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atuação, e estou vendo algumas delas aqui, como a COPPE/UFRJ, a PUC-Rio e a Embrapa, e universidades tiveram todo o seu empurrão inicial, o seu nascimento, via FINEP. Houve um período, da década de 1980 a 1990, marcado pela enorme falta de recursos. Em 1999, surgiu, então, a esperança da interessante engenharia dos Fundos Setoriais. Muito embora o ano de 2002 tenha sido frustrado pelo contingenciamento de recursos, espera-se que, daqui para frente, isso não ocorra mais. A missão da FINEP é promover e financiar a inovação e a pesquisa científica e tecnológica em empresas, universidades, centros de pesquisa, governo, entidades do terceiro setor, mobilizando recursos reembolsáveis e não reembolsáveis, integrando instrumentos de fomento e visando o desenvolvimento econômico e social do País. Muitas vezes surge uma dúvida se o MCT possui duas agências de investimento e fomento à ciência e tecnologia, o CNPq e a FINEP. Qual é a diferença? Em rápidas palavras, o CNPq foca o indivíduo pesquisador. O foco da FINEP é a instituição ou a empresa. Quer dizer, o CNPq acompanha a formação do pesquisador, desde a bolsa de iniciação científica durante a sua formação de aluno graduado nas universidades, até o pós-doutorado, qualificando-o e, ao mesmo tempo, produzindo fomento à pesquisa do pesquisador ou de grupo de pesquisadores. A FINEP se interessa pela parte institucional, além de ter outra vertente, mais parecida com um banco, que é o investimento em empresas de base tecnológica com empréstimos subsidiados para o seu desenvolvimento científico e tecnológico. Seus objetivos gerais são expandir e aperfeiçoar o sistema nacional de ciência e tecnologia e inovação, promovendo aumento da produção do conhecimento e da capacitação científica do país; induzir e estimular atividades que promovam a ampliação da capacidade de inovação, de geração e incorporação de conhecimento científico e tecnológico na produção de bens e serviços. Como se pode perceber, os objetivos da FINEP estão realmente focados em fazer com que o conhecimento científico produzido se transforme em produto ou processo, em riqueza, em qualidade de vida para o povo brasileiro. Gostaria de relatar alguns casos que se tornaram sucessos, em que a FINEP vem contribuindo para viabilizar os principais resultados econômicos de C&T. O primeiro é o da COPPE/UFRJ para a exploração de petróleo. Há pouco tempo foi inaugurado o tanque oceânico da COPPE que vem permitindo uma continuidade de desenvolvimentos nessa área. Para se ter uma idéia, a exploração de petróleo em águas profundas vem salvando a balança comercial brasileira. O outro caso é o da Embrapa para o desenvolvimento de fertilizantes na cultura de soja, que gerou uma economia na importação deste insumo superior a US$ 1 bilhão ao ano. É fato que o Brasil possui a melhor e mais qualificada comunidade científica e tecnológica da América Latina. Porém, existem diversas dificuldades no quadro atual da Ciência, Tecnologia & Inovação do País. Além de um número ainda reduzido de pesquisadores, sua má distribuição geográfica e a alta concentração das atividades de C,T&I nas universidades e instituições de pesquisa, sobrando muito pouco de P&D desenvolvidos pelas empresas, a falta de continuidade dos recursos financeiros destinados para estes fins agrava ainda mais o problema. O Governo brasileiro tem de criar mecanismos, políticas tecnológicas e industriais para reverter o quadro atual. 180 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia
A FINEP dispõe de recursos financeiros através do FNDCT, conforme já mencionado, do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), de capital próprio e, também, do SEBRAE para financiamentos com retorno, isto é, para empresas com retorno financeiro. Os instrumentos reembolsáveis são os créditos para empresas para a realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação e capacitação tecnológica e o aporte de capital através de participação no capital de micro e pequena empresa de base tecnológica de forma direta ou através de fundo de capital de risco. A FINEP tem desenvolvido, nos últimos três anos, um programa que se chama Projeto Inovar, visando justamente criar a cultura de capital de risco no Brasil. Um dado importante é que o total de capital de risco disponível no País está por volta de US$ 200 milhões, o que é modesto se comparado com o total disponível nos Estados Unidos, na faixa de bilhões de dólares. A FINEP já criou quatro fundos em parceria com a iniciativa privada, investidores privados, da ordem de R$ 25 a 30 milhões, e tem conseguido bons resultados – para cada real desembolsado pela FINEP tem se conseguido captar em torno de R$ 9 a 10 da iniciativa privada. Nos financiamentos não reembolsáveis, os feitos através do FNDCT, que basicamente hoje caracterizam os Fundos Setoriais, são destinados a projetos institucionais de equipes de pesquisa em universidades, institutos tecnológicos e outras entidades sem fins lucrativos, isoladamente ou em parceria com empresas, como é o caso do Fundo Verde-Amarelo. Este fundo é específico para ações cooperativas entre universidade e empresa. Falarei dos grandes desafios da atual administração da FINEP. Com relação aos Fundos Setoriais, faz-se importante identificar a forma de contribuir pró-ativamente para integrar as políticas dos Comitês Gestores aos grandes eixos políticos de atuação do Governo, expressos no Plano Plurianual. O