4 - SBHCI
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Publicação Trimestral da Sociedade<br />
Brasileira de Hemodinâmica e<br />
Cardiologia Intervencionista<br />
Ano XI – Número 4<br />
Outubro a Dezembro de 2008<br />
fernando Devito (sP), expedito ribeiro (sP), fábio sândoli de Brito Jr. (sP), maurício rezende Barbosa (mg), alexandre abizaid (sP), amanda sousa (sP), luiz alberto<br />
mattos (sP), gilberto l. nunes (rs), Helio roque figueira (rJ), rogério sarmento-leite (rs), Wilson Pimentel (sP), ariel Duran (Uruguai) e José antonio marin-neto (sP)<br />
Comissão CientífiCa finaliza o Congresso<br />
internaCional solaCi-sBHCi 2009<br />
4migUel rati: “QUero<br />
ofereCer ao PaCiente o<br />
melHor Da esPeCialiDaDe.<br />
É PeDir Demais?”<br />
4CeniC: Como Usar o<br />
BanCo De DaDos Da sBHCi<br />
Diretoria anteCiPa os<br />
Planos Para 2009<br />
exClUsiVo<br />
4rogÉrio sarmento-leite entreVista o mÉDiCo e esCritor moaCYr sCliar
opinião<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
í n D i C e<br />
oPinião ...................................................2<br />
PalaVra Do PresiDente ...........................3<br />
Prestação De Contas .............................4<br />
Congresso solaCi-sBHCi .......................10<br />
temas liVres ..........................................12<br />
reUnião Congênitas ..............................13<br />
Ci Do amazonas .....................................14<br />
DestaQUes Do aHa ..................................16<br />
ConselHo DeliBeratiVo ..........................17<br />
Ponto De Vista .......................................18<br />
JosÉ nogUeira Paes Júnior ...................20<br />
entreVista: migUel rati ........................22<br />
Ultra-som intraCoronário .................24<br />
otimizanDo o temPo Porta-Balão ........26<br />
noVa Diretriz sBHCi .............................28<br />
CUrso De reVisão e ProVa ....................30<br />
entreVista: moaCYr sCliar ..................34<br />
teCnologia flat DeteCtor ....................36<br />
ProCeDimentos extraCarDíaCos ..........38<br />
CeniC .....................................................40<br />
noVos sóCios ........................................40<br />
referênCias BiBliográfiCas ..................41<br />
registros .............................................43<br />
CBHPm em DeBate ..................................44<br />
noVo sistema eleitoral ........................47<br />
note e anote ..........................................48<br />
césar Medeiros,<br />
luciana constant daher,<br />
Marcelo cantarelli e<br />
Marcelo de freitas*<br />
oPinião<br />
Ano novo: buscA pelA<br />
felicidAde continuA<br />
Com esta edição, concluímos mais<br />
um ano de trabalho em nosso<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong>, esperando que<br />
você e outros 10.499 leitores tenham<br />
apreciado as informações e os dados de<br />
pesquisas. A idéia é sempre fazer deste<br />
veículo um palco privilegiado para troca<br />
de opiniões e de conhecimento.<br />
Bem, mais um ano chega ao fim. Enquanto<br />
isso, a Humanidade continua atrás<br />
da felicidade. Talvez não haja nada mais legítimo<br />
que isso. Aliás, a felicidade não é<br />
um estado final, que, depois de atingido,<br />
não há mais nada a fazer. O mesmo vale<br />
“ A idéia é<br />
sempre fazer<br />
deste veículo um<br />
palco privilegiado<br />
para troca de<br />
opiniões e de<br />
conhecimento ”<br />
para o sucesso. Uma coisa é chegar lá;<br />
outra diferente, e mais trabalhosa, é preservar<br />
o que foi conquistado.<br />
O sucesso de nossa Sociedade foi conquistado<br />
não somente pela participação<br />
de todos os sócios em nossos congressos,<br />
mas também pela atuação crítica de<br />
todos na atual Diretoria, conquistando<br />
uma solidez científica única, brindada<br />
pela publicação de nossas duas diretrizes<br />
e pela participação efetiva dos cardiologistas<br />
clínicos em nossos fóruns.<br />
Desejamos que, quando do encerramento<br />
de 2008, não seja só mais um calendário<br />
que vai para a lixeira, mas que cada<br />
um desses 365 dias lhe traga uma emoção<br />
diferente, algo que o provoque, que o faça<br />
sentir-se vivo, que o faça superar-se, não<br />
esquecendo os erros, para não repeti-los<br />
em 2009; e que os acertos de 2008 venham<br />
dobrados em 2009. Ao contrário do que<br />
se fala, os anos não passam, ficam em nossa<br />
memória as lições e os momentos neles vividos...<br />
Nós, editores, não poderíamos deixar<br />
de, pessoalmente, trazer o nosso mais<br />
cordial abraço a você, leitor, prometendo<br />
mais esforços e mais dedicação para que<br />
este jornal continue tendo o prestígio de<br />
sua leitura em 2009. Boas Festas!<br />
* Editores do Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
César medeiros, luciana Constant Daher, marcelo Cantarelli e marcelo de freitas
o melHor Da CarDiologia interVenCionista<br />
A iMportânciA dA boA práticA clínicA<br />
e do coMproMisso coM os pAcientes<br />
Prezados Colegas<br />
Nesta edição de final de ano, solicitei<br />
a todos os diretores e colaboradores<br />
mais próximos desta administração, e<br />
atuantes diários, que transmitam suas<br />
percepções, vitórias, derrotas eventuais<br />
e projeções para o novo ano.<br />
Pouco terei a acrescentar, somente<br />
enfatizando que foi um ano de muito<br />
trabalho, com vitórias evidentes e algumas<br />
perdas também.<br />
Realizamos três eventos científicos nacionais<br />
e internacionais, em três cidades<br />
diferentes: em março no Rio de Janeiro,<br />
passando por Recife em junho e finalizando<br />
em São Paulo, em final de novembro.<br />
Publicamos nossas duas diretrizes,<br />
em sua segunda versão, com a chancela<br />
da Sociedade Brasileira de Cardiologia<br />
(SBC), idealizamos e operacionalizamos<br />
nove edições do Programa de Educação<br />
Médica Continuada (PEC), de Belém do<br />
Pará a Gramado, no Rio Grande do Sul,<br />
e reformulamos o curso anual de revisão<br />
e a prova de certificação anual, com sede<br />
em São Paulo, com a criação de módulo<br />
de perguntas com recursos audiovisuais.<br />
Na esfera regulatória da Saúde, fomos<br />
convocados para opinar no Ministério da<br />
Saúde acerca da reformulação da tabela<br />
de órteses, próteses e materiais especiais<br />
(OPM), recebendo mérito de louvor pela<br />
organização e tempestividade, porém<br />
ainda com dificuldades de ofertar a nos-<br />
sos pacientes, de modo amplo, todos os<br />
dispositivos mais modernos, que serão<br />
alvo de submissão para 2009. Avançamos<br />
muito pouco na questão de compartilhamento<br />
endovascular, porém obtivemos<br />
aval de suma importância para o deslinde<br />
dessa questão por parte da SBC e de seu<br />
presidente, Antonio Carlos Palandri Chagas,<br />
além de audiência dedicada a esse<br />
assunto no Conselho Federal de Medicina,<br />
com a presença do presidente Edson<br />
Oliveira Andrade, realizada no dia 10 de<br />
dezembro. Esperamos que em 2009 também<br />
avancemos positivamente e com resultados<br />
consistentes nesse tópico.<br />
Confesso que trabalhei muito, procurando<br />
sempre ser o mais solícito<br />
e atencioso com todos os colegas,<br />
atendendo a todos os pedidos e con-<br />
vites possíveis. Peço minhas desculpas<br />
àqueles que não se sentiram acolhidos;<br />
fiquem certos, porém, de que o objetivo<br />
maior, nosso fortalecimento, estava<br />
como o bem maior a ser atingido.<br />
Agora é o momento de repousarmos<br />
mentalmente, ao menos nas festas familiares.<br />
Informo que a Sociedade Brasileira de<br />
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista<br />
entrará em férias coletivas em 22 de<br />
dezembro, retornando em 12 de janeiro<br />
de 2009 com a energia renovada e com a<br />
maior intensidade possível para cumprirmos<br />
os últimos 12 meses de nossa administração,<br />
com tranqüilidade, elegância, eloqüência<br />
e proficiência únicos desta equipe<br />
de médicos e profissionais envolvidos nas<br />
múltiplas tarefas que abraçamos. Nós estamos<br />
aqui para representar você, e nos sentimos<br />
honrados com essa missão.<br />
A todos meus votos de paz, saúde,<br />
amor, dedicação e sucesso, exercitando<br />
mais e mais nosso lema maior: “ética<br />
com competência”.<br />
Vamos em frente!<br />
Luiz Alberto Mattos<br />
Presidente da <strong>SBHCI</strong><br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
pALAVRA Do pRESiDEnTE
BALAnÇo<br />
diretoriA prestA contAs dAs<br />
reAlizAções de 2008<br />
e AdiAntA plAnos pArA 2009<br />
MarCelo QueIroga,<br />
diretor administrativo da <strong>SBHCI</strong><br />
Um ano de trabalho se encerra! Expectativas<br />
se confirmam e anseios por<br />
objetivos se renovam. Em 2008, no plano<br />
institucional persistiram as ações societárias,<br />
visando ao fortalecimento de nossa<br />
área de atuação, e envidamos uma série de<br />
iniciativas objetivando o reconhecimento<br />
legítimo da atuação dos cardiologistas<br />
intervencionistas em procedimentos no<br />
leito vascular extracardíaco, a exemplo<br />
das angioplastias nos territórios carotídeo<br />
e renal. Nesse sentido, merece ênfase a<br />
iniciativa, em associação com a Sociedade<br />
Brasileira de Cardiologia (SBC), para<br />
obtenção do apoio ao pleito em questão.<br />
A manifestação inconteste da SBC, materializada<br />
por meio de documento emitido<br />
por seu atual presidente, Antonio Carlos<br />
Palandri Chagas, renova nossas esperanças<br />
de uma resolução definitiva dessa questão<br />
no Conselho Federal de Medicina (CFM).<br />
Por outro lado e em outra seara, foram<br />
engendradas iniciativas ante a Comissão<br />
Nacional de Residência Médica (CNRM) a<br />
fim de uniformizar o treinamento dos cardiologistas<br />
intervencionistas, uma vez que<br />
no âmbito da residência médica acontece<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
como um ano adicional à formação em cardiologia.<br />
Atualmente, tramita na CNRM o<br />
pleito da <strong>SBHCI</strong> visando a estender para<br />
dois anos o treinamento em hemodinâmica<br />
e cardiologia intervencionista, em sintonia<br />
com o que já acontece no âmbito da AMB.<br />
As ações citadas independem da vontade<br />
da <strong>SBHCI</strong>. Estamos adstritos a outras instâncias<br />
decisórias, CFM e CNRM, assim não<br />
podemos assegurar o deslinde a contento<br />
de nossas solicitações; porém, no estrito<br />
âmbito societário, desenvolvemos e concluímos<br />
em 2008 o recredenciamento dos<br />
Centros de Treinamento em Hemodinâmica<br />
e Cardiologia Intervencionista (CTHCI).<br />
Hoje, dispomos de uma angiografia precisa<br />
do processo de formação dos novos intervencionistas,<br />
informações valiosas que seguramente<br />
nortearão os novos rumos de<br />
nossa área de atuação, assegurando-se a formação<br />
de profissionais capacitados e ajustados<br />
a necessidades sociais. Essa providência<br />
foi possível graças ao elevado compromisso<br />
societário dos coordenadores dos CTHCI,<br />
que se dispuseram a fornecer os dados no<br />
processo de recadastramento.<br />
Por fim, estamos organizando o próximo<br />
pleito eleitoral, em parceria com a SBC, para<br />
garantir a lisura e a transparência das eleições.<br />
Conforme soberana decisão estatutária,<br />
as eleições de 2009, que escolherão os<br />
dirigentes que estarão à frente dos destinos<br />
de nossa Sociedade no biênio 2010/11, serão<br />
realizadas por meio eletrônico. Em sintonia<br />
com a SBC, que já detém experiência e<br />
credibilidade nessa modalidade de eleições,<br />
estaremos inaugurando o voto eletrônico,<br />
por meio da Internet, retirando-se as eleições<br />
de nossos congressos e aprimorando o<br />
processo democrático na <strong>SBHCI</strong>, conforme<br />
prometido no projeto novas idéias em 2006.<br />
Desejamos uma eleição plural e transparente,<br />
compatível com as melhores tradições da<br />
cardiologia intervencionista brasileira.<br />
ConCretIzAçõeS<br />
O ano de 2009 será o corolário dessas<br />
ações! Esperamos com convicção a concretização<br />
a contento de nossos pleitos ao CFM<br />
e à CNRM. Os fundamentos foram explicitados<br />
em bases sólidas, agora resta aguardar<br />
pelas deliberações dos órgãos competentes.<br />
Muito trabalho ainda nos aguarda, mas não é<br />
demais consignar a certeza de que continuaremos<br />
com o mesmo entusiasmo na busca<br />
dos melhores cenários para a cardiologia<br />
intervencionista no Brasil.<br />
HélIo roQue FIgueIra,<br />
diretor financeiro da <strong>SBHCI</strong><br />
Ao assumirmos a Diretoria Financeira da<br />
<strong>SBHCI</strong>, projetamos cinco metas principais:<br />
transparência financeira, com a divulgação<br />
detalhada dos ativos e das despesas administrativas;<br />
diretrizes orçamentárias; restrição<br />
de despesas, com deslocamento da Diretoria<br />
para reuniões e com a racionalização<br />
dessas reuniões e do número de comissões;<br />
benfeitoria aos sócios, com acesso aos portais<br />
eletrônicos dos periódicos mais utilizados;<br />
e aumento da arrecadação.<br />
Em 2008, a prestação de contas anual<br />
(balancete) foi apresentada à Assembléia<br />
Geral Ordinária (AGO) de maneira absolutamente<br />
clara e inteligível, especialmente o
item despesas, evitando termos tais como<br />
despesas gerais, outras, diversos, etc.<br />
Nossa prometida transparência pôde ser<br />
avaliada pela auditoria externa independente,<br />
permanente e sistemática, e pelo Conselho<br />
Fiscal, o que, sem dúvida, nos orientou para<br />
um melhor gerenciamento das despesas.<br />
Atuamos ainda de forma proativa<br />
para redução da inadimplência de nossos<br />
associados.<br />
Foi implementado, pela primeira vez,<br />
um sistema gerencial informatizado, com<br />
a aquisição de um software financeiro e<br />
contábil, que vem permitindo maior agilidade<br />
e controle de nosso orçamento.<br />
Além disso, o contrato com a antiga<br />
empresa organizadora de nossos eventos<br />
foi rescindido, tendo sido contratada uma<br />
nova empresa, com bases mais favoráveis<br />
em relação à anterior.<br />
SUCeSSo<br />
Em 2009, teremos o XXXI Congresso da<br />
<strong>SBHCI</strong>, em conjunto com a SOLACI, já em<br />
fase de organização científica e administrativa,<br />
que será realizado no período de 10 a<br />
12 de junho, na cidade do Rio de Janeiro.<br />
Apesar da crise econômica mundial com a<br />
conseqüente retração dos investimentos da<br />
indústria de dispositivos, equipamentos e farmacêutica,<br />
estamos confiantes e trabalhando<br />
intensamente para a manutenção do sucesso<br />
científico e gerencial de nosso evento maior.<br />
Pedro alveS leMoS Neto,<br />
diretor científico da <strong>SBHCI</strong><br />
Em 2008, segundo ano da atual gestão,<br />
consolidamos uma série de idéias<br />
surgidas no Congresso de 2007, como<br />
os temas livres apresentados junto com<br />
as aulas convencionais e a participação<br />
em massa de convidados internacionais<br />
de renome. Essa, aliás, é uma tendência<br />
da <strong>SBHCI</strong>, indispensável para 2009,<br />
já que o Congresso será em conjunto<br />
com a Sociedade Latino-Americana de<br />
Cardiologia Intervencionista (SOLACI).<br />
Tais medidas já fizeram sucesso, por<br />
isso foram mantidas para o próximo<br />
ano com o intuito de tornar o encontro<br />
mais ágil, interativo e científico, sem<br />
deixar de ser prático.<br />
regIStro<br />
Além disso, pela primeira vez, estamos<br />
organizando o registro nacional das angioplastias<br />
coronarianas, que tem como<br />
objetivo avaliar os resultados iniciais e<br />
a evolução tardia de pacientes tratados<br />
com procedimentos de intervenção coronária<br />
em nosso País. O registro, inédito<br />
no Brasil, é um projeto financiado<br />
pelos Ministérios da Saúde e da Ciência<br />
e Tecnologia, através do Conselho Nacional<br />
de Desenvolvimento Científico e<br />
Tecnológico (CNPq), e amplia a inserção<br />
da <strong>SBHCI</strong> como referência, ao fornecer<br />
dados sobre a prática médica.<br />
rogérIo SarMeNto-leIte,<br />
diretor de Comunicação da <strong>SBHCI</strong><br />
A pasta da Diretoria de Comunicação<br />
é de grande visibilidade e responsabilidade<br />
para a <strong>SBHCI</strong>. Faz a interface<br />
com os associados e oferece à<br />
comunidade médica e sociedade civil<br />
todos os nossos veículos, com informações<br />
técnicas, científicas e também<br />
assuntos de interesse geral. Desde que<br />
assumimos, no mês de julho de 2006,<br />
reformulamos profundamente nossos<br />
canais de comunicação.<br />
O Portal <strong>SBHCI</strong> foi modernizado, tornou-se<br />
ágil e interativo. Entre outras tantas<br />
novidades, criamos o Repórter <strong>SBHCI</strong>,<br />
que trouxe de forma dinâmica e quase que<br />
em tempo real as notícias dos principais<br />
eventos científicos do globo. Essas ações<br />
determinaram um aumento vertiginoso<br />
de nosso número de acessos, tornando o<br />
endereço www.sbhci.org.br uma referência<br />
nacional e modelo para outras organizações<br />
e sociedades.<br />
Nosso Jornal, rebatizado com o nome<br />
de Jornal da <strong>SBHCI</strong>, teve sua linha editorial<br />
e gráfica totalmente modificada e<br />
qualificada. Assim, cresceu e tomou corpo,<br />
passando de um simples informativo<br />
associativo para uma revista de variedades,<br />
que mescla informação, política, cultura<br />
e lazer, e que hoje tem uma tiragem<br />
superior a 10 mil exemplares, atingindo<br />
todos os cardiologistas do Brasil.<br />
AUtoSUFICIente<br />
A revista Brasileira de Cardiologia<br />
Invasiva (rBCI) literalmente renasceu e<br />
recuperou sua periodicidade, aumentando<br />
a captação e o número de artigos originais.<br />
Com um padrão gráfico e editorial que<br />
muito se assemelha aos periódicos internacionais<br />
de grande porte, já está indexada na<br />
base de dados do LILACS/BIREME e Scopus.<br />
O sistema de submissão é totalmente informatizado<br />
e hoje já dispomos de publicação<br />
eletrônica simultânea na língua inglesa.<br />
Todos esses esforços foram muito gratificantes<br />
e determinaram que os veículos de<br />
comunicação da <strong>SBHCI</strong> se tornassem autosuficientes<br />
e importante fonte de receita<br />
para nossa Sociedade. Tudo isso somente<br />
foi possível graças ao qualificado e abnegado<br />
trabalho de um grupo de amigos, colegas e<br />
parceiros, além de competentes assessorias.<br />
Para 2009 projetamos um crescimento<br />
maior, mais inovações e, sobretudo, novas<br />
conquistas, trabalhando e torcendo para que<br />
o Portal <strong>SBHCI</strong> se difunda internacionalmente,<br />
que o Jornal da <strong>SBHCI</strong> aumente<br />
ainda mais sua penetração no meio médico,<br />
e que a rBCI alcance as desejadas e sonhadas<br />
indexações no SciELO, MEDLINE e ISI.<br />
Muito obrigado pelo suporte e colaboração.<br />
Meus votos de Boas Festas e de<br />
um Feliz Ano Novo, repleto de paz e felicidade,<br />
esperando seguir contando com o<br />
apoio e a audiência de todos.<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
BALAnÇo
BALAnÇo<br />
alexaNdre QuadroS,<br />
editor do Portal <strong>SBHCI</strong><br />
A cobertura dos principais congressos<br />
científicos de cardiologia e cardiologia<br />
intervencionista está sendo realizada<br />
pela equipe do Portal <strong>SBHCI</strong> e por<br />
colaboradores desde o final de 2006,<br />
com o TCT 2006, e tem sido uma das<br />
principais inovações do atual modelo<br />
do Portal. A idéia partiu do diretor de<br />
Comunicação, Rogério Sarmento-Leite,<br />
e do presidente da <strong>SBHCI</strong>, Luiz Alberto<br />
Mattos. Como toda boa idéia, no início<br />
parecia um pouco estranha, médicos fazendo<br />
o trabalho de repórteres... Dois<br />
anos e onze congressos depois, podemos<br />
avaliar melhor sua importância, já<br />
que tem tido não só excelente receptividade<br />
dos colegas associados da <strong>SBHCI</strong>,<br />
mas também grande audiência dos cardiologistas<br />
e colegas de outras especialidades.<br />
Essa grande audiência tem permitido<br />
a evolução desse serviço, com a<br />
captação de patrocínios específicos para<br />
as coberturas, como custeio de transporte,<br />
inscrição e estadia de nossos “repórteres”,<br />
além de tornar-se mais uma<br />
fonte de recursos da Sociedade.<br />
O sistema atualmente utilizado para<br />
realizar as coberturas prevê o envio de<br />
dois ou três colegas a um congresso especificamente<br />
para realizar essa atividade.<br />
Os estudos com maior importância<br />
e repercussão são identificados e, após<br />
sua apresentação, são realizadas resenhas<br />
sobre cada estudo. Um aspecto importante<br />
foi a introdução das resenhas<br />
com formato de resumo estruturado,<br />
que facilita e confere maior rapidez à<br />
leitura e à compreensão de cada tema<br />
pelo usuário. Os repórteres também<br />
ano xi - no ano xi - n 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
fotografam os principais resultados e<br />
apresentadores, sendo, posteriormente,<br />
selecionadas as melhores imagens para<br />
divulgação no website da Sociedade<br />
(www.sbhci.org.br). Apresentações em<br />
PowerPoint ou PDF dos principais estudos<br />
apresentados são também disponibilizadas.<br />
As palestras do último TCT<br />
foram filmadas, mas, em decorrência de<br />
aspectos técnicos e de suporte, as filmagens<br />
restringiram-se às conclusões e<br />
às considerações finais de cada estudo.<br />
Ainda, para obtenção de informações<br />
mais fidedignas e com maior rapidez,<br />
obtivemos uma assinatura do TCTmd<br />
Gold no último TCT. Essa ferramenta<br />
permite o acesso a todo o material didático<br />
do último TCT, incluindo áudio e<br />
vídeo, além das apresentações de slides<br />
dos principais estudos.<br />
A última cobertura científica de 2008<br />
foi realizada no congresso da American<br />
Heart Association, no início de novembro,<br />
na cidade de New Orleans, nos Estados<br />
Unidos, por Pedro Beraldo de Andrade<br />
e Guilherme Attizzani. Nesse evento,<br />
apresentamos mais uma inovação: entrevistas<br />
com apresentadores dos estudos<br />
ou outros investigadores presentes ao<br />
congresso. Nossos repórteres entrevistaram<br />
diversas personalidades da cena<br />
cardiológica mundial sobre os últimos<br />
estudos apresentados, com foco na extrapolação<br />
e na aplicabilidade dos dados<br />
para a realidade brasileira. Entre outras,<br />
destacamos as entrevistas com os renomados<br />
Eugene Braunwald e Gregg Stone,<br />
que dispensam maiores referências, disponibilizadas<br />
no website da Sociedade.<br />
rAPIdez<br />
Outro aspecto importante do atual<br />
modelo de coberturas científicas realizadas<br />
pela <strong>SBHCI</strong> é a rapidez. Em virtude<br />
da existência de diversos websites<br />
internacionais realizando coberturas<br />
científicas (embora na língua inglesa),<br />
consideramos importante o envio das<br />
informações preferencialmente no dia<br />
da apresentação, o que nem sempre é<br />
possível por causa do fuso horário. De<br />
qualquer forma, temos monitorizado a<br />
rapidez da realização das coberturas<br />
pelos principais websites internacionais,<br />
e é com orgulho que registramos<br />
que os boletins da <strong>SBHCI</strong> estiveram<br />
entre os três primeiros a serem emitidos<br />
nos principais congressos de 2008.<br />
Essa rapidez e essa eficiência somente<br />
têm sido possíveis pelo esforço dedicado<br />
e pela eficiência dos colegas repórteres,<br />
bem como de uma equipe<br />
de suporte técnico no Brasil durante<br />
todo o evento.<br />
Em 2009, temos o desafio de manter<br />
o padrão de eficiência e qualidade demonstrado<br />
até agora, possibilitando ao<br />
associado da <strong>SBHCI</strong> informação científica<br />
inédita, com credibilidade e em<br />
português dos principais congressos de<br />
Cardiologia. O primeiro congresso de<br />
2009 será o do American College of Cardiology,<br />
em março, na cidade de Orlando,<br />
Estados Unidos. Até lá!<br />
Áurea J. Chaves,<br />
editora da rBCI<br />
A indexação da revista Brasileira<br />
de Cardiologia Invasiva (rBCI) no<br />
Scopus, em janeiro de 2008, foi a primeira<br />
grande realização do ano. O Scopus<br />
é o maior banco de dados científicos da<br />
atualidade, com mais de 15 mil periódicos<br />
listados, e que rivaliza com o ISI<br />
Thompson em vários dos serviços oferecidos<br />
aos usuários. Essa indexação dá<br />
grande visibilidade internacional à rBCI<br />
e provavelmente irá facilitar novas indexações<br />
almejadas pela Revista.<br />
Outra importante realização foi manter<br />
em alto grau o interesse dos quase 20<br />
mil usuários/mês que conquistamos este<br />
ano, à custa de artigos originais de grande<br />
valor científico e também de editoriais de<br />
especialistas nacionais e internacionais<br />
renomados. Responderam ao convite<br />
para redigir editoriais para a rBCI, entre
outros, autores como Louis Caplan (Harvard<br />
Medical School, Boston, MA, Estados<br />
Unidos), Emerson Perin (Texas Heart<br />
Institute, Houston, TX, Estados Unidos),<br />
Eberhard Grube (HELIOS Heart Center,<br />
Siegburg, Alemanha), James Ferguson (Texas<br />
Heart Institute, Houston, TX, Estados<br />
Unidos), Marco Costa (Case Western<br />
Reserve University, Cleveland, OH, Estados<br />
Unidos) e Hugo Londero (Sanatório<br />
Allende, Córdoba, Argentina).<br />
Em outubro, voltamos a submeter a<br />
rBCI ao SciELO, depois de serem adequadas<br />
as duas únicas solicitações não alcançadas<br />
na primeira oportunidade, quais<br />
sejam: a publicação, a partir de 2008, de<br />
75% de artigos originais por edição e alcançar<br />
o mínimo de 60 artigos/ano.<br />
Fora do escopo científico, atingimos<br />
também maturidade gerencial, com amplo<br />
patrocínio da Revista por praticamente<br />
todas as companhias envolvidas no desenvolvimento<br />
de instrumentais e sistemas de<br />
imagem dedicados à cardiologia intervencionista<br />
e endovascular.<br />
exPeCtAtIvA<br />
Esperamos começar 2009 com a notícia<br />
da aprovação pelo SciELO. Essa aprovação<br />
será fundamental para a reclassificação<br />
da rBCI pela CAPES, passando a<br />
Revista a ser bastante atrativa para receber<br />
artigos de programas de pós-graduação<br />
nacionais da área intervencionista.<br />
A indexação no SciELO também será<br />
o ponto de partida para pleitearmos, em<br />
2009, indexações no Medline e no ISI<br />
Thompson, metas bem mais difíceis, mas<br />
não impossíveis de serem alcançadas.<br />
Todos esses objetivos científicos e<br />
gerenciais citados não superam a maior<br />
realização da rBCI: a conquista progressiva<br />
dos cardiologistas intervencionistas<br />
brasileiros, que fizeram da Revista sua<br />
fonte de consulta e veículo de divulgação<br />
preferencial de seus artigos científicos.<br />
Essa credibilidade e aceitação da rBCI,<br />
patrimônio maior logrado pela Revista,<br />
foram conseguidos graças ao trabalho<br />
árduo do Corpo Editorial e ao suporte<br />
irrestrito da Diretoria da <strong>SBHCI</strong>, em<br />
especial de seu presidente, Luiz Alberto<br />
Mattos, e de seu diretor de Comunicação,<br />
Rogério Sarmento-Leite, aos quais<br />
agradeço profundamente.<br />
luIz aNtoNIo guBolINo,<br />
diretor de Qualidade Profissional da <strong>SBHCI</strong><br />
No Congresso anual da <strong>SBHCI</strong>, no Recife,<br />
realizou-se o II Fórum de Qualidade<br />
Profissional, que integrou especialistas da<br />
cardiologia intervencionista, representantes<br />
de entidades da Saúde pública, privada<br />
e de sociedades de classe. Foi uma oportunidade<br />
para esclarecimentos de pontos<br />
polêmicos e incentivo ao debate em torno<br />
de situações de interesse da cardiologia<br />
intervencionista. Neste ano, houve, ainda, a<br />
publicação da Diretriz de Qualidade Profissional<br />
e Institucional, Centro de Treinamento<br />
e Certificação Profissional da <strong>SBHCI</strong>,<br />
em sua segunda edição, que tem o foco na<br />
apresentação de referências para os profissionais<br />
e instituições dessa área de atuação,<br />
na normatização dos centros e programas<br />
de treinamento, e na atualização dos critérios<br />
de certificação do cardiologista intervencionista.<br />
Além disso, o Portal <strong>SBHCI</strong><br />
disponibilizou uma via direta de comunicação<br />
entre os associados e o diretor de<br />
Qualidade Profissional, o que resultou em<br />
grande número de contatos entre esta Diretoria,<br />
associados da <strong>SBHCI</strong> e, até mesmo,<br />
profissionais de outras áreas da Saúde.<br />
oBJetIvoS<br />
Um de nossos principais objetivos em<br />
2009, com apoio de toda a Diretoria da<br />
<strong>SBHCI</strong>, será promover o debate em torno<br />
da remuneração do trabalho do profissional<br />
da cardiologia intervencionista. A estratégia<br />
é envolver todas as nossas regionais,<br />
através de seus representantes e suas lideranças,<br />
visando a identificar a realidade<br />
praticada nas várias regiões deste imenso<br />
País, realizar uma reavaliação crítica das tabelas<br />
de honorários médicos, que são refe-<br />
rências de remuneração, e finalizar com a<br />
criação de um rol de procedimentos e honorários<br />
da própria <strong>SBHCI</strong>, a ser sugerido<br />
