parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

tendo sido comprovada uma relação entre subfertilidade em homens e consumo de
animais contaminados em Hong Kong (Dickman et al., 1999).
Em relação aos hidrocarbonetos, a contaminação nos sedimentos parece ser restrita a
certas áreas do sistema (Figura 94), principalmente em relação aos poli-aromáticos
(PAH). Os maiores teores de alifáticos e n-alcanos ocorrem de forma pontual, porém
em áreas diferentes do sistema: canal de São Vicente (entre os rios Piaçabuçu e
Mariana), canal de Piaçaguera e emissário. Os níveis encontrados para alifáticos em
geral não são muitos altos, porém em algumas áreas foi detectada influência de
compostos originados do petróleo. Além disso, os teores médios estiveram acima dos
encontrados na Patagônia, em São Sebastião e na China.
Já os teores de aromáticos foram muito altos apenas nas áreas média e superior do canal
de Santos, onde excederam em muitas vezes os níveis de toxicidade provável (PEL), sendo
que nas demais áreas do sistema as concentrações foram baixas. A contaminação foi
maior que as detectadas na Patagônia, no porto de Sydney e no estuário de Changjiang;e
muito maior que a observada em Cananéia (Nishigima et al., 2001).
A presença de hidrocarbonetos, principalmente PAH, no ambiente é um fato que
causa grande preocupação. Esses compostos são considerados altamente tóxicos para
a biota (Driscoll et al., 1998; Fishelson et al., 1999) podendo ainda ter sua toxicidade
aumentada quando expostos à luz ultravioleta. Uma vez que os aromáticos são
hidrofóbicos e podem se acumular nos tecidos lipídicos, a toxicidade foto-induzida
tende a ocorrer quando há a ocorrência simultânea de bioacumulação de PAHs e
radiação UV (Hatch; Burton Jr, 1999). Além do seu poder tóxico, os aromáticos
podem ser transferidos pela cadeia trófica e constituir risco para as populações
humanas que se alimentam de peixes, moluscos e crustáceos contaminados.
Além disso, outras substâncias foram detectadas recentemente nos sedimentos da
região. Lamparelli et al. (2001) observaram presença constante de benzeno, tolueno,
op-xileno e etil-benzeno (BETX), sendo encontrada também contaminação por
hexaclorobenzeno (HCB), clorofórmio e tricloroetano no Canal de São Vicente.
Pesticidas organoclorados também foram detectados, tanto recentemente (Bonetti,
2000; Lamparelli et al., 2001; Montone, 1987), como no passado (Tommasi, 1979).
Outros compostos também encontrados foram as bifenilas policloradas (Bonetti,
2000; Lamparelli et al., 2001), fenóis, dioxinas e furanos.
Avaliação do Meio Antrópico 260