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4 - SBHCI

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Publicação Trimestral da Sociedade<br />

Brasileira de Hemodinâmica e<br />

Cardiologia Intervencionista<br />

Ano XI – Número 4<br />

Outubro a Dezembro de 2008<br />

fernando Devito (sP), expedito ribeiro (sP), fábio sândoli de Brito Jr. (sP), maurício rezende Barbosa (mg), alexandre abizaid (sP), amanda sousa (sP), luiz alberto<br />

mattos (sP), gilberto l. nunes (rs), Helio roque figueira (rJ), rogério sarmento-leite (rs), Wilson Pimentel (sP), ariel Duran (Uruguai) e José antonio marin-neto (sP)<br />

Comissão CientífiCa finaliza o Congresso<br />

internaCional solaCi-sBHCi 2009<br />

4migUel rati: “QUero<br />

ofereCer ao PaCiente o<br />

melHor Da esPeCialiDaDe.<br />

É PeDir Demais?”<br />

4CeniC: Como Usar o<br />

BanCo De DaDos Da sBHCi<br />

Diretoria anteCiPa os<br />

Planos Para 2009<br />

exClUsiVo<br />

4rogÉrio sarmento-leite entreVista o mÉDiCo e esCritor moaCYr sCliar


opinião<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

í n D i C e<br />

oPinião ...................................................2<br />

PalaVra Do PresiDente ...........................3<br />

Prestação De Contas .............................4<br />

Congresso solaCi-sBHCi .......................10<br />

temas liVres ..........................................12<br />

reUnião Congênitas ..............................13<br />

Ci Do amazonas .....................................14<br />

DestaQUes Do aHa ..................................16<br />

ConselHo DeliBeratiVo ..........................17<br />

Ponto De Vista .......................................18<br />

JosÉ nogUeira Paes Júnior ...................20<br />

entreVista: migUel rati ........................22<br />

Ultra-som intraCoronário .................24<br />

otimizanDo o temPo Porta-Balão ........26<br />

noVa Diretriz sBHCi .............................28<br />

CUrso De reVisão e ProVa ....................30<br />

entreVista: moaCYr sCliar ..................34<br />

teCnologia flat DeteCtor ....................36<br />

ProCeDimentos extraCarDíaCos ..........38<br />

CeniC .....................................................40<br />

noVos sóCios ........................................40<br />

referênCias BiBliográfiCas ..................41<br />

registros .............................................43<br />

CBHPm em DeBate ..................................44<br />

noVo sistema eleitoral ........................47<br />

note e anote ..........................................48<br />

césar Medeiros,<br />

luciana constant daher,<br />

Marcelo cantarelli e<br />

Marcelo de freitas*<br />

oPinião<br />

Ano novo: buscA pelA<br />

felicidAde continuA<br />

Com esta edição, concluímos mais<br />

um ano de trabalho em nosso<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong>, esperando que<br />

você e outros 10.499 leitores tenham<br />

apreciado as informações e os dados de<br />

pesquisas. A idéia é sempre fazer deste<br />

veículo um palco privilegiado para troca<br />

de opiniões e de conhecimento.<br />

Bem, mais um ano chega ao fim. Enquanto<br />

isso, a Humanidade continua atrás<br />

da felicidade. Talvez não haja nada mais legítimo<br />

que isso. Aliás, a felicidade não é<br />

um estado final, que, depois de atingido,<br />

não há mais nada a fazer. O mesmo vale<br />

“ A idéia é<br />

sempre fazer<br />

deste veículo um<br />

palco privilegiado<br />

para troca de<br />

opiniões e de<br />

conhecimento ”<br />

para o sucesso. Uma coisa é chegar lá;<br />

outra diferente, e mais trabalhosa, é preservar<br />

o que foi conquistado.<br />

O sucesso de nossa Sociedade foi conquistado<br />

não somente pela participação<br />

de todos os sócios em nossos congressos,<br />

mas também pela atuação crítica de<br />

todos na atual Diretoria, conquistando<br />

uma solidez científica única, brindada<br />

pela publicação de nossas duas diretrizes<br />

e pela participação efetiva dos cardiologistas<br />

clínicos em nossos fóruns.<br />

Desejamos que, quando do encerramento<br />

de 2008, não seja só mais um calendário<br />

que vai para a lixeira, mas que cada<br />

um desses 365 dias lhe traga uma emoção<br />

diferente, algo que o provoque, que o faça<br />

sentir-se vivo, que o faça superar-se, não<br />

esquecendo os erros, para não repeti-los<br />

em 2009; e que os acertos de 2008 venham<br />

dobrados em 2009. Ao contrário do que<br />

se fala, os anos não passam, ficam em nossa<br />

memória as lições e os momentos neles vividos...<br />

Nós, editores, não poderíamos deixar<br />

de, pessoalmente, trazer o nosso mais<br />

cordial abraço a você, leitor, prometendo<br />

mais esforços e mais dedicação para que<br />

este jornal continue tendo o prestígio de<br />

sua leitura em 2009. Boas Festas!<br />

* Editores do Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

César medeiros, luciana Constant Daher, marcelo Cantarelli e marcelo de freitas


o melHor Da CarDiologia interVenCionista<br />

A iMportânciA dA boA práticA clínicA<br />

e do coMproMisso coM os pAcientes<br />

Prezados Colegas<br />

Nesta edição de final de ano, solicitei<br />

a todos os diretores e colaboradores<br />

mais próximos desta administração, e<br />

atuantes diários, que transmitam suas<br />

percepções, vitórias, derrotas eventuais<br />

e projeções para o novo ano.<br />

Pouco terei a acrescentar, somente<br />

enfatizando que foi um ano de muito<br />

trabalho, com vitórias evidentes e algumas<br />

perdas também.<br />

Realizamos três eventos científicos nacionais<br />

e internacionais, em três cidades<br />

diferentes: em março no Rio de Janeiro,<br />

passando por Recife em junho e finalizando<br />

em São Paulo, em final de novembro.<br />

Publicamos nossas duas diretrizes,<br />

em sua segunda versão, com a chancela<br />

da Sociedade Brasileira de Cardiologia<br />

(SBC), idealizamos e operacionalizamos<br />

nove edições do Programa de Educação<br />

Médica Continuada (PEC), de Belém do<br />

Pará a Gramado, no Rio Grande do Sul,<br />

e reformulamos o curso anual de revisão<br />

e a prova de certificação anual, com sede<br />

em São Paulo, com a criação de módulo<br />

de perguntas com recursos audiovisuais.<br />

Na esfera regulatória da Saúde, fomos<br />

convocados para opinar no Ministério da<br />

Saúde acerca da reformulação da tabela<br />

de órteses, próteses e materiais especiais<br />

(OPM), recebendo mérito de louvor pela<br />

organização e tempestividade, porém<br />

ainda com dificuldades de ofertar a nos-<br />

sos pacientes, de modo amplo, todos os<br />

dispositivos mais modernos, que serão<br />

alvo de submissão para 2009. Avançamos<br />

muito pouco na questão de compartilhamento<br />

endovascular, porém obtivemos<br />

aval de suma importância para o deslinde<br />

dessa questão por parte da SBC e de seu<br />

presidente, Antonio Carlos Palandri Chagas,<br />

além de audiência dedicada a esse<br />

assunto no Conselho Federal de Medicina,<br />

com a presença do presidente Edson<br />

Oliveira Andrade, realizada no dia 10 de<br />

dezembro. Esperamos que em 2009 também<br />

avancemos positivamente e com resultados<br />

consistentes nesse tópico.<br />

Confesso que trabalhei muito, procurando<br />

sempre ser o mais solícito<br />

e atencioso com todos os colegas,<br />

atendendo a todos os pedidos e con-<br />

vites possíveis. Peço minhas desculpas<br />

àqueles que não se sentiram acolhidos;<br />

fiquem certos, porém, de que o objetivo<br />

maior, nosso fortalecimento, estava<br />

como o bem maior a ser atingido.<br />

Agora é o momento de repousarmos<br />

mentalmente, ao menos nas festas familiares.<br />

Informo que a Sociedade Brasileira de<br />

Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista<br />

entrará em férias coletivas em 22 de<br />

dezembro, retornando em 12 de janeiro<br />

de 2009 com a energia renovada e com a<br />

maior intensidade possível para cumprirmos<br />

os últimos 12 meses de nossa administração,<br />

com tranqüilidade, elegância, eloqüência<br />

e proficiência únicos desta equipe<br />

de médicos e profissionais envolvidos nas<br />

múltiplas tarefas que abraçamos. Nós estamos<br />

aqui para representar você, e nos sentimos<br />

honrados com essa missão.<br />

A todos meus votos de paz, saúde,<br />

amor, dedicação e sucesso, exercitando<br />

mais e mais nosso lema maior: “ética<br />

com competência”.<br />

Vamos em frente!<br />

Luiz Alberto Mattos<br />

Presidente da <strong>SBHCI</strong><br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

pALAVRA Do pRESiDEnTE


BALAnÇo<br />

diretoriA prestA contAs dAs<br />

reAlizAções de 2008<br />

e AdiAntA plAnos pArA 2009<br />

MarCelo QueIroga,<br />

diretor administrativo da <strong>SBHCI</strong><br />

Um ano de trabalho se encerra! Expectativas<br />

se confirmam e anseios por<br />

objetivos se renovam. Em 2008, no plano<br />

institucional persistiram as ações societárias,<br />

visando ao fortalecimento de nossa<br />

área de atuação, e envidamos uma série de<br />

iniciativas objetivando o reconhecimento<br />

legítimo da atuação dos cardiologistas<br />

intervencionistas em procedimentos no<br />

leito vascular extracardíaco, a exemplo<br />

das angioplastias nos territórios carotídeo<br />

e renal. Nesse sentido, merece ênfase a<br />

iniciativa, em associação com a Sociedade<br />

Brasileira de Cardiologia (SBC), para<br />

obtenção do apoio ao pleito em questão.<br />

A manifestação inconteste da SBC, materializada<br />

por meio de documento emitido<br />

por seu atual presidente, Antonio Carlos<br />

Palandri Chagas, renova nossas esperanças<br />

de uma resolução definitiva dessa questão<br />

no Conselho Federal de Medicina (CFM).<br />

Por outro lado e em outra seara, foram<br />

engendradas iniciativas ante a Comissão<br />

Nacional de Residência Médica (CNRM) a<br />

fim de uniformizar o treinamento dos cardiologistas<br />

intervencionistas, uma vez que<br />

no âmbito da residência médica acontece<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