como prática para todo o País. Um rol que<br />
atenda não só os anseios do profissional da<br />
cardiologia intervencionista, mas que seja<br />
condizente e justo com as características e<br />
particularidades de nossa atividade médica.<br />
JoSé aNtoNIo MarIN-Neto,<br />
diretor de educação<br />
Médica Continuada da <strong>SBHCI</strong><br />
A Diretoria de Educação Médica Continuada<br />
(EMC) foi instituída e recentemente<br />
aprovada, durante a atual administração da<br />
<strong>SBHCI</strong>, como idealizada por Marcelo Queiroga<br />
e Luiz Alberto Mattos. Além de suas<br />
atribuições específicas, definidas no Estatuto<br />
da <strong>SBHCI</strong>, é natural que, pelo próprio contexto<br />
inerente de suas responsabilidades, o<br />
diretor de EMC colabore, quando solicitado,<br />
com o diretor administrativo, o diretor científico,<br />
e o diretor de Qualidade Profissional,<br />
entre outros. Também, pontualmente, colaborou-se<br />
com o coordenador da Comissão<br />
Permanente de Certificação em Hemodinâmica<br />
e Cardiologia Intervencionista.<br />
Foi idealizado ainda um Programa de<br />
Educação Continuada (PEC), destinado a<br />
promover contato mais estreito e fecundo<br />
de nossa Sociedade com os cardiologistas<br />
clínicos. Realizamos, em 2008, oito rodadas<br />
desse projeto de atualização científica<br />
da <strong>SBHCI</strong> durante congressos marcantes<br />
da cardiologia brasileira: Sociedade de<br />
Cardiologia do Estado de São Paulo (SO-<br />
CESP), em 1 o de maio – São Paulo, SP; Sociedade<br />
de Cardiologia do Rio Grande do<br />
Sul (SBC-RS), em 13 de junho – Gramado,<br />
RS; Norte-Nordeste de Cardiologia, em<br />
12 de junho – Belém, PA; Sociedade de<br />
Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
BALAnÇo
BALAnÇo<br />
(SOCERJ), em 11 de junho – Rio de Janeiro,<br />
RJ; Sociedade Brasiliense de Cardiologia, em<br />
11 de junho – Brasília, DF; Sociedade Mineira<br />
de Cardiologia, em 12 de junho – Belo Horizonte,<br />
MG; Sociedade Goiana de Cardiologia,<br />
em 22 de agosto – Goiânia, GO; e da<br />
própria Sociedade Brasileira de Cardiologia<br />
(SBC), em 7 de setembro – Curitiba, PR.<br />
Os simpósios compreenderam sempre<br />
dois temas teóricos de revisão e atualização,<br />
abrangendo aspectos diagnósticos e<br />
terapêuticos intervencionistas em coronariopatias.<br />
Um terceiro tema abordou controvérsias<br />
atualmente acesas, como o papel<br />
da revascularização por via percutânea em<br />
pacientes com doença coronária estável, o<br />
dilema da abertura ou não de artérias persistentemente<br />
ocluídas mas em pacientes<br />
estáveis após o infarto agudo do miocárdio,<br />
o enigma da trombose tardia após implante<br />
de stents farmacológicos, e a polêmica<br />
das indicações de intervenção percutânea<br />
vs. cirurgia de revascularização miocárdica<br />
em pacientes multiarteriais, com diabetes<br />
melito ou lesões tronculares.<br />
Em cada simpósio foram ainda apresentados<br />
casos clínicos emblemáticos dos aspectos discutidos<br />
durante a parte teórica do programa,<br />
contando-se sempre, nessa fase, com o concurso<br />
de cardiologistas clínicos de reconhecidos<br />
saber e experiência, que enriqueceram<br />
sobremaneira o debate com a assistência.<br />
Apesar de a temática ter sido comum,<br />
registrou-se certa heterogeneidade na<br />
forma e até no conteúdo das exposições<br />
teóricas, entre as diversas versões do<br />
Simpósio PEC. O grau de diversificação<br />
registrado pode ser considerado aceitável<br />
e natural pela imanente circunstância de<br />
terem atuado na execução dos simpósios<br />
inúmeros intervencionistas com formação,<br />
bagagem e experiência bastante variadas.<br />
InterAção<br />
O PEC terá continuidade em 2009, provavelmente<br />
com alguma redução no número<br />
de eventos em que os simpósios serão<br />
realizados. A iniciativa da <strong>SBHCI</strong> de promover<br />
essas oportunidades de interação, em<br />
alto nível, entre intervencionistas e cardiologistas<br />
clínicos foi, de forma geral, muito<br />
bem recebida pelos dois contingentes.<br />
Quase sempre estiveram repletas as salas<br />
dos simpósios, e depoimentos praticamente<br />
unânimes registraram o proveito e<br />
ano xi - no ano xi - n 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
a proficuidade desses eventos.<br />
Talvez a única crítica, isolada e enviesada,<br />
de que tivemos conhecimento foi de<br />
que essa iniciativa poderia caracterizar<br />
abuso de poder econômico por parte da<br />
<strong>SBHCI</strong>. Nesse sentido, repudiamos veementemente<br />
tal interpretação. Temos a<br />
convicção firmada de que a <strong>SBHCI</strong>, com o<br />
PEC, faz, sim, investimento sério, legítimo<br />
e cientificamente respaldado, no próprio<br />
âmago e na essência do conceito de educação<br />
médica continuada.<br />
Pelo PEC veiculamos, de forma consciente,<br />
aberta, e transparente, mensagens<br />
fundamentais sobre os resultados reais e<br />
potenciais dos métodos diagnósticos e terapêuticos<br />
que dominamos, e que devem<br />
ser prodigalizados, por atuação conjunta<br />
com os cardiologistas clínicos, responsáveis<br />
diretos que são pelos nossos pacientes.<br />
Sobre o registro CENIC, em breve nos<br />
reportaremos sobre o andamento de importantes<br />
avanços e perspectivas no aproveitamento<br />
de seus dados.<br />
MarCoS MarINo,<br />
diretor de Intervenções<br />
extracardíacas da <strong>SBHCI</strong><br />
A atual gestão tem em seu currículo<br />
muitos eventos importantes, entre os<br />
quais destaco os dois primeiros simpósios<br />
de Intervenção Extracardíaca, realizados<br />
em março de 2007 e de 2008, e o 1 o Core<br />
Curriculum in Carotid Stenting. Este último,<br />
realizado juntamente com a Society for<br />
Cardiovascular Angiography and Interventions<br />
(SCAI), aconteceu em agosto de 2007 e<br />
contou com a presença de vários convidados<br />
internacionais, salientando a importância<br />
de marcar parcerias científicas<br />
entre as duas sociedades.<br />
Foram três atividades científicas, inde-<br />
pendentes do Congresso da <strong>SBHCI</strong>, com<br />
o objetivo de estimular o sócio a atuar na<br />
área de intervenção não-cardíaca da SBH-<br />
CI, ou seja, em procedimentos como angioplastias<br />
carotídeas e periféricas e em tratamentos<br />
de aneurismas da aorta. Essas atividades<br />
científicas, que tiveram participação<br />
efetiva de diversos especialistas, nacionais<br />
e internacionais, foram importantes para<br />
atualizar e desenvolver profissionalmente<br />
os médicos e para estimular o crescimento<br />
da intervenção extracardíaca.<br />
CIentíFICo<br />
Como proposta para 2009, teremos<br />
uma sala com programação científica voltada<br />
aos procedimentos de intervenção<br />
extracardíaca no Congresso da Sociedade<br />
Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista<br />
(SOLACI), que será realizado<br />
em junho, no Rio de Janeiro. Já temos a<br />
presença confirmada de um especialista<br />
da Europa, Thomas Zeller, do Herz-<br />
Zentrum Bad Krozingen, Alemanha, com<br />
grande área de atuação em intervenções<br />
extracardíacas e com foco estabelecido<br />
em angioplastias carotídea e renal, temas<br />
bastante discutidos na atualidade.<br />
Em suma, a perspectiva é a de manter<br />
o programa científico anual específico da<br />
área de intervenções extracardíacas como<br />
parte do programa da Diretoria por toda a<br />
gestão, estimulando e dando base científica<br />
para que os associados atuem nessa área,<br />
com a visão de uma doença sistêmica<br />
CéSar auguSto eSteveS,<br />
diretor de Intervenções em Cardiopatias<br />
Congênitas da <strong>SBHCI</strong><br />
O que fizemos nesses dois anos de gestão<br />
foi buscar a normatização da residência<br />
médica de intervenção em cardiopatias
congênitas, tornando seu título reconhecido<br />
pela <strong>SBHCI</strong> e pela Sociedade Brasileira<br />
de Cardiologia (SBC).<br />
Outro desafio da atual gestão, meta que<br />
estamos buscando desde o início e que<br />
espero sej atingida no próximo ano, é o<br />
registro nacional das intervenções em cardiopatias<br />
congênitas. Sem isso, ainda não<br />
podemos responder a questões simples,<br />
como: “Quantos casos de fechamento de<br />
comunicação interatrial (CIA), persistência<br />
do canal arterial (PCA) e forame oval<br />
patente (FOP) são realizados por ano?”,<br />
“Quantas valvoplastias (pulmonar e aórtica)<br />
são realizadas por ano no Brasil?”. São<br />
respostas simples, que ainda não temos<br />
e que acredito sejam muito importantes<br />
para a codificação e liberação de próteses<br />
pelo Sistema Único de Saúde (SUS).<br />
Já criamos e estamos trabalhando em<br />
grupos formados por médicos de todo<br />
o Brasil nas diretrizes dos procedimentos<br />
intervencionistas em cardiopatias<br />
congênitas, que serão publicadas pela<br />
<strong>SBHCI</strong> no próximo ano, ainda dentro da<br />
atual gestão.<br />
Realizamos dois congressos nacionais<br />
(Brasília e Recife), com programação<br />
científica completa. No congresso de<br />
Brasília, foram apresentados casos editados.<br />
Já no do Recife, transmitimos cinco<br />
casos ao vivo para a platéia, diretamente<br />
de dois hospitais do Recife. E em ambos<br />
os congressos contamos com a presença<br />
de quatro convidados internacionais<br />
de peso na especialidade.<br />
deSAFIoS<br />
Nossos maiores desafios, portanto, serão:<br />
– normatizar de uma vez por todas o<br />
título para os médicos que queiram se<br />
dedicar a intervenções nas cardiopatias<br />
congênitas;<br />
– terminar e publicar as diretrizes de intervenções<br />
em cardiopatias congênitas; e<br />
– criar o registro nacional de intervenções<br />
em cardiopatias congênitas.<br />
FerNaNdo StuCCHI devIto,<br />
coordenador de temas livres da <strong>SBHCI</strong><br />
Foram muitos os desafios que a atual<br />
Diretoria da <strong>SBHCI</strong> se propôs a enfrentar<br />
neste ano. A pesquisa científica na cardiologia<br />
intervencionista é uma atividade<br />
complexa. No entanto, a importância estratégica<br />
dessa questão para a <strong>SBHCI</strong> direcionou<br />
um plano de trabalho em 2008<br />
com grande impacto positivo.<br />
A estruturação eletrônica do sistema<br />
de envio e julgamento dos temas livres<br />
permitiu imparcialidade e eficiência, sendo<br />
um importante aliado desse projeto.<br />
No último Congresso, mais de 200 temas<br />
médicos foram submetidos à Comissão<br />
Julgadora, composta por 64 sócios julgadores,<br />
que selecionaram os melhores<br />
para apresentação. Associado a isso, o<br />
0800 701 7789 www.medical.philips.com/br<br />
destaque reservado a esses trabalhos, totalmente<br />
inseridos no coração da programação<br />
científica, sinalizou, sem cerimônia,<br />
a importância de nossa própria produção<br />
científica para a produção do conhecimento,<br />
verdadeiro veículo transformador<br />
da Sociedade. E, muito importante, a<br />
maioria dos pesquisadores não se restringiu<br />
a essa etapa da produção, mas submeteu<br />
seus trabalhos à revista Brasileira<br />
de Cardiologia Invasiva (rBCI), na<br />
forma de artigos originais, finalizando o<br />
processo de pesquisa científica.<br />
A extensa premiação reservada aos<br />
temas livres, com mais de vinte prêmios<br />
distribuídos às pesquisas de maior destaque<br />
em 2008, simboliza o reconhecimento<br />
da <strong>SBHCI</strong> a todos os que trabalham pelos<br />
projetos científicos em nosso País. Além<br />
disso, é um exemplo de que o estímulo<br />
ao desenvolvimento científico, mais do<br />
que palavras, requer ações consistentes e<br />
políticas determinadas dos órgãos competentes<br />
de nossa Sociedade.<br />
MetAS<br />
Se alguma dúvida ainda rondou os menos<br />
crédulos neste ano, em 2009 não há<br />
mais chances de voltar atrás. Esse projeto<br />
de estímulo à produção científica resultou<br />
em uma etapa de desenvolvimento nunca<br />
antes vislumbrada pela <strong>SBHCI</strong>.<br />
Com a realização do próximo Congresso<br />
da SOLACI em conjunto com nosso<br />
evento anual, esperamos grande volume<br />
de submissão de temas livres. É o momento<br />
de aproveitarmos a estrutura desenvolvida<br />
em 2008 para um salto ainda maior. O<br />
Rio de Janeiro será palco de um evento de<br />
altíssima qualidade no cenário mundial da<br />
cardiologia intervencionista, e a Coordenação<br />
dos Temas Livres terá, nesse evento,<br />
uma oportunidade especial.<br />
A atual política de premiação não só<br />
será mantida, como será ampliada. A Comissão<br />
Julgadora premiará as melhores<br />
pesquisas, que, no Congresso, terão visibilidade<br />
inédita. Critérios rigorosos e<br />
julgamento imparcial irão nortear essa<br />
seleção, para que, ao final de 2009, possamos<br />
contabilizar, na rBCI, o maior<br />
volume de publicações científicas originais<br />
da história da <strong>SBHCI</strong>. O legítimo<br />
reconhecimento científico de nossa Sociedade<br />
é nossa meta maior!<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
BALAnÇo
o QUE VEM poR AÍ<br />
conGresso solAci e sbH<br />
AGendA científicA QuAse<br />
luiz Alberto Mattos*<br />
Nosso próximo Congresso anual,<br />
em sua trigésima primeira edição,<br />
está em processo de finalização.<br />
A Comissão Científica efetivou quatro<br />
reuniões desde agosto, e se encaminha<br />
para a conclusão a agenda científica.<br />
Em 2009, o evento se engalana, com a<br />
parceria com a Sociedade Latino-Americana<br />
de Cardiologia Intervencionista<br />
(SOLACI) e sua elevação para um patamar<br />
internacional. Ambas as sociedades,<br />
representadas por suas Comissões<br />
Científicas, estão em ativo compartilhamento,<br />
por meio de seus presidentes,<br />
Luiz Alberto Mattos e Alexandre<br />
Abizaid (<strong>SBHCI</strong> e SOLACI, respectivamente),<br />
e do presidente do Congresso,<br />
Hélio Roque Figueira, do Rio de Janeiro,<br />
sede do evento.<br />
No dia 27 de outubro, o evento foi<br />
apresentado aos parceiros da <strong>SBHCI</strong> e<br />
recebeu pleno suporte para sua efetivação.<br />
Confira as novidades.<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
fernando Devito (sP), ariel Duran (Uruguai), fábio sândoli de Brito Jr. (sP), José antonio marin-neto (sP),<br />
gilberto l. nunes (rs), maurício rezende Barbosa (mg), Helio roque figueira (rJ), Wilson Pimentel (sP), marco<br />
V. Wainstein (rs), amanda sousa (sP), luiz alberto mattos (sP), alexandre abizaid (sP) e expedito ribeiro (sP)<br />
LocaL e Data<br />
EXHIBITION & CONVENTION<br />
CENTER – Rio de Janeiro, RJ – Brasil<br />
Data: 10 a12 de junho de 2009<br />
Rua Salvador Allende, 6.555 -<br />
Barra da Tijuca - Rio de Janeiro, RJ<br />
Site: www.riocentro.com.br<br />
Gerência aDministrativa<br />
Do evento<br />
NoRmA CABRAl<br />
Rua Beira-Rio, 45 – conj. 74 – Vila<br />
olímpia – CEP 04548-050 – São Paulo,<br />
SP. Tel./Fax: (+55 11) 3849-5034<br />
email: gerencia@sbhci.org.br<br />
casos ao vivo internacionais<br />
e nacionais<br />
Está confirmada a transmissão de casos<br />
ao vivo a partir de três reconhecidos<br />
centros internacionais, via satélite,<br />
para o Riocentro, cada um deles com<br />
90 minutos de transmissão. Os casos<br />
clínicos nacionais serão efetivados do<br />
Instituto Nacional de Cardiologia de<br />
Laranjeiras por operadores radicados<br />
no Rio de Janeiro, totalizando quatro<br />
casos. Intervenção em cardiopatias congênitas<br />
e defeitos cardíacos estruturais<br />
também serão contemplados, com a<br />
realização de até oito casos, também
ci 2009<br />
prontA<br />
ao vivo, a partir do Hospital de Clínicas<br />
de Niterói e do Instituto Nacional de<br />
Cardiologia de Laranjeiras.<br />
méDicos operaDores<br />
Dos casos cLínicos<br />
Paulo Sérgio de oliveira e marta<br />
labrunie; miguel Rati e César Rocha<br />
medeiros; Rogério luciano de moura e<br />
Fernando Barreto; Hélio Roque Figueira<br />
e Júlio Andréa machado.<br />
conviDaDos internacionais<br />
Estão confirmadas as seguintes participações:<br />
Christopher Cates (Estados Uni-<br />
grAde de ProgrAMAção CIentíFICA<br />
Junho de 2009/dia 10 11 12<br />
Abertura da Secretaria 8h30 7h30 7h30<br />
Atividades Científicas – 8h30 – 10h00 8h30 – 10h00<br />
Intervalo Matinal – 10h00 – 10h30 10h00 – 10h30<br />
Atividades Científicas 10h30 – 12h00 10h30 – 12h00 10h30 – 12h00<br />
Simpósios-Satélites 12h15 – 14h00 12h15 – 14h00 12h15 – 14h00<br />
Atividades Científicas 14h00 – 16h00 14h00 – 16h00 14h00 – 16h00<br />
Intervalo Vespertino 16h00 – 16h45 16h00 – 16h45 16h00 – 16h30<br />
Atividades Científicas 16h45 – 18h15 16h45 – 18h15 16h30 – 18h00<br />
Abertura Oficial com Palestra Científica 18h30 – 20h30 – –<br />
Assembléia Ordinária da <strong>SBHCI</strong> – 18h30 – 20h30 –<br />
Encerramento e Show de Confraternização – – 20h30<br />
AUdItórIoS e SALAS de eventoS<br />
SALA núMero de ASSentoS teMátICA<br />
Copacabana 500 Intervenção em doenças Adquiridas Cardíacas<br />
Ipanema 500 Intervenção em doenças Adquiridas Cardíacas<br />
Leme 220 Procedimentos Intervencionistas extracardíacos<br />
Leblon 165 Intervencionismo em Cardiopatias Congênitas<br />
Arpoador 500 departamento de enfermagem e técnicos<br />
dos), Cindy Grines (Estados Unidos), David<br />
Holmes (Estados Unidos), Eberhard Grube<br />
(Alemanha), Ehtisham Mahmud (Estados<br />
Unidos), Gregg Stone (Estados Unidos),<br />
Marco A. Costa (Estados Unidos), Marie<br />
Claude-Morice (França), Martin Leon (Estados<br />
Unidos), Michael Gibson (Estados<br />
Unidos), Pedro Moreno (Estados Unidos)<br />
e Thomas Zeller (Alemanha), entre outros.<br />
temas Livres<br />
O sistema eletrônico de submissão<br />
de temas livres está disponível desde<br />
o dia 1 o de dezembro, com acessos em<br />
ambos os portais societários (www.<br />
sbhci.org.br e www.solaci.org.br). É<br />
possível submeter sua pesquisa em três<br />
idiomas (português, inglês e espanhol).<br />
A coordenação de todo o processo de<br />
submissão, julgamento e apresentação<br />
estará a cargo de Fernando Devito<br />
(SP), que informa a todos que a data<br />
limite para submissão será 8 de março<br />
de 2009. O Congresso distribuirá novamente<br />
diversas premiações significativas<br />
(confira em matéria dedicada nesta<br />
edição do Jornal da <strong>SBHCI</strong>), estando<br />
o usufruto da premiação condicionado<br />
à apresentação da pesquisa em formato<br />
de artigo original para publicação na<br />
revista Brasileira de Cardiologia<br />
Invasiva (www.rbci.org.br).<br />
* Presidente da <strong>SBHCI</strong><br />
o QUE VEM poR AÍ<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 11
o QUE VEM poR AÍ<br />
C<br />
M<br />
Y<br />
CM<br />
MY<br />
CY<br />
CMY<br />
K<br />
teMAs livres 2009<br />
fernando stucchi devito*<br />
Grandes desafios já foram transpostos<br />
até este momento. Para<br />
o próximo ano, não há caminho<br />
de volta. O investimento no projeto de<br />
estímulo à produção científica resultou<br />
em um nível de desenvolvimento nunca<br />
antes vislumbrado pela <strong>SBHCI</strong>.<br />
Em 2009, daremos um salto ainda maior.<br />
Nosso Congresso será realizado em conjunto<br />
com o da SOLACI, no Rio de Janeiro,<br />
e certamente será um evento de altíssimo<br />
nível no cenário da cardiologia intervencionista.<br />
A pesquisa médica, de importância<br />
estratégica para nossa Sociedade, continuará<br />
ocupando um espaço especial no<br />
coração do Congresso e, dessa forma, sua<br />
divulgação terá repercussão internacional.<br />
A atual política de premiação dos temas<br />
livres não só será mantida, como será ampliada.<br />
A <strong>SBHCI</strong> irá oferecer 24 prêmios<br />
às melhores pesquisas do XXXI Congresso<br />
<strong>SBHCI</strong> – XV Congresso SOLACI em<br />
duas etapas. Serão 20 prêmios relacionados<br />
às doenças cardíacas adquiridas, dois<br />
referentes às intervenções extracardíacas<br />
e dois, à área de cardiopatias congênitas.<br />
A primeira etapa da premiação será realizada<br />
na fase de julgamento eletrônico<br />
das submissões dos temas livres (“Prêmio<br />
Melhor Tema Livre no Julgamento<br />
Eletrônico”). Os 12 trabalhos com as<br />
maiores notas obtidas nessa etapa de<br />
avaliação serão premiados antecipadamente,<br />
na abertura do Congresso. Logo<br />
após o julgamento serão anunciados os<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
AD XPRO 122x58mm APROVADO.pdf 19.04.08 19:52:26<br />
premiados, sendo o usufruto do prêmio<br />
(passagem e hospedagem em eventos<br />
científicos) efetivado única e exclusivamente<br />
mediante entrega, submissão e<br />
APROVAÇÃO do tema livre premiado<br />
em formato de artigo original à revista<br />
Brasileira de Cardiologia Invasiva<br />
(rBCI) até 30 de abril de 2009.<br />
Na segunda etapa da premiação (“Prêmio<br />
Melhor Tema Livre no Congresso”),<br />
serão premiados os 12 trabalhos de maior<br />
destaque durante o Congresso, ou seja,<br />
aqueles que receberem as maiores notas<br />
na avaliação da Comissão de Temas Livres<br />
da <strong>SBHCI</strong>. O resultado será anunciado<br />
na Cerimônia de Encerramento do Congresso.<br />
Da mesma forma que na primeira<br />
etapa, o usufruto do prêmio (passagem e<br />
hospedagem em eventos científicos) será<br />
efetivado única e exclusivamente median-<br />
te entrega, submissão e APROVAÇÃO do<br />
tema livre premiado em formato de artigo<br />
original à rBCI até 30 de julho de<br />
2009. Reiteramos que a premiação não é<br />
cumulativa e que os trabalhos premiados<br />
na primeira etapa não são candidatos à<br />
premiação durante o Congresso. A seguir<br />
está apresentada a relação de prêmios<br />
oferecidos, nas duas etapas da avaliação.<br />
“PrÊMIo MeLHor teMA LIvre<br />
– doençA CArdIovASCULAr<br />
AdQUIrIdA”<br />
1 o lugar – passagem aérea<br />
e hospedagem – TCT 2009<br />
2 o lugar – passagem aérea<br />
e hospedagem – PCR 2010<br />
3 o lugar – passagem aérea – TCT 2009<br />
4 o lugar – passagem aérea – PCR 2010<br />
5 o lugar – passagem aérea<br />
+ hospedagem – SOLACI 2010<br />
6 o lugar – passagem aérea<br />
+ hospedagem – SOLACI 2010<br />
7 o lugar – passagem aérea<br />
+ hospedagem – <strong>SBHCI</strong> 2010<br />
8 o lugar – passagem aérea<br />
+ hospedagem – <strong>SBHCI</strong> 2010<br />
9 o lugar – passagem aérea<br />
+ hospedagem – <strong>SBHCI</strong> 2010<br />
10 o lugar – passagem aérea<br />
+ hospedagem – <strong>SBHCI</strong> 2010<br />
“PrÊMIo MeLHor teMA LIvre<br />
– CArdIoPAtIA CongÊnItA”<br />
1 o lugar – passagem aérea<br />
+ hospedagem – PICS 2010<br />
“PrÊMIo MeLHor teMA LIvre<br />
– extrACArdíACo”<br />
1 o lugar – passagem aérea<br />
+ hospedagem – TCT 2009<br />
Estamos certos de que essa iniciativa,<br />
mais do que um estímulo a quem se dedica<br />
à produção do conhecimento científico,<br />
representa a clara sinalização da relevância<br />
da pesquisa médica para a <strong>SBHCI</strong>. É<br />
com políticas de desenvolvimento como<br />
essa que construiremos uma Sociedade<br />
mais sólida e forte, digna da grandeza da<br />
cardiologia intervencionista brasileira.<br />
* Coordenador de Temas Livres 2009
diretoriA de cArdiopAtiAs conGÊnitAs:<br />
soluções pArA certificAçÃo<br />
profissionAl estÃo A cAMinHo<br />
luiz Alberto Mattos*<br />
Estiveram reunidos em São Paulo, dia<br />
20 de novembro, na sede da <strong>SBHCI</strong>,<br />
o diretor de Intervenção em Cardiopatias<br />
Congênitas da <strong>SBHCI</strong>, César<br />
A. Esteves (SP), o presidente da <strong>SBHCI</strong>,<br />
Luiz Alberto Mattos (SP), o coordenador<br />
da Comissão Permanente de Certificação<br />
(CPC), Samuel Silva da Silva (PR),<br />
e mais 16 sócios da <strong>SBHCI</strong>, que atuam<br />
dedicadamente na prática clínica brasileira,<br />
tanto no diagnóstico como no tratamento<br />
intervencionista das anomalias<br />
congênitas e estruturais do coração.<br />
São os colegas Carlo Pilla (RS), Célia<br />
Maria Camelo Silva (SP), Edmundo<br />
Clarindo Oliveira (MG), Fabio Augusto<br />
Selig (PR), Francisco Araújo Chamié de<br />
Queiroz (RJ), Jorge Luis Haddad (SP),<br />
José Luiz Balthazar Jacob (SP), Juliana<br />
Neves (PE), Leo Agostinho Solarewicz<br />
(PR), Luiz Alberto Christiani (RJ), Luiz<br />
Carlos do Nascimento Simões (RJ), Luiz<br />
Carlos Giuliano (SC), Luiz Junya Kajita<br />
(SP), Mauricio Jaramillo Hincapié (DF),<br />
Raul Ivo Rossi Filho (RS) e Salvador André<br />
Bavaresco Cristovão (SP).<br />
O tema central do encontro foi a discussão<br />
das aspirações desses sócios em<br />
relação à certificação profissional. Como<br />
sabemos, esse grupo de intervencionistas,<br />
dedicado quase que integralmente a<br />
esse segmento das cardiopatias, recentemente<br />
vem acolhendo colegas médicos<br />
cuja formação de base não é a clínica<br />
médica e a cardiologia e sim a pediatria<br />
e a cardiologia pediátrica.<br />
Nosso concurso anual para obtenção<br />
do Certificado de Área de Atuação em<br />
Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista<br />
prescreve a apresentação do<br />
pré-requisito único do Título de Especialista<br />
em Cardiologia (TEC) emitido<br />
pela Sociedade Brasileira de Cardiologia<br />
(SBC) e pela Associação Médica Brasileira<br />
(AMB). Com esse enunciado, os colegas<br />
de formação pediátrica ficam impossibili-<br />
em pé, da esquerda para a direita: raul rossi (rs), luiz alberto Christiani (rJ), fabio selig (Pr),<br />
luiz alberto mattos (sP), Juliana neves (Pe), José maria gomes (Pe), Célia silva (sP), César<br />
esteves (sP), francisco Chamié (rJ), edmundo Clarindo oliveira (mg), luiz Carlos giuliano (sC),<br />
José Balthazar Jacob (sP), leo solarewicz (Pr), Carlo Pilla (rs) e Jorge Haddad (sP). agachados:<br />
mauricio Jaramillo Hincapié (Df), luiz Carlos simões (rJ) e maurício Barbosa (mg)<br />
tados de concorrer à certificação oficial<br />
fornecida pela AMB/SBC, gerenciada pela<br />
<strong>SBHCI</strong>. Nesse contexto, identificam-se<br />
cerca de 15 profissionais atuando em<br />
diversos Estados brasileiros, que não<br />
apresentam a devida certificação.<br />
Nessa reunião, foi decidida por consenso<br />
a efetivação de um edital similar<br />
àquele anualmente oferecido pela <strong>SBHCI</strong><br />
e com chancela da AMB/SBC, contemplando,<br />
além do pré-requisito principal<br />
(TEC), a apresentação de Certificado de<br />
Área de Atuação em Cardiologia Pediátrica,<br />
emitido também pela SBC. Assim, será<br />
possível atender, dentro do rigor necessário<br />
e em consonância com as normas<br />
vigentes da AMB e do Conselho Federal<br />
de Medicina (CFM), os profissionais com<br />
formação médica na pediatria.<br />
Como ressalva, será necessário que a<br />
AMB aprove o edital, uma recomendação<br />
precípua para todos os concursos<br />
oficiais brasileiros preparados e chance-<br />
lados por essa entidade. A pretensão da<br />
CPC é organizar esse concurso na cidade<br />
de São Paulo, em março de 2009.<br />
A administração da <strong>SBHCI</strong> captou que<br />
os 25 colegas dedicados a essa área de<br />
atuação específica do intervencionismo<br />
cardíaco estão muito satisfeitos com<br />
as medidas ora vigentes, que valorizam<br />
muito esses profissionais, com a abertura<br />
de espaço e carga horária semelhante<br />
à de nosso Congresso anual, com<br />
a transmissão e discussão de casos ao<br />
vivo, com a criação estatutária de uma<br />
diretoria específica, com a elaboração<br />
de diretrizes em intervencionismo de<br />
defeitos congênitos e estruturais que<br />
serão publicadas no final do primeiro<br />
semestre de 2009, e, agora, com o oferecimento<br />
de oportunidade de certificação<br />
oficial, ombreando-se assim com<br />
a maioria dos sócios desta entidade.<br />
* Presidente da <strong>SBHCI</strong><br />
pERSpECTiVAS<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1
RETRATo<br />
o desenvolviMento dA cArdioloGiA<br />
intervencionistA do AMAzonAs<br />
Foi em 1993 que a Cardiologia Intervencionista<br />
começou a desabrochar<br />
no Estado do Amazonas. Hoje,<br />
conta com seis serviços, todos restritos<br />
à cidade de Manaus.<br />
Frankie Praia, formado em Hemodinâmica<br />
pelo Hospital Beneficência Portuguesa<br />
de São Paulo, realizou os primeiros<br />
cateterismos cardíacos, inclusive<br />
pediátricos, no Hospital Prontocord,<br />
utilizando as técnicas de Sones e, posteriormente,<br />
de Judkins. Ainda em 1993,<br />
conduziu a primeira angioplastia coronária<br />
com balão. Em 1997, fez o primeiro<br />
implante de stent coronário.<br />
Frankie Praia conta que, no início, os<br />
obstáculos eram imensos, especialmente<br />
pela ausência de retaguarda cirúrgica<br />
para os adultos e, principalmente, para<br />
as crianças. A carência de uma boa Unidade<br />
de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica<br />
era um desses problemas.<br />
Por alguns anos, manteve-se no papel<br />
de pioneiro solitário da Cardiologia Intervencionista<br />
do Amazonas. Só em 2000,<br />
frankie Praia<br />
aldemir araújo de oliveira<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
marcus grangeiro e rodrigo Castro na sala de<br />
hemodinâmica do Hospital Universitário francisca mendes<br />
houve a abertura de mais um Serviço de<br />
Hemodinâmica, o do Hospital Adventista<br />
