parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

ao verão. Algumas outras espécies exibiram dominância acima de 5%, sendo elas: M.
posterelongata, Prionospio sp., e Aricidea (A.) cf. catharinae. As demais espécies exibiram
contribuição inferior a 4,7 % na dominância total.
Em concordância com os demais autores, Ferreira (2008) observou predomínio de
espécies oportunistas, indicando a existência de efeitos antrópicos, sobretudo os
despejos de esgoto e de efluentes e resíduos provenientes do porto e do pólo
industrial, porém os fatores ambientais (granulometria, enriquecimento orgânico do
sedimento, profundidade, suprimento de oxigênio) são preponderantes na distribuição
das espécies.
Também em 2008, pesquisa realizada na região da disposição de sedimentos dragados
do porto, englobando porção externa da BS, e trecho da plataforma adjacente a ela e
à Ilha de Santo Amaro, identificou 56 espécies na macrofauna bentônica, com
predomínio de poliquetos, crustáceos e moluscos (Lia, 2008). Essa pesquisa indicou
efeitos da disposição sobre a estrutura da macrofauna, em especial nas áreas mais
próximas ao despejo.
Outro trabalho importante realizado sobre o bentos do SES consta no EIA-RIMA de
aprofundamento do Canal de Navegação do Porto de Santos (Fundação Ricardo
Franco, 2008), o qual contou com 40 pontos de amostragem distribuídos por todo o
sistema. Nesse estudo, os poliquetos foram o grupo mais abundante, seguidos de
nemátodos, bivalves e equinodermos (representados pelas holotúrias). Oitenta e
cinco táxons de poliquetos e ainda outros 16 grandes grupos taxonômicos foram
identificados, totalizando 19.347 indivíduos identificados. O padrão de distribuição
observado foi similar ao descrito pelos demais autores, com maiores riquezas e
densidades ocorrendo na região leste da Baía e saída do Canal de Santos, e menores
valores no interior do sistema, incluindo estações onde nenhum organismo foi
coletado.
Os autores discutiram ainda a questão das mudanças temporais quanto à presença e
ausência de espécies, assim como suas quantidades, principalmente em função desse
estudo haver amostrado maiores densidades de organismos que os anteriores,
sobretudo poliquetos, deixando ainda uma questão sobre uma possível influência da
água de lastro (e conseqüente bio-invasão por espécies alóctones da macrofauna) na
estrutura das comunidades bentônicas do Sistema Estuarino de Santos.
Além dos trabalhos mencionados, destacam-se ainda duas publicações (Choueri, 2008;
Moreira, 2009) que versam sobre a macrofauna bentônica do SES, utilizando, porém,
uma resolução taxonômica mais baixa (Família e/ou Gênero), visando avaliar a
influência de contaminantes sobre a estrutura da comunidade macrobentônica. No
primeiro trabalho, o autor utilizou seis estações de amostragem, distribuídas no
sistema, tendo observado um padrão similar ao dos demais estudos, tanto em relação
à distribuição espacial quanto à influência combinada de fatores ambientais e
antrópicos na estrutura da comunidade. Já o segundo trabalho foi realizado na região
do porto (Barra e interior do Canal de Santos), com cinco pontos de amostragem,
tendo sido observado um maior número de espécies e indivíduos na barra e na área
inferior do estuário, e menores riquezas e densidades nas porções mais internas.
Espécies oportunistas foram observadas em todos os cinco pontos, com destaque
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