como um ano adicional à formação em cardiologia.<br />

Atualmente, tramita na CNRM o<br />

pleito da <strong>SBHCI</strong> visando a estender para<br />

dois anos o treinamento em hemodinâmica<br />

e cardiologia intervencionista, em sintonia<br />

com o que já acontece no âmbito da AMB.<br />

As ações citadas independem da vontade<br />

da <strong>SBHCI</strong>. Estamos adstritos a outras instâncias<br />

decisórias, CFM e CNRM, assim não<br />

podemos assegurar o deslinde a contento<br />

de nossas solicitações; porém, no estrito<br />

âmbito societário, desenvolvemos e concluímos<br />

em 2008 o recredenciamento dos<br />

Centros de Treinamento em Hemodinâmica<br />

e Cardiologia Intervencionista (CTHCI).<br />

Hoje, dispomos de uma angiografia precisa<br />

do processo de formação dos novos intervencionistas,<br />

informações valiosas que seguramente<br />

nortearão os novos rumos de<br />

nossa área de atuação, assegurando-se a formação<br />

de profissionais capacitados e ajustados<br />

a necessidades sociais. Essa providência<br />

foi possível graças ao elevado compromisso<br />

societário dos coordenadores dos CTHCI,<br />

que se dispuseram a fornecer os dados no<br />

processo de recadastramento.<br />

Por fim, estamos organizando o próximo<br />

pleito eleitoral, em parceria com a SBC, para<br />

garantir a lisura e a transparência das eleições.<br />

Conforme soberana decisão estatutária,<br />

as eleições de 2009, que escolherão os<br />

dirigentes que estarão à frente dos destinos<br />

de nossa Sociedade no biênio 2010/11, serão<br />

realizadas por meio eletrônico. Em sintonia<br />

com a SBC, que já detém experiência e<br />

credibilidade nessa modalidade de eleições,<br />

estaremos inaugurando o voto eletrônico,<br />

por meio da Internet, retirando-se as eleições<br />

de nossos congressos e aprimorando o<br />

processo democrático na <strong>SBHCI</strong>, conforme<br />

prometido no projeto novas idéias em 2006.<br />

Desejamos uma eleição plural e transparente,<br />

compatível com as melhores tradições da<br />

cardiologia intervencionista brasileira.<br />

ConCretIzAçõeS<br />

O ano de 2009 será o corolário dessas<br />

ações! Esperamos com convicção a concretização<br />

a contento de nossos pleitos ao CFM<br />

e à CNRM. Os fundamentos foram explicitados<br />

em bases sólidas, agora resta aguardar<br />

pelas deliberações dos órgãos competentes.<br />

Muito trabalho ainda nos aguarda, mas não é<br />

demais consignar a certeza de que continuaremos<br />

com o mesmo entusiasmo na busca<br />

dos melhores cenários para a cardiologia<br />

intervencionista no Brasil.<br />

HélIo roQue FIgueIra,<br />

diretor financeiro da <strong>SBHCI</strong><br />

Ao assumirmos a Diretoria Financeira da<br />

<strong>SBHCI</strong>, projetamos cinco metas principais:<br />

transparência financeira, com a divulgação<br />

detalhada dos ativos e das despesas administrativas;<br />

diretrizes orçamentárias; restrição<br />

de despesas, com deslocamento da Diretoria<br />

para reuniões e com a racionalização<br />

dessas reuniões e do número de comissões;<br />

benfeitoria aos sócios, com acesso aos portais<br />

eletrônicos dos periódicos mais utilizados;<br />

e aumento da arrecadação.<br />

Em 2008, a prestação de contas anual<br />

(balancete) foi apresentada à Assembléia<br />

Geral Ordinária (AGO) de maneira absolutamente<br />

clara e inteligível, especialmente o


item despesas, evitando termos tais como<br />

despesas gerais, outras, diversos, etc.<br />

Nossa prometida transparência pôde ser<br />

avaliada pela auditoria externa independente,<br />

permanente e sistemática, e pelo Conselho<br />

Fiscal, o que, sem dúvida, nos orientou para<br />

um melhor gerenciamento das despesas.<br />

Atuamos ainda de forma proativa<br />

para redução da inadimplência de nossos<br />

associados.<br />

Foi implementado, pela primeira vez,<br />

um sistema gerencial informatizado, com<br />

a aquisição de um software financeiro e<br />

contábil, que vem permitindo maior agilidade<br />

e controle de nosso orçamento.<br />

Além disso, o contrato com a antiga<br />

empresa organizadora de nossos eventos<br />

foi rescindido, tendo sido contratada uma<br />

nova empresa, com bases mais favoráveis<br />

em relação à anterior.<br />

SUCeSSo<br />

Em 2009, teremos o XXXI Congresso da<br />

<strong>SBHCI</strong>, em conjunto com a SOLACI, já em<br />

fase de organização científica e administrativa,<br />

que será realizado no período de 10 a<br />

12 de junho, na cidade do Rio de Janeiro.<br />

Apesar da crise econômica mundial com a<br />

conseqüente retração dos investimentos da<br />

indústria de dispositivos, equipamentos e farmacêutica,<br />

estamos confiantes e trabalhando<br />

intensamente para a manutenção do sucesso<br />

científico e gerencial de nosso evento maior.<br />

Pedro alveS leMoS Neto,<br />

diretor científico da <strong>SBHCI</strong><br />

Em 2008, segundo ano da atual gestão,<br />

consolidamos uma série de idéias<br />

surgidas no Congresso de 2007, como<br />

os temas livres apresentados junto com<br />

as aulas convencionais e a participação<br />

em massa de convidados internacionais<br />

de renome. Essa, aliás, é uma tendência<br />

da <strong>SBHCI</strong>, indispensável para 2009,<br />

já que o Congresso será em conjunto<br />

com a Sociedade Latino-Americana de<br />

Cardiologia Intervencionista (SOLACI).<br />

Tais medidas já fizeram sucesso, por<br />

isso foram mantidas para o próximo<br />

ano com o intuito de tornar o encontro<br />

mais ágil, interativo e científico, sem<br />

deixar de ser prático.<br />

regIStro<br />

Além disso, pela primeira vez, estamos<br />

organizando o registro nacional das angioplastias<br />

coronarianas, que tem como<br />

objetivo avaliar os resultados iniciais e<br />

a evolução tardia de pacientes tratados<br />

com procedimentos de intervenção coronária<br />

em nosso País. O registro, inédito<br />

no Brasil, é um projeto financiado<br />

pelos Ministérios da Saúde e da Ciência<br />

e Tecnologia, através do Conselho Nacional<br />

de Desenvolvimento Científico e<br />

Tecnológico (CNPq), e amplia a inserção<br />

da <strong>SBHCI</strong> como referência, ao fornecer<br />

dados sobre a prática médica.<br />

rogérIo SarMeNto-leIte,<br />

diretor de Comunicação da <strong>SBHCI</strong><br />

A pasta da Diretoria de Comunicação<br />

é de grande visibilidade e responsabilidade<br />

para a <strong>SBHCI</strong>. Faz a interface<br />

com os associados e oferece à<br />

comunidade médica e sociedade civil<br />

todos os nossos veículos, com informações<br />

técnicas, científicas e também<br />

assuntos de interesse geral. Desde que<br />

assumimos, no mês de julho de 2006,<br />

reformulamos profundamente nossos<br />

canais de comunicação.<br />

O Portal <strong>SBHCI</strong> foi modernizado, tornou-se<br />

ágil e interativo. Entre outras tantas<br />

novidades, criamos o Repórter <strong>SBHCI</strong>,<br />

que trouxe de forma dinâmica e quase que<br />

em tempo real as notícias dos principais<br />

eventos científicos do globo. Essas ações<br />

determinaram um aumento vertiginoso<br />

de nosso número de acessos, tornando o<br />

endereço www.sbhci.org.br uma referência<br />

nacional e modelo para outras organizações<br />

e sociedades.<br />

Nosso Jornal, rebatizado com o nome<br />

de Jornal da <strong>SBHCI</strong>, teve sua linha editorial<br />

e gráfica totalmente modificada e<br />

qualificada. Assim, cresceu e tomou corpo,<br />

passando de um simples informativo<br />

associativo para uma revista de variedades,<br />

que mescla informação, política, cultura<br />

e lazer, e que hoje tem uma tiragem<br />

superior a 10 mil exemplares, atingindo<br />

todos os cardiologistas do Brasil.<br />

AUtoSUFICIente<br />

A revista Brasileira de Cardiologia<br />

Invasiva (rBCI) literalmente renasceu e<br />

recuperou sua periodicidade, aumentando<br />

a captação e o número de artigos originais.<br />

Com um padrão gráfico e editorial que<br />

muito se assemelha aos periódicos internacionais<br />

de grande porte, já está indexada na<br />

base de dados do LILACS/BIREME e Scopus.<br />

O sistema de submissão é totalmente informatizado<br />

e hoje já dispomos de publicação<br />

eletrônica simultânea na língua inglesa.<br />

Todos esses esforços foram muito gratificantes<br />

e determinaram que os veículos de<br />

comunicação da <strong>SBHCI</strong> se tornassem autosuficientes<br />

e importante fonte de receita<br />

para nossa Sociedade. Tudo isso somente<br />

foi possível graças ao qualificado e abnegado<br />

trabalho de um grupo de amigos, colegas e<br />

parceiros, além de competentes assessorias.<br />

Para 2009 projetamos um crescimento<br />

maior, mais inovações e, sobretudo, novas<br />

conquistas, trabalhando e torcendo para que<br />

o Portal <strong>SBHCI</strong> se difunda internacionalmente,<br />

que o Jornal da <strong>SBHCI</strong> aumente<br />

ainda mais sua penetração no meio médico,<br />

e que a rBCI alcance as desejadas e sonhadas<br />

indexações no SciELO, MEDLINE e ISI.<br />

Muito obrigado pelo suporte e colaboração.<br />

Meus votos de Boas Festas e de<br />

um Feliz Ano Novo, repleto de paz e felicidade,<br />

esperando seguir contando com o<br />

apoio e a audiência de todos.<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