de Manaus, sob sua coordenação, juntamente<br />
com Aldemir Araújo de Oliveira,<br />
também oriundo no Hospital Beneficência<br />
Portuguesa de São Paulo.<br />
Mais tarde, vindo do Instituto Dante<br />
Pazzanese de Cardiologia, Marcus Valério<br />
Cavalcanti Almeida desembarcou<br />
no Amazonas. Era 2002 quando assumiu<br />
o recém-inaugurado Serviço de<br />
Hemodinâmica do Check-up Hospital,<br />
iniciando os primeiros procedimentos<br />
terapêuticos extracardíacos.<br />
O cardiologista pediátrico Ronaldo<br />
Hospital adventista<br />
Hospital Prontocord
Hospital Português<br />
Castillo Camargo, do Instituto Nacional<br />
de Cardiologia de Laranjeiras, no Rio de<br />
Janeiro, também chegou ao Amazonas<br />
em 2002. No Hospital Santa Júlia, o especialista<br />
em intervenções congênitas foi o<br />
precursor de certos procedimentos terapêuticos<br />
em crianças, como atriosseptostomia<br />
e fechamento de canal arterial<br />
e de comunicação interatrial.<br />
Nos idos de 2003 e 2004, novos intervencionistas<br />
adotaram Manaus para o<br />
exercício da profissão: Rodrigo Fernandes<br />
de Castro, também advindo do Instituto<br />
Dante Pazzanese de Cardiologia, e Marcus<br />
Grangeiro Fernandes de Menezes, do<br />
Hospital Beneficência Portuguesa de São<br />
Paulo. Unindo seus esforços aos de Marcus<br />
Valério Almeida e Aldemir de Oliveira, deram<br />
início efetivamente ao funcionamento<br />
do Serviço de Hemodinâmica do Hospital<br />
Universitário Francisca Mendes, que até<br />
então prestava serviços esporádicos, fun-<br />
Hospital santa Júlia<br />
damental para que os cidadãos passassem<br />
a ter acesso à angioplastia coronária pelo<br />
Sistema Único de Saúde (SUS).<br />
Aliás, atualmente, esse hospital é o centro<br />
de excelência de doenças cardiovasculares<br />
da Região Norte. Em quatro anos de<br />
funcionamento, já realizou 4.715 exames.<br />
Em janeiro de 2005, Castro e Grangeiro<br />
inauguraram o Serviço de Hemodinâmica<br />
do Hospital Santa Júlia. Em 2006, foi<br />
criado o Serviço do Hospital Português,<br />
onde atuam Praia, Castro, Grangeiro, Almeida<br />
e Oliveira, único da rede privada a<br />
realizar diagnósticos pelo SUS.<br />
Os quinze anos de Hemodinâmica<br />
em Manaus trouxeram grande avanço<br />
para a região. A consolidação da<br />
angioplastia de maneira sistemática,<br />
desenvolvida pelos hemodinamicistas<br />
citados, é um grande exemplo.<br />
“Antes do desenvolvimento da Cardiologia<br />
Intervencionista em Manaus, a<br />
única esperança para os pacientes com<br />
doença cardíaca era procurar os hospitais<br />
dos grandes centros do País”, conta<br />
Castro. “No entanto, ainda trabalhamos<br />
com a expectativa da expansão do credenciamento<br />
do SUS a outros hospitais,<br />
para que a angioplastia coronária possa<br />
ser realizada mais precocemente e esteja<br />
facilmente disponível para os pacientes<br />
das cidades interioranas.”<br />
Vale lembrar que o Estado do Amazonas<br />
é enorme e a maior parte da população<br />
utiliza transporte fluvial, o que<br />
dificulta o acesso aos Serviços de Cardiologia.<br />
“Dependendo da cidade, um<br />
paciente pode levar dez dias para chegar<br />
a Manaus”, afirma Castro.<br />
Outra meta, segundo Castro, é estabelecer<br />
um plano municipal para o transporte<br />
dos pacientes infartados para os hospitais<br />
Check-up Hospital<br />
marcus Valério Cavalcanti almeida<br />
ronaldo Castilho<br />
credenciados, para que o atendimento<br />
ocorra rapidamente e seja possível a submissão<br />
à angioplastia primária, tratamento<br />
preferencial nos casos de infarto agudo do<br />
miocárdio. No interior, os pacientes com<br />
dores no peito são encaminhados pelo clínico<br />
de cada cidade para posterior consulta<br />
com o cardiologista de Manaus, pois essa<br />
especialidade só existe na capital. Dessa<br />
forma, uma vez pedido o cateterismo, o paciente<br />
realiza o exame e aguarda o retorno<br />
ao médico na casa de familiares da capital.<br />
Depois do cateterismo realizado, o tratamento<br />
se torna mais fácil e rápido.<br />
ServIçoS de MAnAUS e<br />
reSPeCtIvoS reSPonSáveIS<br />
tÉCnICoS<br />
Hospital Prontocord<br />
Marcus Grangeiro F. de Menezes<br />
Hospital Adventista de Manaus<br />
Frankie Praia e Rodrigo F. de Castro<br />
Check-up Hospital<br />
Marcus Valério Cavalcanti Almeida<br />
Hospital Universitário<br />
Francisca Mendes<br />
Marcus Valério Cavalcanti Almeida<br />
Hospital Santa Júlia<br />
Marcus Grangeiro F. de Menezes<br />
Hospital Português<br />
Frankie Praia e Rodrigo F. de Castro<br />
RETRATo<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1
ConGRESSoS 2008<br />
os destAQues do conGresso dA<br />
AMericAn HeArt AssociAtion<br />
césar Medeiros*<br />
Encerrando o ciclo dos grandes congressos<br />
em 2008, as Scientific Sessions<br />
da American Heart Association<br />
ocorreram em novembro, na cidade de<br />
New Orleans, nos Estados Unidos. Podemos<br />
destacar os estudos sobre prevenção<br />
de doença coronariana como as<br />
grandes estrelas desse evento. Prevenção<br />
primária de eventos cardiovasculares<br />
com ácido acetilsalicílico em diabéticos,<br />
vitaminas C e E, e tratamento da hiper-homocisteinemia<br />
não se revelaram<br />
eficazes em diferentes ensaios clínicos.<br />
Por sua vez, o estudo JUPITER, apresentado<br />
por Paul M. Ridker, do Brigham<br />
and Women’s Hospital, de Boston, Estados<br />
Unidos, causou furor ao mostrar que, em<br />
indivíduos sem doença cardiovascular conhecida,<br />
não-dislipidêmicos e/ou diabéticos,<br />
porém com proteína C-reativa (PCR) ultra-sensível<br />
elevada, o uso de 20 mg diários<br />
de rosuvastatina reduziu em 44%, em relação<br />
ao placebo, a taxa do desfecho composto<br />
morte cardíaca, infarto do miocárdio,<br />
acidente vascular cerebral, revascularização<br />
e internação por síndrome coronariana<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
aguda, no final de um seguimento de 1,9<br />
ano (interrupção precoce em decorrência<br />
dos resultados, sendo a programação<br />
de seguimento originalmente de quatro<br />
anos). A rosuvastatina reduziu, independentemente,<br />
cada um dos componentes<br />
do desfecho primário, levando, inclusive, à<br />
redução de 20% na mortalidade por qualquer<br />
causa, fato inédito em ensaios sobre<br />
utilização de estatinas em prevenção pri-<br />
mária, mesmo em indivíduos dislipidêmicos<br />
e/ou com recomendações claras para seu<br />
uso. Como o critério utilizado para inclusão<br />
no estudo foi o de dosagem elevada de<br />
PCR ultra-sensível, o uso desse marcador<br />
como parâmetro de alto risco de eventos<br />
e balizador de tratamento deve ser avaliado<br />
para incorporação à rotina clínica. Deve-se<br />
ressaltar o peso que um estudo como esse,<br />
randomizado, multicêntrico, duplo-cego e<br />
controlado por placebo, envolvendo mais<br />
de 17 mil indivíduos, terá na elaboração das<br />
próximas diretrizes sobre a prevenção da<br />
doença coronariana. O estudo JUPITER foi<br />
publicado na edição de 20 de novembro do<br />
The New England Journal of Medicine.<br />
Quanto à intervenção nas síndromes<br />
coronarianas agudas sem supradesnivelamento<br />
do segmento ST, o estudo TIMACS,<br />
com cerca de 3 mil pacientes, comparou as<br />
estratégias invasivas precoce (< 24 horas)<br />
e tardia (> 36 horas) e revelou equivalência<br />
entre elas no que tange aos desfechos<br />
duros, com benefício em termos de redução<br />
de isquemia refratária nos pacientes<br />
abordados mais precocemente.<br />
Os stents farmacológicos também<br />
mereceram destaque. Foi apresentado<br />
mais um registro, desta vez o subgrupo<br />
de diabéticos do Massachusetts<br />
Data Analysis Center (Mass-DAC), que<br />
demonstrou benefícios nos pacientes<br />
tratados com essas endopróteses em<br />
relação às convencionais, obtendo-se redução<br />
das incidências de morte, infarto<br />
do miocárdio e nova revascularização.<br />
Uma ampla cobertura desse congresso,<br />
feita em tempo real, como já se tornou<br />
tradição, pode ser encontrada no<br />
Portal da <strong>SBHCI</strong> (www.sbhci.org.br).<br />
Vale a pena acessar!<br />
* Editor do Jornal da <strong>SBHCI</strong>
conselHo deliberAtivo:<br />
terceirA reuniÃo AnuAl AprovA<br />
novos proJetos dA sbHci<br />
Da esquerda para a direita, antonio muniz (mg), César esteves (sP), alexandre zago (rs),<br />
eduardo nicolella (sP), salvador Bavaresco (sP), flávio r. oliveira (Pe), marcelo de freitas<br />
santos (Pr), samuel silva da silva (Pr), marcelo Queiroga (PB) e luiz alberto mattos (sP)<br />
luiz Alberto Mattos*<br />
No dia 27 de novembro, na vigência<br />
do Curso Anual de Revisão, em São<br />
Paulo, ocorreu a terceira e última<br />
reunião do Conselho Deliberativo da<br />
<strong>SBHCI</strong>. Sua convocação, por meio de seu<br />
coordenador, Ricardo César Cavalcanti<br />
(AL), reuniu em São Paulo seis conselheiros:<br />
Antonio José Muniz (MG), Alexandre<br />
Zago (RS), Eduardo Nicolella (SP), Flávio<br />
Roberto Oliveira (PE), Marcelo de Freitas<br />
Santos (PR) e Salvador Bavaresco (SP).<br />
Estiveram presentes à reunião o presidente<br />
da <strong>SBHCI</strong>, Luiz Alberto Mattos,<br />
o diretor administrativo, Marcelo Queiroga<br />
Lopes, o coordenador da Comissão<br />
Permanente de Certificação (CPC),<br />
Samuel Silva da Silva, e, como convidado,<br />
o diretor de Intervenções em Cardiopatias<br />
Congênitas, César A. Esteves.<br />
Durante três horas foram expostos,<br />
discutidos e deliberados, por unanimidade,<br />
quatro temas de grande relevância para a<br />
consolidação do processo de certificação,<br />
treinamento e renovação administrativa:<br />
• Aprovação de novos sócios aspirantes,<br />
titulares e colaborador. A <strong>SBHCI</strong> se<br />
aproxima dos 900 sócios (866) e observamos<br />
que as medidas de estímulo<br />
à titulação maior, além do pareamento<br />
dos pré-requisitos estatutários, em consonância<br />
com a Sociedade Brasileira de<br />
Cardiologia (SBC), elevaram a proporção<br />
de sócios titulares para quase 70%<br />
do quadro social da entidade.<br />
• Envio de uma terceira e última carta<br />
informando a 25 centros de treinamento<br />
brasileiros, que não manifestaram interesse,<br />
até o momento, em seguirem credenciados<br />
pela <strong>SBHCI</strong> para formação de<br />
novos profissionais, que lhes restarão 90<br />
dias para atualizar seu cadastro de informações<br />
acerca dessa atuação, sob pena<br />
de perder essa habilitação. Enfatizamos<br />
que a primeira comunicação foi efetivada<br />
em abril de 2008 e a segunda, em julho de<br />
2008, e que metade atendeu à convocação<br />
da <strong>SBHCI</strong>, amparada por solicitação<br />
da Associação Médica Brasileira (AMB).<br />
• Aprovação da elaboração de um edital<br />
de concurso para obtenção de Certificado<br />
de Área de Atuação em Hemodinâmica e<br />
Cardiologia Intervencionista, com os prérequisitos<br />
do Título de Especialista em Cardiologia<br />
(TEC) e/ou Área de Atuação em<br />
Cardiologia Pediátrica, que será submetido<br />
à aprovação da AMB até o final de 2008.<br />
• Aprovação do novo sistema eleitoral<br />
da <strong>SBHCI</strong>, eletrônico, a se iniciar no<br />
primeiro trimestre de 2009, utilizando<br />
as ferramentas de informática da SBC,<br />
que proporcionará maior transparência,<br />
oportunidade, participação nas atividades<br />
societárias e ampliação mais ativa da votação<br />
dos novos representantes. As eleições<br />
serão realizadas por meio dos portais da<br />
SBC e da <strong>SBHCI</strong>, no início de junho, prévio<br />
a nosso Congresso anual, que somente<br />
homologará, em assembléia, os novos administradores<br />
médicos de nossa entidade<br />
O Conselho Deliberativo é um colegiado<br />
executivo e independente, que fornece<br />
sustentação aos diversos projetos<br />
da Diretoria, representando os demais<br />
sócios e compartilhando sua análise crítica,<br />
com aprovação, rejeição ou modificação<br />
das diversas ações administrativas.<br />
A próxima reunião ordinária está agendada<br />
para o dia 10 de junho de 2009, no<br />
início do XXXI Congresso da <strong>SBHCI</strong>, a<br />
ser realizado no Rio de Janeiro.<br />
* Presidente da <strong>SBHCI</strong><br />
DE ÚLTiMA HoRA<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1
ponTo DE ViSTA<br />
A propósito dA AutonoMiA d<br />
Marcelo Queiroga*<br />
Hipócrates, mais precisamente no<br />
século V a.C., de forma visionária,<br />
ousou contestar a crença milenar<br />
segundo a qual as doenças eram castigos<br />
dos deuses, afirmando que se tratava de<br />
fenômenos biológicos regidos pela natureza,<br />
estabelecendo a Medicina como<br />
ciência, e não como religião. Assim, o médico<br />
deixava de ser partícipe de um ritual<br />
de cura, quase mágico, e passava a ser<br />
o centro das ações, com o objetivo de<br />
curar e prevenir as doenças, mitigando o<br />
sofrimento dos enfermos.<br />
Ao longo dos anos, os médicos gozaram<br />
sempre de grande prestígio na<br />
sociedade em geral. Muitas vezes, participavam<br />
das decisões mais íntimas das<br />
famílias, eram conselheiros e confidentes.<br />
Tais prerrogativas dotavam a relação médico-paciente<br />
de características peculiares,<br />
nobilíssimas, constituindo-se na relação<br />
entre a consciência e a confiança. A<br />
consciência do médico de sempre buscar<br />
o melhor a seu paciente e a confiança do<br />
paciente, que acreditava e aguardava com<br />
esperança sua “cura”. Lamentavelmente,<br />
o caráter dessa relação desvirtuou-se ao<br />
longo do tempo, tornando-se, nos dias<br />
atuais, uma relação de consumo, inclusive<br />
regida pelas suas regras.<br />
Por outro lado, o fantástico avanço experimentado<br />
pela medicina, notadamente a<br />
incorporação crescente de novas técnicas<br />
e tecnologias e o progresso da indústria<br />
farmacêutica e de equipamentos médicos,<br />
trouxe consigo novos paradigmas a serem<br />
transpostos. À semelhança do feito de Hipócrates,<br />
que elevou a medicina de ritual<br />
a ciência, o objetivo dos médicos hoje enquadra-se<br />
na perspectiva de assegurar o<br />
acesso universal aos incontestes benefícios<br />
conquistados pela revolução da ciência.<br />
Nesse sentido, a Constituição de 1988,<br />
ao completar duas décadas, foi pródiga em<br />
conceder benefícios, um extenso rol de<br />
direitos fundamentais – um dos mais amplos<br />
do mundo –, cuja aplicação é garantida<br />
por mecanismos judiciais consistentes<br />
e assegura, entre outras ações, o direito à<br />
saúde. “A saúde é um direito de todos e<br />
um dever do Estado”, assertiva que trans-<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
parece cristalina do texto constitucional é<br />
a segurança jurídica que emerge inconteste<br />
para prover o acesso amplo aos benefícios<br />
da medicina moderna.<br />
A despeito do texto constitucional,<br />
será que no Brasil efetivamente se asseguram<br />
as garantias à saúde prometida?<br />
A resposta é simples, basta passar nas<br />
filas dos hospitais públicos: NÃO. Seguramente,<br />
há avanços, embora ainda estejam<br />
pendentes de solução adequada o<br />
gerenciamento e o financiamento suficiente<br />
às ações de saúde.<br />
A iniciativa privada também participa,<br />
de forma complementar, da assistência<br />
médica por meio dos planos de saúde,<br />
“ Os médicos<br />
gozaram sempre de<br />
grande prestígio ”<br />
geridos por operadoras e submetidos à<br />
legislação federal específica, sob os auspícios<br />
da regulação da Agência Nacional<br />
de Saúde Suplementar (ANS). Assim, aos<br />
esforços públicos soma-se um volume<br />
crescente de iniciativas no sentido de<br />
prover assistência médica de qualidade.<br />
Na saúde, em sintonia com o afirmado<br />
para o País de forma geral, poder-se-ia<br />
afirmar que existem dois Brasis – um de<br />
primeiro mundo, o da medicina privada, e<br />
outro de terceiro, o da medicina pública.<br />
Na realidade, essa é uma meia-verdade.<br />
Convive-se com ilhas de excelência em<br />
ambas. Há exemplos de excelência na<br />
medicina pública; em contraste, experiências<br />
malogradas lamentáveis na iniciativa<br />
privada, a exemplo de operadoras<br />
de planos de saúde que ofertam aos<br />
seus usuários um rol de restrições, que<br />
se constituem em via-crúcis quando se<br />
suplica pela ansiado atendimento.<br />
No atual cenário de virtudes e vicissitudes,<br />
vigente na assistência à saúde no<br />
Brasil, qual o papel do médico? No exercício<br />
da profissão, os médicos se obrigam<br />
a quatro deveres básicos: de cuidados, de<br />
sigilo, de informação e, por fim, de abstenção<br />
de abuso ou desvio de conduta.<br />
Entretanto, para verem adimplidas essas<br />
obrigações, devem atuar com ampla autonomia,<br />
sempre em consonância com<br />
o princípio da beneficência que sintetiza<br />
toda a ação da medicina.<br />
A autonomia do médico é uma prerrogativa<br />
inalienável fundamental para a boa<br />
prática da medicina, mas, na multifacetada<br />
seara atual, permeia-se a necessidade de<br />
conciliar a inserção de novas tecnologias<br />
com os crescentes custos agregados e os<br />
potenciais conflitos de interesses no exercício<br />
da profissão à aplicação da Medicina<br />
Embasada em Evidências. Dessa forma, vislumbra-se<br />
um contexto complexo, que requer<br />
a existência de determinados limites<br />
à ação dos médicos. Hipócrates já afirmava:<br />
“Aplicarei os regimes para o bem do doente<br />
segundo o meu poder e entendimento,<br />
nunca para causar dano ou mal a alguém”.<br />
Atualmente, essa prerrogativa encontrase<br />
em xeque. Médicos, freqüentemente,<br />
assistem impassíveis suas solicitações ou<br />
recomendações serem contestadas por<br />
injunções de operadoras de planos de saúde<br />
que restringem sua ação. Essa prática é<br />
crescente! Argumenta-se desde a falta de<br />
cobertura contratual até a interferência<br />
específica no mérito da solicitação e prescrição,<br />
tendo como pano de fundo sempre<br />
a carência de recursos para financiamento.<br />
Há legitimidade nessa ação? Para mim, tal<br />
providência seria justificada apenas quando<br />
a restrição fosse imposta, exclusivamente,<br />
no sentido de salvaguardar o interesse do<br />
paciente, situações cuja conduta médica<br />
poderia acarretar malefícios incontestes a
o Médico para<br />
sua condição de saúde. A questão centrase<br />
na legitimidade dos agentes que impõem<br />
essas balizas ou restrições.<br />
O Código de Ética Médica consagra o<br />
princípio da autonomia, enfatizando que,<br />
em qualquer circunstância, ou sob qualquer<br />
pretexto, o médico não deve renunciar à<br />
liberdade profissional, devendo evitar que<br />
quaisquer restrições ou imposições possam<br />
prejudicar a eficácia e correção de seu<br />
trabalho; porém, restringe-as às práticas<br />
reconhecidamente aceitas e observadas as<br />
normas legais vigentes no País.<br />
Esse tema adquire relevo, como já afirmado,<br />
quando se contrapõem direitos do<br />
cidadão às imposições das instâncias que financiam<br />
a saúde, sejam o Estado ou as operadoras<br />
de planos de saúde. Vê-se, como<br />
conseqüência, uma crescente onda de reclamações<br />
judiciais. Transpõe-se uma questão<br />
médica para o Poder Judiciário, diante<br />
do ordenamento jurídico em vigor, notadamente<br />
o Código do Consumidor. Os juízes,<br />
via de regra, observam o periculum in mora,<br />
risco da decisão tardia, dada a potencial irreversibilidade<br />
de um dano ao paciente, e<br />
determinam a realização dos atos médicos<br />
requeridos, embora não haja sempre uma<br />
percuciente análise da real necessidade de<br />
sua execução. Enfatizando, de certa forma, a<br />
autonomia e a recomendação médica ante<br />
o ordenamento jurídico em vigor.<br />
Nota-se, freqüentemente, que essas<br />
reclamações buscam autorização para<br />
procedimentos de alto custo, que incluem<br />
novos dispositivos e medicamentos<br />
especiais. É inquestionável o benefício<br />
dessas práticas; mas, deve-se atentar<br />
seus perfis de segurança e eficácia a<br />
longo prazo. No entanto, por vezes em<br />
Medicina o tempo é necessário para fundamentar<br />
convicções sobre a real validade<br />
dos novos fármacos, dispositivos ou<br />
equipamentos, que às vezes se equiparam<br />
às invenções do Professor Pardal.<br />
O volume de informações disponíveis<br />
na mídia leiga – jornais, revistas e Internet<br />
– é impressionante e induz a práticas<br />
que podem não ser as mais recomendáveis.<br />
Assim, é imperioso reafirmar<br />
o papel da autonomia do médico, legítimo<br />
guardião dos interesses do paciente,<br />
“ Temos de<br />
exercer a profissão<br />
em benefício do<br />
paciente e em<br />
consonância com<br />
a legislação ”<br />
que deve utilizar de forma criteriosa e<br />
equilibrada as informações científicas,<br />
muitas das quais efêmeras, com a convicção<br />
de que a prescrição de novas tecnologias<br />
e novos medicamentos requer<br />
conhecimento e experiência.<br />
No meu entendimento, os limites atuais<br />
à autonomia médica estão demarcados<br />
no Código de Ética. O primeiro,<br />
é claro, veda o emprego de atos proibidos<br />
pela Lei. O segundo é amplo, ao<br />
se referir às práticas reconhecidamente<br />
aceitas. Quais são essas práticas? É<br />
necessário sopesar os reais benefícios<br />
de determinados procedimentos médicos.<br />
A observação das diretrizes das<br />
sociedades científicas, que constituiria<br />
referência defensável de boa prática médica,<br />
aliada à informação detalhada aos<br />
pacientes das implicações sobre o ato<br />
médico a ser executado, amparadas por<br />
um termo de consentimento esclarecido,<br />
seriam as balizas legítimas a dispor<br />
sobre as condutas contidas no amplo<br />
guarda-chuvas que alberga a expressão<br />
“práticas reconhecidamente aceitas”.<br />
O emprego de tais recomendações,<br />
emanadas das diretrizes das sociedades de<br />
especialidades médicas, seria muito útil nesse<br />
objetivo. Esses documentos, elaborados<br />
por especialistas reconhecidos, objetivam<br />
ofertar um norte para uma decisão clínica<br />
judiciosa e embasada no melhor da evidência<br />
científica sobre cada tema específico. É<br />
impossível elaborar diretrizes sobre todos<br />
os assuntos da medicina. Tampouco essas<br />
recomendações devem ter o condão de<br />
engessar a conduta médica. Há, no entanto,<br />
situações, estritamente consignadas, em<br />
que determinada conduta deva ser escoimada<br />
do arsenal diagnóstico e/ou terapêutico,<br />
não sendo defensável sua prática.<br />
Em síntese, a autonomia do médico é<br />
um princípio fundamental do exercício da<br />
medicina, contudo deve ser exercida sempre<br />
em benefício do paciente e observadas<br />
as práticas reconhecidamente aceitas<br />
em consonância com a legislação do País.<br />
Também é imprescindível a informação<br />
detalhada, concisa e acessível ao paciente<br />
sobre as reais implicações do diagnóstico,<br />
da terapêutica e do prognóstico. Aos médicos<br />
que assim agirem, conceda-se, como<br />
vislumbrava Hipócrates, que seja dado gozar<br />
felizmente da vida e da profissão, honrado<br />
para sempre entre os homens.<br />
* Diretor administrativo da <strong>SBHCI</strong><br />
ponTo DE ViSTA<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1
HiSTÓRiA<br />
ex-presidente dA sbHci<br />
José noGueirA pAes Júnior,<br />
Mestre e precursor dA<br />
HeModinâMicA ceArense<br />
José Nogueira Paes Júnior, mineiro, nasceu<br />
em 16 de outubro de 1939, na cidade<br />
de Itajubá. Filho de José Nogueira<br />
Paes e Nícia Borges Nogueira Paes, é<br />
casado há vinte anos com Maria Deolinda<br />
Dultra Nogueira Paes e pai de Fernando,<br />
Marcos, Lia, Ângela, Anelise e Roberta.<br />
Graduou-se na Faculdade Nacional de<br />
Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou<br />
em 1964. “Era uma época de agitações<br />
políticas intensas”, relembra.<br />
O curso de medicina lhe ofereceu conhecimento<br />
geral e clínico. Trabalhou por quatro<br />
anos na área de anatomia patológica do<br />
Hospital de Ipanema (IAPC), consolidando<br />
seu conhecimento. Fez residência em clínica<br />
médica na Santa Casa do Rio de Janeiro, sob<br />
o serviço do professor Clementino Fraga.<br />
Um ano após concluir o curso, em 1965,<br />
José Nogueira deixou a Cidade Maravilhosa<br />
e seguiu para o Ceará, onde tinha<br />
parentes. Considerava que o Estado possuía<br />
clima e qualidade de vida melhores,<br />
se comparado ao Sudeste. Lá, começou<br />
sua trajetória profissional no Internato<br />
da Clínica Médica do curso de medicina<br />
da Universidade Federal do Ceará (UFC),<br />
como instrutor de ensino.<br />
Mais tarde teve experiências importan-<br />
o primeiro equipamento de<br />
hemodinâmica do Hospital<br />
Prontocárdio, em 1994<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
José nogueira Paes Júnior<br />
tes no Hospital de Messejana, na época<br />
chamado de Sanatório de Messejana. Ele<br />
lembra que, quando foi consultar um paciente<br />
com suspeita de pericardite tuberculosa,<br />
pediu um eletrocardiograma<br />
ao diretor da instituição, Carlos Alberto<br />
Studart Gomes, mas foi informado de<br />
que não havia como fazê-lo. No entanto,<br />
o vice-diretor Jorge Matos lembrou que<br />
no almoxarifado havia um aparelho de<br />
eletrocardiografia ainda embalado. “Pedi<br />
para trazerem e era um Cambridge. Montei<br />
o aparelho e registrei o eletrocardiograma<br />
feito no Hospital de Messejana,<br />
que, a partir da década de 70, se tornou<br />
referência para a Cardiologia das Regiões<br />
Norte e Nordeste do Brasil.”<br />
Em 1967, foi para os Estados Unidos e<br />
fez fellowship em cardiologia na Universidade<br />
do Kansas (KUMC), tendo também<br />
trabalhado na Unidade Coronária do Bethany<br />
Hospital, chefiada por Hughes Day.<br />
Um ano depois realizou a primeira cinecoronariografia<br />
da KUMC, pela técnica de<br />
Judkins. “Devo muito à confiança e ao estímulo<br />
do diretor de cardiologia em Kansas,<br />
professor Marvin Drunn, que procurou<br />
me habilitar para iniciar um Serviço de<br />
Cardiologia moderno no Ceará.”<br />
Durante sua permanência nos Estados<br />
Unidos, comprou, com recursos próprios,<br />
equipamentos para a montagem de uma<br />
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e em<br />
janeiro de 1970 foi inaugurada a primeira<br />
UTI do Ceará.<br />
ConQUIStAS<br />
Quando retornou ao Brasil, em dezembro<br />
de 1968, foi convidado por Carlos Alberto<br />
Studart Gomes para montar o Serviço de<br />
Cardiologia do Hospital de Messejana, incluindo<br />
hemodinâmica. Coincidentemente,<br />
foi o mesmo hospital em que realizou o<br />
primeiro eletrocardiograma lá feito. “Em<br />
1969, estruturamos o Serviço com métodos<br />
gráficos, como vetocardiografia, eletrocardiografia,<br />
fonomecanocardiograma e hemodinâmica,<br />
registrando pressões e gravando<br />
angiografia com um aparelho que obtinha<br />
três radiografias por segundo, para diagnosticar<br />
lesões valvares e congênitas.”<br />
Responsável pelo grande impulso da<br />
cardiologia no Ceará, instalou a primeira<br />
UTI e também realizou o primeiro cateterismo<br />
cardíaco, em 1970. Sob sua responsabilidade,<br />
ocorreu, em agosto de 1972, a
José nogueira liga o<br />
primeiro aparelho de<br />
hemodinâmica em um<br />
hospital privado do Ceará,<br />
na Casa de saúde são<br />
raimundo, em 1975<br />
primeira cinecoronariografia<br />
do Estado.<br />
Nesse mesmo ano, Eduardo<br />
Régis Jucá, outro<br />
grande expoente na área,<br />
realizara a primeira revascularização<br />
miocárdica com<br />
ponte de safena, iniciando a<br />
revascularização miocárdica no Ceará.<br />
Em 1974, José Nogueira se tornou diretor<br />
do Hospital Universitário da UFC.<br />
Durante oito anos, dedicou a maior parte<br />
de seu tempo à instituição, onde construiu<br />
o novo bloco cirúrgico, abriu o Serviço<br />
de Emergência, e montou os setores<br />
de Hemodinâmica e de Medicina Nuclear,<br />
o Serviço de Ecocardiografia e a UTI. “Foi<br />
possível reduzir a permanência hospitalar<br />
de 28 para 8 dias e atingir índice de<br />
92% de necrópsia nos óbitos hospitalares,<br />
fato muito importante para análise<br />
e eficiência nos diagnósticos.” Toda essa<br />
dedicação e competência transformaram<br />
o Hospital Universitário em um centro<br />
de excelência no Nordeste.<br />
Além disso, foi um dos criadores do Centro<br />
de Transplantes Hepato-Renais, que viabilizou<br />
ao Ceará tornar-se um dos Estados<br />
que mais realizam transplantes no Brasil.<br />
José Nogueira, preocupado com o<br />
aperfeiçoamento dos profissionais, coordenou,<br />
em 1979, em parceria com a<br />
UFC, a realização de cursos sobre métodos<br />
não-invasivos em Cardiologia. Em<br />
1982, inaugurou seu próprio hospital, o<br />
Prontocárdio, com uma UTI de quatro<br />
leitos exclusivamente destinados a problemas<br />
cardiológicos, expandindo-a posteriormente<br />
para oito leitos. É a maior<br />
instituição privada para o tratamento das<br />
urgências cardiológicas do Estado.<br />
Em 1984, ascendeu a professor titular<br />
de clínica médica e defendeu tese sobre<br />
cinecoronariografia, ocupando a cadeira<br />