grande problema que está havendo nos fundos é que, como cada um tem seu próprio Comitê Gestor, e eles não se falam, algumas ações que poderiam ser desenvolvidas por uma cesta de fundos, não são. Um determinado projeto pode se enquadrar no fundo de biotecnologia, no fundo de saúde, talvez no de meio ambiente, mas como esses fundos não interagiam, aquelas ações tornavam-se difíceis de se concretizarem. Hoje o MCT está criando um Conselho Diretor dos Fundos, cujo processo será responsável por integrar esses fundos e definir ações conjuntas em diferentes pontos. No que diz respeito ao financiamento de toda a cadeia do conhecimento, a FINEP, nos últimos anos, se afastou muito das universidades e dos institutos tecnológicos, não por uma deliberação direta, mas pela situação de contorno que enfrentava a FINEP. A intenção é modificar isso, trazendo de volta a comunidade das universidades e dos institutos tecnológicos para dentro da instituição, mobilizando-a para identificar e discutir oportunidades, levando-a para dentro das ações da FINEP, através de Comitês Especiais, que são câmaras técnicas especiais, e aumentando a transparência do sistema operacional da FINEP. Com relação ao financiamento de empresas, os desafios estão em articular políticas industriais com o BNDES e outros Ministérios, o que é considerado importantíssimo, à medida que se cria uma relação e interação com outros órgãos, como o INMETRO e o INPI, além do próprio BNDES, uma sinergia de órgãos públicos e empresas para que se faça com que a inovação seja uma realida- 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia 181
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A FINEP dispõe de recursos financeiros através do FNDCT, conforme já<br />
mencionado, do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND) e do Fundo de Amparo<br />
ao Trabalhador (FAT), de capital próprio e, também, do SEBRAE para financiamentos<br />
com retorno, isto é, para empresas com retorno financeiro.<br />
Os instrumentos reembolsáveis são os créditos para empresas para a<br />
realização de atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação e capacitação<br />
tecnológica e o aporte de capital através de participação no capital de micro e<br />
pequena empresa de base tecnológica de forma direta ou através de fundo de<br />
capital de risco. A FINEP tem desenvolvido, nos últimos três anos, um programa<br />
que se chama Projeto Inovar, visando justamente criar a cultura de capital de risco<br />
no Brasil. Um dado importante é que o total de capital de risco disponível no País<br />
está por volta de US$ 200 milhões, o que é modesto se comparado com o total<br />
disponível nos Estados Unidos, na faixa de bilhões de dólares. A FINEP já criou<br />
quatro fundos em parceria com a iniciativa privada, investidores privados, da<br />
ordem de R$ 25 a 30 milhões, e tem conseguido bons resultados – para cada real<br />
desembolsado pela FINEP tem se conseguido captar em torno de R$ 9 a 10 da<br />
iniciativa privada.<br />
Nos financiamentos não reembolsáveis, os feitos através do FNDCT, que<br />
basicamente hoje caracterizam os Fundos Setoriais, são destinados a projetos<br />
institucionais de equipes de pesquisa em universidades, institutos tecnológicos e<br />
outras entidades sem fins lucrativos, isoladamente ou em parceria com empresas,<br />
como é o caso do Fundo Verde-Amarelo. Este fundo é específico para ações<br />
cooperativas entre universidade e empresa.<br />
Falarei dos grandes desafios da atual administração da FINEP.<br />
Com relação aos Fundos Setoriais, faz-se importante identificar a forma de<br />
contribuir pró-ativamente para integrar as políticas dos Comitês Gestores aos<br />
grandes eixos políticos de atuação do Governo, expressos no Plano Plurianual. O<br />
grande problema que está havendo nos fundos é que, como cada um tem seu<br />
próprio Comitê Gestor, e eles não se falam, algumas ações que poderiam ser<br />
desenvolvidas por uma cesta de fundos, não são. Um determinado projeto pode<br />
se enquadrar no fundo de biotecnologia, no fundo de saúde, talvez no de meio<br />
ambiente, mas como esses fundos não interagiam, aquelas ações tornavam-se<br />
difíceis de se concretizarem. Hoje o MCT está criando um Conselho Diretor dos<br />
Fundos, cujo processo será responsável por integrar esses fundos e definir ações<br />
conjuntas em diferentes pontos. No que diz respeito ao financiamento de toda a<br />
cadeia do conhecimento, a FINEP, nos últimos anos, se afastou muito das universidades<br />
e dos institutos tecnológicos, não por uma deliberação direta, mas pela<br />
situação de contorno que enfrentava a FINEP. A intenção é modificar isso, trazendo<br />
de volta a comunidade das universidades e dos institutos tecnológicos para<br />
dentro da instituição, mobilizando-a para identificar e discutir oportunidades, levando-a<br />
para dentro das ações da FINEP, através de Comitês Especiais, que são<br />
câmaras técnicas especiais, e aumentando a transparência do sistema operacional<br />
da FINEP.<br />
Com relação ao financiamento de empresas, os desafios estão em articular<br />
políticas industriais com o BNDES e outros Ministérios, o que é considerado<br />
importantíssimo, à medida que se cria uma relação e interação com outros órgãos,<br />
como o INMETRO e o INPI, além do próprio BNDES, uma sinergia de órgãos<br />
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