BALAnÇo


BALAnÇo<br />

alexaNdre QuadroS,<br />

editor do Portal <strong>SBHCI</strong><br />

A cobertura dos principais congressos<br />

científicos de cardiologia e cardiologia<br />

intervencionista está sendo realizada<br />

pela equipe do Portal <strong>SBHCI</strong> e por<br />

colaboradores desde o final de 2006,<br />

com o TCT 2006, e tem sido uma das<br />

principais inovações do atual modelo<br />

do Portal. A idéia partiu do diretor de<br />

Comunicação, Rogério Sarmento-Leite,<br />

e do presidente da <strong>SBHCI</strong>, Luiz Alberto<br />

Mattos. Como toda boa idéia, no início<br />

parecia um pouco estranha, médicos fazendo<br />

o trabalho de repórteres... Dois<br />

anos e onze congressos depois, podemos<br />

avaliar melhor sua importância, já<br />

que tem tido não só excelente receptividade<br />

dos colegas associados da <strong>SBHCI</strong>,<br />

mas também grande audiência dos cardiologistas<br />

e colegas de outras especialidades.<br />

Essa grande audiência tem permitido<br />

a evolução desse serviço, com a<br />

captação de patrocínios específicos para<br />

as coberturas, como custeio de transporte,<br />

inscrição e estadia de nossos “repórteres”,<br />

além de tornar-se mais uma<br />

fonte de recursos da Sociedade.<br />

O sistema atualmente utilizado para<br />

realizar as coberturas prevê o envio de<br />

dois ou três colegas a um congresso especificamente<br />

para realizar essa atividade.<br />

Os estudos com maior importância<br />

e repercussão são identificados e, após<br />

sua apresentação, são realizadas resenhas<br />

sobre cada estudo. Um aspecto importante<br />

foi a introdução das resenhas<br />

com formato de resumo estruturado,<br />

que facilita e confere maior rapidez à<br />

leitura e à compreensão de cada tema<br />

pelo usuário. Os repórteres também<br />

ano xi - no ano xi - n 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

fotografam os principais resultados e<br />

apresentadores, sendo, posteriormente,<br />

selecionadas as melhores imagens para<br />

divulgação no website da Sociedade<br />

(www.sbhci.org.br). Apresentações em<br />

PowerPoint ou PDF dos principais estudos<br />

apresentados são também disponibilizadas.<br />

As palestras do último TCT<br />

foram filmadas, mas, em decorrência de<br />

aspectos técnicos e de suporte, as filmagens<br />

restringiram-se às conclusões e<br />

às considerações finais de cada estudo.<br />

Ainda, para obtenção de informações<br />

mais fidedignas e com maior rapidez,<br />

obtivemos uma assinatura do TCTmd<br />

Gold no último TCT. Essa ferramenta<br />

permite o acesso a todo o material didático<br />

do último TCT, incluindo áudio e<br />

vídeo, além das apresentações de slides<br />

dos principais estudos.<br />

A última cobertura científica de 2008<br />

foi realizada no congresso da American<br />

Heart Association, no início de novembro,<br />

na cidade de New Orleans, nos Estados<br />

Unidos, por Pedro Beraldo de Andrade<br />

e Guilherme Attizzani. Nesse evento,<br />

apresentamos mais uma inovação: entrevistas<br />

com apresentadores dos estudos<br />

ou outros investigadores presentes ao<br />

congresso. Nossos repórteres entrevistaram<br />

diversas personalidades da cena<br />

cardiológica mundial sobre os últimos<br />

estudos apresentados, com foco na extrapolação<br />

e na aplicabilidade dos dados<br />

para a realidade brasileira. Entre outras,<br />

destacamos as entrevistas com os renomados<br />

Eugene Braunwald e Gregg Stone,<br />

que dispensam maiores referências, disponibilizadas<br />

no website da Sociedade.<br />

rAPIdez<br />

Outro aspecto importante do atual<br />

modelo de coberturas científicas realizadas<br />

pela <strong>SBHCI</strong> é a rapidez. Em virtude<br />

da existência de diversos websites<br />

internacionais realizando coberturas<br />

científicas (embora na língua inglesa),<br />

consideramos importante o envio das<br />

informações preferencialmente no dia<br />

da apresentação, o que nem sempre é<br />

possível por causa do fuso horário. De<br />

qualquer forma, temos monitorizado a<br />

rapidez da realização das coberturas<br />

pelos principais websites internacionais,<br />

e é com orgulho que registramos<br />

que os boletins da <strong>SBHCI</strong> estiveram<br />

entre os três primeiros a serem emitidos<br />

nos principais congressos de 2008.<br />

Essa rapidez e essa eficiência somente<br />

têm sido possíveis pelo esforço dedicado<br />

e pela eficiência dos colegas repórteres,<br />

bem como de uma equipe<br />

de suporte técnico no Brasil durante<br />

todo o evento.<br />

Em 2009, temos o desafio de manter<br />

o padrão de eficiência e qualidade demonstrado<br />

até agora, possibilitando ao<br />

associado da <strong>SBHCI</strong> informação científica<br />

inédita, com credibilidade e em<br />

português dos principais congressos de<br />

Cardiologia. O primeiro congresso de<br />

2009 será o do American College of Cardiology,<br />

em março, na cidade de Orlando,<br />

Estados Unidos. Até lá!<br />

Áurea J. Chaves,<br />

editora da rBCI<br />

A indexação da revista Brasileira<br />

de Cardiologia Invasiva (rBCI) no<br />

Scopus, em janeiro de 2008, foi a primeira<br />

grande realização do ano. O Scopus<br />

é o maior banco de dados científicos da<br />

atualidade, com mais de 15 mil periódicos<br />

listados, e que rivaliza com o ISI<br />

Thompson em vários dos serviços oferecidos<br />

aos usuários. Essa indexação dá<br />

grande visibilidade internacional à rBCI<br />

e provavelmente irá facilitar novas indexações<br />

almejadas pela Revista.<br />

Outra importante realização foi manter<br />

em alto grau o interesse dos quase 20<br />

mil usuários/mês que conquistamos este<br />

ano, à custa de artigos originais de grande<br />

valor científico e também de editoriais de<br />

especialistas nacionais e internacionais<br />

renomados. Responderam ao convite<br />

para redigir editoriais para a rBCI, entre


outros, autores como Louis Caplan (Harvard<br />

Medical School, Boston, MA, Estados<br />

Unidos), Emerson Perin (Texas Heart<br />

Institute, Houston, TX, Estados Unidos),<br />

Eberhard Grube (HELIOS Heart Center,<br />

Siegburg, Alemanha), James Ferguson (Texas<br />

Heart Institute, Houston, TX, Estados<br />

Unidos), Marco Costa (Case Western<br />

Reserve University, Cleveland, OH, Estados<br />

Unidos) e Hugo Londero (Sanatório<br />

Allende, Córdoba, Argentina).<br />

Em outubro, voltamos a submeter a<br />

rBCI ao SciELO, depois de serem adequadas<br />

as duas únicas solicitações não alcançadas<br />

na primeira oportunidade, quais<br />

sejam: a publicação, a partir de 2008, de<br />

75% de artigos originais por edição e alcançar<br />

o mínimo de 60 artigos/ano.<br />

Fora do escopo científico, atingimos<br />

também maturidade gerencial, com amplo<br />

patrocínio da Revista por praticamente<br />

todas as companhias envolvidas no desenvolvimento<br />

de instrumentais e sistemas de<br />

imagem dedicados à cardiologia intervencionista<br />

e endovascular.<br />

exPeCtAtIvA<br />

Esperamos começar 2009 com a notícia<br />

da aprovação pelo SciELO. Essa aprovação<br />

será fundamental para a reclassificação<br />

da rBCI pela CAPES, passando a<br />

Revista a ser bastante atrativa para receber<br />

artigos de programas de pós-graduação<br />

nacionais da área intervencionista.<br />

A indexação no SciELO também será<br />

o ponto de partida para pleitearmos, em<br />

2009, indexações no Medline e no ISI<br />

Thompson, metas bem mais difíceis, mas<br />

não impossíveis de serem alcançadas.<br />

Todos esses objetivos científicos e<br />

gerenciais citados não superam a maior<br />

realização da rBCI: a conquista progressiva<br />

dos cardiologistas intervencionistas<br />

brasileiros, que fizeram da Revista sua<br />

fonte de consulta e veículo de divulgação<br />

preferencial de seus artigos científicos.<br />

Essa credibilidade e aceitação da rBCI,<br />

patrimônio maior logrado pela Revista,<br />

foram conseguidos graças ao trabalho<br />

árduo do Corpo Editorial e ao suporte<br />

irrestrito da Diretoria da <strong>SBHCI</strong>, em<br />

especial de seu presidente, Luiz Alberto<br />

Mattos, e de seu diretor de Comunicação,<br />

Rogério Sarmento-Leite, aos quais<br />

agradeço profundamente.<br />

luIz aNtoNIo guBolINo,<br />