que fora do professor Antonio Jucá, ícone<br />
da cardiologia cearense.<br />
Teve participação nas primeiras angioplastias<br />
coronárias, em 1986, realizadas no<br />
Hospital das Clínicas (HC) de Fortaleza.<br />
“O material era precário, mas atendemos<br />
a um bom número de casos com bons<br />
resultados.” Nesse mesmo ano, deixou a<br />
direção do HC e assumiu a chefia da Cardiologia<br />
do Hospital Universitário, onde<br />
desenvolveu o Curso de Especialização<br />
em Cardiologia, que formou diversos<br />
profissionais. Hoje, trabalha unicamente<br />
no Hospital Prontocárdio.<br />
vIdA ASSoCIAtIvA<br />
José Nogueira tem uma grande folha de<br />
serviços prestados à causa associativa. Em<br />
1973, coordenou o XXIX Congresso Brasileiro<br />
de Cardiologia, em Fortaleza, presidido<br />
então por Glaura Férrer Dias Martins, figura<br />
emblemática da cardiologia do Ceará.<br />
Em 1978, foi presidente da Sociedade<br />
Cearense de Cardiologia (SCC). Acompanhou,<br />
ainda, os primeiros passos da <strong>SBHCI</strong>,<br />
da qual ocupou a presidência em 1989. Ele<br />
conta que, à época, a <strong>SBHCI</strong> enfrentava vários<br />
desafios, como a qualificação dos profissionais,<br />
a criação de critérios para valorar<br />
os procedimentos hemodinâmicos, e parâmetros<br />
para reconhecimento da eficiência<br />
e segurança desses procedimentos.<br />
CenIC<br />
Com a contribuição de J. Eduardo Sousa<br />
e de Amanda Sousa, em 1991, criou a<br />
Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares<br />
(CENIC), um banco de dados<br />
oficial com preenchimento voluntário dos<br />
sócios, para documentar a representação<br />
e a evolução da especialidade no Brasil.<br />
Para José Nogueira, a CENIC, certamente,<br />
mostrou-se um instrumento muito<br />
válido, para demonstrar a produção, os resultados<br />
e a segurança dos procedimentos<br />
endovasculares hospitalares, influenciando<br />
na aceitação crescente dos modernos métodos<br />
de tratamento endovascular.<br />
HiSTÓRiA<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 21
pEnSAMEnTo<br />
“Quero oferecer Ao pAciente o<br />
MinHA especiAlidAde. é pedir<br />
Miguel Rati, coordenador do Serviço de Hemodinâmica da<br />
Rede D’Or de hospitais do Rio de Janeiro, abre o coração<br />
para a editora Luciana Constant Daher e defende que a<br />
ética deve prevalecer sempre na prática profissional<br />
luciana Constant Daher<br />
Ética é pressuposto de qualquer sociedade<br />
civilizada, e inseparável do<br />
exercício da Medicina. Como garantir<br />
sua prática?<br />
Ética é um pressuposto das sociedades civilizadas<br />
e disciplina as relações interpessoais.<br />
Na Medicina, a ética deve pautar as relações<br />
entre os profissionais, a relação profissionalinstitucional<br />
e a relação médico-paciente.<br />
É um valor absoluto, não existe pessoa ou<br />
situação pouco ética ou muito ética, a ética<br />
está presente ou não. Quando um paciente<br />
procura um médico com uma ou várias queixas,<br />
muitas vezes não existe meio de aferir a<br />
intensidade ou mesmo a veracidade do que é<br />
relatado. A relação que se estabelece é baseada<br />
em confiança mútua, cujo princípio básico<br />
está resumido na expressão primum non nocere<br />
(“antes de tudo, não prejudicar ou piorar<br />
a condição do paciente”). Antes de se tornar<br />
médico, o indivíduo aprende como conviver<br />
na família, no grupo e na sociedade. Regras de<br />
boa convivência e boa conduta são atributos<br />
adquiridos muito antes da faculdade, e, quando<br />
presentes, evoluem com a maturidade.<br />
Com o crescimento e aumento da complexidade<br />
das sociedades, surgiram os códigos de<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
ética, inclusive o de ética médica, que deveria<br />
ser leitura obrigatória para todos nós. A imagem<br />
do médico semideus acabou há tempos;<br />
tentar agir de acordo com essa imagem é voltar<br />
no tempo, o que sabemos que só é capaz<br />
de criar belas obras ficcionais.<br />
A <strong>SBHCI</strong> publicou, em 2008, a diretriz<br />
de Intervenção Percutânea e a diretriz<br />
de Qualidade Profissional e Institucional,<br />
com um capítulo todo dedicado<br />
aos centros de treinamento em Hemodinâmica<br />
e Cardiologia Intervencionista.<br />
Como essas diretrizes podem<br />
nortear as práticas na especialidade?<br />
A Cardiologia Intervencionista de hoje,<br />
como subespecialidade da Cardiologia, iniciou-se<br />
há pouco mais de 50 anos. Era uma<br />
especialidade voltada ao diagnóstico, sendo<br />
vista como um apêndice da Cardiologia Clínica<br />
e, mais tarde, da Cirurgia Cardíaca. Com<br />
o advento das intervenções percutâneas,<br />
principalmente com a angioplastia coronária,<br />
houve mudança de foco, pois não mais nos<br />
limitamos a diagnosticar e passamos a tratar<br />
dos pacientes, atributo antes reservado<br />
aos clínicos e cirurgiões. Em outras palavras,<br />
passamos de coadjuvantes a protagonistas.<br />
Além disso, houve um investimento maciço<br />
para o desenvolvimento de novas ferramentas<br />
e novas abordagens para implemento da<br />
técnica, com o menor risco possível para<br />
os pacientes. Os equipamentos evoluíram e<br />
tornaram-se mais confiáveis, permitindo que<br />
obtivéssemos imagens de grande qualidade,<br />
o que teve impacto na expansão das possibilidades<br />
diagnósticas e terapêuticas. No início<br />
da década de 70, o então Departamento de<br />
Hemodinâmica e Angiocardiografia (DHA)<br />
da Sociedade Brasileira de Cardiologia<br />
(SBC), recém-criado, definiu as normas para<br />
treinamento dos hemodinamicistas, o que<br />
naquele momento preenchia as necessidades<br />
e garantia a boa formação de novos<br />
membros, que inicialmente eram aspirantes<br />
e após a formação passavam a titulares. Com<br />
a complexidade crescente e o grande aumento<br />
da procura pela especialidade, surgiu,<br />
miguel rati<br />
nos anos 80, a necessidade de melhor definição<br />
dos critérios para a obtenção do título<br />
de membro titular, sendo instituída a prova<br />
aplicada durante os congressos do DHA<br />
e da SBC. Esses critérios evoluíram e sentimos<br />
a necessidade de definir de maneira<br />
clara como deveriam ser formados os novos<br />
especialistas. Começamos, então, a estabelecer<br />
o que são os Centros de Treinamento e<br />
quais as características que devem apresentar.<br />
O processo amadureceu, acompanhando<br />
o desenvolvimento da própria especialidade,<br />
até culminar com as diretrizes publicadas<br />
este ano sobre Qualidade Profissional e Institucional<br />
e normas para a qualificação dos<br />
Centros de Treinamento em Hemodinâmica<br />
e Cardiologia Intervencionista.<br />
É possível conciliar as restrições das<br />
seguradoras de saúde em relação aos<br />
procedimentos de alto custo, e oferecer<br />
o melhor e mais ético tratamento<br />
ao paciente?<br />
Vivemos hoje uma situação muito peculiar<br />
com as fontes pagadoras, sejam as seguradoras<br />
de saúde ou o Sistema Único de Saúde<br />
(SUS). Quando solicitamos autorização para<br />
realização de um determinado procedimento,<br />
somos obrigados a apresentar um resultado<br />
para provar sua necessidade, a palavra
MelHor dA<br />
deMAis?”<br />
do médico não é mais considerada suficiente.<br />
É muito fácil culpar os outros por essa<br />
situação, mas será que não temos parte da<br />
culpa? Existe uma espécie de acordo tácito,<br />
nós vemos, mas olhamos para o outro lado e<br />
nos indignamos: o hemodinamicista paga ao<br />
clínico para que este encaminhe o paciente<br />
para exame, o fornecedor paga ao hemodinamicista<br />
para que ele utilize um determinado<br />
material e paga ao hospital para que o<br />
material seja adquirido, o hemodinamicista e<br />
o hospital pagam ao auditor para que este<br />
libere um determinado procedimento para<br />
aquela instituição, e assim a cadeia vai crescendo<br />
e envolvendo um número cada vez<br />
maior de pessoas e instituições até culminar<br />
no que temos hoje, um verdadeiro leilão<br />
quando se trata de procedimentos de Cardiologia<br />
Intervencionista. Você acha que isso<br />
só existe na minha imaginação? Sejamos honestos,<br />
sabemos que a nossa realidade hoje<br />
é bastante preocupante, existe uma corrente<br />
que tenta transformar a Cardiologia Intervencionista<br />
num grande negócio no qual o<br />
que menos importa é o paciente. Quando<br />
formamos novos especialistas, partimos do<br />
pressuposto de que conceitos como honestidade,<br />
seriedade e respeito pelo ser humano<br />
são características inerentes ao indivíduo;<br />
portanto, devem fazer parte da bagagem pessoal<br />
de nossa formação como pessoas. No<br />
entanto, somos parte de um grupo maior, em<br />
que nem sempre tais valores são priorizados.<br />
Antes de culpar as seguradoras ou o SUS<br />
pelas dificuldades que enfrentamos, temos a<br />
obrigação de identificar e corrigir esses desvios.<br />
Existe um princípio básico, também conhecido<br />
como regra de ouro (Confúcio, 551<br />
a.C.–489 a.C.; Rabi Hillel, 60 a.C.–10 d.C.;<br />
Jesus Cristo, c.30 d.C. [Mateus 7.12 e Lucas<br />
6.31]): não faça aos outros o que não gostaria<br />
que fizessem com você. Esse princípio<br />
resume a importância da conduta ética. Urge<br />
que os procedimentos de Cardiologia Intervencionista<br />
não sejam mais tratados como<br />
mercadoria ou como moeda de troca, pois<br />
estamos lidando com pessoas e com vidas.<br />
ressalte a importância do treinamento<br />
e da certificação do intervencionista<br />
na boa prática. Como formar os profissionais<br />
que abordarão uma área tão<br />
importante dentro da Cardiologia?<br />
Como sociedade médica que desejamos<br />
ser e como órgão representante da classe,<br />
nossa força sempre será a do mais fraco, daí<br />
a importância dos Centros de Treinamento,<br />
que garantem um mínimo de qualidade e experiência<br />
aos que se iniciam na especialidade.<br />
Isso nos assegura que esse indivíduo recebeu<br />
todo o treinamento e embasamento necessários<br />
ao bom desempenho da atividade<br />
médica na área da Cardiologia Intervencionista.<br />
Em que pese o fato de o grande foco<br />
da Cardiologia Intervencionista, hoje, ser a<br />
abordagem terapêutica, é fundamental que<br />
se aprendam os conceitos básicos sobre a<br />
fisiologia e a fisiopatologia cardiovasculares,<br />
assim como as limitações e os riscos envolvidos<br />
nos procedimentos, sejam diagnósticos<br />
ou terapêuticos, para assegurar que os<br />
pacientes possam receber o melhor da maneira<br />
mais segura. O foco da especialidade é<br />
e sempre será o tratamento dos pacientes.<br />
Durante o treinamento em Cardiologia Intervencionista,<br />
que envolve pelo menos três<br />
anos de convivência em um centro de formação,<br />
as qualidades pessoais devem ser tão<br />
valorizadas quanto as técnicas, e ninguém<br />
melhor para avaliar um indivíduo do que<br />
quem conviveu com ele e pôde observá-lo<br />
em um ambiente seguro durante seu treinamento.<br />
Assim, os Centros de Treinamento<br />
são cruciais por fornecerem os conhecimentos<br />
básicos e técnicos indispensáveis ao<br />
futuro cardiologista intervencionista e por<br />
permitirem a avaliação desse indivíduo no<br />
dia-a-dia, no contato com os pacientes, e no<br />
contato com os outros colegas.<br />
Qual sua visão sobre os procedimentos<br />
compartilhados por especialistas<br />
diversos? Como essa relação pode<br />
ser justa e obviamente visar ao bem<br />
maior, a saúde do paciente?<br />
Uma atividade em franco progresso é a<br />
atuação do cardiologista intervencionista na<br />
área extracardíaca. Nenhuma especialidade<br />
é dona do conhecimento, as especialidades<br />
surgiram pelo aumento do conhecimento<br />
e da complexidade das várias áreas da Medicina.<br />
Penso que, se vamos atuar na área<br />
extracardíaca, é necessária uma habilitação<br />
que já existe e pode perfeitamente ser compartilhada.<br />
No último Congresso da <strong>SBHCI</strong>,<br />
iniciamos um diálogo com os radiologistas<br />
intervencionistas, que será vital para o treinamento<br />
no diagnóstico e na intervenção<br />
extracardíaca e sem dúvida trará enriquecimento<br />
para ambas as sociedades. Sabemos<br />
que para a formação de um cardiologista ou<br />
radiologista intervencionista são necessários<br />
pelo menos dois a três anos de formação<br />
específica e também sabemos que a área extracardíaca<br />
envolve especialistas que são formados<br />
em cursos hands-on de uma semana.<br />
Não nos cabe interferir em áreas que não a<br />
nossa, mas qual modelo queremos adotar?<br />
É papel da <strong>SBHCI</strong> fiscalizar e nortear<br />
a prática dos associados para que a<br />
mesma tenha credibilidade e atinja a<br />
excelência necessária?<br />
A <strong>SBHCI</strong> criou normas para a criação dos<br />
centros de treinamento e para a formação de<br />
novos especialistas, regras essas aceitas pela<br />
própria Sociedade, pela SBC e pela Associação<br />
Médica Brasileira (AMB). Se temos competência<br />
para criação dessas normas, quem<br />
melhor do que a própria Sociedade para<br />
assegurar que sejam cumpridas? Afinal, essas<br />
regras se constituem no núcleo da especialidade,<br />
e mais do que ninguém cabe a nós a<br />
verificação de seu cumprimento. Não se trata<br />
de poder de polícia; ao contrário, trata-se de<br />
evitar que os eventuais desvios se transformem<br />
em casos de polícia. Os hospitais estão<br />
hoje envolvidos em processos de acreditação<br />
nacionais e internacionais. É de conhecimento<br />
geral que a acreditação, uma vez concedida,<br />
vale por no máximo dois anos, após o<br />
que tem início novo processo, elevando os<br />
padrões antes aceitos como suficientes. Por<br />
que não adotar para a <strong>SBHCI</strong> esse modelo?<br />
Uma vez credenciado um Centro de Treinamento,<br />
a Sociedade faria auditorias periódicas<br />
para assegurar que a qualidade inicial está<br />
mantida e para auxiliar, quando necessário,<br />
na manutenção dessa qualidade. O objetivo<br />
primário é agir para que todos tenham a melhor<br />
qualidade possível e atuar de maneira<br />
pró-ativa para que essa seja nossa realidade.<br />
Um determinado hospital poderia solicitar da<br />
<strong>SBHCI</strong> uma auditoria no Serviço de Cardiologia<br />
Intervencionista, para que se detectem<br />
as vulnerabilidades e as boas qualidades desse<br />
Serviço, o que poderia gerar um relatório<br />
a partir do qual a qualidade e a segurança<br />
seriam garantidas. Trata-se de compartilhar<br />
conhecimentos, assegurar que aqueles que<br />
nos representam nos vários hospitais e regiões<br />
o façam da maneira mais digna possível,<br />
sem perder jamais o foco no paciente.<br />
Como se sente sendo membro da<br />
<strong>SBHCI</strong>?<br />
Tenho grande orgulho de pertencer à<br />
<strong>SBHCI</strong> e de ter participado, com muitos<br />
outros colegas, de sua criação e desenvolvimento.<br />
Quero continuar sentindo esse<br />
orgulho e quero sentir a sensação de fazer<br />
o melhor pelos pacientes a cada dia vivido<br />
no Laboratório de Hemodinâmica. Quero<br />
compartilhar minha experiência com os demais<br />
profissionais das áreas clínica e cirúrgica,<br />
com aqueles ainda em formação, e quero<br />
ouvir e aprender com os mais experientes.<br />
Quero oferecer ao paciente que me procura<br />
o melhor que minha especialidade pode proporcionar<br />
e quero, mais que tudo, me orgulhar<br />
do que sou e do que faço: ser membro<br />
atuante da <strong>SBHCI</strong>. É pedir demais?<br />
pEnSAMEnTo<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 2
pRÁTiCA MÉDiCA<br />
especiAlistAs contAM p<br />
utilizAM o ultrA-soM intrAc<br />
Estamos utilizando o ultra-som intracoronário<br />
(USIC) há três anos,<br />
e desde nosso primeiro contato<br />
com o método pudemos sentir o quanto<br />
é apaixonante e instigante interpretar suas<br />
imagens. Lembro-me do primeiro caso no<br />
Hospital Bandeirantes, de São Paulo, realizado<br />
em conjunto com Alexandre Abizaid,<br />
em que abordamos uma coronária<br />
direita que apresentava angiograficamente<br />
duas obstruções: a primeira de 70%,<br />
segmentar, no terço proximal, e outra de<br />
40%, no terço médio. Ao realizar o USIC,<br />
a artéria apresentava área luminal menor<br />
que 4 mm² na obstrução do terço médio,<br />
necessitando, dessa maneira, ser tratada<br />
conjuntamente com a obstrução do terço<br />
proximal. Ou seja, a utilização do USIC<br />
mudou a estratégia de tratamento.<br />
O que acho de mais interessante no<br />
uso do USIC é a possibilidade de obter<br />
imagens de placas ateromatosas com todas<br />
as suas nuances (calcificações, lagos<br />
lipídicos, etc.) e de poder analisar com<br />
Historicamente, a ultra-sonografia<br />
intracoronária tem ocupado papel<br />
central na compreensão da doença<br />
arterial coronária in vivo, auxiliando-nos<br />
no entendimento dos mecanismos de<br />
atuação e falência das formas de intervenção<br />
percutânea. Lembro que os mecanismos<br />
de reestenose e trombose após<br />
angioplastia com cateter-balão, com os<br />
stents não-farmacológicos e, mais recentemente,<br />
com os stents farmacológicos,<br />
foram em boa parte elucidados graças a<br />
essa modalidade invasiva de imagem.<br />
O ultra-som tem sido fundamental em<br />
nossa Instituição para avaliação dos pacientes<br />
com lesões intermediárias à angiografia<br />
coronária. Por fim, ressalto que<br />
na era dos stents farmacológicos, em relação<br />
à segurança tardia desses novos dispositivos,<br />
faz-se cada vez mais importante<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
mais precisão a expansão dos stents e a<br />
gravidade das obstruções.<br />
Dentre as indicações de USIC, em nosso<br />
Serviço, podemos destacar a análise de<br />
lesões angiograficamente intermediárias<br />
e a avaliação do implante/expansão dos<br />
stents farmacológicos como as principais.<br />
Em nossa pequena experiência, pudemos<br />
otimizar o tratamento percutâneo de lesões<br />
coronárias. Nesse sentido, a utilização<br />
do ultra-som é essencial nas situações<br />
notar que, nesses casos, é freqüente a<br />
mudança de conduta baseada nos dados<br />
ultra-sonográficos, denotando, assim, a<br />
importância do método.<br />
Apesar de acharmos o USIC um método<br />
de grande utilidade, temos, como todos,<br />
muita dificuldade em obter seu custeio pelas<br />
fontes pagadoras. O alto custo do cateter<br />
e a ausência de normatização do procedimento<br />
nas tabelas dos serviços de Saúde<br />
Suplementar e do Sistema Único de Saúde<br />
(SUS) inviabilizam seu uso rotineiro. Dessa<br />
maneira, queremos mas não podemos utilizá-lo<br />
como gostaríamos ou deveríamos.<br />
Aos colegas que estão iniciando o uso<br />
ou que se interessam por essa técnica, deixo<br />
aqui duas referências que foram muito<br />
úteis para nosso aprendizado: o livro Atlas<br />
of Intracoronary Ultrasound, de Gary Mintz,<br />
e o website www.teachivus.com.<br />
Marcelo Cantarelli, coordenador do<br />
Serviço de Cardiologia Intervencionista do<br />
Hospital Bandeirantes – São Paulo, SP<br />
de maior complexidade, com destaque<br />
para o tratamento de lesões em tronco<br />
de coronária esquerda não-protegido,<br />
bifurcações (especialmente as que requerem<br />
o uso de dois ou mais stents), uso<br />
de múltiplos e longos stents e tratamento<br />
de reestenose de stents farmacológicos.<br />
Nesses cenários, a identificação e o<br />
tratamento de problemas relacionados à<br />
abordagem percutânea subótima (subexpansão<br />
das endopróteses, dissecções de<br />
bordo, lesões residuais graves subestimadas<br />
à angiografia, etc.) podem minimizar a<br />
possibilidade futura de eventos adversos<br />
maiores, sobretudo trombose e reestenose<br />
dessas endopróteses.<br />
alexandre abizaid, chefe da Seção Médica<br />
de Intervenções Coronárias do Instituto Dante<br />
Pazzanese de Cardiologia – São Paulo, SP
or Que<br />
oronário<br />
A<br />
técnica do ultra-som intracoronário<br />
(USIC) passou a fazer parte da rotina<br />
de meu Serviço em 1994. Nessa<br />
época, o método, ainda incipiente no cenário<br />
mundial, me encantava porque as<br />
imagens obtidas modificavam totalmente<br />
minha conduta no Laboratório de Hemodinâmica.<br />
Eu estava reaprendendo a doença<br />
aterosclerótica e a cinecoronariografia.<br />
Iniciávamos também, nessa época, as primeiras<br />
experiências com o implante dos<br />
stents Palmaz-Schatz e, posteriormente,<br />
Gianturco-Roubim, quando os índices de<br />
trombose hospitalar ultrapassavam 10%,<br />
apesar da potente associação de antiadesivos<br />
plaquetários e anticoagulantes.<br />
Foi Antonio Colombo, outro entusiasta<br />
da técnica, que modificou totalmente o<br />
rumo dos stents, quando observou, com<br />
o USIC, que 80% dos stents implantados<br />
com baixa pressão (técnica utilizada na<br />
época) estavam hipoexpandidos, necessitando<br />
de novas dilatações com maior<br />
pressão ou balões maiores. Em nossa casuística,<br />
57% dos stents implantados com<br />
O<br />
ultra-som intracoronário (USIC)<br />
proporciona visualização e análise<br />
mais acuradas das artérias<br />
coronárias, o que permite o esclarecimento<br />
de lesões duvidosas à angiografia,<br />
como lesões intermediárias, ostiais, anelares,<br />
em tronco de coronária esquerda<br />
e em bifurcações, assim como a identificação,<br />
com maior precisão, da presença<br />
de dissecção, trombo, aneurisma,<br />
pseudo-aneurisma, prolapso de placa e<br />
hiperplasia neo-intimal, entre outros. O<br />
USIC também constitui o melhor método<br />
para avaliar e quantificar a presença<br />
de remodelamento positivo.<br />
Além de seu papel no diagnóstico, o<br />
USIC apresenta importantes aplicações<br />
terapêuticas, especialmente na era dos<br />
stents farmacológicos, pois permite o cál-<br />
alta pressão e que obtinham imagem angiográfica<br />
adequada ainda apresentavam<br />
hipoexpansão pelos critérios do USIC e<br />
necessitavam de nova dilatação (dados<br />
da dissertação de mestrado de Marcelo<br />
Freitas, defendida em 1996).<br />
Evoluímos muito nas plataformas dos<br />
stents, chegando às últimas gerações<br />
dos farmacológicos. E, mais uma vez, tenho<br />
certeza de que, sob o meu ponto<br />
de vista, o USIC é mandatório. Muitos<br />
dos eventos tardios estão relacionados<br />
com a técnica do implante. A avaliação<br />
com o USIC pré-implante permite ver a<br />
real extensão da placa e o real diâmetro,<br />
otimizando a escolha do stent farmaco-<br />
lógico (drug-eluting stent – DES). A avaliação<br />
pós-implante do stent e a falta de<br />
expansão são observadas em 12% dos<br />
stents, apesar da imagem angiográfica<br />
adequada e da experiência mundial do<br />
implante otimizado pela angiografia. A<br />
incompleta aposição do DES na parede<br />
do vaso apresenta alta prevalência, com<br />
a trombose muito tardia do DES.<br />
A avaliação diagnóstica representa hoje<br />
50% dos procedimentos com ultra-som<br />
intravascular realizados em nosso Serviço.<br />
Pacientes com isquemia comprovada nos<br />
estudos funcionais que apresentam lesão<br />
intermediária no vaso correspondente<br />
ao território da isquemia são analisados<br />
rotineiramente durante a cinecoronariografia,<br />
e mais de 40% dessas lesões são<br />
críticas pelo USIC. Quando evidenciamos<br />
lesões em tronco, principalmente no óstio,<br />
associadas à origem ascendente do<br />
vaso, muitas vezes evidenciamos ausência<br />
de placa aterosclerótica e o estreitamento<br />
se traduz por uma imagem caprichosa<br />
da tortuosidade inicial.<br />
Há muito tempo venho dizendo que sou<br />
“ultra-som-dependente”, pois é um método<br />
fantástico e muito rápido, seguro e eficaz<br />
de ser realizado, quando nos propomos<br />
realmente a incorporá-lo a nossa rotina.<br />
Costantino Costantini, diretor-geral do<br />
Hospital Cardiológico Costantini – Curitiba, PR<br />
culo acurado do tamanho do stent em diâmetro<br />
e em extensão e a avaliação imediata<br />
do implante de stents considerandose<br />
aposição, expansão, posicionamento e<br />
retração elástica do stent implantado. Sua<br />
utilização em lesões de bifurcação é muito<br />
importante, pois a diferença de calibre do<br />
vaso principal antes e após a bifurcação<br />
comumente requer pós-dilatação, com o<br />
objetivo de evitar aposição inadequada do<br />
stent na porção proximal e hiperexpansão<br />
ou superdimensionamento do stent na<br />
porção distal, com aumento do risco de<br />
dissecção, reestenose e trombose, independentemente<br />
da técnica a ser utilizada.<br />
alexandre C. Zago, doutor em<br />
Cardiologia pela Universidade de<br />
São Paulo (USP)/Harvard University<br />
pRÁTiCA MÉDiCA<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 2
SERViÇo<br />
cAMinHos pArA otiMizAr o teMpo<br />
portA-bAlÃo no AtendiMento do<br />
infArto AGudo do Miocárdio<br />
Marcia Makdisse, fábio s. de brito Jr.,<br />
Alessandra correa, teresa c. d. c.<br />
nascimento, luciano forlenza,<br />
breno o. Almeida, Marco A. Magalhães,<br />
ivanise Gomes, Marco A. perin*<br />
A<br />
angioplastia primária é a terapia<br />
de reperfusão mais efetiva para o<br />
tratamento do infarto agudo do<br />
miocárdio com elevação do segmento<br />
ST (IAMEST). Dados do National<br />
Registry of Myocardial Infarction (Registro<br />
NRMI-3 e 4) demonstram que os<br />
benefícios da angioplastia primária são<br />
diretamente proporcionais ao tempo<br />
porta-balão (TPB) (Gráfico 1).<br />
Gráfico 1 – Impacto do tempo<br />
porta-balão sobre a mortalidade hospitalar.<br />
(Adaptado de Mcnamara et al.<br />
J Am Coll Cardiol. 2006;47:2180-6.)<br />
O TPB é o indicador de processo mais<br />
utilizado para medir o desempenho das<br />
instituições em relação à prontidão para<br />
realização da angioplastia primária. É<br />
medido da chegada do paciente ao hospital<br />
até a primeira insuflação do balão<br />
no interior da artéria coronária. A meta<br />
é manter o TPB inferior a 90 minutos. O<br />
processo de atendimento pode ser dividido<br />
em três fases, como se segue:<br />
- FASe de dIAgnóStICo: O desempenho<br />
da equipe multiprofissional<br />
da Unidade de Primeiro Atendimento<br />
(UPA) tem papel crucial no resultado<br />
do TPB. Um algoritmo de decisão dá autonomia<br />
à enfermagem da Triagem para<br />
indicar eletrocardiograma (ECG) ime-<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
marcia makdisse<br />
diato na sala de emergência enquanto<br />
o médico é acionado, além de facilitar<br />
a identificação de casos atípicos. A monitorização<br />
cardíaca deve ser instalada,<br />
simultaneamente ao ECG, por outro<br />
membro da equipe de enfermagem. A<br />
utilização de um sistema de alerta por<br />
pager (tecla IAM) desencadeia simultaneamente<br />
diversas ações em setores<br />
críticos do hospital, como hemodinâ-<br />
T1 Tempo porta-ECG<br />
mica, transporte, anestesiologista (que<br />
acompanhará o paciente durante o<br />
transporte e a realização da intervenção),<br />
e enfermeira case-manager (que irá<br />
monitorar os indicadores de qualidade).<br />
- FASe InterMedIárIA: Durante<br />
o preparo para o transporte são realizados<br />
os demais cuidados médicos e<br />
de enfermagem pertinentes ao caso, de<br />
acordo com o protocolo de IAM. Em<br />
nossa instituição, a indicação, o preparo<br />
e a administração de abciximab ficam<br />
por conta do setor de hemodinâmica.<br />
- FASe de Intervenção: A coronariografia<br />
inicia-se pelo estudo da<br />
artéria coronária contralateral, não relacionada<br />
ao infarto agudo do miocárdio<br />
(IAM). Essa estratégia, embora consuma<br />
alguns minutos do TPB, é fundamental<br />
para se obter informações sobre as demais<br />
artérias coronárias e, também, para<br />
avaliar a presença de circulação colateral<br />
para o território da artéria relacionada<br />
ao infarto (ARI). A seguir, utilizando-se<br />
cateter-guia de angioplastia, faz-se a angiografia<br />
da ARI, com o objetivo de realizar<br />
a recanalização mecânica do vaso e a<br />
SUBteMPoS CoMo MedIr<br />
Da chegada do paciente na UPA, sem diagnóstico,<br />
até o horário registrado no primeiro ECG realizado,<br />
após sua chegada.<br />
Esse tempo deve ser de até 10 minutos.<br />
T2 Tempo ECG-tecla IAM Do primeiro ECG até o acionamento da tecla IAM.<br />
T3<br />
T4<br />
T5<br />
QUAdro 1 - SUBteMPoS do teMPo PortA-BALão<br />
Tempo tecla IAMliberação<br />
da sala<br />
Tempo liberaçãoadmissão<br />
na Hemodinâmica<br />
Tempo admissão na Hemodinâmicainício<br />
da angiografia coronária<br />
T6 Tempo início da angiografia-balão<br />
Do acionamento da tecla IAM até o momento em que<br />
o Setor de Cardiologia Intervencionista libera a sala.<br />
Da liberação da sala até a chegada no<br />
Laboratório de Hemodinâmica.<br />
O tempo porta-admissão na Hemodinâmica<br />
deve ser de até 60 minutos.<br />
Da chegada no laboratório até a primeira<br />
injeção de contraste realizada.<br />
Da primeira injeção de contraste até a primeira<br />
insuflação do balão ou passagem do<br />
device de trombectomia para reperfusão do vaso.<br />
eCg = eletrocardiograma; IAM = infarto agudo do miocárdio; UPA = Unidade de Primeiro Atendimento (UPA).
