parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

apresentada pela ocupação indígena em área do PEXJ, suas relações socioculturais, os
usos e atividades desenvolvidos, os conflitos decorridos, bem como as atividades de
fiscalização e restrição de acesso. Soma-se à gestão efetiva local o caráter judicial da
questão que influencia diretamente na dinâmica territorial.
Os atores sociais e suas lógicas de ação referentes a esta cena de interação estão
relacionados na Tabela 64.
Tabela 64. Atores sociais e lógicas de ação referentes à cena de interação
Atores sociais Lógicas de Ação
Indígenas Permanecer na área e garantir sua reprodução sóciocultural
Funai
Representar os indígenas e assegurar seus direitos
constitucionais
Fundação Florestal Retirar as ocupações humanas da UC
Procuradoria Geral do Estado Defender os direitos da Fazenda do Estado
Moradores do Parque Prainha Promover o uso e visitação da área
Marinha do Brasil Realizar a desocupação de sua área
7.2.2.12. Interações e Relações nos Territórios do Entorno
Este tópico apresenta as interações dos territórios do entorno (Japuí, Parque Prainha
e Canto do Forte) com o Parque, bem como as relações existentes das instituições
(poder público e instituições do terceiro setor) que atuam nestas comunidades.
A comunidade do Japuí e o Parque
A comunidade do Japuí apresenta significativa interação com o parque, principalmente
na praia de Itaquitanduva, representando 32% dos visitantes (Rocha et al., 2007), e no
entorno imediato do bairro. Os principais meios de acesso dessa comunidade são as
trilhas dos Surfistas (ou Girau) e a trilha do Curtume (ou Pedreira).
A inserção do bairro no entorno imediato do parque também contribui para um
maior uso da trilha dos Surfistas, tanto pela visitação dos moradores do bairro,
quanto no fornecimento de algumas estruturas básicas para os visitantes, como
estacionamentos e comércios.
No caso dos moradores do bairro e freqüentadores mais antigos da praia observouse
que estes consideram a praia como de uso particular. Cerca de 50% dos
moradores do bairro entrevistados usam a praia, sendo que metade visita com
freqüência. A maioria das visitas (54%) dos moradores está relacionada ao lazer, como
contemplação cênica, práticas de surfe, caminhadas e nado, enquanto que a
exploração dos recursos apresenta somente 4%, principalmente ligada à pesca
amadora (Lau, 2008). Segundo a mesma autora, apesar de frequentarem o Parque, os
moradores apresentam baixo conhecimento sobre os benefícios deste e baixa
informação ambiental sobre o a UC. Outro aspecto de destaque da interação da
comunidade com a praia é quanto a coleta de lixo, prática normalmente realizada e
que denota segundo a percepção dos mesmos uma forma de conservar o ambiente.
Programa de Interação Socioambiental 341