por último, sobre a valoração de tecnologias, é uma curiosidade que também tenho. Inclusive, estou buscando um especialista para capacitar o público alvo dos cursos que estão sendo promovidos. Ary Marques Jones Foi um privilégio assistir a essas duas palestras excepcionais. Quando ocorrem situações tão positivas assim no Brasil, tenho vontade de cantar o Hino Nacional. Gostaria de cumprimentar as fantásticas apresentações de Carla Belas e Nádia Schneider. Gostaria de fazer uma pergunta a Nádia Schneider e espero que ela possa me ajudar com essa experiência, porque estou implantando na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) um escritório de propriedade intelectual. A implantação deve-se a um acordo celebrado pela Academia Nacional de Engenharia (ANE), da qual sou vice-presidente de tecnologia, e a PUC-Rio. Já foram realizados alguns trabalhos em conjunto no âmbito dessa parceria, como edição de livros, e agora está sendo iniciado esse projeto. O que senti da palestra de Nádia Schneider, principalmente porque fui diretor de tecnologia durante muitos anos do maior grupo de engenharia do Brasil, a Montreal Engenharia, é que não basta só a patente, a criatividade, mas o que fazer dela. As empresas incubadas de base tecnológica é que dão margem para que isso seja feito. O processo que está sendo montado na PUC-Rio é bem minucioso, porque ajuda o feito da inovação tecnológica através do seu Instituto Tecnológico. A universidade tem atualmente mais de 300 doutorandos, mais de 400 mestrandos, dos quais 40% ficam voltados à área científica. O Instituto Tecnológico vai ajudá-los no processo de obtenção da patente, pois existem especialistas em direito patentário na PUC-Rio. Ajudar-se-á aquele pretenso candidato. A patente, se concedida, tem dois caminhos: o primeiro é, através do Instituto Tecnológico, encaminhá-la à indústria local, e o segundo é fazer com que aquela patente possa gerar na incubadora, uma empresa incubada de base tecnológica. O grande problema é o capital de giro para essas empresas. A associação dos ex-alunos da PUC-Rio está provendo a incubadora dos chamados venture capitalists, capitalistas de risco. Então, o processo de inovação tecnológica não se resume apenas na geração, inteligência e capacidade de quem produziu a patente, mas o fato de vê-la transformada em um produto ou processo. Gostaria de solicitar seu contato, Nádia, de forma que possamos nos comunicar posteriormente para trocarmos um pouco de sua experiência. 206 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia
Elba Cristina Lima Rego Tenho duas perguntas. Se vocês duas já conseguiram efetivamente centralizar, ou pelo menos coordenar a articulação dos pesquisadores com a comunidade, quer dizer que, sejam as consultorias, seja o fato de que os pesquisadores têm de estar repassando os resultados de suas pesquisas para a comunidade, isso hoje é feito exclusivamente através desses núcleos de propriedade intelectual? E a questão do licenciamento, por que para a instituição o retorno só vem com a pesquisa, se é feito o licenciamento, se aquela pesquisa se transforma em um produto ou algo que vai para o mercado? Então, gostaria que vocês falassem um pouco sobre a experiência de licenciamento e qual é o seu retorno, se é que já está ocorrendo nas respectivas instituições. Nádia Suzana Henriques Schneider A UFSM está fazendo os seus primeiros pedidos de patente. Os que existem hoje licenciados pela Universidade não são patentes, mas sim softwares, simplesmente uma prestação de serviços. Carla Belas O Museu Goeldi não tem experiência em transferência de tecnologia. O núcleo começou há um ano, e apenas foi providenciado o registro da marca da Instituição, o que ainda não havia. No entanto, existem duas possibilidades de patentes que estamos estudando. Respondendo à primeira pergunta, o Museu Goeldi também não tem nenhuma experiência em licitação e negociação de produto ou processo patenteado. O que se tem é uma demanda com relação aos bancos de dados institucionais, e precisamos muito de apoio e capacitação nessa área, sobretudo na área de óleos essenciais, pois existem algumas empresas multinacionais interessadas em ter acesso a esse banco de dados. Sendo bem sincera, não sabemos como fazer. Já conversamos com várias outras instituições, pedindo auxílio em como negociar essas informações tão valiosas. Na França existe experiência sobre bancos de dados, mas não no Brasil. Aliás, toda a discussão no Brasil referente à propriedade intelectual está mais voltada para o desenvolvimento tecnológico. Meu objetivo aqui nesta mesa foi passar essa nossa particularidade para o público, uma novidade em todas as instâncias de discussão, a proteção dos conhecimentos tradicionais, da