angioplastia primária. Esse procedimento<br />
é realizado, o mais rapidamente possível,<br />
utilizando-se balões, stents e, eventualmente,<br />
dispositivos de trombectomia. A<br />
ventriculografia esquerda geralmente é<br />
realizada ao final da intervenção.<br />
Os subtempos do TPB são bons indicadores<br />
do desempenho em cada fase do<br />
processo. No Quadro 1 estão descritos os<br />
subtempos monitorados em nosso Serviço.<br />
A melhor estratégia para se reduzir o<br />
TPB é a integração dos processos de atendimento<br />
que ocorrem dentro e fora da<br />
Hemodinâmica. A implementação de um<br />
protocolo gerenciado para atendimento de<br />
pacientes com IAMEST facilita sobremaneira<br />
tal integração. As dicas mais importantes<br />
para o sucesso do protocolo são:<br />
1. Posicionamento claro para a equipe<br />
da UPA de que a angioplastia primária<br />
é a terapia de reperfusão preferencial<br />
na instituição.<br />
2. Otimização dos fluxos de atendimento,<br />
visando a agilizar o processo<br />
como um todo (Figura 1).<br />
3. Definição e monitorização dos indicadores<br />
de qualidade.<br />
Figura 1– Fluxo de atendimento<br />
do protocolo gerenciado de<br />
IAMeSt utilizado no Hospital<br />
Israelita Albert einstein.<br />
dAC = doença arterial coronária;<br />
dCbv = doença cerebrovascular;<br />
dAP = doença arterial periférica;<br />
IAMeSt = infarto agudo do miocárdio<br />
com elevação do segmento St.<br />
4. Alinhamento com o corpo clínico.<br />
5. Treinamento das equipes envolvidas<br />
no atendimento.<br />
6. Fornecimento de feed-backs periódicos<br />
para as equipes assistenciais e gestores<br />
do hospital.<br />
7. Implementação das ações de melhoria.<br />
O Gráfico 2 mostra a contribuição<br />
de cada subtempo para a composição<br />
do TPB em nossa instituição. Observase<br />
que 25% do tempo está relacionado<br />
à atuação da UPA (T1 e T2), 35% do<br />
tempo decorre da interação entre UPA,<br />
Laboratório de Hemodinâmica e equipe<br />
de transporte (T3 e T4), e 40% do<br />
tempo está relacionado à intervenção<br />
propriamente dita (T5 e T6).<br />
Gráfico 2 – Contribuição dos<br />
subtempos para o tempo portabalão.<br />
tPB = tempo porta-balão.<br />
Após a implementação, em março de<br />
2005, do Protocolo Gerenciado de IAM,<br />
em nossa instituição, houve redução de<br />
11% no TPB, especialmente à custa da redução<br />
do tempo porta-ECG (Gráfico 3).<br />
Gráfico 3 – Impacto da implementação<br />
do protocolo gerenciado de infarto<br />
agudo do miocárdio sobre os tempos<br />
porta-eCg e porta-balão (total de<br />
infarto agudo do miocárdio = 769;<br />
total de infarto agudo do miocárdio<br />
com elevação do segmento St = 318).<br />
eCg = eletrocardiograma.<br />
LITERATURA RECOMENDADA<br />
Bradley EH, Nallamothu BK, Curtis<br />
JP, Webster TR, Magid DJ, Granger CB,<br />
et al. Summary of evidence regarding<br />
hospital strategies to reduce door-toballoon<br />
times for patients with ST-segment<br />
elevation myocardial infarction<br />
undergoing primary percutaneous cor-<br />
onary intervention. Crit Pathw Cardiol.<br />
2007 Sep;6(3):91-7.<br />
Gomes I, Correa A, Makdisse M, Perin<br />
M, Brito Jr FS, Abizaid A, et al. Contribution<br />
of each subinterval to door-to-balloon<br />
time in primary angioplasty. Circulation.<br />
2008;117:63.<br />
Hiatt BL, Lee DP, Yeung AC. A successful<br />
strategy to improve door-to-balloon<br />
times in acute myocardial infarction: a<br />
single center experience. Crit Pathw<br />
Cardiol. 2002;1:103-6.<br />
Keeley EC, Boura JA, Grines CL.<br />
Primary angioplasty versus intravenous<br />
thrombolytic therapy for acute<br />
myocardial infarction: a quantitative<br />
review of 23 randomised trials. Lancet.<br />
2003;361:13-20.<br />
McNamara RL, Wang Y, Herrin J, Curtis<br />
JP, Bradley EH, Magid DJ, et al. Effect<br />
of door-to-balloon time on mortality<br />
in patients with ST-segment elevation<br />
myocardial infarction. J Am Coll Cardiol.<br />
2006;47:2180-6.<br />
* Programa de Cardiologia do<br />
Hospital Israelita Albert Einstein<br />
SERViÇo<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 2
ConSEnSo<br />
Autor dA novA diretriz sbHci, frAncisco cH<br />
os AvAnços dA intervençÃo nAs cA<br />
Da esquerda para a direita, Cesar esteves (sP), luiz Carlos simões (rJ),<br />
francisco Chamié (rJ), raul rossi (rs) e Carlos Pedra (sP)<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
Atualmente, no Brasil, 0,8% a 1%<br />
dos nascidos vivos apresenta<br />
algum problema cardiológico<br />
congênito. Em comparação com<br />
as doenças do coração mais freqüentes,<br />
como infarto do miocárdio, responsável<br />
por mais de 40% das mortes em todo o<br />
mundo, o número de pacientes cardíacos<br />
com anomalias congênitas é relativamente<br />
pequeno.<br />
Mesmo diante desse pequeno índice,<br />
alguns especialistas continuam aprofundando-se<br />
em estudos sobre o tema e<br />
desenvolvendo pesquisas para oferecer a<br />
melhor assistência de saúde aos pacientes.<br />
Afinal, se não tratados corretamente, os<br />
eventos cardiológicos congênitos podem<br />
levar o indivíduo a falecer precocemente<br />
ou fazê-lo sofrer durante toda a vida.<br />
Um grupo de médicos da <strong>SBHCI</strong>,
AMié de Queiroz fAlA sobre<br />
rdiopAtiAs conGÊnitAs<br />
coordenado por Francisco Chamié de<br />
Queiroz, cardiologista intervencionista<br />
do Rio de Janeiro, produz, no momento,<br />
uma diretriz sobre intervenção percutânea<br />
dos defeitos congênitos. Consiste<br />
em tratar os defeitos cardíacos ou vasculares<br />
surgidos ainda na época da gestação<br />
por via percutâna, com cateter.<br />
Juntamente com os editores Luís Carlos<br />
Simões, do Rio de Janeiro, e Raul<br />
Rossi, de Porto Alegre, Chamié convidou<br />
para integrar a equipe como diretores<br />
associados, coordenando os grupos<br />
de trabalho, Carlos Augusto Cardoso<br />
Pedra e César Augusto Esteves, de São<br />
Paulo, Edmundo Clarindo Oliveira, de<br />
Belo Horizonte, e Luís Alberto Christiani,<br />
também do Rio de Janeiro.<br />
Os defeitos congênitos e os procedimentos<br />
necessários para tratá-los serão<br />
divididos em quatro grupos principais: o<br />
primeiro é o das oclusões; o segundo, das<br />
dilatações com cateter-balão; o terceiro<br />
estudará o uso dos stents; e o quarto se<br />
concentrará na retirada de corpos estranhos<br />
do coração e nos vários tipos<br />
de atriosseptostomias e suas indicações.<br />
“Com isso, devemos cobrir todos ou<br />
quase todos os procedimentos feitos<br />
percutaneamente”, pondera Chamié.<br />
A nova recomendação dará maior<br />
respaldo tanto para os cardiologistas<br />
intervencionistas como para os convênios,<br />
que devem aprovar ou não as<br />
solicitações médicas. “Ela oferecerá o<br />
embasamento científico necessário para<br />
validar os procedimentos percutâneos<br />
que os especialistas consideram adequados<br />
para o tratamento ao paciente”,<br />
comenta o autor da diretriz.<br />
A maioria dos hemodinamicistas dedicados<br />
às doenças congênitas atua em todo o<br />
processo de tratamento, desde a parte clínica<br />
até a cirurgia. Mesmo com o aumento<br />
do número de procedimentos percutâneos<br />
nos últimos anos, eles não trabalham<br />
somente nessa área. “Acabamos atuando<br />
na clínica também, em ecocardiografia. De<br />
certa forma, é melhor porque formamos<br />
profissionais mais completos. Isso é uma<br />
vantagem”, analisa Chamié.<br />
Para ele, o grupo de especialistas brasileiros<br />
é confiável, tão bom quanto os<br />
estrangeiros. “Tenho muito orgulho de<br />
fazer parte desse grupo. A intervenção<br />
no Brasil é muito boa, uma das melhores<br />
do mundo, tanto em doenças coronárias<br />
quanto em congênitas.”<br />
Mas apesar de os profissionais estarem<br />
em constante atualização, por meio dos<br />
congressos internacionais e nacionais que<br />
ocorrem anualmente, a área de intervenção<br />
em cardiopatias congênitas ainda tem<br />
dificuldades na assistência aos pacientes.<br />
Em suma, são dois os motivos principais:<br />
existem regiões carentes desse tipo de<br />
procedimento no Brasil, como Norte e<br />
Nordeste; e o material utilizado tem custo<br />
expressivo e o Sistema Único de Saúde<br />
(SUS) ainda não investe suficientemente.<br />
“Não existe nada nacional, tudo o que<br />
nós usamos é feito fora do País. Logo, os<br />
almoxarifados da maioria dos hospitais<br />
e clínicas não dispõem desses materiais.<br />
A cada procedimento que vou fazer,<br />
tenho de pedir ao convênio a lista de<br />
equipamentos necessários à intervenção”,<br />
revela Chamié, intervencionista<br />
em cardiopatias congênitas há 28 anos.<br />
O SUS até já autoriza o uso de alguns<br />
equipamentos para doenças congênitas,<br />
como o cateter-balão e o stent,<br />
mas o ideal é que sejam comprados<br />
materiais para outros procedimentos<br />
e em maiores quantidades, diminuindo<br />
assim o investimento.<br />
Francisco Chamié considera que o<br />
Ministério da Saúde está sensível à proposta<br />
dos intervencionistas congênitos.<br />
“Se conseguirmos colocar a primeira<br />
prótese dentro do orçamento, talvez<br />
consigamos pôr as outras em seguida<br />
e fazer disso um procedimento habitual<br />
dentro do SUS.”<br />
A nova diretriz também ajudará nesse<br />
processo, pois, como balizadora da<br />
prática clínica da Cardiologia Intervencionista<br />
brasileira, poderá ser parâmetro<br />
para as decisões de compra, autorização<br />
e aprovação do material.<br />
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Jornal da <strong>SBHCI</strong> 2
CERTiFiCAÇão<br />
curso AnuAl de revisÃo eM<br />
cArdioloGiA intervencionistA dA<br />
sbHci: novo forMAto é AprovAdo!<br />
luiz Alberto Mattos*<br />
A<br />
<strong>SBHCI</strong> realizou na cidade de São<br />
Paulo, durante os dias 26 e 27 de<br />
novembro, no Hotel Sofitel, seu<br />
Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica<br />
e Cardiologia Intervencionista,<br />
com a finalidade primeira de amparar e reforçar<br />
os concorrentes ao concurso anual<br />
para obtenção do Certificado de Área de<br />
Atuação exarado pela Sociedade Brasileira<br />
de Cardiologia (SBC) e pela Associação<br />
Médica Brasileira (AMB).<br />
Esse foi o terceiro curso de revisão realizado<br />
pela atual administração da <strong>SBHCI</strong><br />
(gestão 2006/2009). Os cursos, durante<br />
nossa gestão, foram realizados com formatos<br />
e locais distintos, com o objetivo de<br />
oferecer outra janela de oportunidade para<br />
os interessados: o primeiro aconteceu em<br />
Brasília (junho de 2007), ainda prévio ao<br />
Congresso anual, e o segundo foi realizado<br />
em Curitiba (dezembro de 2007).<br />
Em 2008, após análise criteriosa das virtudes<br />
e deficiências observadas em 2007,<br />
idealizamos, em conjunto com a Comissão<br />
Permanente de Certificação (CPC), apenas<br />
um concurso anual e, desta feita, um<br />
curso único também.<br />
Retiramos esse curso da composição<br />
de nosso Congresso anual, por diversas<br />
razões. Em primeiro lugar, a abrangência<br />
temática é tão ampla que não é mais<br />
possível desenvolvê-la em apenas um dia,<br />
sendo necessários no mínimo dois dias.<br />
Se efetivado na véspera do Congresso,<br />
como uma atividade prévia, o curso estende<br />
em demasia o evento, totalizando<br />
cinco dias, o que implica a dedicação dos<br />
palestrantes ao evento por aproximadamente<br />
uma semana. Mais importante<br />
que essa evidência é a temporalidade do<br />
evento. Nosso Congresso, tradicionalmente,<br />
é realizado no final do primeiro<br />
semestre do ano, e, portanto, prévio à<br />
efetivação do congresso anual da SBC.<br />
A SBC realiza apenas um concurso anual<br />
para obtenção do Título de Especialista<br />
em Cardiologia (TEC), justamente na vigência<br />
de seu evento anual, em setembro<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
Candidatos ao título de especialista recapitulam a matéria<br />
na véspera da prova, durante Curso anual de revisão<br />
e outubro. Desde 2007, a AMB não mais<br />
permite que os candidatos se inscrevam<br />
em nosso edital do concurso para obtenção<br />
do Certificado de Área de Atuação<br />
em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista<br />
sem a devida comprovação<br />
de serem portadores do TEC. Assim, os<br />
candidatos permaneceriam quase um ano<br />
inteiro aguardando nosso concurso, visto<br />
as datas distintas dos editais.<br />
Deslocamos a data de nosso edital<br />
para o final do ano, permitindo que os<br />
candidatos obtenham o pré-requisito<br />
necessário (TEC) durante a realização<br />
do congresso anual da SBC. E o curso<br />
passou a ser realizado na sede da <strong>SBHCI</strong>,<br />
em São Paulo, que concentra mais 240<br />
sócios de nossa entidade.<br />
Com essa renovação completa, compreendendo<br />
data, local e conteúdo, o curso<br />
aumentou sua audiência, a maior até<br />
então, com 125 médicos, a maioria deles<br />
jovens profissionais, formados há menos<br />
de dez anos. Deve-se ressaltar que a audiência<br />
foi de quase o dobro dos inscritos<br />
para concorrer ao edital para obtenção<br />
do certificado (68 profissionais).<br />
O curso foi reconhecido pela Comissão<br />
Nacional de Acreditação (CNA), que lhe<br />
homologou 8 pontos, graduação elevada,<br />
e com um total de 40 horas/aula. A temática<br />
foi abrangente, desde os princípios da<br />
hemodinâmica e dos exames diagnósticos,<br />
transitando até os avanços mais recentes e<br />
baseados em evidências relacionadas à car-<br />
diologia intervencionista, incluindo cardiopatias<br />
congênitas, procedimentos extracardíacos,<br />
gestão hospitalar, ética médica, além<br />
da terapia celular intervencionista.<br />
A análise crítica dos participantes demonstrou<br />
que a aceitação com grau “excelente”<br />
ou “muito bom” predominou em<br />
mais de 80% das aulas ministradas.<br />
A <strong>SBHCI</strong> solidifica seu processo de<br />
certificação, com a abertura de um espaço<br />
exclusivo e dedicado a essa atividade,<br />
considerada a de maior nobreza e importância<br />
pela atual administração, visto que<br />
concerne à admissão formal ao mercado<br />
de trabalho de uma atuação médica dotada<br />
de alta complexidade.<br />
Em 2009, o Curso Anual de Revisão<br />
acontecerá nos dias 13 e 14 de novembro<br />
e a prova, dia 15 de novembro, em<br />
São Paulo. Em atenção à solicitação e à<br />
sugestão de diversos colegas, o evento<br />
deverá ser realizado em uma sexta-feira<br />
e no sábado, dias de menos atividades<br />
assistenciais, possibilitando que a<br />
audiência seja maior.<br />
A <strong>SBHCI</strong> encerra o ano de 2008 com<br />
mais esse evento muito bem-sucedido, que<br />
se compõe com todos os demais deste ano<br />
que se encerra, iniciado em março de 2008,<br />
no Rio de Janeiro (Alta Complexidade e<br />
Extracardíaco), Congresso anual, em junho,<br />
no Recife, e mais nove edições do Programa<br />
de Educação Continuada (PEC).<br />
* Presidente da <strong>SBHCI</strong>
provA dA sbHci de 2008 pArA<br />
obtençÃo do certificAdo de áreA<br />
de AtuAçÃo eM HeModinâMicA e<br />
cArdioloGiA intervencionistA<br />
samuel silva da silva*<br />
A<br />
realização dessa Prova, em 28 de<br />
novembro, incluiu uma importante<br />
inovação metodológica representada<br />
pela chamada Prova<br />
Teórico-Prática. Essa prova consistiu na<br />
apresentação de casos editados de intervenções<br />
coronarianas percutâneas e de<br />
cenas de estudos angiográficos e de registro<br />
contínuo durante recuo de transdutor<br />
de ultra-som intracoronariano, que deveriam<br />
ser interpretados pelos candidatos,<br />
para que pudessem responder aos testes<br />
de múltipla escolha. Esses testes avaliaram<br />
o conhecimento referente a aspectos de interpretação<br />
diagnóstica e de conduta. Para<br />
a Comissão Permanente de Certificação<br />
(CPC), esse fato representou a concretização<br />
de uma proposta inovadora de avaliação,<br />
aprovada e desenvolvida em 2007. Para<br />
que isso ocorresse, houve a necessidade de<br />
realização de teste piloto prévio destinado<br />
a aferir a viabilidade técnica, indispensável<br />
diante do ineditismo da prova.<br />
Para a realização da Prova Teórico-Prática,<br />
a CPC decidiu adotar o método de<br />
projeção simultânea de imagens em quatro<br />
telões, com o uso de data show. Os 64<br />
candidatos participantes desse concurso<br />
foram divididos em quatro grupos de 16<br />
indivíduos, garantindo melhor condição de<br />
visualização das projeções. Os casos foram<br />
apresentados sucessivamente, com as<br />
cenas projetadas repetidas vezes, em ambiente<br />
com iluminação adequada, por um<br />
tempo considerado satisfatório, além da<br />
projeção de imagens paradas representativas<br />
do aspecto que se desejava salientar.<br />
A Prova Teórico-Prática constou da apresentação<br />
de dois casos de intervenção coronariana<br />
percutânea, três cenas de angiografias<br />
de distintos pacientes e de um caso de<br />
ultra-som intracoronariano. Foram formuladas<br />
dez questões de múltipla escolha, com<br />
duração de uma hora para sua realização.<br />
Não foram registradas intercorrências durante<br />
todo o processo. O desempenho dos<br />
candidatos revelou grau médio de acertos<br />
de 7,34 questões, o que classifica essa prova<br />
dentro do grau de dificuldade muito fácil.<br />
Embora a CPC considere que esse desempenho<br />
deva ser superior ao da tradicional<br />
Prova Teórica, não temos qualquer<br />
parâmetro para julgá-lo. Certamente, a adoção<br />
da modalidade das respostas em forma<br />
de múltipla escolha favoreceu as questões<br />
em que se solicitava um diagnóstico, por<br />
limitá-los a cinco possibilidades. Na próxima<br />
prova, a adoção de perguntas objetivas,<br />
com a modalidade de respostas abertas, e<br />
de um check list para a correção resolverá<br />
esse viés. A correção dessas questões por<br />
dois avaliadores, atuando em condição duplo-cega,<br />
é um método aceito de garantia<br />
de confiabilidade e de impessoalidade.<br />
O desempenho dos candidatos na Prova<br />
Teórica, reduzida a 50 questões e com tempo<br />
de três horas para sua realização, correspondeu<br />
às expectativas da CPC. A média de<br />
acertos foi de 28,39 questões, conferindo a<br />
essa prova grau de dificuldade médio (0,567),<br />
que, aliado ao grau de discriminação média<br />
das questões, classificado como bom (0,345),<br />
a coloca no padrão das provas anteriores.<br />
A proporção de candidatos que lograram<br />
aprovação mediante a somatória dos<br />
pontos das provas com a pontuação do<br />
currículo também não diferiu da dos dois<br />
últimos concursos, nos quais os critérios<br />
de avaliação foram os mesmos.<br />
Foram apresentados recursos contra quatro<br />
questões desta prova, tendo um deles resultado<br />
na anulação da questão, por divergências<br />
de resposta em capítulos diferentes de<br />
um livro da bibliografia oficial (Grossmann).<br />
A CPC cumprimenta os candidatos aprovados<br />
e aproveita a oportunidade para alertá-los<br />
que o prazo máximo para a realização<br />
da Prova Prática é de seis meses, conforme<br />
publicado no Edital de Convocação desta<br />
prova, estipulado por determinação da Sociedade<br />
Brasileira de Cardiologia/Associação<br />
Médica Brasileira (SBC/AMB).<br />
* Coordenador da Comissão Permanente de Certificação<br />
da <strong>SBHCI</strong> e cardiologista intervencionista – Londrina, PR<br />
Todas as imagens são ilustrações artísticas.<br />
Fotos e especificações representam o desenho atual (2007).<br />
As informações aqui contidas destinam-se à distribuição fora<br />
dos EUA e Japão apenas.<br />
© 2008 Abbott Laboratories. LA-3011C-07 04/2008<br />
www.xiencev.com<br />
ABBOTT CENTER - Central de Relacionamento com o Cliente<br />
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CERTiFiCAÇão<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1<br />
ANU 1520.indd 1 7/5/2008 13:00:58
MAkinG oFF<br />
os bAstidores dA provA pArA títul<br />
Em novo formato, a<br />
primeira fase contou<br />
com provas teórica e<br />
teórico-prática<br />
Há cerca de um ano, a officium,<br />
empresa de Porto Alegre, Rio<br />
Grande do Sul, com vasta experiência<br />
na organização de<br />
concursos, foi procurada pela Comissão<br />
Permanente de Certificação (CPC)<br />
da <strong>SBHCI</strong> com o intuito de organizar a<br />
prova para obtenção do Título de Especialista<br />
em Hemodinâmica e Cardiologia<br />
Intervencionista. Encabeçados pelo<br />
dr. Samuel Silva da Silva, coordenador<br />
da CPC, sucessivos encontros foram<br />
definindo propósitos e distribuindo as<br />
tarefas para a realização da prova.<br />
“Todo o processo foi realizado de<br />
forma absolutamente sigilosa. Examinamos<br />
a prova sob diversos pontos<br />
de vista. A linguagem, a metodologia<br />
e a elaboração do teste objetivo são<br />
alguns dos principais pontos”, explica<br />
a professora maria do Horto Soares<br />
motta, diretora da officium.<br />
Nas reuniões seguintes, os membros da<br />
Comissão, oriundos de diferentes regiões<br />
do País, discutiram à exaustão as questões<br />
que compuseram a prova. “Trabalhamos<br />
com um número de questões superior ao<br />
necessário, abordando todos os pontos<br />
do programa”, afirma a professora.<br />
Para a prova, foram estimados três<br />
graus de dificuldade: fácil, médio e difícil. A<br />
cada uma das questões foi atribuída, ainda,<br />
uma escala de um a cinco, de acordo com<br />
o grau de relevância com a bibliografia<br />
que a embasa. Depois de classificadas as<br />
questões, a prova apresentou, aproximadamente,<br />
a seguinte proporção: 25% de<br />
questões fáceis, 25% de questões difíceis,<br />
e 50% de questões de nível médio.<br />
A PROVA<br />
Todos os 64 candidatos homologados,<br />
que enviaram a documentação necessária<br />
dentro do prazo estipulado e<br />
que tiveram seus currículos analisados<br />
e pontuados, compareceram à prova.<br />
Foram 50 questões teóricas, de múl-<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
andré gasparini spadaro (sP), adriano Dias Dourado de oliveira (Ba), marco<br />
antonio de Vivo Barros (PB) e Dimytri alexandre de alvim siqueira (sP)<br />
maria do Horto (rs),<br />
representante da officium<br />
Prova teórica<br />
samuel silva da silva (Pr)
o de especiAlistA dA sbHci<br />
tipla escolha, e mais quatro casos editados<br />
na segunda fase. “o objeto da<br />
análise nesta segunda parte foi o meio<br />
eletrônico. Uma imagem foi exibida e,<br />
sobre essa imagem, foram formuladas as<br />
questões”, explica Samuel Silva da Silva.<br />
Uma hora após a prova, os resultados<br />
foram disponibilizados aos candidatos,<br />
os quais, munidos de seus cadernos de<br />
questões, puderam conferir as respostas<br />
e obter sua pontuação.<br />
Quatro deles discordaram do gabarito<br />
e entraram com recurso pedindo revisão,<br />
recorrendo do critério adotado pela Comissão<br />
para considerar aquela questão<br />
correta, relata Samuel Silva da Silva. Após<br />
análise de cada uma das reclamações, a<br />
Comissão entendeu que um dos pedidos<br />
era procedente, deferindo a solicitação<br />
e pontuando todos os candidatos<br />
para a referida questão, independentemente<br />
da resposta assinalada.<br />
Confirmado o gabarito final, foram<br />
aprovados pouco mais de 80% dos candidatos,<br />
ou todos aqueles com um mínimo<br />
de 70% de acertos. Para obter o título,<br />
esses indivíduos ainda têm, em um prazo<br />
de seis meses, de passar por uma prova<br />
prática. “Essa é uma prova real, realizada<br />
nos serviços para os quais os candidatos<br />
trabalham. membros da Comissão se deslocarão<br />
para as diferentes localidades a fim<br />
de verificar a proficiência de cada um.”<br />
A lista de aprovados está disponível<br />
desde 12 de dezembro no website da<br />
<strong>SBHCI</strong> (www.sbhci.org.br).<br />
na prova teórico-prática, as questões<br />
foram baseadas em casos editados<br />
em pé, álvaro Vieira moura (Pr), nelson antonio moura de araujo (Pe), maria do Horto (rs), andré<br />
g. spadaro (sP), Dimytri alexandre de alvim siqueira (sP) e adriano Dias Dourado de oliveira (Ba).<br />
sentados, Décio salvadori Jr. (sP), samuel silva da silva (Pr), marco antonio de Vivo Barros (PB) e<br />
sérgio luiz navarro Braga (sP)<br />
pArticipAntes fAlAM dA experiÊnciA<br />
A reportagem do Jornal da sBHci<br />
acompanhou a realização da prova em 28<br />
de novembro, no Hotel Sofitel, em São Paulo.<br />
As expectativas dos candidatos antes da<br />
prova, em geral, eram de que as questões<br />
abordassem suas rotinas e de que priorizassem<br />
temas atuais, como as novas diretrizes.<br />
Rafael Silva, residente do Instituto do<br />
Coração (InCor), de São Paulo, esperava<br />
que a prova fosse abrangente, selecionando<br />
assim os melhores candidatos.<br />
“Espero que seja uma prova bem elaborada,<br />
que aborde o que a gente vê na<br />
prática, e que não se prenda a detalhes, os<br />
chamados ‘rodapés de livros’ ”, comentou<br />
Eugenio martins marinho, natural de Varginha,<br />
minas Gerais, que atua na Comissão de<br />
Ensino e Treinamento (CET) do Biocor Instituto,<br />
em Belo Horizonte, minas Gerais.<br />
Para Guilherme de oliveira Carvalho,<br />
também do Biocor Instituto, e que trabalha<br />
no Serviço de Hemodinâmica de Teófilo<br />
otoni, em minas Gerais, o título é uma<br />
busca para complementar sua certificação.<br />
“Com ele poderei trabalhar com mais segurança.”<br />
o candidato já estava em São Paulo<br />
para o Curso de Revisão e gostou do conteúdo:<br />
“As aulas foram muito boas, bastante<br />
intensas, e abrangeram todo o conteúdo”.<br />