diretor de Qualidade Profissional da <strong>SBHCI</strong><br />

No Congresso anual da <strong>SBHCI</strong>, no Recife,<br />

realizou-se o II Fórum de Qualidade<br />

Profissional, que integrou especialistas da<br />

cardiologia intervencionista, representantes<br />

de entidades da Saúde pública, privada<br />

e de sociedades de classe. Foi uma oportunidade<br />

para esclarecimentos de pontos<br />

polêmicos e incentivo ao debate em torno<br />

de situações de interesse da cardiologia<br />

intervencionista. Neste ano, houve, ainda, a<br />

publicação da Diretriz de Qualidade Profissional<br />

e Institucional, Centro de Treinamento<br />

e Certificação Profissional da <strong>SBHCI</strong>,<br />

em sua segunda edição, que tem o foco na<br />

apresentação de referências para os profissionais<br />

e instituições dessa área de atuação,<br />

na normatização dos centros e programas<br />

de treinamento, e na atualização dos critérios<br />

de certificação do cardiologista intervencionista.<br />

Além disso, o Portal <strong>SBHCI</strong><br />

disponibilizou uma via direta de comunicação<br />

entre os associados e o diretor de<br />

Qualidade Profissional, o que resultou em<br />

grande número de contatos entre esta Diretoria,<br />

associados da <strong>SBHCI</strong> e, até mesmo,<br />

profissionais de outras áreas da Saúde.<br />

oBJetIvoS<br />

Um de nossos principais objetivos em<br />

2009, com apoio de toda a Diretoria da<br />

<strong>SBHCI</strong>, será promover o debate em torno<br />

da remuneração do trabalho do profissional<br />

da cardiologia intervencionista. A estratégia<br />

é envolver todas as nossas regionais,<br />

através de seus representantes e suas lideranças,<br />

visando a identificar a realidade<br />

praticada nas várias regiões deste imenso<br />

País, realizar uma reavaliação crítica das tabelas<br />

de honorários médicos, que são refe-<br />

rências de remuneração, e finalizar com a<br />

criação de um rol de procedimentos e honorários<br />

da própria <strong>SBHCI</strong>, a ser sugerido<br />

como prática para todo o País. Um rol que<br />

atenda não só os anseios do profissional da<br />

cardiologia intervencionista, mas que seja<br />

condizente e justo com as características e<br />

particularidades de nossa atividade médica.<br />

JoSé aNtoNIo MarIN-Neto,<br />

diretor de educação<br />

Médica Continuada da <strong>SBHCI</strong><br />

A Diretoria de Educação Médica Continuada<br />

(EMC) foi instituída e recentemente<br />

aprovada, durante a atual administração da<br />

<strong>SBHCI</strong>, como idealizada por Marcelo Queiroga<br />

e Luiz Alberto Mattos. Além de suas<br />

atribuições específicas, definidas no Estatuto<br />

da <strong>SBHCI</strong>, é natural que, pelo próprio contexto<br />

inerente de suas responsabilidades, o<br />

diretor de EMC colabore, quando solicitado,<br />

com o diretor administrativo, o diretor científico,<br />

e o diretor de Qualidade Profissional,<br />

entre outros. Também, pontualmente, colaborou-se<br />

com o coordenador da Comissão<br />

Permanente de Certificação em Hemodinâmica<br />

e Cardiologia Intervencionista.<br />

Foi idealizado ainda um Programa de<br />

Educação Continuada (PEC), destinado a<br />

promover contato mais estreito e fecundo<br />

de nossa Sociedade com os cardiologistas<br />

clínicos. Realizamos, em 2008, oito rodadas<br />

desse projeto de atualização científica<br />

da <strong>SBHCI</strong> durante congressos marcantes<br />

da cardiologia brasileira: Sociedade de<br />

Cardiologia do Estado de São Paulo (SO-<br />

CESP), em 1 o de maio – São Paulo, SP; Sociedade<br />

de Cardiologia do Rio Grande do<br />

Sul (SBC-RS), em 13 de junho – Gramado,<br />

RS; Norte-Nordeste de Cardiologia, em<br />

12 de junho – Belém, PA; Sociedade de<br />

Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

BALAnÇo


BALAnÇo<br />

(SOCERJ), em 11 de junho – Rio de Janeiro,<br />

RJ; Sociedade Brasiliense de Cardiologia, em<br />

11 de junho – Brasília, DF; Sociedade Mineira<br />

de Cardiologia, em 12 de junho – Belo Horizonte,<br />

MG; Sociedade Goiana de Cardiologia,<br />

em 22 de agosto – Goiânia, GO; e da<br />

própria Sociedade Brasileira de Cardiologia<br />

(SBC), em 7 de setembro – Curitiba, PR.<br />

Os simpósios compreenderam sempre<br />

dois temas teóricos de revisão e atualização,<br />

abrangendo aspectos diagnósticos e<br />

terapêuticos intervencionistas em coronariopatias.<br />

Um terceiro tema abordou controvérsias<br />

atualmente acesas, como o papel<br />

da revascularização por via percutânea em<br />

pacientes com doença coronária estável, o<br />

dilema da abertura ou não de artérias persistentemente<br />

ocluídas mas em pacientes<br />

estáveis após o infarto agudo do miocárdio,<br />

o enigma da trombose tardia após implante<br />

de stents farmacológicos, e a polêmica<br />

das indicações de intervenção percutânea<br />

vs. cirurgia de revascularização miocárdica<br />

em pacientes multiarteriais, com diabetes<br />

melito ou lesões tronculares.<br />

Em cada simpósio foram ainda apresentados<br />

casos clínicos emblemáticos dos aspectos discutidos<br />

durante a parte teórica do programa,<br />

contando-se sempre, nessa fase, com o concurso<br />

de cardiologistas clínicos de reconhecidos<br />

saber e experiência, que enriqueceram<br />

sobremaneira o debate com a assistência.<br />

Apesar de a temática ter sido comum,<br />

registrou-se certa heterogeneidade na<br />

forma e até no conteúdo das exposições<br />

teóricas, entre as diversas versões do<br />

Simpósio PEC. O grau de diversificação<br />

registrado pode ser considerado aceitável<br />

e natural pela imanente circunstância de<br />

terem atuado na execução dos simpósios<br />

inúmeros intervencionistas com formação,<br />

bagagem e experiência bastante variadas.<br />

InterAção<br />

O PEC terá continuidade em 2009, provavelmente<br />

com alguma redução no número<br />

de eventos em que os simpósios serão<br />

realizados. A iniciativa da <strong>SBHCI</strong> de promover<br />

essas oportunidades de interação, em<br />

alto nível, entre intervencionistas e cardiologistas<br />

clínicos foi, de forma geral, muito<br />

bem recebida pelos dois contingentes.<br />

Quase sempre estiveram repletas as salas<br />

dos simpósios, e depoimentos praticamente<br />

unânimes registraram o proveito e<br />

ano xi - no ano xi - n 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

a proficuidade desses eventos.<br />

Talvez a única crítica, isolada e enviesada,<br />

de que tivemos conhecimento foi de<br />

que essa iniciativa poderia caracterizar<br />

abuso de poder econômico por parte da<br />

<strong>SBHCI</strong>. Nesse sentido, repudiamos veementemente<br />

tal interpretação. Temos a<br />

convicção firmada de que a <strong>SBHCI</strong>, com o<br />

PEC, faz, sim, investimento sério, legítimo<br />

e cientificamente respaldado, no próprio<br />

âmago e na essência do conceito de educação<br />

médica continuada.<br />

Pelo PEC veiculamos, de forma consciente,<br />

aberta, e transparente, mensagens<br />

fundamentais sobre os resultados reais e<br />

potenciais dos métodos diagnósticos e terapêuticos<br />

que dominamos, e que devem<br />

ser prodigalizados, por atuação conjunta<br />

com os cardiologistas clínicos, responsáveis<br />

diretos que são pelos nossos pacientes.<br />

Sobre o registro CENIC, em breve nos<br />

reportaremos sobre o andamento de importantes<br />

avanços e perspectivas no aproveitamento<br />

de seus dados.<br />

MarCoS MarINo,<br />

diretor de Intervenções<br />

extracardíacas da <strong>SBHCI</strong><br />

A atual gestão tem em seu currículo<br />

muitos eventos importantes, entre os<br />

quais destaco os dois primeiros simpósios<br />

de Intervenção Extracardíaca, realizados<br />

em março de 2007 e de 2008, e o 1 o Core<br />

Curriculum in Carotid Stenting. Este último,<br />

realizado juntamente com a Society for<br />

Cardiovascular Angiography and Interventions<br />

(SCAI), aconteceu em agosto de 2007 e<br />

contou com a presença de vários convidados<br />

internacionais, salientando a importância<br />

de marcar parcerias científicas<br />

entre as duas sociedades.<br />

Foram três atividades científicas, inde-<br />

pendentes do Congresso da <strong>SBHCI</strong>, com<br />

o objetivo de estimular o sócio a atuar na<br />

