parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

tange à participação nas oficinas realizadas pela FF (proporcionalmente à quantidade
de moradores), e à evidente falta de coesão social entre os moradores, dificultando
sua representação em espaços formais de discussão. De fato constatou-se a existência
de uma associação de moradores que não teria sido registrada, extinta há cerca de
vinte anos, frente, obviamente, a condições distintas das atuais. Nesse sentido, devese
ainda citar a existência do Centro Comunitário da Cohab, que demonstra elevado
interesse nas questões referentes ao PEXJ, porém, com participação nula.
Em relação às formas de interação dos habitantes com o PEXJ e seu entorno,
constatou-se a existência de diversos usos e atividades atualmente desenvolvidos,
causadores de impactos ambientais negativos à matriz natural e/ou que são
incompatíveis com a categoria de UC assinalada: desmatamento, extrativismo vegetal,
tráfico de drogas, uso intenso das bicas d‟água, invasão de áreas para ampliação dos
terrenos e construção de moradias – inclusive de segunda residência. Foi citado
também acesso desordenado por trilhas diversas para coleta de bivalves dos costões
rochosos, pesca recreativa, caminhada pela mata, acesso às praias de Itaquitanduva e à
área militar, etc. Também outros caminhos da área limítrofe ao PEXJ, normalmente na
região contígua a propriedades particulares, foram constatados para esses usos.
Nesse contexto, foi relatada a grande procura de alguns (poucos) moradores por
entidades de fiscalização ambiental (FF, Polícia Ambiental, Prefeitura Municipal, Ibama),
por meio de denúncias ligadas a estes usos, e à falta de efetividade destes órgãos em
punir os infratores, denotando a existência de uma relação de interação unidirecional
fraca entre estes moradores e instituições diversas do poder público ligadas à
temática ambiental, incluindo a FF.
O fato de serem os próprios moradores e proprietários de residências na região que,
em geral, caracterizam-se como os infratores ambientais, demanda a adoção de
estratégias de educação e sensibilização ambientais, e de meios de aumentar e/ou
incentivar o sentimento de pertencimento, de sentir-se parte, da dinâmica ambiental
que influencia no PEXJ, para provocar mudanças de postura em favor da conservação
da UC. Um parceiro com alto potencial no que tange à concretização dessas linhas de
ação é a Coordenadoria de Educação. Isso salienta a necessidade de investir-se ainda
em ações de comunicação e divulgação que sejam efetivas e específicas a cada público,
assim como em sinalização do Parque 32 .
Fundação Florestal
Em relação ao relacionamento entre o órgão gestor da UC, demais instituições do
poder público e sociedade civil, foi possível apreender que inexistia uma linha de
estratégia de estabelecimento de parcerias e aproximação de entidades com o PEXJ.
Hoje, no caso do PEXJ, as parcerias são consideradas prioritárias para implantar a
gestão da UC. Nesse sentido o que se identificou foram relações iniciais entre UC e
poder público e uma relação ainda incipiente com as comunidades do entorno.
32 De acordo com entrevista realizada com moradores do Canto do Forte.
Programa de Interação Socioambiental 343