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4.2.6. Fitoplâncton
O plâncton coletivamente compõe-se de milhares de espécies, consideradas como
“vegetais” ou “animais”, dependendo de sua capacidade ou não de realizar
fotossíntese. Pelo o seu tamanho muito reduzido, o plâncton é passivamente
carregado pela movimentação das águas em que vivem.
Os organismos capazes de produzir matéria orgânica nova (se reproduzir) utilizandose
apenas de gases atmosféricos (CO2) e nutrientes presentes na água, são chamados
fitoplâncton. Podemos considerar o fitoplâncton como base da cadeia trófica, o que
quer dizer que eles fornecem energia e alimento para animais microscópicos, que são
comidos por organismos progressivamente cada vez maiores. Dessa forma, a
eutrofização em um primeiro estágio, está relacionada ao aumento dos nutrientes e
ao aumento da quantidade de fitoplâncton em um ambiente. O acúmulo de nutrientes
e da matéria orgânica com o tempo é capaz de alterar a diversidade das comunidades
planctônicas, podendo eliminar espécies menos resistentes e permitir o domínio de
espécies oportunistas e menos sensíveis as causas de poluição (CETESB, 2001).
Os poucos estudos fornecem dados para a quantificação da produção primária do
fitoplâncton, sendo quase impossível avaliar os efeitos das descargas de esgotos e
poluentes de maneira consistente. O que existe, concretamente, mesmo que numa
literatura de acesso restrito, são levantamentos sobre composição específica,
concentração de nutrientes e clorofila-a e da transparência da água que podem ser
usados como estimativas para alguns diagnósticos. Alguns dos mais importantes
trabalhos foram feitos pela CETESB, 1978, Gianesella et al, 1978; Pereira, 1985;
Frazão, 2001; Moser, 2002. Estes trabalhos, englobam variáveis como temperatura e
salinidade, a concentração dos principais nutrientes (fosfatos, nitratos, amônia e
silicatos) além da concentração de clorofila-a, a composição taxonômica
fitoplanctônica (especialmente as frações de maior tamanho por limitações com as
análises em microscópio).
Serão apresentados os dados secundários da concentração da clorofial-a e abundância
do fitoplâncton nas águas de entorno da UC, correlacionados com os dados
secundários das variáveis físico-químicas das águas marinhas (Avaliação do Meio
Físico), para verificar se há tendências visíveis que indiquem processos de eutrofização
nas águas de entorno, tentando detectar diminuição na transparência da água ou
aumentos na concentração de sedimentos em suspensão, nutrientes ou clorofila-a. Os
levantamentos taxonômicos foram igualmente analisados no tempo, de forma a
identificar algumas espécie chave, capaz de nos indicar alterações no ambiente.
Algumas espécies de fitoplâncton são capazes de produzir florações, ou seja, grandes
acúmulos de biomassa, manifestadas como altas concentrações de clorofila-a e
turbidez da água. Quando essas florações decaem (“morte” das células), todo esse
material orgânico acumulado descende para o sedimento, podendo ocasionar
problemas como hipoxia nos sedimentos e morte de alguns organismos bentônicos.
Entretanto, algumas espécies, mesmo em concentrações baixas, produzem toxinas,
sendo algumas delas letais para seres humanos.
Avaliação do Meio Biótico 160