parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

De modo geral, a distribuição da biomassa microfitobentônica segue um padrão
bastante relacionado com a distribuição granulométrica, com maiores valores de Chla
e Pheo-a associados aos sedimentos mais finos, e menores valores nos sedimentos
mais arenosos. Sendo assim, deve-se considerar que a baía de Santos possui
nitidamente uma divisão entre o setor leste, com sedimentos mais lamosos, e o setor
oeste, com sedimentos mais arenosos, havendo ainda uma influência muito clara do
emissário submarino de esgotos sobre a região central da Baía, a qual é marcada pela
deposição de partículas e sedimentos finos ao redor dos difusores.
Assim, pode-se compreender a distribuição da biomassa na BS, onde os maiores
valores de clorofila a e feopigmentos estão no lado leste da baía e na região próxima
aos difusores do emissário submarino (e levemente ao sul), e os menores valores
encontram-se no setor oeste da Baía, incluindo a zona marinha do PEXJ que se
encontra dentro da BS. Porém, junto da Ponta de Itaipu, David (2003) observou, em
uma de suas campanhas de coleta valores altos de biomassa (Chl-a e Pheo), chegando
a 61 mgChl-a/m 2 e 108 mg Pheo/m 2 , respectivamente. Segundo o autor esses
resultados podem ter sido decorrentes de uma possível influência de material
depositado antigamente pela Codesp, pois o local é o antigo sítio de disposição de
sedimentos dragados do Porto de Santos, chegando a receber até 9 milhões de
metros cúbicos de sedimento por ano; porém é possível que a alta biomassa tenha
sido provocada pela influência do emissário submarino de PG (localizado no Canto do
Forte e que se abre próximo à Ponta de Itaipu), pois, dependendo do regime de
ventos e correntes, a pluma de dispersão pode estar direcionada para dentro da BS,
favorecendo a precipitação de matéria orgânica e partículas, inclusive algas. Além
disso, os valores tenderam a ser mais baixos nas áreas próximas das praias (pontos B9
e B8), com exceção da região da Ponta da Praia, em Santos (B1), que é mais abrigada.
Esses resultados sugerem que existe a influência das ondas sobre a biomassa nas áreas
rasas, o que havia sido observado por David (1997) no infra-litoral superior. O autor
demonstrou ainda não haver influência clara da sazonalidade sobre as biomassas,
porém ao mesmo tempo observou variações temporais que podem ser significativas, e
que podem se dever principalmente a eventos de ressacas e chuvas intensas.
Em relação aos fatores ambientais relacionados com a distribuição da biomassa
microfitobentônica, além da granulometria, David (2003) observou ainda que os
teores de nitrogênio, carbono orgânico, carbonatos e enxofre também estão
associados com os maiores valores de Chl-a e Pheo; no entanto, é possível que os
fenômenos envolvidos na deposição e no acúmulo dessas substâncias sejam os
mesmos que favorecem a deposição de microalgas, ou ainda que a presença de
nutrientes depositados estimule seu crescimento. Tal fato é evidenciado pelas razões
Chl-a/Pheo serem maiores no setor oeste e noroeste da Baía, e menores no setor
leste e próximo ao emissário, uma vez que os feopigmentos, por serem oriundos de
matéria vegetal em decomposição, oferecem menor resistência ao transporte, sendo
levados para o setor leste, onde as condições hidrodinâmicas favorecem a deposição.
Para a região de PG, o estudo realizado pela Fudespa (1999) é a principal referência
disponível, com amostragens realizadas no inverno de 1997 e no verão de 1998. De
modo geral, os teores de Chl-a e Pheo foram baixos, tanto no inverno quanto no
Avaliação do Meio Biótico 175