parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

Os estudos iniciais, apresentados em Abessa et al. (2005), foram efetuados entre maio
de 2004 e abril de 2005, em três pontos ao longo da BSV: 1) Píer dos Pescadores, nas
proximidades da ponte Pênsil (23º58‟28,9”S e 46º23‟13,9”W); 2) praia dos Milionários
(23º58‟22,8”S e 46º22‟22,7”W), e 3) Ilha Porchat (23º58‟36,8”S e 46º22‟17,8”W), em
frente ao Ilha Porchat Clube. Um total de 150 observações foi efetuado, onde ficou
evidenciada a presença de tartarugas marinhas em todos os pontos amostrais. Já os
estudos apresentados por Abessa et al. (2007) foram efetuados entre maio de 2005 e
abril de 2006, totalizando 356 observações com 1168 aparições de tartarugas
marinhas.
Em ambas as campanhas, a frequência de aparições de tartarugas foi muito maior no
Ponto 3 (Iha Porchat), sendo menor no Ponto 2 (Milionários) e apenas esporádica no
Ponto 1 (Ponte Pênsil). Puderam ser identificados indivíduos das espécies Chelonia
mydas e Eretmochelys imbricata. Foram obtidas evidências de que as tartarugas
aparecem na baía com maior freqüência nos períodos de maré cheia ou enchente.
Também foi observada uma relação entre a frequência de aparições e a ocorrência de
mar agitado no Ponto 3, provavelmente relacionada com as necessidades respiratórias
dos animais. Já com relação ao período do dia, nos três pontos as aparições foram
mais freqüentes no período da tarde do que da manhã.
Abessa et al. (2007) observaram a presença de grande quantidade de resíduos sólidos
no mar, a pesca com tarrafas, redes de espera e anzol, a presença de banhistas e a
circulação de embarcações tais como lanchas e jetskys.
Silva; Ribeiro (2007) monitoraram as capturas acidentais de tartarugas marinhas na
pesca artesanal do município de Praia Grande, nas comunidades pesqueiras dos
bairros Ocian e Boqueirão, entre agosto de 2006 e junho de 2007. Neste período, 21
tartarugas foram capturadas, sendo 12 da espécie C. mydas, 3 da espécie E. imbricata e
6 sem identificação. Do total capturado, 15 animais (70%) foram libertados com vida
para o mar. A comunidade do Boqueirão foi responsável pelo maior número de
capturas (14) apesar de ter o mesmo número de embarcações da comunidade da
Ocian.
Carvalho (2007) estudou o conteúdo estomacal de 6 tartarugas marinhas da espécie
C. mydas capturadas incidentalmente em redes de pesca de PG e Mongaguá. Os itens
alimentares encontrados foram enquadrados em quatro categorias principais: vegetal
(58,98%), animal (31,18%), material antrópico (7,36%) e material calcário (2,48%).
Dentre os vegetais, foram encontrados principalmente galhos e pedaços de folhas,
além de propágulos de mangue e monocotiledôneas conhecidas como gramas
marinhas. Dentre os filos de animais identificados, observou-se o Filo Mollusca,
especialmente bivalves e gastrópodes, como o mais representativo na dieta da
tartaruga-verde, seguido dos filos Cnidaria e Porifera. Dentre os materiais de origem
antrópica, foram encontrados, em ordem decrescente de importância: plástico
transparente, plástico preto, corda de nylon trançada, isopor, plástico branco, plástico
duro, linha de pesca e plástico elástico.
Além dos trabalhos citados acima, foram encontrados relatos do aparecimento de
tartarugas marinhas nas praias de PG, SV e S. As reportagens remetem a encalhes e
capturas acidentais de tartarugas marinhas, inclusive de espécies raras, como a
Avaliação do Meio Biótico 205