parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

Em relação à composição do fitoplâncton na região do parque, existem dados desde
1913, mas são bastante irregulares no tempo, tendo sido recentemente compilados
em um notável trabalho de revisão bibliográfica. Mas as florações não podem ser bem
analisadas, devido à falta de informações sobre sua freqüência e intensidade. Quanto à
clorofila-a, os dados levantados com maior freqüência tratam apenas da plataforma
continental, região do entorno do parque. Os inventários de espécies de zooplâncton
de toda a área do parque e entorno são escassos. Recentemente esse conhecimento
tem sido acrescido pelos estudos de impacto ambiental de dragagens e de
empreendimentos no Porto de Santos, e pelas pesquisas isoladas desenvolvidas por
universidades particulares. Assim como no caso do fitoplâncton, o projeto EcoSan
deve fornecer dados interessantes sobre a comunidade zooplanctônica regional.
A dinâmica estuarino-marinha deve ser estudada através de pesquisas integradas, do
meio físico e com o meio biótico. Nesse contexto, análises da composição planctônica
em longo prazo, paralelamente ao monitoramento das condições climáticas, são muito
importantes. Dessa forma, a presença de espécies tóxicas pode ser identificada e
considerada nas ações de manejo.
Devido à existência de alguns trabalhos bem detalhados, apesar de esparsos ao longo
dos anos (1979 a 2008), a diversidade bentônica dos sedimentos da região estuarinomarinha
do PEXJ é relativamente bem conhecida, quando comparada aos demais
organismos da UC. Já em relação aos costões rochosos, assim como ocorre
praticamente em toda a costa brasileira, os organismos necessitam de estudos mais
aprofundados. As pesquisas de organismos de bentos consolidados realizadas são
numerosas, restringindo-se a certos aspectos de determinadas espécies, não avaliando
a diversidade biológica. Além disso, os trabalhos costumam restringir-se aos
organismos dominantes, desconsiderando a importância ecológica das espécies raras.
Indica-se a realização de diagnóstico qualiquantitativo mais completo, com
monitoramento da biomassa e a produção primária do microfitobentos, além de
avaliações sobre os efeitos da poluição sobre as espécies.
Outra linha de pesquisa que deve ser implementada, tanto para organismos
bentônicos como demersais, diz respeito à bioacumulação e à biomagnificação,
visando tanto a avaliação ecológica da contaminação, quanto os riscos do consumo
humano de pescado capturado na região. Também deve ser avaliada a presença de
espécies aquáticas com importância econômica, seus estoques e as pressões externas
representadas não só pela poluição, mas também pela pesca realizada na região.
O conhecimento em relação à distribuição e comportamento da herpetofauna
marinha na região do PEXJ ainda é bastante limitado e pontual. As observações são
feitas principalmente no lado urbanizado da baía, permanecendo descoberta uma
grande área da UC. Um projeto recente propõe a continuidade do monitoramento
das tartarugas marinhas no parque e suas adjacências.
Programa de Pesquisa e Manejo do Patrimônio Natural e Cultural 412