Dois residentes do Hospital Beneficência<br />
Portuguesa de São Paulo aguardavam,<br />
ansiosos, o início da prova. Guilherme<br />
Alves lapa, natural de Birigüi, interior de<br />
São Paulo, era um deles: “Imagino que seja<br />
uma prova difícil, mas não impossível”. Seu<br />
colega de trabalho, luis Felipe Wili, nascido<br />
em Cascavel, Paraná, concordou com<br />
Guilherme lapa na expectativa de uma<br />
prova difícil: “É um espectro muito grande<br />
de conceitos, de estudos, pois essa área se<br />
renova facilmente. Novos conceitos são<br />
introduzidos constantemente, ampliando<br />
ainda mais a gama de conteúdo”.<br />
Sobre o curso, luis Felipe Wili considerou<br />
extremamente proveitoso: “É importante<br />
rever especialmente as disciplinas<br />
que são um pouco mais complicadas, pela<br />
própria dificuldade dos temas”. Quanto à<br />
prova teórica, diz que foi bastante complexa.<br />
Achou, porém, a segunda parte, teóricoprática,<br />
mais tranqüila, pois abordou casos<br />
comuns no dia-a-dia do hemodinamicista.<br />
Da capital paranaense, Costantino<br />
Costantini realizou a prova e a definiu<br />
como bem estruturada: “Estava acessível<br />
para quem estudou. A segunda parte<br />
contou com situações que podem acontecer<br />
em nossa rotina, portanto exigem<br />
que o profissional esteja fundamentado<br />
para reconhecer e saber resolver com<br />
as ferramentas disponíveis em uma sala<br />
de hemodinâmica. Foram casos bem selecionados,<br />
acredito que nenhum deles<br />
possa suscitar dúvidas”.<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
MAkinG oFF
CULTURA<br />
pAlAvrAs Que curAM o co<br />
Em entrevista a Rogério Sarmento-Leite,<br />
diretor de Comunicação da <strong>SBHCI</strong>, o médico<br />
e escritor Moacyr Scliar fala das duas grandes<br />
paixões de sua vida: a medicina e a literatura<br />
rogério sarmento-leite<br />
Moacyr Scliar nasceu na cidade<br />
de Porto Alegre, em março<br />
de 1937. Foi alfabetizado pela<br />
própria mãe e graduou-se em<br />
medicina em 1962 pela Universidade Federal<br />
do Rio Grande do Sul. Em 1963,<br />
iniciou sua vida profissional fazendo residência<br />
em clínica médica e trabalhando<br />
no antigo Serviço de Assistência Médica<br />
Domiciliar e de Urgência, mas já em 1962<br />
publicara seu primeiro livro: Histórias de<br />
um Médico em Formação.<br />
A partir daí, não parou mais, tornando-se<br />
um dos maiores escritores brasileiros.<br />
São mais de 67 obras abrangendo<br />
romances, crônicas, contos, literatura<br />
infantil e ensaios, pelos quais recebeu<br />
inúmeros prêmios literários. Seu estilo<br />
é marcado pelo flerte com o imaginário<br />
fantástico e pela investigação da tradição<br />
judaico-cristã. Alguns de seus livros<br />
foram publicados na Inglaterra, Rússia,<br />
República Tcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega,<br />
França, Alemanha, Israel, Estados<br />
Unidos, Holanda, Espanha e em Portugal,<br />
entre outros países.<br />
Em 1968, publicou a coletânea de<br />
contos O Carnaval dos Animais, que o<br />
próprio autor considera a mais marcante.<br />
Em paralelo ao campo literário, especializou-se<br />
em Saúde Pública, iniciando<br />
os trabalhos nessa área em 1969.<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
Na década de 70, após curso de pósgraduação<br />
em Israel, titulou-se doutor<br />
em Ciências pela Escola Nacional de<br />
Saúde Pública. Em 1993, tornou-se professor<br />
visitante da Brown University e da<br />
Universidade do Texas, nos Estados Unidos.<br />
Em 2003, foi eleito para a Academia<br />
Brasileira de Letras, ocupando a cadeira<br />
de número 31. Atualmente é colaborador<br />
de diversos meios de comunicação<br />
do País, entre os quais os jornais Folha<br />
de S. Paulo e Zero Hora. Já teve também<br />
vários textos adaptados para cinema, teatro<br />
e televisão. Confira o pensamento<br />
de Moacyr Scliar a seguir.<br />
Quais as principais motivações que<br />
o levaram a ser médico?<br />
Foi uma idéia que vinha desde a infância.<br />
Tinha muito medo de doença. Não<br />
que eu fosse hipocondríaco, pelo contrário,<br />
até gostava de ficar doente porque<br />
assim não precisava ir à escola. Mas<br />
quando meus pais e irmãos adoeciam eu<br />
entrava em pânico. Muito cedo comecei<br />
a ler sobre doenças e medicina, incluindo<br />
ainda romances como Olhai os Lírios do<br />
Campo, de Érico Veríssimo, e essas foram<br />
as motivações para minha decisão.<br />
Qual a melhor forma de se implementar<br />
e fomentar políticas de Saúde<br />
e fazer com que o resultado realmente<br />
apareça, traduzindo-se em<br />
melhora de qualidade de vida e redução<br />
de morbidade e mortalidade em<br />
adequação aos recursos disponíveis?<br />
Saúde pública é algo que depende<br />
muito de sensibilidade política, mas<br />
depende também de ações das pessoas,<br />
das famílias, das comunidades.<br />
A idéia da saúde como um valor deve<br />
ser desenvolvida mediante um processo<br />
educativo, e através dos meios<br />
de comunicação. Saúde deve ser parte<br />
inerente de nossa cultura, condicionando<br />
o estilo de vida das pessoas.<br />
moacyr scliar<br />
Atualmente, vivemos em um mundo<br />
individualista, competitivo e focado no<br />
lucro. Inexoravelmente isso se transpõe<br />
para a área da Saúde. Assim, às<br />
vezes, pacientes deixam de ter nome<br />
e passam a ter números, com atenção<br />
diminuída. outras vezes, mesmo sem<br />
razão, voltam-se contra o médico,<br />
como se este fosse um vilão ou o culpado<br />
pela sua condição clínica ou pela<br />
incompetência do estado em gerir o<br />
sistema. Colegas de profissão tornamse<br />
ávidos concorrentes. Muitos profissionais<br />
são sufocados ou oprimidos<br />
pelas fontes pagadoras e demais instituições,<br />
que visam prioritariamente<br />
ao resultado em nome dos conceitos<br />
de sustentabilidade e gestão. o senhor<br />
acha que aquela fase romântica<br />
da medicina realmente terminou e<br />
já faz parte da história?<br />
Não há dúvida de que estamos vivendo<br />
uma nova fase da medicina, uma fase em
AçÃo<br />
que ciência e tecnologia desempenham papel<br />
decisivo. Mas é um erro pensar que isso<br />
dispensa a dimensão humanista da profissão.<br />
Os pacientes não querem ser tratados<br />
apenas como uma doença, e sim como pessoas,<br />
e estão reagindo até com processos<br />
judiciais. Uma palavra-chave aí é empatia. O<br />
médico tem de aprender (caso isso não seja<br />
nele uma disposição natural) a se comunicar<br />
com o paciente, a entendê-lo, a saber o que<br />
dizer. Mesmo uma consulta rápida pode resultar<br />
num contato humano intenso; o que<br />
vale aí é a qualidade do tempo da consulta,<br />
não a quantidade. Humanidades médicas,<br />
um conjunto de disciplinas que incluem<br />
comunicação médica, antropologia, história<br />
da medicina e ética, precisam ser incluídas<br />
no currículo das escolas médicas.<br />
Quando o senhor despertou para a<br />
área literária?<br />
Fui motivado para a leitura por minha mãe,<br />
que era professora e uma grande leitora. Ela<br />
me incentivava a ler, levava-me à livraria para<br />
comprar livros. A mãe ideal para fazer do filho<br />
leitor... Daí a escrever, coisa que também<br />
comecei cedo, foi só um passo.<br />
Quais os pontos convergentes da literatura<br />
e da medicina? existe alguma<br />
divergência?<br />
Tanto literatura como medicina têm<br />
interesse fundamental na condição humana.<br />
Ambas valorizam a palavra – como<br />
instrumento estético ou como forma de<br />
diagnóstico e de terapia. Claro, a medicina<br />
lida com a realidade e a literatura, com a<br />
ficção. Mas a ficção ensina a compreender<br />
a realidade, e a realidade inspira a ficção.<br />
dizem que o povo brasileiro é pouco<br />
afeito à leitura. Isso é verdade?<br />
Até certo ponto, sim. Temos uma longa<br />
história de analfabetismo, que agora está<br />
sendo superada. O livro no Brasil sempre<br />
foi caro e considerado objeto de elite. Mas<br />
essa situação está mudando, e os nossos<br />
índices de leitura crescem sem cessar.<br />
Qual é o impacto que a leitura tem<br />
no grau de desenvolvimento social e<br />
humano de uma nação?<br />
Muito grande, e sobre a saúde em espe-<br />
cial. Os trabalhos mostram que filhos de<br />
pessoas com mesma renda e mesma classe<br />
social terão nível de saúde melhor se<br />
os pais tiverem nível educacional maior.<br />
escrever com qualidade e para o público<br />
em geral, além do dom natural,<br />
requer vários pré-requisitos. Quais<br />
são eles e onde o senhor busca sua<br />
fonte de inspiração?<br />
É preciso ter experiência muito grande,<br />
e a leitura ajuda. Além disso, como médico<br />
de Saúde Pública, estava acostumado<br />
a me comunicar com comunidades. E<br />
sensibilidade pessoal também ajuda.<br />
A Academia Brasileira de Letras é<br />
uma das instituições mais antigas,<br />
tradicionais e respeitadas do Brasil.<br />
Quais são as principais características<br />
e peculiaridades da Academia e<br />
o que ela representa para o senhor<br />
e para a sociedade?<br />
Primeiro: pela Academia Brasileira de Letras<br />
passaram grandes nomes da literatura<br />
brasileira, como Machado de Assis, Guimarães<br />
Rosa, Manuel Bandeira. Segundo: o povo<br />
brasileiro valoriza muito a ABL. Isso significa<br />
que ela pode desempenhar um papel muito<br />
importante, não só na questão ortográfica,<br />
como também na divulgação da literatura,<br />
sobretudo dos clássicos brasileiros.<br />
o que o senhor mais gosta de ler e<br />
escrever atualmente?<br />
Sobre vários temas, mas relação entre<br />
pais e filhos é um que me agrada particularmente.<br />
Por que o senhor destaca o livro o<br />
Carnaval dos animais como sua principal<br />
obra literária?<br />
Não é a minha principal obra, é a primeira.<br />
O livro que a precedeu, Histórias de<br />
um Médico em Formação, coleção de contos<br />
que escrevi na Faculdade de Medicina, era<br />
um pouco imaturo, e por isso considero-o<br />
o livro número zero, não o número um...<br />
A língua portuguesa é considerada<br />
por muitos como uma das mais difíceis.<br />
São muitas regras gramaticais<br />
e extenso vocabulário. Consta, inclusive,<br />
que o saudoso Érico veríssimo<br />
escrevia algumas passagens de seus<br />
livros em inglês para posteriormente<br />
transcrever para o português, dada<br />
a complexidade de nosso idioma. o<br />
presidente Luiz Inácio Lula da Silva<br />
assinou recentemente o decreto que<br />
autoriza a reforma, visando à simplificação<br />
de nosso idioma. Qual o impacto<br />
que o senhor imagina que isso<br />
terá para a cultura de nosso povo?<br />
É uma medida importante no sentido<br />
de simplificar e, portanto, democratizar a<br />
ortografia, que é muito complicada.<br />
A informação hoje está cada vez<br />
mais dinâmica e distribuída de forma<br />
compacta e eletrônica. o senhor<br />
teme que o livro na sua essência de<br />
ser venha a desaparecer das prateleiras<br />
e mesas de cabeceira?<br />
Não tenho dúvida de que o livro eletrônico<br />
desempenhará um papel importante,<br />
mas acho que o livro convencional<br />
ainda terá uma longa vida. De toda forma,<br />
o que importa não é o veículo do texto,<br />
mas sim o texto em si.<br />
Para finalizar, que livro o senhor está<br />
lendo agora e qual nos recomendaria<br />
para leitura?<br />
Por causa do ano Machado de Assis reli várias<br />
obras do mestre, a começar por O Alienista,<br />
que recomendo com entusiasmo.<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
CULTURA
enQuete<br />
tecnoloGiA flAt detector:<br />
existe vAntAGeM nA<br />
As reais vantagens do uso do flat panel<br />
em angiografia são a melhor qualidade<br />
na imagem em técnicas de alta<br />
dose, tais como cine e angiografia com<br />
DSA, além da uniformidade (ausência<br />
de distorções geométricas e perdas na<br />
geração da imagem, melhor qualidade<br />
nas bordas, maior range dinâmico,<br />
com menor saturação), melhor contraste<br />
e conseqüente redução na dose<br />
para esses casos. Seu peso e volume<br />
reduzidos também são um diferencial,<br />
pois o acesso ao paciente é mais confortável<br />
em algumas projeções com o<br />
uso de detectores de maior porte. Em<br />
contrapartida, seu custo ainda é bastante<br />
elevado, e a imagem para modos<br />
de baixa dose (fluoroscopia) é inferior,<br />
em decorrência de questões eletrônicas.<br />
Além disso, há queda da resolução<br />
final quando se usa ampliação<br />
da imagem, em comparação com os<br />
intensificadores de imagem de última<br />
geração. No Flat Panel, a ampliação da<br />
imagem é feita por meio de zooming<br />
digital, enquanto nos intensificadores<br />
a quantidade de pixels independe do<br />
tamanho do campo utilizado.<br />
sandro Moraes – Diretor<br />
de Produção e Serviços da<br />
XPrO sistemas Ltda.<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
A tecnologia digital proporciona redução<br />
de radiação para pacientes e staff, enquanto<br />
otimiza tempo e reduz custos. As<br />
organizações de saúde atuais se confrontam<br />
com uma variedade de desafios que<br />
afetam dia a dia a instituição, tais como<br />
assuntos relacionados ao staff, acréscimo<br />
dos custos operacionais, tempo para a<br />
realização dos procedimentos e diagnóstico<br />
seguro aliado a ótima qualidade de<br />
imagem. A tecnologia de detector plano<br />
foi desenvolvida como resposta a um<br />
desses desafios, o de otimizar a qualidade<br />
de imagem paralelamente à redução da<br />
dose de radiação. A utilização da tecno-<br />
Em aparelhos de Hemodinâmica que possuem<br />
a tecnologia flat pannel detector, podemos<br />
considerar como principal vantagem a<br />
imediata geração de imagens digitais no momento<br />
de sua aquisição e, a partir daí, todas<br />
as possibilidades de pós-processamento que<br />
logia flat detector possui claros benefícios<br />
quando comparada à já antiga tecnologia<br />
de intensificador de imagem. Na solução<br />
totalmente digital não há necessidade de<br />
calibração para ajuste da imagem, a qual<br />
permanece estável ao longo da vida do<br />
detector, diferentemente do intensificador<br />
de imagem, que, com o tempo, pode<br />
apresentar uma imagem denegrida. A melhor<br />
qualidade de imagem no detector<br />
caracteriza-se por homogeneidade, alto<br />
grau de detalhamento, completa ausência<br />
de distorções, maior contraste e melhor<br />
visualização de imagens sobrepostas. Adicionalmente,<br />
o detector plano é insensível<br />
a campos magnéticos, o que permitiu<br />
o surgimento de uma nova tecnologia<br />
aplicada à Cardiologia Intervencionista e à<br />
Eletrofisiologia: um equipamento de Hemodinâmica<br />
com navegação magnética<br />
(cateteres e fios-guia especiais possuem<br />
um pequeno ímã e são guiados automaticamente<br />
através do campo). Somados a<br />
todos esses benefícios, tal tecnologia requer<br />
menor custo de manutenção.<br />
Marcela Graziano – especialista<br />
de Produtos angiografia/<br />
radiografia da Siemens<br />
a imagem digital oferece através de softwares<br />
avançados, além do envio direto por sistemas<br />
de armazenamento e comunicação dos hospitais.<br />
A geometria dos equipamentos, combinada<br />
com algoritmos avançados, permite uma<br />
fidelidade maior nas medidas, principalmente<br />
nas bordas, região de muita importância para<br />
os médicos intervencionistas. Em decorrência<br />
da alta sensibilidade e definição das imagens,<br />
pode-se também usar quantidades menores<br />
de dose de radiação. Isso gera excelente<br />
qualidade, associada a maior segurança para o<br />
paciente. O flat pannel detector também oferece<br />
uma iluminação renovada, que fornece<br />
imagens temporais isentas de artefatos ao<br />
“branquear” o detector, eliminando o brilho<br />
da imagem durante estudos dinâmicos.<br />
Nelson vicari – Gerente de Produtos<br />
da linha Cardiovascular da Philips
suA AQuisiçÃo?<br />
A tecnologia flat panel tem como premissas<br />
a eliminação de distorções de<br />
borda, mantendo constante a distância<br />
entre pontos apresentados numa mesma<br />
imagem, a redução da dose de raios<br />
X e a melhoria da qualidade de imagem.<br />
A Toshiba, preocupada com a melhoria<br />
das ferramentas de diagnóstico<br />
e, principalmente, de intervenção<br />
cardíaca, desenvolveu sistemas que<br />
permitem trabalhar com melhor<br />
relação sinal-ruído que quaisquer<br />
outros sistemas com intensificador.<br />
Aliando imagens mais uniformes, pela<br />
linearidade de contraste, e sofisticados<br />
algoritmos de processamento<br />
de imagens que eliminam as sombras<br />
nas imagens, foi possível desenvolver<br />
novas aplicações clínicas, como a<br />
aquisição rotacional oblíqua.<br />
Assim, a tecnologia flat panel de detecção<br />
não somente permite maior<br />
precisão para medidas de artérias e<br />
menor acumulação de dose para o paciente<br />
e para a equipe médica, como<br />
também permite redução do uso de<br />
contraste nas aquisições rotacionais<br />
oblíquas, por exemplo em pacientes<br />
renais crônicos, o que também gera<br />
redução de custos em diversos itens.<br />
alexandre Paganini –<br />
Supervisor de Produtos xr da<br />
toshiba Medical do Brasil<br />
O intensificador de imagens (I.I.) ou a atual<br />
tecnologia dos flat panel detectors (FPD)<br />
indiretos são baseados em métodos de cintilografia,<br />
que converte os raios X primeiramente<br />
em luz e depois em sinal elétrico.<br />
Nesses métodos existem perdas de dados,<br />
principalmente da resolução espacial, em decorrência<br />
do espalhamento da luz.<br />
A nova geração de FPD possui conversão<br />
direta de imagens, o que assegu-<br />
Hoje em dia não dá para pensar em<br />
Hemodinâmica sem associação à tecnologia<br />
de painel digital, que permite<br />
diagnósticos mais precisos e seguros,<br />
com visualização dos menores vasos<br />
com qualidade de imagem ímpar. Du-<br />
ra alto desempenho em termos de sensibilidade<br />
e resolução. Aliado ao sistema<br />
digital de imagens, todos esses benefícios<br />
são transmitidos para obtenção da<br />
máxima qualidade da imagem final.<br />
A conversão dos raios X diretamente<br />
em sinais elétricos, através de uma camada<br />
conversora, elimina o processo de<br />
conversão dos raios X em luz.<br />
A interface digital, extremamente flexível,<br />
garante operações rápidas e reduz<br />
o tempo de exposição do paciente,<br />
além de permitir o envio dessas imagens<br />
pela rede local.<br />
Essa nova tecnologia (FPD direta) também<br />
conta com um sistema de monitoramento<br />
remoto permanente, que analisa<br />
todos os dados do detector, mantendo<br />
sua operacionalidade, diagnosticando e<br />
corrigindo eventuais alterações ocorridas.<br />
Marcelo Javier – especialista de<br />
Produto da Shimadzu do Brasil<br />
rabilidade, qualidade de imagem e dose<br />
de raios X são as principais vantagens<br />
da utilização da tecnologia de painel<br />
digital. Definitivamente, essa tecnologia<br />
levou os laboratórios de Hemodinâmica<br />
para um novo nível e atende<br />
aos mais altos níveis de exigência clínica,<br />
aliado ao prazer e à curiosidade<br />
criada sob imagens nunca obtidas. A<br />
GE Healthcare mais uma vez mostra<br />
a liderança, pois foi a precursora dessa<br />
tecnologia no mundo, completando<br />
oito anos de aplicação em laboratórios<br />
de Hemodinâmica. A mais alta<br />
qualidade em imagem e a riqueza de<br />
detalhes permitem tratamentos mais<br />
adequados, com segurança, rapidez<br />
nos procedimentos e conforto para o<br />
paciente. É um caminho sem volta.<br />
Paulo Banevicius –<br />
gerente de Produto raio-x<br />
Cardiovascular do Brasil e<br />
Cone Sul da ge Healthcare<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
enQuete
pERSpECTiVAS<br />
o presente e o futuro dos procediMe<br />
Marco V. Wainstein, membro da Comissão Científica da <strong>SBHCI</strong>, traça um<br />
panorama dos procedimentos extracardíacos e aborda, inclusive, problemas<br />
e soluções para os conflitos entre especialistas no setor. Confira!<br />
Qual o cenário atual e quais as<br />
perspectivas para as intervenções<br />
endovasculares extracardíacas no<br />
cenário mundial?<br />
Os procedimentos endovasculares são<br />
um dos principais focos do tratamento percutâneo<br />
das doenças cardiovasculares. Essas<br />
enfermidades extracoronárias, ou extracardíacas,<br />
são doenças absolutamente freqüentes,<br />
com os mesmos fatores de risco que a<br />
doença aterosclerótica das artérias coronárias.<br />
Mesmo com esse alto índice de ocorrência,<br />
até pouco tempo atrás não se fazia<br />
uma investigação suficientemente detalhada.<br />
Essa mudança na abordagem, no reconhecimento<br />
da alta freqüência e da morbidade e<br />
mortalidade que essas doenças apresentam,<br />
fez com que esses procedimentos passassem<br />
a ser mais freqüentemente realizados.<br />
Então, é uma área de conhecimento muito<br />
grande, que vem merecendo a atenção não<br />
apenas de intervencionistas, mas também<br />
de demais especialistas que atuam de forma<br />
concomitante nesse território, como o cirurgião<br />
vascular, o radiologista intervencionista<br />
e o neurorradiologista.<br />
A quais dos procedimentos endovasculares<br />
o senhor tem se dedicado<br />
mais especificamente?<br />
Os procedimentos endovasculares, também<br />
chamados de extracardíacos, são realizados<br />
basicamente em artérias dos membros<br />
inferiores, artérias renais, carótidas e<br />
aorta. Dentre esses locais, tenho me dedicado<br />
mais à parte renal. Isso porque a doença<br />
renal tem apresentação clínica muito<br />
parecida, inclusive com sintomas de doenças<br />
cardíacas, que são a minha área principal de<br />
atuação como cardiologista intervencionista.<br />
Não raro, pacientes com doença obstrutiva<br />
da artéria renal, na sua forma aterosclerótica,<br />
apresentam como manifestação<br />
clínica sintomas cardiovasculares, como<br />
edema pulmonar ou insuficiência cardíaca,<br />
associados a manifestações renais específicas,<br />
como hipertensão arterial ou perda<br />
de função renal. Pelo fato de essas doenças<br />
estarem localizadas predominantemente<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
na origem, no óstio das artérias renais, o<br />
tratamento percutâneo é bastante semelhante<br />
ao realizado para tratar uma lesão<br />
de óstio artocoronário. Sem falar que esses<br />
pacientes são freqüentemente acompanhados<br />
clinicamente em consultório,<br />
ao contrário daqueles com doenças de<br />
membros inferiores, que não costumam<br />
ser acompanhados por cardiologistas.<br />
Há alguma novidade nessa área?<br />
Atualmente está em andamento um estudo<br />
multicêntrico que vem comparando,<br />
de forma randomizada, em diversos países<br />
da Europa e da América do Sul – incluindo<br />
Brasil e Argentina –, o tratamento percutâneo<br />
com implante de stent mais tratamento<br />
clínico otimizado versus tratamento clínico<br />
otimizado apenas, em pacientes portadores<br />
de doença aterosclerótica obstrutiva<br />
da artéria renal. O estudo, do qual sou um<br />
dos três investigadores principais, incluirá<br />
cerca de 400 pacientes, que serão acompanhados<br />
por períodos de até três anos, com<br />
análise inicial de resultados em doze meses.<br />
Os desfechos clínicos incluirão melhora ou<br />
estabilização da função renal.<br />
Há quanto tempo e por qual motivo<br />
o estudo foi iniciado?<br />
Esse estudo começou há alguns anos,<br />
dada a escassez de resultados clínicos de-<br />
finitivos na literatura. Há estudos menores,<br />
estudos não-randomizados, mas só agora<br />
começaram a surgir informações mais importantes.<br />
Esse projeto começou há aproximadamente<br />
cinco anos, quando comecei<br />
a idealizar um protocolo nessa área. Após<br />
contato com uma empresa patrocinadora,<br />
juntamente com Thomas Zeller, da Alemanha,<br />
uma das pessoas mais renomadas na<br />
área de intervenção endovascular, passamos<br />
a desenvolver esse protocolo. Hoje<br />
temos outros colegas inclusive do Brasil,<br />
também investigadores renomados, colaborando<br />
com esse estudo. Em um ano teremos<br />
os primeiros resultados.<br />
Como é a relação entre os diversos<br />
especialistas envolvidos nessa área?<br />
Essa é uma área de grande interesse<br />
e de grande crescimento na cardiologia<br />
intervencionista, mas é também concomitante<br />
a outros especialistas. O cirurgião<br />
vascular, por exemplo, tem atuação<br />
bastante importante, visto que ele tem a<br />
experiência cirúrgica, principalmente nos<br />
casos de carótida, aórticos e membros<br />
inferiores, com exceção da artéria renal.<br />
O cardiologista intervencionista domina<br />
muito bem o manuseio do material, dos<br />
dispositivos, e a utilização do equipamento<br />
de angiografia, que é o equipamento<br />
básico do procedimento. O radiologista<br />
também tem amplo domínio da parte da<br />
técnica e vasto conhecimento no diagnóstico<br />
dessas doenças. Esses profissionais,<br />
portanto, têm de trabalhar juntos, em harmonia,<br />
porque essa é a premissa de uma<br />
equipe multidisciplinar: desenvolver cada<br />
vez mais o tratamento da doença endovascular,<br />
beneficiando o paciente.<br />
Como resolver eventuais conflitos<br />
nessa área?<br />
O diálogo é a base de tudo em qualquer<br />
área da vida, não apenas na medicina. Mas<br />
esse diálogo já vem sendo feito, de forma<br />
menos hierarquizada, menos normatizada,<br />
e há insucesso em diversos pontos. Recentemente<br />
temos buscado uma aproximação
ntos extrAcArdíAcos pERSpECTiVAS<br />
com a Sociedade Brasileira de Radiologia<br />
