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parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

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Esse padrão é evi<strong>de</strong>ncia<strong>do</strong> nos costões rochosos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> inteiro, sen<strong>do</strong><br />

diferencia<strong>do</strong>s apenas pela composição <strong>de</strong> espécies em função das diferentes latitu<strong>de</strong>s,<br />

além <strong>do</strong>s fatores físicos e biológicos como <strong>de</strong>ssecação ou emersão, ação das ondas,<br />

dinâmica das marés, temperatura, salinida<strong>de</strong>, orientação <strong>do</strong> substrato,<br />

heterogeneida<strong>de</strong> topográfica, predação e competição, perturbação e sucessão,<br />

hebivoria e recrutamento (Coutinho, 2002).<br />

Assim, a zonação <strong>do</strong>s organismos bentônicos num costão rochoso reflete várias<br />

interações <strong>de</strong> fatores físicos e biológicos, estabelecen<strong>do</strong> limites relativamente precisos<br />

<strong>de</strong> distribuição. Cada costão possui características próprias que vão <strong>de</strong>finir a<br />

importância relativa <strong>do</strong>s fatores abióticos e bióticos na estrutura <strong>de</strong> suas comunida<strong>de</strong>s<br />

bentônicas.<br />

Basea<strong>do</strong> no exposto acima é possível diferenciar três zonas <strong>de</strong> distribuição <strong>do</strong>s<br />

organismos em um costão rochoso:<br />

1) Supralitoral, orla litorânea ou entremarés superior, que correspon<strong>de</strong> à região<br />

superior <strong>do</strong> costão rochoso, a qual se encontra permanentemente exposta ao ar e<br />

sob a ação da aspersão da água <strong>do</strong> mar pela arrebentação das ondas. A gran<strong>de</strong><br />

variação térmica é um <strong>do</strong>s fatores mais atuantes na porção superior <strong>de</strong>sta zona,<br />

freqüentada por organismos mais tolerantes à <strong>de</strong>ssecação, como os liquens, algas<br />

cianofíceas, gastrópo<strong>de</strong>s (Littorina spp.) e isópo<strong>de</strong>s (Ligia sp.), enquanto a inferior é<br />

colonizada por crustáceos cirripédios, <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s cracas (Tetraclita sp. e Chthamalus<br />

sp.);<br />

2) Mesolitoral, região eulitorânea ou entre-marés inferior, sujeita à ação da amplitu<strong>de</strong><br />

das marés, estan<strong>do</strong> submersa durante a maré alta e exposta na baixa. Nesta zona é<br />

comum a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressões rochosas (poças <strong>de</strong> maré), sujeitas a elevação<br />

térmica e <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>. Na região inferior inicia-se a ocorrência das algas ver<strong>de</strong>s (Ulva<br />

spp.); e<br />

3) Infralitoral ou região sublitorânea, referente à zona permanentemente submersa <strong>de</strong><br />

um costão rochoso, apresentan<strong>do</strong> seu limite superior <strong>de</strong>limita<strong>do</strong> por algas pardas<br />

(Sargassum sp.) e o limite inferior por algas vermelhas (Porphyra acanthophora). Nesta<br />

zona <strong>do</strong> costão a distribuição <strong>do</strong>s organismos é regida principalmente pelas interações<br />

bióticas (predação, herbivoria e competição), em função da maior estabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

fatores ambientais.<br />

Entre as adaptações que os organismos possuem em costões rochosos <strong>de</strong>stacam-se<br />

também aquelas relacionadas ao estresse das ondas. Essas adaptações dizem respeito<br />

a uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fixação, tamanho, forma, consistência, agregação e<br />

comportamento <strong>de</strong> organismos. A força das ondas em costões mais expostos po<strong>de</strong><br />

limitar a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies móveis sugerin<strong>do</strong> uma maior intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

alimentação (predação, herbivoria) em costões mais abriga<strong>do</strong>s. Contu<strong>do</strong>, um menor<br />

batimento po<strong>de</strong> levar a um maior estresse por <strong>de</strong>ssecação, pelo fato <strong>do</strong> habitat ser<br />

menos ume<strong>de</strong>ci<strong>do</strong> pelos borrifos das ondas (Salomão; Coutinho, 2007).<br />

No Brasil, apesar da extensa costa, foram realiza<strong>do</strong>s poucos estu<strong>do</strong>s sobre a fauna e<br />

flora <strong>de</strong> costões rochosos, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> às áreas sub-temperadas e temperadas.<br />

No litoral nor<strong>de</strong>ste, po<strong>de</strong>-se citar os trabalhos <strong>de</strong> Perez et al. (2005) sobre as<br />

Avaliação <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Biótico 198

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