área de intervenção não-cardíaca da SBH-<br />

CI, ou seja, em procedimentos como angioplastias<br />

carotídeas e periféricas e em tratamentos<br />

de aneurismas da aorta. Essas atividades<br />

científicas, que tiveram participação<br />

efetiva de diversos especialistas, nacionais<br />

e internacionais, foram importantes para<br />

atualizar e desenvolver profissionalmente<br />

os médicos e para estimular o crescimento<br />

da intervenção extracardíaca.<br />

CIentíFICo<br />

Como proposta para 2009, teremos<br />

uma sala com programação científica voltada<br />

aos procedimentos de intervenção<br />

extracardíaca no Congresso da Sociedade<br />

Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista<br />

(SOLACI), que será realizado<br />

em junho, no Rio de Janeiro. Já temos a<br />

presença confirmada de um especialista<br />

da Europa, Thomas Zeller, do Herz-<br />

Zentrum Bad Krozingen, Alemanha, com<br />

grande área de atuação em intervenções<br />

extracardíacas e com foco estabelecido<br />

em angioplastias carotídea e renal, temas<br />

bastante discutidos na atualidade.<br />

Em suma, a perspectiva é a de manter<br />

o programa científico anual específico da<br />

área de intervenções extracardíacas como<br />

parte do programa da Diretoria por toda a<br />

gestão, estimulando e dando base científica<br />

para que os associados atuem nessa área,<br />

com a visão de uma doença sistêmica<br />

CéSar auguSto eSteveS,<br />

diretor de Intervenções em Cardiopatias<br />

Congênitas da <strong>SBHCI</strong><br />

O que fizemos nesses dois anos de gestão<br />

foi buscar a normatização da residência<br />

médica de intervenção em cardiopatias


congênitas, tornando seu título reconhecido<br />

pela <strong>SBHCI</strong> e pela Sociedade Brasileira<br />

de Cardiologia (SBC).<br />

Outro desafio da atual gestão, meta que<br />

estamos buscando desde o início e que<br />

espero sej atingida no próximo ano, é o<br />

registro nacional das intervenções em cardiopatias<br />

congênitas. Sem isso, ainda não<br />

podemos responder a questões simples,<br />

como: “Quantos casos de fechamento de<br />

comunicação interatrial (CIA), persistência<br />

do canal arterial (PCA) e forame oval<br />

patente (FOP) são realizados por ano?”,<br />

“Quantas valvoplastias (pulmonar e aórtica)<br />

são realizadas por ano no Brasil?”. São<br />

respostas simples, que ainda não temos<br />

e que acredito sejam muito importantes<br />

para a codificação e liberação de próteses<br />

pelo Sistema Único de Saúde (SUS).<br />

Já criamos e estamos trabalhando em<br />

grupos formados por médicos de todo<br />

o Brasil nas diretrizes dos procedimentos<br />

intervencionistas em cardiopatias<br />

congênitas, que serão publicadas pela<br />

<strong>SBHCI</strong> no próximo ano, ainda dentro da<br />

atual gestão.<br />

Realizamos dois congressos nacionais<br />

(Brasília e Recife), com programação<br />

científica completa. No congresso de<br />

Brasília, foram apresentados casos editados.<br />

Já no do Recife, transmitimos cinco<br />

casos ao vivo para a platéia, diretamente<br />

de dois hospitais do Recife. E em ambos<br />

os congressos contamos com a presença<br />

de quatro convidados internacionais<br />

de peso na especialidade.<br />

deSAFIoS<br />

Nossos maiores desafios, portanto, serão:<br />

– normatizar de uma vez por todas o<br />

título para os médicos que queiram se<br />

dedicar a intervenções nas cardiopatias<br />

congênitas;<br />

– terminar e publicar as diretrizes de intervenções<br />

em cardiopatias congênitas; e<br />

– criar o registro nacional de intervenções<br />

em cardiopatias congênitas.<br />

FerNaNdo StuCCHI devIto,<br />

coordenador de temas livres da <strong>SBHCI</strong><br />

Foram muitos os desafios que a atual<br />

Diretoria da <strong>SBHCI</strong> se propôs a enfrentar<br />

neste ano. A pesquisa científica na cardiologia<br />

intervencionista é uma atividade<br />

complexa. No entanto, a importância estratégica<br />

dessa questão para a <strong>SBHCI</strong> direcionou<br />

um plano de trabalho em 2008<br />

com grande impacto positivo.<br />

A estruturação eletrônica do sistema<br />

de envio e julgamento dos temas livres<br />

permitiu imparcialidade e eficiência, sendo<br />

um importante aliado desse projeto.<br />

No último Congresso, mais de 200 temas<br />

médicos foram submetidos à Comissão<br />

Julgadora, composta por 64 sócios julgadores,<br />

que selecionaram os melhores<br />

para apresentação. Associado a isso, o<br />

0800 701 7789 www.medical.philips.com/br<br />

destaque reservado a esses trabalhos, totalmente<br />

inseridos no coração da programação<br />

científica, sinalizou, sem cerimônia,<br />

a importância de nossa própria produção<br />

científica para a produção do conhecimento,<br />

verdadeiro veículo transformador<br />

da Sociedade. E, muito importante, a<br />

maioria dos pesquisadores não se restringiu<br />

a essa etapa da produção, mas submeteu<br />

seus trabalhos à revista Brasileira<br />

de Cardiologia Invasiva (rBCI), na<br />

forma de artigos originais, finalizando o<br />

processo de pesquisa científica.<br />

A extensa premiação reservada aos<br />

temas livres, com mais de vinte prêmios<br />

distribuídos às pesquisas de maior destaque<br />

em 2008, simboliza o reconhecimento<br />

da <strong>SBHCI</strong> a todos os que trabalham pelos<br />

projetos científicos em nosso País. Além<br />

disso, é um exemplo de que o estímulo<br />

ao desenvolvimento científico, mais do<br />

que palavras, requer ações consistentes e<br />

políticas determinadas dos órgãos competentes<br />

de nossa Sociedade.<br />

MetAS<br />

Se alguma dúvida ainda rondou os menos<br />

crédulos neste ano, em 2009 não há<br />

mais chances de voltar atrás. Esse projeto<br />

de estímulo à produção científica resultou<br />

em uma etapa de desenvolvimento nunca<br />

antes vislumbrada pela <strong>SBHCI</strong>.<br />

Com a realização do próximo Congresso<br />

da SOLACI em conjunto com nosso<br />

evento anual, esperamos grande volume<br />

de submissão de temas livres. É o momento<br />

de aproveitarmos a estrutura desenvolvida<br />

em 2008 para um salto ainda maior. O<br />

Rio de Janeiro será palco de um evento de<br />

altíssima qualidade no cenário mundial da<br />

cardiologia intervencionista, e a Coordenação<br />

dos Temas Livres terá, nesse evento,<br />

uma oportunidade especial.<br />

A atual política de premiação não só<br />

será mantida, como será ampliada. A Comissão<br />

Julgadora premiará as melhores<br />

pesquisas, que, no Congresso, terão visibilidade<br />

inédita. Critérios rigorosos e<br />

julgamento imparcial irão nortear essa<br />

seleção, para que, ao final de 2009, possamos<br />

contabilizar, na rBCI, o maior<br />

volume de publicações científicas originais<br />

da história da <strong>SBHCI</strong>. O legítimo<br />

reconhecimento científico de nossa Sociedade<br />

é nossa meta maior!<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

BALAnÇo


o QUE VEM poR AÍ<br />

conGresso solAci e sbH<br />

AGendA científicA QuAse<br />

luiz Alberto Mattos*<br />

Nosso próximo Congresso anual,<br />

em sua trigésima primeira edição,<br />

está em processo de finalização.<br />

A Comissão Científica efetivou quatro<br />

reuniões desde agosto, e se encaminha<br />

para a conclusão a agenda científica.<br />

Em 2009, o evento se engalana, com a<br />

parceria com a Sociedade Latino-Americana<br />

de Cardiologia Intervencionista<br />

(SOLACI) e sua elevação para um patamar<br />

internacional. Ambas as sociedades,<br />

representadas por suas Comissões<br />

Científicas, estão em ativo compartilhamento,<br />

por meio de seus presidentes,<br />

Luiz Alberto Mattos e Alexandre<br />

Abizaid (<strong>SBHCI</strong> e SOLACI, respectivamente),<br />

e do presidente do Congresso,<br />

Hélio Roque Figueira, do Rio de Janeiro,<br />

sede do evento.<br />

No dia 27 de outubro, o evento foi<br />

apresentado aos parceiros da <strong>SBHCI</strong> e<br />

recebeu pleno suporte para sua efetivação.<br />

Confira as novidades.<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

fernando Devito (sP), ariel Duran (Uruguai), fábio sândoli de Brito Jr. (sP), José antonio marin-neto (sP),<br />

gilberto l. nunes (rs), maurício rezende Barbosa (mg), Helio roque figueira (rJ), Wilson Pimentel (sP), marco<br />