Intervencionista. Uma aproximação dessas<br />
duas sociedades pode ser a chave para resolver<br />
esses conflitos. Outra possibilidade<br />
é a normatização das rotinas, que sejam<br />
aplicadas às três sociedades: cirurgia vascular,<br />
radiologia e cardiologia intervencionista.<br />
Assim, regras em comum, aceitas pelas três<br />
entidades, determinarão quais os profissionais<br />
mais qualificados, perante critérios<br />
preestabelecidos, permitido seu trabalho<br />
sem o cerceamento da atividade.<br />
o que o senhor vê para o futuro do<br />
procedimento extracardíaco?<br />
Com várias subespecialidades buscando<br />
seu espaço nesse campo, a área só tem a<br />
crescer. Isso já foi percebido, inclusive, pelas<br />
indústrias de dispositivos, que estão investindo<br />
boa parte de seus recursos em pesquisa<br />
nessa área. Ainda há muito crescimento pela<br />
frente, e também grandes modificações, que<br />
favorecerão o surgimento de novas técnicas<br />
e que evitarão, em última análise, procedi-<br />
• O Menor Perfil<br />
• A Menor Estrutura Metálica<br />
• Excelente Força Radial<br />
• Excelente Navegabilidade<br />
MATSURI<br />
mentos mais agressivos e cirúrgicos, beneficiando,<br />
mais uma vez, os pacientes.<br />
Sobre a indústria, como é a relação<br />
nessa área? Há conflito de interesses?<br />
O relacionamento da cardiologia intervencionista<br />
com a indústria é muito sadio.<br />
São as mesmas indústrias que produzem<br />
os dispositivos de coronárias há muitos<br />
anos, já conhecem as regras de atuação,<br />
e estão cientes de que a ética profissional<br />
deve prevalecer sempre. Já fomos, inclusive,<br />
procurados por essas indústrias para fomentar<br />
e desenvolver a parte endovascular<br />
de nossos congressos de cardiologia intervencionista,<br />
e assim pretendemos fazer.<br />
Para o Congresso <strong>SBHCI</strong>/SOLACI 2009, a<br />
ser realizado em junho de 2009, no Rio de<br />
Janeiro, teremos um Programa Científico<br />
integralmente dedicado a procedimentos<br />
extracardíacos. Isso substituirá o curso de<br />
mesmo tema que foi realizado por dois<br />
anos consecutivos, inclusive nesta última<br />
edição, de 2008, com muito sucesso.<br />
Mace - Diabéticos - 12,4%<br />
Mace - Pequenos Vasos - 9%<br />
Total Mace - 12,6%<br />
(6 meses Follow-up)<br />
(18+/-5 meses Follow-up)<br />
A certeza de obter excelentes<br />
resultados em suas mãos.<br />
O Melhor Resultado!<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong>
GUiA FÁCiL<br />
coMo usAr o bAnco de<br />
dAdos eletrÔnico dA sbHci<br />
nilson Marques*<br />
A<br />
COREWARE disponibilizará, no<br />
website da <strong>SBHCI</strong>, um novo link<br />
dentro da página CENIC, onde<br />
poderão ser emitidos relatórios para<br />
apoio científico. Trata-se de uma<br />
ferramenta de apoio estatístico, chamada<br />
CORETOOLS, construída pela<br />
COREWARE, planejada e fundamentada<br />
nas técnicas de BI (Business Intelligence),<br />
que permite organizar enorme<br />
quantidade de dados de forma rápida,<br />
concisa e com elevada precisão analítica<br />
para melhor tomada de decisão.<br />
Veja a seguir algumas das facilidades<br />
ao usar o CORETOOLS.<br />
• Elaborar trabalhos científicos em<br />
pouco tempo.<br />
• Cruzar qualquer tipo<br />
de informação disponível<br />
no banco de dados.<br />
• Montar estruturas<br />
que permitam visualizar<br />
as informações ao longo<br />
do tempo.<br />
• Navegar pelas informações<br />
em quadro de<br />
tabela dinâmica, com funções<br />
que permitem agrupar,<br />
desagrupar, filtrar, visualizar<br />
detalhes, comparar e<br />
equalizar amostras.<br />
ASPIrAnteS<br />
Fábio Solano de Freitas Souza Salvador BA<br />
Jean Marcelo Ferreira da Silva Curitiba PR<br />
Leonardo Pereira de Mendonça Muriaé MG<br />
Marcus Costa Rio de Janeiro RJ<br />
Rodrigo Costa Guerreiro Rio de Janeiro RJ<br />
tItULAreS<br />
Frederico Thomaz Ultramari Rio do Sul SC<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
• Localizar informações específicas.<br />
• Exportar os relatórios para o EXCEL.<br />
O CORETOOLS, rigoroso no controle<br />
de acesso, identifica o usuário por<br />
meio do login e controla os níveis de<br />
acesso por três perfis:<br />
– Administrador: usuário da<br />
CENIC, que permite acessar todo o<br />
banco de dados;<br />
– equipe: usuário, que permite visualizar<br />
os procedimentos de um grupo<br />
de médicos;<br />
– Médico: usuário, que permite visualizar<br />
somente os procedimentos que o<br />
mesmo participou como operador.<br />
A COREWARE construiu o Teleficha-<br />
Online da CENIC em 2006 e, ao longo<br />
destes anos, adquiriu conhecimento dos<br />
procedimentos de Hemodinâmica para<br />
construir um sistema de base de dados<br />
que emite laudos conclusivos (diagnóstico<br />
e intervenção) e transmite os dados coletados<br />
diretamente para a ficha CENIC.<br />
Esse sistema (COREHEMO) é dividido<br />
em quatro módulos: Coronário,<br />
Extracardíaco, Neuro (em desenvolvimento),<br />
e Valvares e Congênitos (em<br />
desenvolvimento).<br />
Visite o site www.coreware.com.br<br />
e conheça nossa história. Construímos<br />
tudo sob medida.<br />
* Diretor técnico da COREWARE<br />
confirA os novos sócios dA sbHci<br />
Homologados em São Paulo em 27 de novembro de 2008<br />
Fulvio Soares Petrucci João Pessoa PB<br />
Gustavo Lobato Adjuto Belo Horizonte MG<br />
Luiz Carlos do Nascimento Simões Rio de Janeiro RJ<br />
Marcus Grangeiro Fernandes de Menezes Manaus AM<br />
Mauricio Jaramillo Hincapié Brasília DF<br />
Michelli Zanotti Galon São Paulo SP<br />
CoLABorAdorA<br />
Marinella Patrizia Centemero São Paulo SP
eferÊnciAs biblioGráficAs<br />
no texto científico:<br />
uMA tArefA Menos penosA<br />
Maria del carmen s. de stefani*<br />
e ângelo de souza**<br />
RESUMO<br />
Este texto foi escrito a convite, na tentativa<br />
de ajudar aqueles que estão se iniciando na<br />
escrita de artigos científicos e que esbarram<br />
nas dificuldades de organização das referências.<br />
É, portanto, um texto técnico, que pretende<br />
apontar na forma “como fazemos” a<br />
maneira de descomplicar os itens básicos das<br />
referências bibliográficas, para sua montagem<br />
em qualquer tipo de trabalho técnico. Esperamos<br />
que o texto seja útil e que alcance o<br />
propósito de tornar a tarefa menos penosa.<br />
INTRODUÇÃO<br />
A criação de um texto científico, seja de artigo,<br />
projeto de pesquisa, monografia, etc., é uma<br />
tarefa tão árdua para o pesquisador, que vários<br />
são os trabalhos existentes com orientações<br />
sobre como elaborar um texto científico. E é lógico<br />
que assim seja, pois o pesquisador, em geral,<br />
não é um escritor, mas um executor da pesquisa<br />
que terá que expor sua prática na forma escrita.<br />
Essa tarefa é tão importante quanto a pesquisa<br />
feita, pois sem a divulgação da pesquisa para<br />
a comunidade de nada adiantará seu trabalho.<br />
Dessa forma, o texto técnico, complexo por si<br />
só, deverá estar escrito de forma precisa, minimizando<br />
o esforço de compreensão do leitor 1 .<br />
Todo texto científico tem necessidade de<br />
ser referendado por textos de outros e/ou<br />
dos mesmos autores. A forma que permite<br />
ao leitor encontrar os textos com os quais<br />
se está estabelecendo uma conexão é a lista<br />
de referências bibliográficas, único elemento<br />
pós-texto obrigatório e indispensável.<br />
Segundo a Associação Brasileira de Normas<br />
Técnicas (ABNT), as referências representam<br />
o conjunto padronizado de elementos<br />
descritivos retirados de um documento,<br />
que permitem sua identificação individual. 2 É<br />
a organização de todos os autores citados<br />
no corpo do texto, obedecendo a padrões.<br />
Afirma, ainda, que há dois sistemas para a<br />
indicação das citações no texto: autor-data,<br />
sistema alfabético que prescreve a indicação<br />
do sobrenome do(s) autor(es) e do ano de<br />
publicação logo após a informação no texto;<br />
e numérico, que prescreve a utilização de numeração<br />
seqüencial, em algarismos arábicos,<br />
colocados em forma de potência, por ordem<br />
rigorosa de entrada no texto. O primeiro<br />
é preferido pelas universidades brasileiras<br />
para teses e dissertações e o segundo, pela<br />
maioria das publicações indexadas 3 .<br />
Os elementos das referências que identificam<br />
um documento são: elementos essenciais,<br />
representados por autores, título, imprenta<br />
(local, origem, data); e elementos complementares,<br />
representados por edição, tradutor,<br />
revisor, cooperador, página, ilustração.<br />
COMO FAZEMOS<br />
Trabalhando diretamente com a formatação<br />
de textos científicos na Unidade de Pesquisa<br />
do Instituto de Cardiologia do RS/Fundação<br />
Universitária de Cardiologia, que serão submetidos<br />
aos mais diversos tipos de publicações<br />
ou apresentados às bancas de mestrado ou<br />
doutorado, a referência bibliográfica, com o<br />
trato diário, tornou-se nossa colega de banco.<br />
1. REGRAS GERAIS<br />
– Otimize o tempo: Apesar de serem colocadas<br />
após o texto, as referências precedem o<br />
trabalho em si e o acompanham durante o desenvolvimento;<br />
assim, é importante armazenar<br />
cada fonte (livro, artigo, website, etc.) utilizada,<br />
mantendo o controle de autores, título completo,<br />
editor, local de publicação, data, volume,<br />
página e qualquer informação pertinente que<br />
ajude a localizar a fonte de maneira fácil 4 .<br />
– As citações devem estar no corpo do<br />
trabalho, primordialmente na introdução e na<br />
discussão. Sempre que se referir uma fonte de<br />
informação, deverá também ser citado<br />
de onde ela foi retirada.<br />
– Ao inserir as referências, cuide<br />
para que elas não interrompam<br />
o fluxo do texto, atrapalhando a<br />
compreensão da frase. As referências<br />
devem, preferencialmente,<br />
ser inseridas no final da frase.<br />
– Ao elaborar o texto, utilize<br />
suas próprias palavras e transmita<br />
apenas os aspectos relevantes. 5<br />
– Toda referência a trabalhos anteriores<br />
deverá estar contida, preferencialmente,<br />
até a fundamentação,<br />
antes da apresentação de novos conceitos. 6<br />
– Nem toda bibliografia consultada fará parte<br />
das referências bibliográficas. A bibliografia<br />
é a relação de obras sobre um determinado<br />
assunto, que, para um autor, pode ser a relação<br />
completa resultante de levantamento exaustivo,<br />
mas não seletivo. A referência bibliográfica,<br />
por sua vez, é a relação de obras citadas pelo<br />
autor e utilizadas para a elaboração do texto.<br />
Como norma, devem ser utilizadas referências<br />
recentes dentre os melhores livros e<br />
periódicos de sua área de pesquisa, embora algumas<br />
de importante contribuição possam ser<br />
mais antigas. Utilize referências de fácil localização,<br />
evitando, de forma geral, relatórios técnicos<br />
e resumos. Documentos obtidos por meio<br />
da Internet devem conter a data de acesso, em<br />
decorrência de seu caráter efêmero. 1 Todos os<br />
trabalhos listados nas referências devem obrigatoriamente<br />
ser mencionados no texto.<br />
2. PADRONIZAçÃO<br />
Na área científica, existem diferentes regras<br />
de apresentação da bibliografia aos autores.<br />
Tornou-se, assim, prioritária a organização<br />
desses elementos em uma forma comum a<br />
todos os tipos de publicação e para todos os<br />
estilos de citação, sendo as formas mais comuns<br />
a da ABNT e a do Comitê Internacional<br />
de Editores de Revistas Médicas (International<br />
Committee of Medical Journal Editors – ICMJE),<br />
conhecida como Estilo de Vancouver.<br />
O Estilo de Vancouver, baseado no padrão<br />
do American National Standards Institute (ANSI)<br />
e adaptado pela U.S. National Library of Medicine<br />
(NLM), foi elaborado por um grupo de editores<br />
de revistas da área médica em Vancouver, Ca-<br />
pASSo-A-pASSo<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 41
pASSo-A-pASSo<br />
nadá, em 1978. Seu principal objetivo foi o de<br />
estabelecer diretrizes para o formato dos artigos<br />
originais submetidos a revistas biomédicas.<br />
Adotado mundialmente, não utiliza espaçamentos<br />
entre os dados físicos e nem os identifica<br />
(volume, número ou fascículo e paginação) e<br />
não destaca o nome dos periódicos 7 .<br />
Na elaboração das referências, algumas<br />
regras básicas devem ser observadas, como<br />
demonstrado no Quadro 1.<br />
Independentemente do estilo de referência<br />
utilizada, é muito importante:<br />
1. verificar se existe algum tipo de estilo<br />
de citação adotado pelo periódico em que o<br />
trabalho será publicado;<br />
2. fornecer a informação mais completa<br />
possível relativa a cada referência bibliográfica,<br />
de modo a que qualquer leitor possa<br />
identificar, sem dúvidas, a obra referenciada; e<br />
3. respeitar o estilo de citação em toda a<br />
listagem de referências.<br />
PROGRAMAS DE GERAçÃO<br />
AUTOMÁTICA DE BIBLIOGRAFIAS<br />
Os novos softwares para armazenar referências,<br />
além de facilitadores para quem não dispõe<br />
de muito tempo, oferecem a possibilidade ao<br />
autor de interagir com as fontes bibliográficas,<br />
digitar e importar. Permitem também que, à medida<br />
que o documento é produzido (artigos, teses,<br />
livros, etc.) e as referências vão sendo inseridas,<br />
seja criada, no final, automaticamente, a lista<br />
de referências no estilo selecionado (de acordo<br />
com o periódico). Naturalmente é necessária<br />
cuidadosa revisão do autor após a inserção das<br />
referências utilizando essas ferramentas.<br />
A operacionalidade desses bancos de dados<br />
restringe-se à instalação do programa, que<br />
passa a interagir com o Word for Windows, e<br />
de três comandos básicos para a inserção das<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
citações no texto, ilustrados na Figura 1:<br />
– SELECIONAR a bibliografia;<br />
– IDENTIFICAR o local da citação; e<br />
– INSERIR a bibliografia.<br />
Recentemente, a ISI Web of Knowledge da<br />
Thomson Reuters, antigo Institute for Scientific<br />
Information, uma das mais importantes<br />
instituições de gerenciamento de periódicos<br />
científicos indexados do mundo, disponibilizou<br />
a seus clientes o acesso gratuito à<br />
versão EndNote Web, ferramenta com plena<br />
integração nas bases de dados da ISI.<br />
COMENTÁRIOS FINAIS<br />
Nós também não somos escritores e igualmente<br />
pecamos na escrita de um texto técnico.<br />
Tentamos oferecer ao leitor elementos que facilitam<br />
a construção de uma lista de referências<br />
bibliográficas, seguindo os passos primordiais: a)<br />
organize o fichário da bibliografia consultada<br />
antes de dar início ao projeto de pesquisa, com<br />
todos os elementos essenciais; b) a lista acompanhará<br />
todos os passos de elaboração do<br />
eLeMentoS PAdronIzAção 7<br />
AUtorIA<br />
• Dois ou três autores<br />
• Mais de seis autores<br />
• Vários trabalhos ou<br />
contribuições de vários<br />
autores – livros ou capítulos<br />
• Grupo de autores de estudos<br />
multicêntricos<br />
PerIódICo<br />
• Citação<br />
dAdoS FíSICoS<br />
• Volume, número ou<br />
fascículo e paginação<br />
QUAdro 1<br />
FIgUrA 1<br />
• Apresentação pelo sobrenome/iniciais<br />
em maiúsculas e minúsculas.<br />
• Separados por ponto e vírgula ou vírgula,<br />
conforme a exigência do periódico.<br />
• Relacionar os primeiros três ou os primeiros seis, seguidos<br />
da expressão et al., conforme a exigência do periódico.<br />
• Citação pelo nome do responsável intelectual organizador,<br />
coordenador ou editor entre outros, se em destaque na<br />
publicação, seguido da abreviação da palavra que caracteriza<br />
o tipo de responsabilidade, entre parênteses.<br />
• Identificar claramente todos os autores individuais (até seis),<br />
bem como o nome do grupo (as revistas usualmente<br />
listam os outros membros do grupo nos agradecimentos)<br />
• Adotar o estilo de abreviação usado no Index Medicus<br />
(lista de revistas indexadas pela MEDLINE).<br />
• Se não constar, transcreve-se na íntegra.<br />
• Não utilizar espaçamento antes e após.<br />
• Observar a exigência de número/série ou fascículo<br />
• Atenção na paginação, pode condensar ou não.<br />
(Ex: 345-8 ou 345-48 ou 345-348)<br />
ForMAtAção • Alinhar somente a margem esquerda e utilizar<br />
espaçamento duplo entre uma referência e outra.<br />
• Lista de referências<br />
trabalho e, no final, ela estará pronta (“cite enquanto<br />
escreve”); c) repasse a lista do que deve<br />
e do que não deve ser feito numa referência<br />
bibliográfica; d) use e abuse de softwares bibliográficos,<br />
programados para ajudar, e que são<br />
de fácil manuseio (seu uso é mais fácil do que<br />
parece, tente!). Esperamos ter contribuído.<br />
REFERêNCIAS<br />
1. Hexsel RA. Pequeno manual da escrita técnica.<br />
Curitiba: Universidade Federal do Paraná; 2004.<br />
2. Associação Brasileira de Normas Técnicas.<br />
ABNT NBR 1424:2005. Informação e documentação<br />
– Trabalhos acadêmicos – Apresentação.<br />
Rio de Janeiro: ABNT; 2005.<br />
3. Brandão ML. Apresentação de trabalhos acadêmicos:<br />
Parte III: elementos pós-textuais. Rev<br />
SOCERJ. 2006;20(1):76-8.<br />
4. Como escrever uma bibliografia. Disponível<br />
na Web: www.monsterguide.net. Acessado em<br />
20/10/2008.<br />
5. How to Write a Paper in Scientific Journal<br />
Style and Format. How to cite other sources in<br />
your paper. Disponível na Web: http://abacus.bates.<br />
edu/~ganderso/biology/resources/writing/HTWcitations.html.<br />
Acessado em: 23/10/2008.<br />
6. Traina AJM, Traina Jr C. Grupo de Bases de<br />
Dados e Imagens do Instituto de Ciências Matemáticas<br />
e de Computação da Universidade<br />
de São Paulo – São Carlos. Como escrever artigos.<br />
Disponível na Web: http://gbdi.icmc.sc.usp.<br />
br. Acessado em: 23/10/2008.<br />
7. Clever LH, Colaianni LA, Davidoff F, Glass<br />
R, Horton R, Lundberg G, et al. International<br />
Committee of Medical Journal Editors. Uniform<br />
requirements for manuscripts submitted to<br />
biomedical journals. Disponível na Web: http://<br />
www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.<br />
html. Acessado em: 20/10/2008.<br />
* Conselheira do Conselho Estadual de Ciência e<br />
Tecnologia e coordenadora da Unidade de Pesquisa do<br />
Instituto de Cardiologia do RS/Fundação Universitária<br />
de Cardiologia – IC/FUC – Porot Alegre, RS<br />
** Responsável pelo Setor de Textos da Unidade de<br />
Pesquisa do IC/FUC – Porto Alegre, RS
curitibA ApresentA novidAdes dA<br />
cArdioloGiA intervencionsitA eM 2008<br />
Marcelo de freitas santos*<br />
Nos dias 5 e 6 de dezembro, Curitiba foi palco<br />
de discussões sobre as últimas novidades da cardiologia<br />
em 2008. Várias autoridades da área médica<br />
estiveram na capital paranaense para participar<br />
do 8 0 Simpósio Internacional de Cardiologia<br />
Invasiva para Clínicos, no Hospital Cardiológico<br />
Costantini. O evento contou com a presença de<br />
um dos mais reconhecidos profissionais da área<br />
intervencionista no mundo, o norte-americano<br />
Ziyad Hijazi, em sua primeira visita ao Brasil.<br />
Além dele, estiveram presentes os espanhóis Eulógio<br />
Garcia, Andres Iñiguez e Antonio Serra.<br />
Segundo o diretor científico e coordenador do<br />
evento, Costantino Ortiz Costantini, a participação<br />
de Hijazi na edição deste ano foi um privilégio para<br />
o evento e para os congressistas. Presidente da Sociedade<br />
Americana de Angiografia Cardíaca e diretor<br />
do Setor de Doenças Estruturais da Universidade<br />
de Rush (Chicago, Estados Unidos), Hijazi foi um<br />
dos palestrantes, abordando o tema que destacou<br />
o tratamento por cateter de cardiopatias congênitas.<br />
Autor de diversos artigos sobre o assunto e<br />
conhecido por seu trabalho no desenvolvimento<br />
de próteses que trazem grandes benefícios aos pacientes<br />
e que são atualmente as mais modernas utilizadas<br />
na medicina, ele falou sobre casos em que o<br />
paciente já nasce com má-formação, apresentando<br />
comunicação entre os dois lados do coração.<br />
O cardiologista norte-americano divulgou as<br />
Juan Carlos alico (argentina), edgar guimarães Vitor (Pe), alcides José zago (rs),<br />
luiz alberto mattos (sP), andres iñiguez (espanha) e luiz de Castro Bastos (Pr)<br />
novas técnicas para esse tipo de intervenção,<br />
apontando que hoje não é mais necessário realizar<br />
cirurgia a tórax aberto para solucionar o<br />
problema. Segundo ele, existem casos reais bemsucedidos<br />
em que é possível corrigir essa deficiência<br />
com próteses colocadas por cateter, sem<br />
ter de abrir o peito do paciente e expô-lo aos<br />
riscos inerentes à cirurgia.<br />
O médico ainda revelou sua experiência em<br />
cardiopediatria, apontando os avanços que a medicina<br />
intervencionista conquistou nos últimos<br />
anos e que está permitindo que milhares de bebês<br />
consigam sobreviver, mesmo nascendo com<br />
complexos problemas cardiovasculares. O médico,<br />
inclusive, foi um dos profissionais ilustres que<br />
prestigiaram, na véspera do simpósio, a solenidade<br />
de inauguração da Ala de Cardiologia Pediátrica e<br />
Fetal do Hospital Costantini, inédita no Paraná.<br />
Foi destaque do simpósio ainda a colocação<br />
de válvulas aórticas no coração por cateter.<br />
Foram apresentados dados robustos sobre<br />
as experiências desse procedimento em países<br />
europeus e nos Estados Unidos. A conclusão foi<br />
de que esse novo e revolucionário conceito se<br />
confirmou eficiente e seguro na prática e veio<br />
para ficar. Indicado para pacientes que têm alguma<br />
contra-indicação para cirurgia cardíaca,<br />
como limitações pulmonares, acidente vascular<br />
cerebral prévio, disfunção severa no coração ou<br />
nos rins ou estado geral de debilidade, a questão<br />
de destaque foi que agora esses pacientes têm<br />
uma alternativa real de tratamento.<br />
O evento contou com o apoio das Sociedades<br />
Brasileira de Cardiologia, Paranaense de Cardiologia<br />
e Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.<br />
A participação também somou pontos<br />
para a renovação do título de cardiologista.<br />
* Editor do Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />
x siMpósio nordestino de doençA coronáriA eM MAceió<br />
O Instituto de Doenças do Coração, da Santa<br />
Casa de Maceió, Alagoas, realizou, em 29 de novembro,<br />
o X Simpósio Nordestino de Doença Coronária.<br />
Realizado no Hotel Ponta Verde, teve o objetivo de<br />
reunir hemodinamicistas, cardiologistas e cirurgiões<br />
cardíacos do Nordeste, tendo sempre três convidados<br />
de outras regiões do País.<br />
No primeiro simpósio, em 1999, os hemodinamicistas<br />
decidiram criar uma sociedade regional na área<br />
de Hemodinâmica, fato este que se concretizou quatro<br />
anos depois, com a Sociedade Norte-Nordeste<br />
de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.<br />
Outros simpósios se sucederam, como o de José<br />
Nogueira Paes em Fortaleza (CE), de Boris Mejia em<br />
Natal (RN), e o simpósio da nossa Sociedade durante<br />
o Congresso Norte-Nordeste de Cardiologia.<br />
Nesse X Simpósio, para o qual foram feitas 155<br />
inscrições, contou com a participação de 35 cardiologistas<br />
intervencionistas, quatro cardiologistas que<br />
proferiram conferências (Gilson Feitosa, Antonio<br />
Carlos Souza, Antonio Nery, Edgar Pessoa de Melo),<br />
dois cirurgiões cardíacos, cinco cardiologistas intervencionistas<br />
do Sul e Sudeste (Rogério Sarmento-<br />
Leite, Costantino Costantini, Fábio Sândoli de Brito<br />
Da esquerda para a direita, José Klauber roger Carneiro (Ce), antenor Portela (Pi),<br />
gilvan Dourado (al), itamar ribeiro de oliveira (rn) e José Breno de sousa filho (Pe)<br />
Jr., Nahaliel Rodrigues, Maurício Barbosa) e um convidado<br />
internacional, o professor Eberhard Grube,<br />
da Universidade de Siegburg, na Alemanha.<br />
A programação incluiu vários módulos, com<br />
vinte casos editados e sete conferências, nas<br />
quais foi dada ênfase aos stents farmacológicos,<br />
à trombose subaguda de stents farmacológicos,<br />
à prevenção da doença coronária, à síndrome<br />
metabólica e à doença coronária. “Foi realmente<br />
compensador e gratificante ter promovido os<br />
dez simpósios”, frisa o organizador do evento, o<br />
cardiologista Gilvan Dourado.<br />
REGiSTRoS<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 4
pRoCEDiMEnToS<br />
cbHpM eM debAte<br />
QuAl o seu preço, doutor?<br />
luiz Antonio Gubolino*<br />
O título é uma pergunta que provoca<br />
certo impacto, podendo até chocar<br />
e constranger. Mas não deixa<br />
de ser uma realidade se levarmos em<br />
consideração que nosso trabalho é objeto<br />
de mercado e nossa remuneração,<br />
de grande especulação.<br />
Hoje o trabalho médico é remunerado,<br />
tendo como referência tabelas que nem<br />
sempre são coerentes com o real valor do<br />
serviço praticado pelo profissional médico.<br />
A tabela mais utilizada possui um coeficiente<br />
de honorários, que muda conforme<br />
a conveniência da fonte pagadora, isto é, varia<br />
conforme as “possibilidades” do mês.<br />
Nas últimas décadas, em meio à intensa<br />
atividade diária que nos absorve por completo,<br />
passamos a conviver com essa condição<br />
de trabalho, sem, ao menos, parar e questionar<br />
qual o “valor digno” pelo nosso trabalho,<br />
quanto merecemos pelo compromisso profissional<br />
a cada paciente. Com extremo pacifismo,<br />
passamos estes anos todos tolerando<br />
muito e questionando pouco, simplesmente<br />
AMB/92 descrição AMB-92<br />
40080218<br />
40080242<br />
40090019<br />
40090060<br />
40090086<br />
40090116<br />
40090175<br />
