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Produtividade Primária e Composição Florística
Quanto à produtividade primária, só existem dados para a baía de Santos. O estudo
de David (2003), embora tenha tido um caráter preliminar para esse tema,
demonstrou maiores taxas de produtividade na região leste da baía de Santos, com
valores que chegaram a 132,6 mgC/m 2 /h na saída do canal de Santos (B1) e 124,3
mgC/m 2 /h ao sul da saída dos difusores do emissário (B5). Na área do PEXJ, a
produtividade foi baixa, sendo estimada em 14,1 mgC/m 2 /h no ponto B12, próximo à
Ponta de Itaipu. Não foi evidenciada variação relacionada com sazonalidade, embora
espacialmente dentro de cada local (entre-réplicas) a produtividade tenha variado
grandemente. Esse estudo, juntamente com outros (Sousa, 1979; 1985, Sousa et al.,
1998), sugeriu que a produtividade, assim como a biomassa, é dependente do
hidrodinamismo e da granulometria do sedimento.
Com relação à composição florística do microfitobentos, existe somente um
levantamento qualitativo inicial, feito por David (2003), que abordou as diatomáceas e
os silicoflagelados. Foram identificados 115 taxa.
Com relação às diatomáceas, algumas espécies puderam ser identificadas, através de
microscopia eletrônica, no entanto o próprio autor reconheceu que muitos taxa não
foram avaliados. Algumas formas típicas foram encontradas, tais como:
De ocorrência em ambientes límnicos: Eunotia monodon var minor, E. diodon,
Achnantes lanceolata;
De ocorrência em ambientes estuarinos na forma séssil: Achnantes inflata, A.
brevipes;
De ocorrência em lamas de ambientes estuarinos: Nitzchia lanceola, Gyrosigma
exoticum, G. balticum, Cyclotella striata e Diploneis papula;
De ocorrência em praias: Caloneis africana, Parallia sulcata, Psamodictyon
panduriformis e P. panduriformis var minor;
De ocorrência bentônica, em manguezal e área oceânica: Triceratium favus,
Actinopthycus splendes, Thalassiosira excêntrica, Hemidiscus cuneiformis,
O autor identificou ainda espécies com grande variabilidade morfológica, como
Actinopthycus vulgaris var vulgaris, a qual teve 3 variedades bem distintas, e, que após
uma revisão mais detalhada possivelmente poderia resultar em espécies novas. Ainda
segundo David (2003), as espécies encontradas são típicas de ambientes marinho,
oceânico, costeiro e estuarino, sendo que diversas encontram referência na costa
brasileira, ao menos nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com relação aos silicoflagelados, foram encontrados 5 taxa. O autor destaca a
presença do gênero Dictyocha, com as espécies D. fibula (em todas as amostras) e D.
speculum (ocasional). Esse gênero é marinho e os blooms de D. speculum costumam ser
seguidos de marés vermelhas, sendo a toxicidade provocada a efeitos mecânicos do
esqueleto e os fenômenos de anóxia causados pela decomposição microbiológica do
excedente de biomassa produzida.
Avaliação do Meio Biótico 177