V. Wainstein (rs), amanda sousa (sP), luiz alberto mattos (sP), alexandre abizaid (sP) e expedito ribeiro (sP)<br />

LocaL e Data<br />

EXHIBITION & CONVENTION<br />

CENTER – Rio de Janeiro, RJ – Brasil<br />

Data: 10 a12 de junho de 2009<br />

Rua Salvador Allende, 6.555 -<br />

Barra da Tijuca - Rio de Janeiro, RJ<br />

Site: www.riocentro.com.br<br />

Gerência aDministrativa<br />

Do evento<br />

NoRmA CABRAl<br />

Rua Beira-Rio, 45 – conj. 74 – Vila<br />

olímpia – CEP 04548-050 – São Paulo,<br />

SP. Tel./Fax: (+55 11) 3849-5034<br />

email: gerencia@sbhci.org.br<br />

casos ao vivo internacionais<br />

e nacionais<br />

Está confirmada a transmissão de casos<br />

ao vivo a partir de três reconhecidos<br />

centros internacionais, via satélite,<br />

para o Riocentro, cada um deles com<br />

90 minutos de transmissão. Os casos<br />

clínicos nacionais serão efetivados do<br />

Instituto Nacional de Cardiologia de<br />

Laranjeiras por operadores radicados<br />

no Rio de Janeiro, totalizando quatro<br />

casos. Intervenção em cardiopatias congênitas<br />

e defeitos cardíacos estruturais<br />

também serão contemplados, com a<br />

realização de até oito casos, também


ci 2009<br />

prontA<br />

ao vivo, a partir do Hospital de Clínicas<br />

de Niterói e do Instituto Nacional de<br />

Cardiologia de Laranjeiras.<br />

méDicos operaDores<br />

Dos casos cLínicos<br />

Paulo Sérgio de oliveira e marta<br />

labrunie; miguel Rati e César Rocha<br />

medeiros; Rogério luciano de moura e<br />

Fernando Barreto; Hélio Roque Figueira<br />

e Júlio Andréa machado.<br />

conviDaDos internacionais<br />

Estão confirmadas as seguintes participações:<br />

Christopher Cates (Estados Uni-<br />

grAde de ProgrAMAção CIentíFICA<br />

Junho de 2009/dia 10 11 12<br />

Abertura da Secretaria 8h30 7h30 7h30<br />

Atividades Científicas – 8h30 – 10h00 8h30 – 10h00<br />

Intervalo Matinal – 10h00 – 10h30 10h00 – 10h30<br />

Atividades Científicas 10h30 – 12h00 10h30 – 12h00 10h30 – 12h00<br />

Simpósios-Satélites 12h15 – 14h00 12h15 – 14h00 12h15 – 14h00<br />

Atividades Científicas 14h00 – 16h00 14h00 – 16h00 14h00 – 16h00<br />

Intervalo Vespertino 16h00 – 16h45 16h00 – 16h45 16h00 – 16h30<br />

Atividades Científicas 16h45 – 18h15 16h45 – 18h15 16h30 – 18h00<br />

Abertura Oficial com Palestra Científica 18h30 – 20h30 – –<br />

Assembléia Ordinária da <strong>SBHCI</strong> – 18h30 – 20h30 –<br />

Encerramento e Show de Confraternização – – 20h30<br />

AUdItórIoS e SALAS de eventoS<br />

SALA núMero de ASSentoS teMátICA<br />

Copacabana 500 Intervenção em doenças Adquiridas Cardíacas<br />

Ipanema 500 Intervenção em doenças Adquiridas Cardíacas<br />

Leme 220 Procedimentos Intervencionistas extracardíacos<br />

Leblon 165 Intervencionismo em Cardiopatias Congênitas<br />

Arpoador 500 departamento de enfermagem e técnicos<br />

dos), Cindy Grines (Estados Unidos), David<br />

Holmes (Estados Unidos), Eberhard Grube<br />

(Alemanha), Ehtisham Mahmud (Estados<br />

Unidos), Gregg Stone (Estados Unidos),<br />

Marco A. Costa (Estados Unidos), Marie<br />

Claude-Morice (França), Martin Leon (Estados<br />

Unidos), Michael Gibson (Estados<br />

Unidos), Pedro Moreno (Estados Unidos)<br />

e Thomas Zeller (Alemanha), entre outros.<br />

temas Livres<br />

O sistema eletrônico de submissão<br />

de temas livres está disponível desde<br />

o dia 1 o de dezembro, com acessos em<br />

ambos os portais societários (www.<br />

sbhci.org.br e www.solaci.org.br). É<br />

possível submeter sua pesquisa em três<br />

idiomas (português, inglês e espanhol).<br />

A coordenação de todo o processo de<br />

submissão, julgamento e apresentação<br />

estará a cargo de Fernando Devito<br />

(SP), que informa a todos que a data<br />

limite para submissão será 8 de março<br />

de 2009. O Congresso distribuirá novamente<br />

diversas premiações significativas<br />

(confira em matéria dedicada nesta<br />

edição do Jornal da <strong>SBHCI</strong>), estando<br />

o usufruto da premiação condicionado<br />

à apresentação da pesquisa em formato<br />

de artigo original para publicação na<br />

revista Brasileira de Cardiologia<br />

Invasiva (www.rbci.org.br).<br />

* Presidente da <strong>SBHCI</strong><br />

o QUE VEM poR AÍ<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 11


o QUE VEM poR AÍ<br />

C<br />

M<br />

Y<br />

CM<br />

MY<br />

CY<br />

CMY<br />

K<br />

teMAs livres 2009<br />

fernando stucchi devito*<br />

Grandes desafios já foram transpostos<br />

até este momento. Para<br />

o próximo ano, não há caminho<br />

de volta. O investimento no projeto de<br />

estímulo à produção científica resultou<br />

em um nível de desenvolvimento nunca<br />

antes vislumbrado pela <strong>SBHCI</strong>.<br />

Em 2009, daremos um salto ainda maior.<br />

Nosso Congresso será realizado em conjunto<br />

com o da SOLACI, no Rio de Janeiro,<br />

e certamente será um evento de altíssimo<br />

nível no cenário da cardiologia intervencionista.<br />

A pesquisa médica, de importância<br />

estratégica para nossa Sociedade, continuará<br />

ocupando um espaço especial no<br />

coração do Congresso e, dessa forma, sua<br />

divulgação terá repercussão internacional.<br />

A atual política de premiação dos temas<br />

livres não só será mantida, como será ampliada.<br />

A <strong>SBHCI</strong> irá oferecer 24 prêmios<br />

às melhores pesquisas do XXXI Congresso<br />

<strong>SBHCI</strong> – XV Congresso SOLACI em<br />

duas etapas. Serão 20 prêmios relacionados<br />

às doenças cardíacas adquiridas, dois<br />

referentes às intervenções extracardíacas<br />

e dois, à área de cardiopatias congênitas.<br />

A primeira etapa da premiação será realizada<br />

na fase de julgamento eletrônico<br />

das submissões dos temas livres (“Prêmio<br />

Melhor Tema Livre no Julgamento<br />

Eletrônico”). Os 12 trabalhos com as<br />

maiores notas obtidas nessa etapa de<br />

avaliação serão premiados antecipadamente,<br />

na abertura do Congresso. Logo<br />

após o julgamento serão anunciados os<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

AD XPRO 122x58mm APROVADO.pdf 19.04.08 19:52:26<br />

premiados, sendo o usufruto do prêmio<br />

(passagem e hospedagem em eventos<br />

científicos) efetivado única e exclusivamente<br />

mediante entrega, submissão e<br />

APROVAÇÃO do tema livre premiado<br />

em formato de artigo original à revista<br />

Brasileira de Cardiologia Invasiva<br />

(rBCI) até 30 de abril de 2009.<br />

Na segunda etapa da premiação (“Prêmio<br />

Melhor Tema Livre no Congresso”),<br />

serão premiados os 12 trabalhos de maior<br />

destaque durante o Congresso, ou seja,<br />

aqueles que receberem as maiores notas<br />

na avaliação da Comissão de Temas Livres<br />

da <strong>SBHCI</strong>. O resultado será anunciado<br />

na Cerimônia de Encerramento do Congresso.<br />

Da mesma forma que na primeira<br />

etapa, o usufruto do prêmio (passagem e<br />

hospedagem em eventos científicos) será<br />

efetivado única e exclusivamente median-<br />

te entrega, submissão e APROVAÇÃO do<br />

tema livre premiado em formato de artigo<br />

original à rBCI até 30 de julho de<br />

2009. Reiteramos que a premiação não é<br />

cumulativa e que os trabalhos premiados<br />

na primeira etapa não são candidatos à<br />

premiação durante o Congresso. A seguir<br />

está apresentada a relação de prêmios<br />

oferecidos, nas duas etapas da avaliação.<br />

“PrÊMIo MeLHor teMA LIvre<br />

– doençA CArdIovASCULAr<br />

AdQUIrIdA”<br />

1 o lugar – passagem aérea<br />

e hospedagem – TCT 2009<br />

2 o lugar – passagem aérea<br />

e hospedagem – PCR 2010<br />

3 o lugar – passagem aérea – TCT 2009<br />

4 o lugar – passagem aérea – PCR 2010<br />

5 o lugar – passagem aérea<br />

+ hospedagem – SOLACI 2010<br />

6 o lugar – passagem aérea<br />

+ hospedagem – SOLACI 2010<br />

7 o lugar – passagem aérea<br />

+ hospedagem – <strong>SBHCI</strong> 2010<br />

8 o lugar – passagem aérea<br />

+ hospedagem – <strong>SBHCI</strong> 2010<br />

9 o lugar – passagem aérea<br />

+ hospedagem – <strong>SBHCI</strong> 2010<br />

10 o lugar – passagem aérea<br />

+ hospedagem – <strong>SBHCI</strong> 2010<br />

“PrÊMIo MeLHor teMA LIvre<br />

– CArdIoPAtIA CongÊnItA”<br />

1 o lugar – passagem aérea<br />

+ hospedagem – PICS 2010<br />

“PrÊMIo MeLHor teMA LIvre<br />

– extrACArdíACo”<br />

1 o lugar – passagem aérea<br />

+ hospedagem – TCT 2009<br />

Estamos certos de que essa iniciativa,<br />

mais do que um estímulo a quem se dedica<br />

à produção do conhecimento científico,<br />

representa a clara sinalização da relevância<br />

da pesquisa médica para a <strong>SBHCI</strong>. É<br />

com políticas de desenvolvimento como<br />

essa que construiremos uma Sociedade<br />

mais sólida e forte, digna da grandeza da<br />

cardiologia intervencionista brasileira.<br />

* Coordenador de Temas Livres 2009


diretoriA de cArdiopAtiAs conGÊnitAs:<br />

soluções pArA certificAçÃo<br />

profissionAl estÃo A cAMinHo<br />

luiz Alberto Mattos*<br />

Estiveram reunidos em São Paulo, dia<br />

20 de novembro, na sede da <strong>SBHCI</strong>,<br />

o diretor de Intervenção em Cardiopatias<br />

Congênitas da <strong>SBHCI</strong>, César<br />

A. Esteves (SP), o presidente da <strong>SBHCI</strong>,<br />

Luiz Alberto Mattos (SP), o coordenador<br />

da Comissão Permanente de Certificação<br />

(CPC), Samuel Silva da Silva (PR),<br />

e mais 16 sócios da <strong>SBHCI</strong>, que atuam<br />

dedicadamente na prática clínica brasileira,<br />

tanto no diagnóstico como no tratamento<br />

intervencionista das anomalias<br />

congênitas e estruturais do coração.<br />

São os colegas Carlo Pilla (RS), Célia<br />

Maria Camelo Silva (SP), Edmundo<br />

Clarindo Oliveira (MG), Fabio Augusto<br />

Selig (PR), Francisco Araújo Chamié de<br />

Queiroz (RJ), Jorge Luis Haddad (SP),<br />

José Luiz Balthazar Jacob (SP), Juliana<br />

Neves (PE), Leo Agostinho Solarewicz<br />

(PR), Luiz Alberto Christiani (RJ), Luiz<br />

Carlos do Nascimento Simões (RJ), Luiz<br />

Carlos Giuliano (SC), Luiz Junya Kajita<br />

(SP), Mauricio Jaramillo Hincapié (DF),<br />

Raul Ivo Rossi Filho (RS) e Salvador André<br />

Bavaresco Cristovão (SP).<br />

O tema central do encontro foi a discussão<br />

das aspirações desses sócios em<br />

relação à certificação profissional. Como<br />

sabemos, esse grupo de intervencionistas,<br />

dedicado quase que integralmente a<br />

esse segmento das cardiopatias, recentemente<br />

vem acolhendo colegas médicos<br />

cuja formação de base não é a clínica<br />

médica e a cardiologia e sim a pediatria<br />

e a cardiologia pediátrica.<br />

Nosso concurso anual para obtenção<br />

do Certificado de Área de Atuação em<br />

Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista<br />

prescreve a apresentação do<br />

pré-requisito único do Título de Especialista<br />

em Cardiologia (TEC) emitido<br />

pela Sociedade Brasileira de Cardiologia<br />

(SBC) e pela Associação Médica Brasileira<br />

(AMB). Com esse enunciado, os colegas<br />

de formação pediátrica ficam impossibili-<br />

em pé, da esquerda para a direita: raul rossi (rs), luiz alberto Christiani (rJ), fabio selig (Pr),<br />

luiz alberto mattos (sP), Juliana neves (Pe), José maria gomes (Pe), Célia silva (sP), César<br />

esteves (sP), francisco Chamié (rJ), edmundo Clarindo oliveira (mg), luiz Carlos giuliano (sC),<br />

José Balthazar Jacob (sP), leo solarewicz (Pr), Carlo Pilla (rs) e Jorge Haddad (sP). agachados:<br />

mauricio Jaramillo Hincapié (Df), luiz Carlos simões (rJ) e maurício Barbosa (mg)<br />