40090205<br />
40090213<br />
Cateterismo de<br />
câmaras direitas e<br />
esquerdas com estudo<br />
cinecoronariográfico<br />
Cateterismo de<br />
câmaras direitas e<br />
esquerdas com estudo<br />
cinecoronariográfico e<br />
de revascularização<br />
cirúrgica do miocárdio<br />
Angioplastia transluminal<br />
coronária de vaso único<br />
Implante de endoprótese<br />
intracoronária<br />
Recanalização mecânica<br />
por angioplastia<br />
transluminal<br />
coronária do IAM<br />
Valvotomia percutânea<br />
por via transeptal<br />
Implante transluminal<br />
percutâneo de<br />
endoprótese intravascular<br />
Oclusão percutânea<br />
de PCA<br />
Oclusão percutânea<br />
dos defeitos septais<br />
intracardíacos<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
de crescentes reivindicações à Diretoria de<br />
Qualidade Profissional da <strong>SBHCI</strong>, capitaneadas<br />
nas freqüentes conversas, encontros e<br />
e-mails dispensados a essa instância.<br />
Diante das manifestações de grande<br />
número de associados pelo País afora, iniciamos<br />
um estudo de avaliação do que é<br />
proposto como honorários médicos pelos<br />
procedimentos realizados pelo cardiologista<br />
intervencionista. Tivemos como ponto de<br />
partida a análise de duas tabelas de honorários<br />
médicos mais praticadas atualmente:<br />
a da Associação Médica Brasileira (AMB-<br />
92), mais utilizada, publicada em 1992, e a<br />
da Classificação Brasileira Hierarquizada<br />
de Procedimentos Médicos (CBHPM),<br />
4ª edição, de setembro de 2005 e pouco<br />
aplicada até o momento (Tabela 1). A 5ª e<br />
mais atual edição não está disponível para<br />
pesquisa on-line, somente por aquisição<br />
remunerada da brochura ou CD.<br />
Notamos que, entre elas, houve um<br />
avanço em relação aos valores praticados;<br />
porém, a distância entre a criação<br />
de ambas é tão grande que a primeira<br />
pergunta que ocorre é: será que esses valores<br />
estão devidamente atualizados? Se<br />
qualquer cardiologista intervencionista,<br />
de súbito, fosse questionado sobre quais<br />
seriam seus honorários para um determinado<br />
procedimento, certamente ficaria<br />
em dúvida sobre qual o “valor mais justo”<br />
TABElA 1 - ComPARATIVo ENTRE AS TABElAS AmB 92 E CBHPm PARA AlGUNS PRoCEDImENToS Em CARDIo<br />
Quantidade<br />
Ut CH<br />
acatando o achatamento econômico com<br />
poucas e modestas reações.<br />
Entretanto, atualmente, o limite de tolerância<br />
e sacrifício tem despertado os profissionais<br />
para uma maior manifestação de insatisfação.<br />
A ponto de esse tema ter sido motivo<br />
valor (r$)<br />
(CH = r$ 0,30)<br />
número de<br />
auxiliares<br />
Porte anestésico<br />
Código<br />
CBHPM<br />
1.000 300 1 3 30911079<br />
1.250 375 1 4 30911052<br />
1.300 390 2 3 30912040<br />
1.500 450 2 4 30912105<br />
1500 450 2 4 30912199<br />
descrição<br />
rol de Procedimentos Médicos CBHPM<br />
Cateterismo de câmaras direitas e esquerdas<br />
com estudo cinecoronariográfico<br />
Cateterismo cardiaco D e/ou E com<br />
estudo cineangiográfico e de<br />
revascularização cirúrgica do miocárdio<br />
Angioplastia transluminal percutânea<br />
por balão (1 vaso)<br />
Implante de stent coronário com ou sem<br />
angioplastia por balão concomitante (1 vaso)<br />
Recanalização mecânica<br />
do IAM por angioplastia<br />
1.350 405 2 4 30912253 Valvoplastia percutânea por via transeptal<br />
1.050 315 2 4 30912091<br />
Implante de prótese intravascular na aorta<br />
pulmonar ou ramos com ou sem angioplastia<br />
1.450 435 2 4 30912148 Oclusão percutânea do canal arterial<br />
1.450 435 2 4 30912121 Oclusão percutânea de shunts intracardíacos<br />
AMB = Associação Médica Brasileira; CBHPM = Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos; CH = coeficiente de honorários; IAM = infarto agudo do miocárdio; PCA = persistência do
pelo seu trabalho. Seguramente, passaria<br />
por sua memória quanto receberia pela<br />
tabela AMB-92 ou, se estivesse entre os<br />
privilegiados, pela tabela CBHPM.<br />
Pensando, principalmente, nessa necessidade<br />
de conhecimento de um referencial<br />
justo e atual para a remuneração da atividade<br />
do cardiologista intervencionista, a Diretoria<br />
da <strong>SBHCI</strong> está planejando um encontro<br />
com representantes de suas várias regionais.<br />
Iremos ampliar os debates nesse sentido, visando<br />
a arregimentar dados e opiniões consistentes,<br />
que reflitam a realidade de todo<br />
o País. Também queremos realinhar os<br />
valores para cada procedimento (Rol de recomendações<br />
de procedimentos e honorários),<br />
para que possam nortear o profissional da<br />
cardiologia intervencionista a pleitear sua<br />
remuneração da forma mais digna e adequada<br />
diante da realidade nacional.<br />
Esperamos, assim, que a pergunta objeto<br />
do título acima não seja mais uma incógnita<br />
na cabeça dos cardiologistas intervencionistas.<br />
Esperamos ainda que não os deixem<br />
constrangidos e muito menos sentindo-se<br />
desvalorizados em seu trabalho, já que a<br />
atividade invasiva nos obriga a ter extremo<br />
rigor na efetivação do diagnóstico e<br />
apurado refino técnico para um tratamento<br />
bem-sucedido e eficaz.<br />
* Diretor de Qualidade Profissional da <strong>SBHCI</strong><br />
loGIA INTERVENCIoNISTA<br />
Porte<br />
valor<br />
(r$)<br />
número de<br />
auxiliares<br />
Porte anestésico<br />
7C 340 1 4<br />
8C 408 1 4<br />
8C 408 2 3<br />
10C 676 2 5<br />
10C 676 2 4<br />
10C 676 2 4<br />
10C 676 2 5<br />
10B 608 2 5<br />
11B 784 2 5<br />
canal arterial; UT = quantidade unitária de CH.<br />
cbHpM eM debAte<br />
nossA sobrevivÊnciA e<br />
os Honorários Médicos<br />
itamar ribeiro de oliveira*<br />
E<br />
m primeiro de agosto de 2003, a Associação<br />
Médica Brasileira (AMB), o<br />
Conselho Federal de Medicina (CFM)<br />
e a Federação Nacional dos Médicos<br />
(FENAM) assinaram um documento na<br />
Comissão Nacional de Honorários Médicos,<br />
em conformidade com o disposto<br />
na Resolução CFM n o 1.673/03, comunicando<br />
os valores relativos, em moeda<br />
nacional, dos 14 portes e subportes (A, B,<br />
C), bem como a unidade de custo operacional<br />
(UCO), previstos na Classificação<br />
Brasileira Hierarquizada de Procedimentos<br />
Médicos (CBHPM), admitindo uma<br />
banda de 20% para mais ou para menos.<br />
Essa foi a terceira edição da CBHPM.<br />
Em setembro de 2005, porém, as mesmas<br />
entidades realizaram a revisão de 700<br />
procedimentos, sendo todo o conjunto de<br />
alterações discutido e acordado com as 48<br />
sociedades que solicitaram sua revisão. Essa<br />
quarta edição passou, ainda, por ampla discussão<br />
na Câmara Técnica Permanente da<br />
CBHPM, da qual fazem parte as entidades<br />
médicas, as operadoras de saúde e a Comissão<br />
Nacional de Honorários Médicos. Na<br />
época, a nova classificação tentava atingir seu<br />
papel principal, que era o de se consolidar<br />
como referencial entre prestadores e contratantes<br />
de serviços de saúde e de servir<br />
como balizador de nossa remuneração, além<br />
de regular a oferta de procedimentos necessários<br />
aos usuários dos serviços de saúde.<br />
Essa é, resumidamente, a história da terceira<br />
e da quarta edições da CBHPM. Na<br />
página 46 apresentamos a tabela comparativa<br />
com os principais procedimentos realizados<br />
na cardiologia intervencionista.<br />
Podemos, portanto, perceber que houve<br />
um ganho, na minha avaliação, razoável.<br />
Mas, a grande pergunta é: quem está<br />
recebendo a tabela chamada de plena?<br />
Quem recebe dobrados os procedimentos<br />
em apartamento? Quantos têm seus<br />
honorários sendo recebidos diretamente<br />
em sua conta? Quem recebe em dia? E as<br />
glosas? Finalmente, como iremos acoplar,<br />
o que considero um avanço, a quarta edi-<br />
ção da CBHPM de forma plena, ética e<br />
com garantia do recebimento?<br />
Cito, como exemplo, Natal (RN), cidade<br />
na qual os melhores contratos são da<br />
CBHPM, ainda na terceira edição, com<br />
redutor de 15%, e da UNIMED, com pro<br />
rata que chega a mais de 30% ao mês.<br />
Em junho deste ano, realizamos um movimento<br />
com os profissionais de nossa área,<br />
com a Associação Médica do Rio Grande do<br />
Norte, com três objetivos: desvincular os<br />
honorários dos pacotes dos hospitais; implantar<br />
a quarta edição da CBHPM; e passar<br />
a receber via cooperativa. Dos nove profissionais<br />
que militam na cidade, oito aderiram<br />
ao movimento e, por causa de apenas um<br />
colega, não digo que perdemos tudo, mas<br />
conseguimos apenas a promessa de desvinculação<br />
dos honorários. O mais desgastante<br />
é o preço incalculável da derrota desse<br />
movimento para nossa especialidade. Eis os<br />
questionamentos que fazemos: É justo nosso<br />
movimento? Sim, é claro que é, pois os<br />
honorários do médico são sagrados, fruto<br />
de anos de dedicação, esforço, trabalho e<br />
muita responsabilidade de todas as formas,<br />
inclusive criminal. E são do médico.<br />
Por que o colega “furou” o movimento?<br />
Parecia simples, pois somos poucos e com<br />
união venceríamos. Mas fatores extras fi-<br />
pRoCEDiMEnToS<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 4
pRoCEDiMEnToS<br />
zeram com que esse colega se desgarrasse.<br />
E agora, condenar o colega? Penso que<br />
não, quero que ele leia este artigo e reflita,<br />
e que volte ao “seio” de seus pares, pois<br />
esta luta é de todos e para sempre, e repito:<br />
nossos honorários são sagrados e são a<br />
recompensa de nossa nobre profissão.<br />
Mas há ventos que sopram a nosso<br />
favor, que é o exemplo clássico que vem<br />
de Salvador (BA), e que agora está em<br />
andamento no Recife (PE): uma cooperativa<br />
dos cardiologistas, que inclui a<br />
cardiologia intervencionista. Esperamos<br />
que tenham êxito.<br />
Então tudo está perdido aqui em Natal?<br />
Não, pois novamente a cardiologia<br />
também está voltando a se unir e estamos<br />
nos apoiando, de uma forma mais<br />
ampla, com união, entendimento e compromisso<br />
para conseguirmos avançar. E<br />
isso é bom para todos.<br />
E o Sistema Único de Saúde (SUS), fonte<br />
importante para muitos intervencionistas?<br />
Tivemos avanços na nossa tabela,<br />
tanto para o cateterismo como para a<br />
angioplastia, mas ainda distante quando<br />
comparamos com os convênios.<br />
Avaliando essa situação e também pela<br />
mudança que estava sendo imposta pela Se-<br />
CoMPArAtIvo dA tABeLA CBHPM 3 a e 4 a edIçõeS (CIrUrgIão enFerMArIA)<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
ProCedIMento CódIgo 2003/Porte 2004/Porte<br />
CATETERISMO CARDÍACO E/D COM<br />
CINEANGIOGRAFIA E VENTRICULOGRAFIA<br />
CATETERISMO REVASCULARIZADO E/D COM<br />
CINEANGIOGRAFIA E VENTRICULOGRAFIA<br />
IMPLANTE DE STENT CORONÁRIO COM/SEM<br />
ANGIOGRAFIA POR BALÃO VASO ÚNICO<br />
RECANALIZAçÃO ARTERIAL. NO INFARTO AGUDO<br />
DO MIOCÁRDIO P/ ANGIOPLASTIA COM STENT<br />
ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA<br />
MÚLTIPLOS VASOS/BIFURCAçÃO COM STENT<br />
ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA<br />
DE BIFURCAçÃO E DE TRONCO COM STENT<br />
ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL<br />
PERCUTÂNEA DE MÚLTIPLOS VASOS COM STENT<br />
CATETERISMO CARDÍACO E/D COM<br />
CINEANGIOGRAFIA VENT. E ESTUDO<br />
ANGIOGRÁFICO DE AORTA E RAMOS<br />
TORACOABDOMINAIS/MEMBROS<br />
cretaria Municipal da Saúde, na forma de repasse<br />
de nossos honorários, que seria feito<br />
pelos hospitais e não direto ao profissional,<br />
em 2006 realizamos um grande movimento<br />
em Natal, por meio da Associação Médica<br />
do Rio Grande do Norte, em conjunto<br />
com 16 especialidades médicas, pleiteando<br />
reajuste dos valores e recebimento via cooperativa<br />
médica. Conseguimos receber<br />
em dobro os honorários previstos na atual<br />
tabela, tanto para o cateterismo como para<br />
a angioplastia via cooperativa médica da Associação<br />
Médica, depois de uma greve de 76<br />
dias, muito desgaste, estresse ao extremo,<br />
polícia, Ministério Público, etc. Foi muito difícil<br />
e doloroso, mas conseguimos. Escrevo<br />
com satisfação que não foi apenas salutar<br />
para o médico, hoje nosso principal ganho,<br />
mas também para os pacientes do SUS, que<br />
puderam ter acesso a procedimentos e<br />
hospitais privados de excelente qualidade.<br />
E o que aconteceu em outros Estados?<br />
Ao que sei, não ocorreu nenhum movimento<br />
semelhante. E por quê? Nossos<br />
colegas cirurgiões cardíacos vêm conseguindo,<br />
de forma exemplar e justa, agregar<br />
mais valor a seus ganhos em vários<br />
Estados, como Ceará, Alagoas, Paraíba e<br />
Sergipe. Qual a mágica? Não há mágica,<br />
3.09.11.07-9 7C 7 C<br />
r$ 340,00 r$ 340,00<br />
3.09.11.05-2 8 C 8 C<br />
r$ 408,00 r$ 408,00<br />
3.09.12.10-5 10 C 10 C<br />
r$ 676,00 r$ 676,00<br />
3.09.12.18-0 10 C 12 C<br />
r$ 676,00 r$ 1.176,00<br />
3.09.12.03-2 11 B -<br />
r$ 784,00<br />
3.09.12.26-1 - 12 B<br />
r$ 960,00<br />
3.09.12.03-2 - 12 A<br />
r$ 892,00<br />
3.09.11.08-7 5 A 8 A<br />
r$ 160,00 r$ 368,00<br />
mas sim união, luta, perseverança e valorização<br />
de seu próprio ato. Esse bom<br />
exemplo serve de muita reflexão e ação.<br />
As coisas são fáceis? Claro que não. A<br />
título de entendermos o tamanho das nossas<br />
adversidades, recentemente a Cooperativa<br />
dos Anestesiologistas (COPANEST)<br />
recebeu um pedido de liminar do Ministério<br />
Público (MP) estadual e federal, feito<br />
pelo Ministério do Trabalho, para dissolver<br />
a cooperativa com a aplicação de diversas<br />
multas e o ressarcimento ao poder público<br />
de valores referentes a contratos, por<br />
exemplo, com o SUS, na casa dos 12 milhões,<br />
enfim, uma guerra frontal contra todos<br />
os médicos, na minha opinião. A defesa<br />
está sendo feita, mas o resultado ainda não<br />
saiu. O MP, órgão de extrema relevância no<br />
nosso regime democrático e na defesa do<br />
cidadão, tenta mais uma vez, aqui em Natal,<br />
acabar com o movimento médico, o que<br />
certamente terá um efeito dominó. E colocam<br />
o SUS como bandeira. Mas onde vão<br />
atender os pacientes? Que preparo tem o<br />
poder público para resolver esse problema<br />
sozinho? Algum médico vai ser obrigado<br />
a realizar um procedimento, sob a pena<br />
de ser preso? Como trabalhar assim? E o<br />
comentário é que é fácil para o MP atuar<br />
dessa forma, mas quando os procuradores<br />
ou seus familiares precisam de atendimento<br />
vão às instituições privadas, escolhem o<br />
médico e têm a sua disposição a melhor<br />
medicina. E os pacientes do SUS? Todos sabemos<br />
que as dificuldades são enormes e<br />
que com atitudes como essa, sem conhecimento<br />
de causa e de forma impensada e<br />
sem alternativa, o atendimento aos pacientes<br />
só piorará. Alguém tem dúvida?<br />
Somos uma Sociedade exemplar em<br />
termos científicos, de organização, e de<br />
inteligência na defesa da especialidade.<br />
Digo sempre que somos do bem. Mas<br />
quando olhamos sob o prisma de nossa<br />
remuneração, que é sagrada, entendo que<br />
precisamos nos debruçar e ter a mesma<br />
energia para juntos lutar e fazer prevalecer<br />
nossos anseios e necessidades. Nossa<br />
profissão e nossa especialidade são dignas<br />
e preenchem os dois requisitos básicos<br />
do ato médico: melhorar a qualidade de<br />
vida e aumentar a sobrevida dos pacientes,<br />
em especial a doença coronária, pela<br />
sua prevalência, morbidade e mortalidade<br />
na população em todas as classes sociais.<br />
Vamos reagir!<br />
* Presidente da Sociedade Norte-Nordeste<br />
de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista
novo sisteMA eleitorAl sbHci<br />
Marcelo Queiroga*<br />
A<br />
reforma estatutária realizada em<br />
2007, durante o Congresso da<br />
<strong>SBHCI</strong>, em Brasília (DF), trouxe<br />
uma nova disciplina eleitoral para a Sociedade,<br />
com a criação de um capítulo<br />
inteiramente dedicado ao tema, propiciando<br />
mais transparência na condução<br />
das eleições. Com o propósito de assegurar<br />
os requisitos expressos no estatuto<br />
social, a Diretoria da <strong>SBHCI</strong> está<br />
envidando todos os esforços para propiciar<br />
que o direito ao voto dos associados<br />
seja exercido em sua plenitude.<br />
As próximas eleições serão marcadas<br />
pela introdução do processo de<br />
votação eletrônica, mais ágil, rápido e<br />
seguro, estabelecendo uma nova era.<br />
Pela primeira vez, elegeremos todo o<br />
corpo de dirigentes da <strong>SBHCI</strong> e de suas<br />
regionais, assim como serão eleitos os<br />
membros dos conselhos deliberativo<br />
CronogrAMA dAS eLeIçõeS <strong>SBHCI</strong>/2009 – Período: JUnHo de 2009 (PrIMeIrA QUInzenA)<br />
26/11/2008 2/3/2009 2/4/2009 7/4/2009 8/4/2009 15/4/2009 17/4/2009<br />
Aprovação<br />
do sistema<br />
de votação<br />
no Conselho<br />
Deliberativo, em<br />
São Paulo, SP.<br />
Constituição<br />
da Comissão<br />
Eleitoral e<br />
divulgação<br />
do edital das<br />
eleições.<br />
Observação<br />
Previsão<br />
estatutária: até<br />
2/4/2009.<br />
Corte para<br />
verificação de<br />
adimplentes.<br />
Encerramento<br />
para inscrição<br />
das chapas.<br />
Envio da<br />
relação de<br />
votantes para<br />
a SBC (para<br />
confecção e<br />
emissão das<br />
senhas*).<br />
* Prazo<br />
para envio<br />
ao correio:<br />
máximo de<br />
5 dias úteis.<br />
Observação<br />
Data da<br />
postagem:<br />
7/4/2009.<br />
Emissão, pela<br />
Comissão<br />
Eleitoral, de<br />
parecer sobre<br />
a regularidade<br />
das chapas.<br />
Homologação,<br />
pela Diretoria,<br />
das chapas<br />
inscritas.<br />
21/4/2009 22/4/2009 24/4/2009 27/04/2009 4/5/2009 7/5/2009<br />
Divulgação e<br />
homologação<br />
do resultado do<br />
julgamento de<br />
recursos.<br />
Envio à SBC<br />
da relação de<br />
candidatos ao<br />
pleito eleitoral.<br />
Prazo para<br />
solicitação de<br />
2 a via da senha<br />
(pelo endereço<br />
eletrônico:<br />
eleições@<br />
sbhci.org.br).<br />
“ Nas próximas<br />
eleições será<br />
introduzido o<br />
processo de votação<br />
eletrônica, mais ágil,<br />
rápido e seguro,<br />
estabelecendo<br />
uma nova era ”<br />
e fiscal. Agora, todos os mandatos da<br />
Cardiologia nacional serão coincidentes,<br />
ensejando maior integração e condução<br />
dos projetos comuns.<br />
o processo operacional dessas eleições<br />
é de grande responsabilidade e<br />
Envio à SBC<br />
de tabela com<br />
solicitação de<br />
2 a via da senha.<br />
Envio da tabela,<br />
pela SBC, à<br />
gráfica para<br />
confecção de<br />
2 a via da senha.<br />
Postagem da<br />
2 a via da senha.<br />
Prazo para<br />
recurso de<br />
impugnação de<br />
candidaturas.<br />
Previsão<br />
estimada de<br />
recebimento<br />
da senha pelo<br />
associado.<br />
2/6/2009<br />
eLeIçõeS<br />
8h00<br />
Abertura do<br />
portal para<br />
votação<br />
ProCLAMAção doS reSULtAdoS nA ASSeMBLÉIA gerAL ordInárIA<br />
no CongreSSo SoLACI-<strong>SBHCI</strong> 2009 – rIo de JAneIro, rJ<br />
será realizado em parceria com a Sociedade<br />
Brasileira de Cardiologia (SBC).<br />
Para tanto, estamos destinando esforços<br />
conjuntos a fim de disponibilizar aos associados<br />
a votação por meio do Portal<br />
da <strong>SBHCI</strong>, proporcionando facilidade<br />
e segurança, em sintonia com o que já<br />
ocorre na SBC. o suporte irrestrito recebido<br />
do presidente da SBC, Antonio<br />
Carlos Palandri Chagas, tem sido fundamental<br />
para viabilizar, com o êxito requerido,<br />
o processo eleitoral.<br />
o cronograma a seguir explicita todos<br />
os passos a serem seguidos até a<br />
conclusão dos trabalhos, em junho de<br />
2009. A condução das eleições estará a<br />
cargo de uma Comissão Eleitoral, integrada<br />
por três membros oriundos dos<br />
Conselhos Deliberativo, Consultivo e<br />
Fiscal da Sociedade, que contarão com<br />
o irrestrito apoio da Diretoria.<br />
* Diretor Administrativo da <strong>SBHCI</strong><br />
9/6/2009<br />
8h00<br />
Encerramento<br />
da votação<br />
8h10<br />
Apuração dos<br />
resultados<br />
ESTATUTo<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong> 4
noTE & AnoTE<br />
cArlos GottscHAll lAnçA o sexto<br />
livro dA cArreirA nA sede dA AnM<br />
Ex-presidente da <strong>SBHCI</strong>,<br />
pesquisador e professorpleno<br />
de pós-graduação da<br />
Fundação Universitária de<br />
Cardiologia de Porto Alegre<br />
(FUC-RS), Carlos Antonio<br />
Mascia Gottschall apresentou<br />
em 16 de outubro, no<br />
Rio de Janeiro, seu sexto<br />
livro, Pilares da Medicina – A<br />
Construção da Medicina por<br />
seus Pioneiros. O lançamento<br />
foi na sede da Academia Nacional<br />
de Medicina (ANM),<br />
da qual o professor Gottschall<br />
é membro titular.<br />
Por meio da análise da medicina em diversas<br />
épocas, a obra retrata a evolução<br />
dessa área desde a pré-história. Segundo<br />
Gottschall, é resultado de um trabalho de<br />
leitura e pesquisa realizado ao longo de<br />
toda a vida, que foi condensado e, agora,<br />
pode ser apreciado por públicos variados.<br />
Mais que uma cronologia ou historiografia,<br />
esta obra pretende mostrar a história da<br />
medicina e a própria medicina inserida na<br />
história, como uma fonte de reflexão e de<br />
inspiração.<br />
“A medicina foi mágica, teística, absolutista,<br />
racionalista e agora é empirista. Embora<br />
tenha começado a tomar forma de<br />
ciência somente há 400 anos, é anterior à<br />
história, à filosofia, entre outros ramos”,<br />
Na última edição do Jornal da<br />
<strong>SBHCI</strong> (Ano XI – Número 3 – Julho a<br />
Setembro de 2008), por um equívoco<br />
na reportagem “O Vigor da Cardiologia<br />
Intervencionista em Santa Catarina”<br />
(pág. 16), deixamos de citar o especialista<br />
Dimitri Mikaelis Zappi, que<br />
ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />
errata<br />
afirma o autor, que também<br />
já foi presidente da<br />
Academia Sul-Rio-Grandense<br />
de Medicina.<br />
Especialista em fisiologia<br />
cardiorrespiratória, tendo<br />
publicado centenas de<br />
artigos e três livros sobre<br />
esse tema, ele menciona<br />
em seu novo livro as realizações<br />
dos médicos do<br />
passado, que foram artífices<br />
da construção da profissão<br />
como é conhecida hoje,<br />
como as bases da cirurgia<br />
de Ambroise Paré, a fundação<br />
da fisiologia por Harvey e as patologias<br />
de Morgagni. Também fala dos profissionais<br />
contemporâneos responsáveis por contribuições<br />
que mudaram a medicina.<br />
Considera que a medicina é mais do que<br />
apenas ciência, promove o homem, desenvolve<br />
e devolve a saúde, oferece a possibilidade<br />
de redenção pela ética que incorporou na<br />
sua prática. “Por mais que se sofistique usando<br />
refinadas técnicas, o médico não pode<br />
esquecer as origens e deixar de considerar<br />
como finalidade-alvo a promoção de socorro,<br />
consolo e alento.”<br />
O autor dedica a publicação à memória de<br />
Rubens Mário Garcia Maciel, seu professor na<br />
Universidade Federal do Rio Grande do Sul,<br />
de quem herdou a cadeira 41 da ANM.<br />
trabalha nesse Estado há anos com<br />
dedicação e brilhantismo.<br />
Cardiologista intervencionista formado<br />
em 2002 no Instituto Dante Paz-<br />
zanese de Cardiologia, de São Paulo,<br />
desde 2003 é o hemodinamicista responsável<br />
pelo setor de ultra-sonografia<br />
intracoronária no Serviço de Hemodinâmica<br />
e Cardiologia Intervencionista<br />
do Hospital Santa Catarina,<br />
de Blumenau, que tem como chefe da<br />
equipe Charles Luiz Vieira.<br />
Atua, também, com equipe própria,<br />
desde janeiro de 2008, no Hospital<br />
Dona Helena, de Joinville, sendo pioneiro<br />
na introdução da técnica radial<br />
como principal técnica de realização de<br />
cateterismo cardíaco nessa cidade.<br />
e x P e D i e n t e<br />
soCieDaDe Brasileira De<br />
HemoDinÂmiCa e CarDiologia<br />
interVenCionista — gestão 2006-2009<br />
luiz alberto mattos<br />
Presidente<br />
marcelo antônio Cartaxo Queiroga lopes<br />
Diretor administrativo<br />
Hélio roque figueira<br />
Diretor financeiro<br />
Pedro alves lemos neto<br />
Diretor Científico<br />
rogério sarmento-leite<br />
Diretor de Comunicação<br />
luiz antonio gubolino<br />
Diretor de Qualidade Profissional<br />
José antonio marin-neto<br />
Diretor de educação médica Continuada<br />
marcos antônio marino<br />
Diretor de intervenções extracardíacas<br />
César a. esteves<br />
Diretor de intervenções em Cardiopatias Congênitas<br />
César rocha medeiros<br />
luciana Constant Daher<br />
marcelo de freitas santos<br />
marcelo José Cantarelli<br />
editores<br />
acontece Comunicação e notícias<br />
Projeto Jornalístico<br />
norma Cabral da silva<br />
gerência administrativa<br />
Débora Valejo<br />
secretaria de Comunicação<br />
giselle de aguiar Pires<br />
edição de arte<br />
tiragem: 11.000 exemplares<br />
www.sbhci.org.br<br />
rua Beira rio, 45 - cjs. 71 e 74<br />
Vila olímpia - CeP 04548-050<br />
são Paulo, sP - fone: (11) 3849-5034<br />
esPaço Do leitor<br />
A Sociedade Brasileira de Hemodinâmica<br />
e Cardiologia Intervencionista ficará muito<br />
satisfeita em tê-lo como colaborador do<br />
Jornal da <strong>SBHCI</strong>. Ajudar a enriquecer<br />
nossa publicação é importante e simples.<br />
Basta enviar suas impressões e/ou<br />
sugestões para o e-mail<br />
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para a Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 –<br />
Vila Olímpia – São Paulo, SP –<br />
CEP 04548-050, aos cuidados da<br />
Diretoria de Comunicação.<br />
Desde já agradecemos seu apoio.