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Os pontos mais críticos no Paranapuã podem estar relacionados ao efluente gerado
pela comunidade indígena e pelos usuários da sede administrativa do PEXJ, já que
ambos os equipamentos não possuem a estrutura adequada de esgotamento sanitário.
Tabela 12. Densidade de Enterococcus e Escherichia coli nos córregos de
Itaquitanduva e Paranapuã (UFC/ 100 ml).
Itaquitanduva* Paranapuã**
*Ci1a *Ci1b **Cp1a **Cp1b **Cp1c **Cp2a **Cp2b **Cp2c
Enterococcus 1700 1100 56 30 38 14 14 8
Escherichia coli 570 380 52 16 308 10 14 16
Já para o córrego de Itaquitanduva, é possível que a contaminação fecal esteja
relacionada com a visitação, já que este corpo d'água passa por uma das trilhas que
dão acesso à praia. Não se deve desconsiderar a possível contaminação por fezes de
animais de sangue quente que podem estar presentes na região. Pela Resolução
Conama nº 357/05, é vedado o lançamento de efluentes em águas de classe especial.
Em todas as bicas de Itaquitanduva foram detectadas presença de bactérias do grupo
Enterococos (Figura 42) e bactérias heterotróficas (Figura 43) sendo que, a bica
localizada no final da trilha dos Surfistas (bica 1), apresentou densidades elevadas dos
dois grupos de bactérias atingindo valores de 420 UFC 100 ml-1 e 3350 UFC ml-1 de
Enterococos e bactérias heterotróficas, respectivamente. A bica 2, localizada ao lado da
bica 1, apresentou valor médio mais baixo para bactérias do grupo Enterococos (8 UFC
100 ml-1) contudo, o valor obtido para bactérias heterotróficas foi o mais elevado
(5950 UFC ml-1). Já a bica 3 (na entrada da trilha que leva a Itaquitanduva) apresentou
as menores densidades médias das bactérias avaliadas, 3 UFC 100 ml-1 para
Enterococos e 350 UFC ml-1 para bactérias heterotróficas. Não foi detectada presença
de E. coli em nenhuma das bicas analisadas. Para o Canto do Forte não foram
detectadas bactérias indicadoras de contaminação fecal, e o número de bactérias
heterotróficas obtido foi de 100 UFC ml-1.
A Portaria 518/04 do MS estabelece como critério para a potabilidade a ausência de E.
coli. Neste quesito, as águas das bicas atendem às recomendações, porém, constatouse
a presença de Enterococos- utilizadas como indicadoras de contaminação fecal por
outras legislações (p. ex. Res. Conama 274/00). A presença de Enterococos fecais e a
ausência de E.coli podem indicar que a maior parte da contaminação de origem fecal
das bicas seja proveniente das fezes de animais de sangue quente, os quais podem
estar entrando em contato com a água desde a nascente até o ponto de captação.
Um critério microbiológico sugerido pela legislação, com a finalidade de conhecer as
condições sanitárias de águas potáveis, é a densidade de bactérias heterotróficas. As
bicas 1 e 2 ultrapassam o limite de 500 UFC ml-1 recomendado, indicando que estas
bicas estão tendo contato com fontes poluidoras que não necessariamente fezes, ou
seja, lixo, matéria orgânica em decomposição, entre outros, o que compromete sua
qualidade e, portanto, seu consumo.
Avaliação do Meio Físico 94