tados de concorrer à certificação oficial<br />

fornecida pela AMB/SBC, gerenciada pela<br />

<strong>SBHCI</strong>. Nesse contexto, identificam-se<br />

cerca de 15 profissionais atuando em<br />

diversos Estados brasileiros, que não<br />

apresentam a devida certificação.<br />

Nessa reunião, foi decidida por consenso<br />

a efetivação de um edital similar<br />

àquele anualmente oferecido pela <strong>SBHCI</strong><br />

e com chancela da AMB/SBC, contemplando,<br />

além do pré-requisito principal<br />

(TEC), a apresentação de Certificado de<br />

Área de Atuação em Cardiologia Pediátrica,<br />

emitido também pela SBC. Assim, será<br />

possível atender, dentro do rigor necessário<br />

e em consonância com as normas<br />

vigentes da AMB e do Conselho Federal<br />

de Medicina (CFM), os profissionais com<br />

formação médica na pediatria.<br />

Como ressalva, será necessário que a<br />

AMB aprove o edital, uma recomendação<br />

precípua para todos os concursos<br />

oficiais brasileiros preparados e chance-<br />

lados por essa entidade. A pretensão da<br />

CPC é organizar esse concurso na cidade<br />

de São Paulo, em março de 2009.<br />

A administração da <strong>SBHCI</strong> captou que<br />

os 25 colegas dedicados a essa área de<br />

atuação específica do intervencionismo<br />

cardíaco estão muito satisfeitos com<br />

as medidas ora vigentes, que valorizam<br />

muito esses profissionais, com a abertura<br />

de espaço e carga horária semelhante<br />

à de nosso Congresso anual, com<br />

a transmissão e discussão de casos ao<br />

vivo, com a criação estatutária de uma<br />

diretoria específica, com a elaboração<br />

de diretrizes em intervencionismo de<br />

defeitos congênitos e estruturais que<br />

serão publicadas no final do primeiro<br />

semestre de 2009, e, agora, com o oferecimento<br />

de oportunidade de certificação<br />

oficial, ombreando-se assim com<br />

a maioria dos sócios desta entidade.<br />

* Presidente da <strong>SBHCI</strong><br />

pERSpECTiVAS<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1


RETRATo<br />

o desenvolviMento dA cArdioloGiA<br />

intervencionistA do AMAzonAs<br />

Foi em 1993 que a Cardiologia Intervencionista<br />

começou a desabrochar<br />

no Estado do Amazonas. Hoje,<br />

conta com seis serviços, todos restritos<br />

à cidade de Manaus.<br />

Frankie Praia, formado em Hemodinâmica<br />

pelo Hospital Beneficência Portuguesa<br />

de São Paulo, realizou os primeiros<br />

cateterismos cardíacos, inclusive<br />

pediátricos, no Hospital Prontocord,<br />

utilizando as técnicas de Sones e, posteriormente,<br />

de Judkins. Ainda em 1993,<br />

conduziu a primeira angioplastia coronária<br />

com balão. Em 1997, fez o primeiro<br />

implante de stent coronário.<br />

Frankie Praia conta que, no início, os<br />

obstáculos eram imensos, especialmente<br />

pela ausência de retaguarda cirúrgica<br />

para os adultos e, principalmente, para<br />

as crianças. A carência de uma boa Unidade<br />

de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica<br />

era um desses problemas.<br />

Por alguns anos, manteve-se no papel<br />

de pioneiro solitário da Cardiologia Intervencionista<br />

do Amazonas. Só em 2000,<br />

frankie Praia<br />

aldemir araújo de oliveira<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

marcus grangeiro e rodrigo Castro na sala de<br />

hemodinâmica do Hospital Universitário francisca mendes<br />

houve a abertura de mais um Serviço de<br />

Hemodinâmica, o do Hospital Adventista<br />

de Manaus, sob sua coordenação, juntamente<br />

com Aldemir Araújo de Oliveira,<br />

também oriundo no Hospital Beneficência<br />

Portuguesa de São Paulo.<br />

Mais tarde, vindo do Instituto Dante<br />

Pazzanese de Cardiologia, Marcus Valério<br />

Cavalcanti Almeida desembarcou<br />

no Amazonas. Era 2002 quando assumiu<br />

o recém-inaugurado Serviço de<br />

Hemodinâmica do Check-up Hospital,<br />

iniciando os primeiros procedimentos<br />

terapêuticos extracardíacos.<br />

O cardiologista pediátrico Ronaldo<br />

Hospital adventista<br />

Hospital Prontocord


Hospital Português<br />

Castillo Camargo, do Instituto Nacional<br />

de Cardiologia de Laranjeiras, no Rio de<br />

Janeiro, também chegou ao Amazonas<br />

em 2002. No Hospital Santa Júlia, o especialista<br />

em intervenções congênitas foi o<br />

precursor de certos procedimentos terapêuticos<br />

em crianças, como atriosseptostomia<br />

e fechamento de canal arterial<br />

e de comunicação interatrial.<br />

Nos idos de 2003 e 2004, novos intervencionistas<br />

adotaram Manaus para o<br />

exercício da profissão: Rodrigo Fernandes<br />

de Castro, também advindo do Instituto<br />

Dante Pazzanese de Cardiologia, e Marcus<br />

Grangeiro Fernandes de Menezes, do<br />

Hospital Beneficência Portuguesa de São<br />

Paulo. Unindo seus esforços aos de Marcus<br />

Valério Almeida e Aldemir de Oliveira, deram<br />

início efetivamente ao funcionamento<br />

do Serviço de Hemodinâmica do Hospital<br />

Universitário Francisca Mendes, que até<br />

então prestava serviços esporádicos, fun-<br />

Hospital santa Júlia<br />

damental para que os cidadãos passassem<br />

a ter acesso à angioplastia coronária pelo<br />

Sistema Único de Saúde (SUS).<br />

Aliás, atualmente, esse hospital é o centro<br />

de excelência de doenças cardiovasculares<br />

da Região Norte. Em quatro anos de<br />

funcionamento, já realizou 4.715 exames.<br />

Em janeiro de 2005, Castro e Grangeiro<br />

inauguraram o Serviço de Hemodinâmica<br />

do Hospital Santa Júlia. Em 2006, foi<br />

criado o Serviço do Hospital Português,<br />

onde atuam Praia, Castro, Grangeiro, Almeida<br />

e Oliveira, único da rede privada a<br />

realizar diagnósticos pelo SUS.<br />

Os quinze anos de Hemodinâmica<br />

em Manaus trouxeram grande avanço<br />

para a região. A consolidação da<br />

angioplastia de maneira sistemática,<br />

desenvolvida pelos hemodinamicistas<br />

citados, é um grande exemplo.<br />

“Antes do desenvolvimento da Cardiologia<br />

Intervencionista em Manaus, a<br />

única esperança para os pacientes com<br />

doença cardíaca era procurar os hospitais<br />

dos grandes centros do País”, conta<br />

Castro. “No entanto, ainda trabalhamos<br />

com a expectativa da expansão do credenciamento<br />

do SUS a outros hospitais,<br />

para que a angioplastia coronária possa<br />

ser realizada mais precocemente e esteja<br />

facilmente disponível para os pacientes<br />

das cidades interioranas.”<br />

Vale lembrar que o Estado do Amazonas<br />

é enorme e a maior parte da população<br />

utiliza transporte fluvial, o que<br />

dificulta o acesso aos Serviços de Cardiologia.<br />

“Dependendo da cidade, um<br />

paciente pode levar dez dias para chegar<br />

a Manaus”, afirma Castro.<br />

Outra meta, segundo Castro, é estabelecer<br />

um plano municipal para o transporte<br />

dos pacientes infartados para os hospitais<br />

Check-up Hospital<br />

marcus Valério Cavalcanti almeida<br />

ronaldo Castilho<br />

credenciados, para que o atendimento<br />

ocorra rapidamente e seja possível a submissão<br />

à angioplastia primária, tratamento<br />

preferencial nos casos de infarto agudo do<br />

miocárdio. No interior, os pacientes com<br />

dores no peito são encaminhados pelo clínico<br />

de cada cidade para posterior consulta<br />

com o cardiologista de Manaus, pois essa<br />

especialidade só existe na capital. Dessa<br />

forma, uma vez pedido o cateterismo, o paciente<br />

realiza o exame e aguarda o retorno<br />

ao médico na casa de familiares da capital.<br />

Depois do cateterismo realizado, o tratamento<br />

se torna mais fácil e rápido.<br />

ServIçoS de MAnAUS e<br />

reSPeCtIvoS reSPonSáveIS<br />

tÉCnICoS<br />

Hospital Prontocord<br />

Marcus Grangeiro F. de Menezes<br />

Hospital Adventista de Manaus<br />

Frankie Praia e Rodrigo F. de Castro<br />

Check-up Hospital<br />

Marcus Valério Cavalcanti Almeida<br />

Hospital Universitário<br />

Francisca Mendes<br />

Marcus Valério Cavalcanti Almeida<br />

Hospital Santa Júlia<br />

Marcus Grangeiro F. de Menezes<br />

Hospital Português<br />

Frankie Praia e Rodrigo F. de Castro<br />

RETRATo<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1


ConGRESSoS 2008<br />

os destAQues do conGresso dA<br />

AMericAn HeArt AssociAtion<br />

césar Medeiros*<br />

Encerrando o ciclo dos grandes congressos<br />

em 2008, as Scientific Sessions<br />

da American Heart Association<br />

ocorreram em novembro, na cidade de<br />

New Orleans, nos Estados Unidos. Podemos<br />

destacar os estudos sobre prevenção<br />

de doença coronariana como as<br />

grandes estrelas desse evento. Prevenção<br />

primária de eventos cardiovasculares<br />

com ácido acetilsalicílico em diabéticos,<br />

vitaminas C e E, e tratamento da hiper-homocisteinemia<br />

não se revelaram<br />

eficazes em diferentes ensaios clínicos.<br />

Por sua vez, o estudo JUPITER, apresentado<br />

por Paul M. Ridker, do Brigham<br />

and Women’s Hospital, de Boston, Estados<br />

Unidos, causou furor ao mostrar que, em<br />

indivíduos sem doença cardiovascular conhecida,<br />

não-dislipidêmicos e/ou diabéticos,<br />

porém com proteína C-reativa (PCR) ultra-sensível<br />

elevada, o uso de 20 mg diários<br />

de rosuvastatina reduziu em 44%, em relação<br />

ao placebo, a taxa do desfecho composto<br />

morte cardíaca, infarto do miocárdio,<br />

acidente vascular cerebral, revascularização<br />

e internação por síndrome coronariana<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

aguda, no final de um seguimento de 1,9<br />

ano (interrupção precoce em decorrência<br />

dos resultados, sendo a programação<br />

de seguimento originalmente de quatro<br />

anos). A rosuvastatina reduziu, independentemente,<br />

cada um dos componentes<br />

do desfecho primário, levando, inclusive, à<br />

redução de 20% na mortalidade por qualquer<br />

causa, fato inédito em ensaios sobre<br />

utilização de estatinas em prevenção pri-<br />

mária, mesmo em indivíduos dislipidêmicos<br />

e/ou com recomendações claras para seu<br />

uso. Como o critério utilizado para inclusão<br />

no estudo foi o de dosagem elevada de<br />

PCR ultra-sensível, o uso desse marcador<br />

como parâmetro de alto risco de eventos<br />

e balizador de tratamento deve ser avaliado<br />

para incorporação à rotina clínica. Deve-se<br />

ressaltar o peso que um estudo como esse,<br />

randomizado, multicêntrico, duplo-cego e<br />

controlado por placebo, envolvendo mais<br />

de 17 mil indivíduos, terá na elaboração das<br />

próximas diretrizes sobre a prevenção da<br />

doença coronariana. O estudo JUPITER foi<br />

publicado na edição de 20 de novembro do<br />

The New England Journal of Medicine.<br />

Quanto à intervenção nas síndromes<br />

coronarianas agudas sem supradesnivelamento<br />

do segmento ST, o estudo TIMACS,<br />

com cerca de 3 mil pacientes, comparou as<br />

estratégias invasivas precoce (< 24 horas)<br />

e tardia (> 36 horas) e revelou equivalência<br />

entre elas no que tange aos desfechos<br />

duros, com benefício em termos de redução<br />

de isquemia refratária nos pacientes<br />

abordados mais precocemente.<br />

Os stents farmacológicos também<br />

mereceram destaque. Foi apresentado<br />

mais um registro, desta vez o subgrupo<br />

de diabéticos do Massachusetts<br />

Data Analysis Center (Mass-DAC), que<br />

demonstrou benefícios nos pacientes<br />

tratados com essas endopróteses em<br />

relação às convencionais, obtendo-se redução<br />

das incidências de morte, infarto<br />

do miocárdio e nova revascularização.<br />

Uma ampla cobertura desse congresso,<br />

feita em tempo real, como já se tornou<br />

tradição, pode ser encontrada no<br />

Portal da <strong>SBHCI</strong> (www.sbhci.org.br).<br />

Vale a pena acessar!<br />

* Editor do Jornal da <strong>SBHCI</strong>


conselHo deliberAtivo:<br />

terceirA reuniÃo AnuAl AprovA<br />

novos proJetos dA sbHci<br />

Da esquerda para a direita, antonio muniz (mg), César esteves (sP), alexandre zago (rs),<br />