biodiversidade brasileira e das patentes de plantas. Esse é o foco do Museu Goeldi, que é pouco discutido nos fóruns de propriedade intelectual do país. Acredito que ainda não houve uma mesaredonda ou palestra nos Encontros da REPICT sobre esse assunto. Não gostaria que isso fosse encarado como uma crítica, mas gostaria de dizer que essa discussão ainda não chegou à tona, mesmo porque as instituições da região Norte ainda não estão suficientemente organizadas nesse sentido. Estamos tentando criar a Rede Norte de Propriedade Intelectual, integrando o Museu Goeldi, a UFPA, o IEPA, o INPA e a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e Inovação Tecnológica (FUCAPI). Todas essas instituições estão começando, sendo que o Museu, o IEPA e o INPA têm apenas um ano. Já a UFPA e a FUCAPI já têm mais tempo. Com relação à segunda pergunta, sobre a interação com a comunidade, o Museu Goeldi tem um trabalho muito próximo à comunidade. Por isso é que existe o problema com as comunidades tradicionais. Antes de qualquer possibilidade de patente, elas já têm seus trabalhos bem inseridos na comunidade local. Essa 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia 207
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Tenho duas perguntas. Se vocês duas já conseguiram efetivamente centralizar,<br />
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têm de estar repassando os resultados de suas pesquisas para a comunidade,<br />
isso hoje é feito exclusivamente através desses núcleos de propriedade intelectual?<br />
E a questão do licenciamento, por que para a instituição o retorno só vem<br />
com a pesquisa, se é feito o licenciamento, se aquela pesquisa se transforma em<br />
um produto ou algo que vai para o mercado? Então, gostaria que vocês falassem<br />
um pouco sobre a experiência de licenciamento e qual é o seu retorno, se é que<br />
já está ocorrendo nas respectivas instituições.<br />
Nádia Suzana Henriques Schneider<br />
A UFSM está fazendo os seus primeiros pedidos de patente. Os que existem<br />
hoje licenciados pela Universidade não são patentes, mas sim softwares,<br />
simplesmente uma prestação de serviços.<br />
Carla Belas<br />
O Museu Goeldi não tem experiência em transferência de tecnologia. O<br />
núcleo começou há um ano, e apenas foi providenciado o registro da marca da<br />
Instituição, o que ainda não havia. No entanto, existem duas possibilidades de<br />
patentes que estamos estudando.<br />
Respondendo à primeira pergunta, o Museu Goeldi também não tem<br />
nenhuma experiência em licitação e negociação de produto ou processo patenteado.<br />
O que se tem é uma demanda com relação aos bancos de dados institucionais,<br />
e precisamos muito de apoio e capacitação nessa área, sobretudo na<br />
área de óleos essenciais, pois existem algumas empresas multinacionais interessadas<br />
em ter acesso a esse banco de dados. Sendo bem sincera, não sabemos<br />
como fazer. Já conversamos com várias outras instituições, pedindo auxílio<br />
em como negociar essas informações tão valiosas. Na França existe experiência<br />
sobre bancos de dados, mas não no Brasil. Aliás, toda a discussão no Brasil<br />
referente à propriedade intelectual está mais voltada para o desenvolvimento<br />
tecnológico. Meu objetivo aqui nesta mesa foi passar essa nossa particularidade<br />
para o público, uma novidade em todas as instâncias de discussão, a proteção<br />
dos conhecimentos tradicionais, da biodiversidade brasileira e das patentes<br />
de plantas. Esse é o foco do Museu Goeldi, que é pouco discutido nos fóruns<br />
de propriedade intelectual do país. Acredito que ainda não houve uma mesaredonda<br />
ou palestra nos Encontros da REPICT sobre esse assunto. Não gostaria<br />
que isso fosse encarado como uma crítica, mas gostaria de dizer que essa<br />
discussão ainda não chegou à tona, mesmo porque as instituições da região<br />
Norte ainda não estão suficientemente organizadas nesse sentido. Estamos<br />
tentando criar a Rede Norte de Propriedade Intelectual, integrando o Museu<br />
Goeldi, a UFPA, o IEPA, o INPA e a Fundação Centro de Análise, Pesquisa e<br />
Inovação Tecnológica (FUCAPI). Todas essas instituições estão começando,<br />
sendo que o Museu, o IEPA e o INPA têm apenas um ano. Já a UFPA e a FUCAPI<br />
já têm mais tempo.<br />
Com relação à segunda pergunta, sobre a interação com a comunidade, o<br />
Museu Goeldi tem um trabalho muito próximo à comunidade. Por isso é que existe<br />
o problema com as comunidades tradicionais. Antes de qualquer possibilidade<br />
de patente, elas já têm seus trabalhos bem inseridos na comunidade local. Essa<br />
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