parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

De modo geral, os moradores do bairro têm pouco conhecimento e interesse nas
tomadas de decisões administrativas sobre a gestão da UC, apesar de 70% dos
entrevistados manifestarem interesse, mediante a oportunidade, em participar de
alguma atividade relacionada à conservação; os outros 30% disseram não se interessar
unicamente pela falta de tempo (Lau, 2008). Este pouco interesse e conhecimento
quanto a gestão está relacionado com o histórico de pouco ou nenhum
relacionamento da comunidade com gestões anteriores: somente a partir de final de
2008 o Parque iniciou alguma aproximação, demandado ainda trabalhos significativos
de interação da UC com essa população.
O relacionamento com a administração do Parque, portanto, ainda se mostra
incipiente, fato comprovado pela baixa participação de moradores nas oficinas do
plano de manejo, que pode estar ligada também a própria característica organizacional
da comunidade.
A ONG SOS Itaquitanduva, apesar de sediada no Japuí, é um importante canal de
comunicação local, mas representa parte da população do bairro, mais
especificamente os surfistas.
A comunidade do Parque Prainha e o PEXJ
Os moradores do Parque Prainha, apesar de estarem próximo ao setor de Paranapuã
onde a visitação é controlada e restrita, apresentam interação com o Parque. Vale
ressaltar que anterior a restrição de acesso a Paranapuã (2004), a comunidade
interagia mais com o setor, principalmente no uso da praia para lazer, limpeza da praia
e alguma coleta de marisco.
Quanto à interação dos índios no Parque Prainha, eventualmente há prestação de
serviços de jardinagem e construção civil para alguns moradores. Ainda, segundo
alguns moradores, há uma imagem negativa por parte da comunidade referente ao
consumo abusivo de álcool dos índios.
A comunidade do Canto do Forte e o PEXJ
Detectou-se que o espaço ao que se convencionou denominar, neste documento,
como “Canto do Forte” 31 possui grande heterogeneidade sócio-cultural, ao abarcar
diversos grupos sociais, residentes e população flutuante, de origem, poder aquisitivo,
tempo de moradia, história de vida, hábitos, expectativas, postura ecológica, e outras
características distintas; ou seja, este espaço é constituído como um mosaico sócioecológico
extremamente complexo, onde co-existem vários territórios, por vezes
justapostos, ou em sobreposição, resultando numa matriz urbana normalmente
adensada, em que residências populares (como as da Cohab e Paulicoop) estão
próximas à construções de padrão médio e alto, compondo as adjacências da UC.
Entende-se que esta condição contribui de forma decisiva para a ausência de
entidades representativas dos moradores até o presente, que seria devido à
dificuldade de representar indivíduos tão diversos, com interesses e lógicas de ação
que muitas vezes originam controvérsias e algumas vezes, conflitos entre os próprios
moradores. Isso se traduz em falta de organização, baixa representatividade no que
31 Sabendo-se que a área considerada neste estudo abriga outros bairros (como o Xixová e a Vila Militar) e
diversas sub-regiões, conforme definido pelo Plano Diretor Municipal de Praia Grande (LC nº152, 1996)
Programa de Interação Socioambiental 342