parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

Itaquitanduva, o mesmo não acontece nas imediações da trilha de Itaquitanduva, onde
os moradores apresentam grande contribuição no depósito de entulho.
Para os pescadores, em contato direto com a poluição marinha, principalmente os
que pescam na parte interna do estuário, a presença de lixo e a baixa qualidade da
água, além de lhes incomodar, interfere e atrapalha muito na captura do pescado.
A prática do surfe também se relaciona diretamente com esta controvérsia, em
especial nos eventos de ressaca e mar revolto, quando a presença do lixo e redução
na qualidade da água torna-se mais evidente. Os surfistas preocupam-se com a
poluição marinha tanto pelo bem-estar e saúde para desenvolver a atividade quanto
pela questão de segurança, já que alguns resíduos podem provocar acidentes, como
no caso de pedaços de madeira e redes.
Dentro deste contexto de interação com o lixo em Itaquitanduva insere-se outro ator
social, a ONG “SOS ITAQUITANDUVA”. A principal ação da ONG é a coleta de
lixo na praia, atividades de EA relacionadas a prática de surfe e conscientização dos
visitantes por meio dos mutirões e das "forças-tarefas", que são ações realizadas com
a Prefeitura de São Vicente em Itaquitanduva. A ONG também participou do
programa Verão Limpo 2008 durante dois meses de ação conjunta que envolveu a
prefeitura (Jepon), as ONG ligadas a Agenda 21 e o Estado (FF e Secretaria do Meio
Ambiente) nas praias de Itaquitanduva, Parque Prainha, Gonzaguinha e Itararé,
atuando quatro vezes por semana por todo o período. Os objetivos do programa
eram relacionados a questões dos resíduos sólidos, conscientizando os munícipes e
turistas a não jogar lixo na areia e no mar (Pozo, 2009).
A Unesp também apresenta uma relação indireta com a poluição marinha, pois apesar
de ser um fator intimamente relacionado com a qualidade do ambiente marinho
influenciando as pesquisas realizadas neste âmbito, são poucas as ações direcionadas a
esta questão, podendo ser citados trabalhos individuais de estudantes e mutirões de
limpeza da praia de Itaquitanduva organizados para os ingressantes da universidade.
O monitoramento da balneabilidade das praias compete à Cetesb, porém esta
atividade não é realizada nas praias do PEXJ.
A partir desta análise, é possível identificar os atores com suas respectivas lógicas de
ação (Tabela 57). A rede de atores relacionada a esta cena pode ser considerada
como desarticulada, pois embora seus integrantes exerçam o diálogo entre si, suas
relações são frágeis, e atualmente não desenvolvem ações conjuntas para a
minimização dos impactos do lixo, apesar de suas lógicas de ação serem convergentes
neste sentido.
Deste modo, por estar diretamente relacionada com o local mais visitado do PEXJ
(praia de Itaquitanduva) e receber especial atenção nas ações voltadas para Educação
Ambiental, como nos mutirões de limpeza de praia, a poluição da UC tem potencial
para consolidar uma rede sociotécnica forte, no intuito de combater a degradação
ambiental, baseada nas relações já existentes.
Programa de Interação Socioambiental 333