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A análise das médias de salinidade (Figura 47) mostrou que no ESV e no ES ocorreu
um leve aumento do ano de 1974 para 1976, se mantendo constante nos anos
posteriores. Já na de BSV e na BS essa variável não apresentou mudanças evidentes
com a época do ano, apesar da clara sazonalidade das chuvas, mostrada no
diagnóstico do clima. As maiores taxas de pluviosidade ocorrem no verão, então
espera-se uma maior entrada de água doce pelos estuários. Regiões estuarinas, como
é o caso do entorno do PEXJ, sofrem variações periódicas de salinidade guiadas pelas
marés. O ciclo de marés da região é semi-diurno, o que significa duas entradas e duas
saídas de água do sistema pelas marés baixas e altas.
O fato acima evidencia dois pontos importantes sobre a base de dados disponíveis e
que devem ser levados em consideração para tomadas de decisões e futuros
programas de gestão. O primeiro é que os estudos e resultados levantados aqui
representam amostras coletadas em intervalos de tempo reduzidos, que não
necessariamente (e não em sua grande maioria) respeitou as alturas da maré. Ou seja,
ao se agrupar os dados em estações do ano, tem-se a falsa impressão de que os dados
representam a sazonalidade. Na verdade, eles foram assim agrupados na tentativa de
se obter um maior número de amostras por período. O segundo fato tem a ver com
eventos episódicos de ventos, ondas e chuvas que podem alterar os valores de
salinidade, principalmente na baía de Santos, em poucas horas.
As tendências gerais da salinidade, entretanto, seguem o padrão observado no
diagnóstico do clima. Em todos os compartimentos, observa-se que os valores locais
tenderam a aumentar de uma a quatro unidades de salinidade. Isso provavelmente
reflete as menores taxas de precipitação dos últimos anos.
Avaliação do Meio Físico 108