parque estadual xixová-japuí plano de manejo - Secretaria do Meio ...

de rochas do embasamento cristalino; encostas com perfil predominantemente
retilíneo e declividades superiores a 20%; solos superficiais argilosos com espessura
em torno de 1m; solos de alteração siltosos e de cor variegada com espessura da
ordem de 5 a 15m; depósitos detríticos (coluviões e tálus) apenas à jusante dos
setores mais íngremes e de maior amplitude da encosta; afloramentos rochosos
pouco freqüentes. São aspectos do uso do solo: cobertura vegetal remanescente nos
setores mais declivosos;
A estabilidade dos terrenos ao longo das vertentes dos morros que compõem o
Parque, onde predominam declividades acentuadas, depende da manutenção da
cobertura vegetal, caracterizada por formações florestais, que através de seu sistema
radicular e do dossel contínuo atenuam a ação direta dos agentes de intemperismo,
em especial da água das chuvas, minimizando a ocorrência de processos erosivos que
poderiam resultar em escorregamentos, comprometendo a proteção dos
ecossistemas locais (São Paulo, 1997)
Portanto, a floresta do PEXJ recobre terrenos bastante instáveis, que em decorrência
de forte e continuadas chuvas, podem sofrer deslizamentos, constituindo-se em um
ecossistema fundamental ao equilíbrio morfodinâmico das vertentes por ela
revestidas. A Tabela 16 apresenta uma síntese dos elementos que compõem o meio
físico e define o grau de fragilidade dos delineamentos estudados.
3.4. Águas Costeiras e Marinhas
A baía de Santos faz parte de um complexo estuarino intensamente alterado. A
grande ocupação no entorno de seus corpos de água trás como conseqüência
adicional a alteração das paisagens naturais, a entrada de inúmeros materiais no seu
interior. Dentre possíveis materiais que artificialmente adentram esse ambiente estão
efluentes domésticos (esgotos tratados e não tratados) e resíduos industriais e da
atividade portuária no canal de Santos. Como resultado, o sistema estuarino recebe
partículas orgânicas e inorgânicas, além de uma gama de substâncias dissolvidas.
Naturalmente, esse ambiente seria enriquecido por nutrientes e matéria orgânica dos
manguezais pelos canais estuarinos, fazendo com que as águas das baías de Santos e
SV, que contornam o Parque Xixová-Japuí fossem bastante produtivas, servindo de
berçário para muitas espécies de peixes e invertebrados. A entrada de materiais com
origem em atividades humanas, tende a alterar um pouco esse panorama e perturbar
a estrutura natural das comunidades nesse sistema.
Nos estuários mais populosos do mundo, são detectados processos de eutrofização, e
em geral, o estuário de Santos é citado como um exemplo nacional de um ambiente
altamente eutrofizado. Como o próprio nome indica, eutrofização, do grego "eu"
(verdadeiro) e "trophein" (nutrir) sugere um ambiente "bem nutrido". Essa alteração
do ambiente se inicia como uma resposta dos micro-organismos a um aumento
considerável na entrada de nutrientes. No caso específico da baía de Santos, esgotos
domésticos e subprodutos industriais, como, a amônia, são fontes de nutrição para
bactérias e outros organismos microscópicos, coletivamente chamados de plâncton.
Avaliação do Meio Físico 104