13.04.2013 Views

miolo_mercocidades.cópia p65 - Redetec

miolo_mercocidades.cópia p65 - Redetec

miolo_mercocidades.cópia p65 - Redetec

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

e tenho certeza de que é um tema bastante convergente, uma vez que se trata de<br />

cooperação científica e tecnológica com um parceiro histórico e tradicional do<br />

Brasil. A missão Brasil-França iniciou com o reinado de D. João VI. A Universidade<br />

de São Paulo (USP) teve, na sua criação, uma importante contribuição francesa.<br />

Esse conjunto de relações tem como marco recente o tratado firmado em 1996, do<br />

mesmo gênero daquela missão durante a corte do príncipe regente D. João VI. O<br />

que foi assinado ontem contém uma inflexão definitiva para uma relação de troca<br />

de experiências e de mútua transferência de tecnologia, em que eventualmente a<br />

França tenha a contribuir, mas, certamente, o Brasil terá de contribuir em peso.<br />

Essa inflexão foi definitivamente estabelecida a partir da redação oferecida pelo<br />

Brasil para o termo de cooperação. O interessante foi que os franceses cometeram<br />

uma grande gafe. Apresentaram um texto desqualificado às 9 h da manhã,<br />

durante a abertura dos trabalhos, e, em conseqüência, os autores também se<br />

desqualificaram. O Brasil partiu imediatamente para uma posição bem firme, evidentemente<br />

com toda a elegância necessária. Sentimos um certo grau de fragilidade<br />

na comissão francesa. Como resultado, o texto é agora estruturalmente<br />

brasileiro, por isso ele expressa o que são prioridades para o Brasil. No âmbito<br />

dessas prioridades, estão elencadas aquelas que são características<br />

indissociáveis do Governo do Presidente Lula, que já vêm sendo constituídas<br />

para a sociedade.<br />

Em matéria de cooperação tecnológica, que é o que nos interessa, a prioridade<br />

é a transferência de tecnologia para o setor produtivo, a transferência de<br />

tecnologia nas trocas bilaterais. É alcançar, enquanto ação de governo, o desenvolvimento<br />

tecnológico visando à inclusão social, à melhoria da qualidade de<br />

vida e ao desenvolvimento harmônico do país. O próprio fato de essas prioridades<br />

estarem escritas na parte geral do termo de cooperação, principalmente<br />

espelhadas em cada um dos programas de ação, certamente gera o quadro ao<br />

qual me referi, de profunda inflexão nas relações de troca tecnológica e cooperação<br />

bilateral. Por esse motivo, tenho satisfação de trazer, em primeiríssima mão,<br />

essas notícias que fazem uma ligação intrínseca com o que está em discussão<br />

nesta mesa-redonda.<br />

Creio já ter adiantado como o MCT, presidido pelo Excelentíssimo Ministro<br />

de Estado Roberto Amaral, pela ação da Secretaria de Política de Informática e<br />

Tecnologia, releva ser de extraordinária importância o tema da transferência de<br />

tecnologia e de que forma o governo precisa participar para se fazer chegar aos<br />

resultados desejáveis de sua ação. É claro que existe esse plenário bastante<br />

explícito e expressivo, existem diversos segmentos da sociedade atuando e, a<br />

cada um deles, pertencem objetivos distintos e legítimos. No entanto, a sociedade<br />

tem de conhecer exatamente quais são objetivos de uma ação de governo que,<br />

às vezes, parte um árbitro dos distintos e legítimos interesses enquanto ator responsável<br />

por formular e implementar uma política pública.<br />

O Secretário Fernando Peregrino me remontava, ainda há pouco, a 1983,<br />

quando já se falava em transferência de tecnologia. Este assunto continua em<br />

discussão sem que haja efetivamente avanço. Continua havendo uma extraordinária<br />

e distorcida concentração da geração de tecnologia no âmbito da academia,<br />

e o Brasil ainda tem uma compreensível, mas certamente nefasta aos maiores<br />

interesses do País, aquisição de tecnologia produzida no exterior. Não é preciso<br />

ser um industrial para saber perfeitamente por que essas opções são tomadas<br />

e compreender por que há uma omissão sistemática de governo na geração<br />

174 6º Encontro de Propriedade Intelectual e Comercialização de Tecnologia

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!