parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

Existem dados, apesar de bastante irregulares no tempo, sobre a taxonomia do
fitoplâncton na região de entorno do Parque desde 1913. Os resultados originais são
de certa forma, indisponíveis, mas foram recentemente compilados por Villac et al.
(2008). Esses autores mostram que a região costeira da Baixada Santista apresenta
como suas espécies principais, as diatomáceas em cadeia Asterionellopsis glacialis,
Guinardia striata, Pseudo-nitzschia “seriata”, Paralia sulcata e Thlassionema nitzschioides (as
quais são citadas na maioria dos trabalhos).
Especialmente, durante as florações (quando ocorrem elevadas concentrações de
clorofila-a), tanto no Estuário como BS, existe a dominância de diatomáceas em cadeia
com células de menor tamanho que os gêneros citados acima, como Skeletonema cf.
costatum, Chaetoceros curvisetus, C. lorenzianus e Leptocylindrus danicus (Gianesella et al.,
2000; Moser et al., 2002). Este último grupo, em geral liderado numericamente por
Skeletonema cf. costatum (um complexo com cerca de 10 espécies diferenciadas
somente por microscopia eletrônica) são consideradas oportunistas, e conseguem
exibir altas taxas de crescimento em determinadas condições. Para a região, essas
condições não foram completamente definidas (Moser et al., submetido), mas estão
ligadas com uma maior estabilidade da coluna de água, ou baixa mistura. Isso permite
que as células fiquem expostas à luz por mais tempo do que durante condições de
mistura intensa, e ocorre o acúmulo de biomassa (clorofila-a) já que os nutrientes
disponíveis não limitam esse crescimento explosivo.
Outra espécie que promove florações na região é a diatomácea penada em cadeia
Asterionellopsis glacialis, freqüentemente observadas em regiões de praias arenosas
expostas durante fortes ondulações. A fisiologia desse organismo faz com que existam
grandes acúmulos na zona de arrebentação e depois na linha da praia, que se
assemelha a uma lama marrom escuro de cheiro característico.
Nenhuma das espécies ou gêneros acima é dito potencialmente tóxico, mas surgem
evidências de uma importância relativa maior na participação da comunidade de alguns
organismos fitoplânctônicos capazes de produzir toxinas para seus consumidores. Na
maior parte, essas espécies são dinoflagelados isolados como Dinophysis acuminata and
Prorocentrum species. Essas espécies podem ter efeitos mesmo em concentrações mais
baixas. Além do aumento na entrada de matéria orgânica dissolvida no sistema,
processos de dragagem podem incentivar o aparecimento desses organismos, uma vez
que são considerados mixo-tróficos (precisam de complemento orgânico para o seu
suprimento) e que produzem cistos que permanecem no sedimento.
No levantamento de dados históricos, observou-se que no ESV, houve redução nos
valores de células totais de fitoplâncton do outono de 1975 para o inverno do mesmo
ano. Dentre os mesmos períodos, as contagens de fitoflagelados não sofreram
alterações (Max= 9.28 céls/lx10 6 ; Mín= 4.78 céls/lx10 6 ). Há apenas um valor para o
inverno de 1975 (0.02 céls/lx10 6 ) para Skeletonema cf. costatum.
Avaliação do Meio Biótico 164