eduardo nicolella (sP), salvador Bavaresco (sP), flávio r. oliveira (Pe), marcelo de freitas<br />

santos (Pr), samuel silva da silva (Pr), marcelo Queiroga (PB) e luiz alberto mattos (sP)<br />

luiz Alberto Mattos*<br />

No dia 27 de novembro, na vigência<br />

do Curso Anual de Revisão, em São<br />

Paulo, ocorreu a terceira e última<br />

reunião do Conselho Deliberativo da<br />

<strong>SBHCI</strong>. Sua convocação, por meio de seu<br />

coordenador, Ricardo César Cavalcanti<br />

(AL), reuniu em São Paulo seis conselheiros:<br />

Antonio José Muniz (MG), Alexandre<br />

Zago (RS), Eduardo Nicolella (SP), Flávio<br />

Roberto Oliveira (PE), Marcelo de Freitas<br />

Santos (PR) e Salvador Bavaresco (SP).<br />

Estiveram presentes à reunião o presidente<br />

da <strong>SBHCI</strong>, Luiz Alberto Mattos,<br />

o diretor administrativo, Marcelo Queiroga<br />

Lopes, o coordenador da Comissão<br />

Permanente de Certificação (CPC),<br />

Samuel Silva da Silva, e, como convidado,<br />

o diretor de Intervenções em Cardiopatias<br />

Congênitas, César A. Esteves.<br />

Durante três horas foram expostos,<br />

discutidos e deliberados, por unanimidade,<br />

quatro temas de grande relevância para a<br />

consolidação do processo de certificação,<br />

treinamento e renovação administrativa:<br />

• Aprovação de novos sócios aspirantes,<br />

titulares e colaborador. A <strong>SBHCI</strong> se<br />

aproxima dos 900 sócios (866) e observamos<br />

que as medidas de estímulo<br />

à titulação maior, além do pareamento<br />

dos pré-requisitos estatutários, em consonância<br />

com a Sociedade Brasileira de<br />

Cardiologia (SBC), elevaram a proporção<br />

de sócios titulares para quase 70%<br />

do quadro social da entidade.<br />

• Envio de uma terceira e última carta<br />

informando a 25 centros de treinamento<br />

brasileiros, que não manifestaram interesse,<br />

até o momento, em seguirem credenciados<br />

pela <strong>SBHCI</strong> para formação de<br />

novos profissionais, que lhes restarão 90<br />

dias para atualizar seu cadastro de informações<br />

acerca dessa atuação, sob pena<br />

de perder essa habilitação. Enfatizamos<br />

que a primeira comunicação foi efetivada<br />

em abril de 2008 e a segunda, em julho de<br />

2008, e que metade atendeu à convocação<br />

da <strong>SBHCI</strong>, amparada por solicitação<br />

da Associação Médica Brasileira (AMB).<br />

• Aprovação da elaboração de um edital<br />

de concurso para obtenção de Certificado<br />

de Área de Atuação em Hemodinâmica e<br />

Cardiologia Intervencionista, com os prérequisitos<br />

do Título de Especialista em Cardiologia<br />

(TEC) e/ou Área de Atuação em<br />

Cardiologia Pediátrica, que será submetido<br />

à aprovação da AMB até o final de 2008.<br />

• Aprovação do novo sistema eleitoral<br />

da <strong>SBHCI</strong>, eletrônico, a se iniciar no<br />

primeiro trimestre de 2009, utilizando<br />

as ferramentas de informática da SBC,<br />

que proporcionará maior transparência,<br />

oportunidade, participação nas atividades<br />

societárias e ampliação mais ativa da votação<br />

dos novos representantes. As eleições<br />

serão realizadas por meio dos portais da<br />

SBC e da <strong>SBHCI</strong>, no início de junho, prévio<br />

a nosso Congresso anual, que somente<br />

homologará, em assembléia, os novos administradores<br />

médicos de nossa entidade<br />

O Conselho Deliberativo é um colegiado<br />

executivo e independente, que fornece<br />

sustentação aos diversos projetos<br />

da Diretoria, representando os demais<br />

sócios e compartilhando sua análise crítica,<br />

com aprovação, rejeição ou modificação<br />

das diversas ações administrativas.<br />

A próxima reunião ordinária está agendada<br />

para o dia 10 de junho de 2009, no<br />

início do XXXI Congresso da <strong>SBHCI</strong>, a<br />

ser realizado no Rio de Janeiro.<br />

* Presidente da <strong>SBHCI</strong><br />

DE ÚLTiMA HoRA<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1


ponTo DE ViSTA<br />

A propósito dA AutonoMiA d<br />

Marcelo Queiroga*<br />

Hipócrates, mais precisamente no<br />

século V a.C., de forma visionária,<br />

ousou contestar a crença milenar<br />

segundo a qual as doenças eram castigos<br />

dos deuses, afirmando que se tratava de<br />

fenômenos biológicos regidos pela natureza,<br />

estabelecendo a Medicina como<br />

ciência, e não como religião. Assim, o médico<br />

deixava de ser partícipe de um ritual<br />

de cura, quase mágico, e passava a ser<br />

o centro das ações, com o objetivo de<br />

curar e prevenir as doenças, mitigando o<br />

sofrimento dos enfermos.<br />

Ao longo dos anos, os médicos gozaram<br />

sempre de grande prestígio na<br />

sociedade em geral. Muitas vezes, participavam<br />

das decisões mais íntimas das<br />

famílias, eram conselheiros e confidentes.<br />

Tais prerrogativas dotavam a relação médico-paciente<br />

de características peculiares,<br />

nobilíssimas, constituindo-se na relação<br />

entre a consciência e a confiança. A<br />

consciência do médico de sempre buscar<br />

o melhor a seu paciente e a confiança do<br />

paciente, que acreditava e aguardava com<br />

esperança sua “cura”. Lamentavelmente,<br />

o caráter dessa relação desvirtuou-se ao<br />

longo do tempo, tornando-se, nos dias<br />

atuais, uma relação de consumo, inclusive<br />

regida pelas suas regras.<br />

Por outro lado, o fantástico avanço experimentado<br />

pela medicina, notadamente a<br />

incorporação crescente de novas técnicas<br />

e tecnologias e o progresso da indústria<br />

farmacêutica e de equipamentos médicos,<br />

trouxe consigo novos paradigmas a serem<br />

transpostos. À semelhança do feito de Hipócrates,<br />

que elevou a medicina de ritual<br />

a ciência, o objetivo dos médicos hoje enquadra-se<br />

na perspectiva de assegurar o<br />

acesso universal aos incontestes benefícios<br />

conquistados pela revolução da ciência.<br />

Nesse sentido, a Constituição de 1988,<br />

ao completar duas décadas, foi pródiga em<br />

conceder benefícios, um extenso rol de<br />

direitos fundamentais – um dos mais amplos<br />

do mundo –, cuja aplicação é garantida<br />

por mecanismos judiciais consistentes<br />

e assegura, entre outras ações, o direito à<br />

saúde. “A saúde é um direito de todos e<br />

um dever do Estado”, assertiva que trans-<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

parece cristalina do texto constitucional é<br />

a segurança jurídica que emerge inconteste<br />

para prover o acesso amplo aos benefícios<br />

da medicina moderna.<br />

A despeito do texto constitucional,<br />

será que no Brasil efetivamente se asseguram<br />

as garantias à saúde prometida?<br />

A resposta é simples, basta passar nas<br />

filas dos hospitais públicos: NÃO. Seguramente,<br />

há avanços, embora ainda estejam<br />

pendentes de solução adequada o<br />

gerenciamento e o financiamento suficiente<br />

às ações de saúde.<br />

A iniciativa privada também participa,<br />

de forma complementar, da assistência<br />

médica por meio dos planos de saúde,<br />

“ Os médicos<br />

gozaram sempre de<br />

grande prestígio ”<br />

geridos por operadoras e submetidos à<br />

legislação federal específica, sob os auspícios<br />

da regulação da Agência Nacional<br />

de Saúde Suplementar (ANS). Assim, aos<br />

esforços públicos soma-se um volume<br />

crescente de iniciativas no sentido de<br />

prover assistência médica de qualidade.<br />

Na saúde, em sintonia com o afirmado<br />

para o País de forma geral, poder-se-ia<br />

afirmar que existem dois Brasis – um de<br />

primeiro mundo, o da medicina privada, e<br />

outro de terceiro, o da medicina pública.<br />

Na realidade, essa é uma meia-verdade.<br />

Convive-se com ilhas de excelência em<br />

ambas. Há exemplos de excelência na<br />

medicina pública; em contraste, experiências<br />

malogradas lamentáveis na iniciativa<br />

privada, a exemplo de operadoras<br />

de planos de saúde que ofertam aos<br />

seus usuários um rol de restrições, que<br />

se constituem em via-crúcis quando se<br />

suplica pela ansiado atendimento.<br />

No atual cenário de virtudes e vicissitudes,<br />

vigente na assistência à saúde no<br />

Brasil, qual o papel do médico? No exercício<br />

da profissão, os médicos se obrigam<br />

a quatro deveres básicos: de cuidados, de<br />

sigilo, de informação e, por fim, de abstenção<br />

de abuso ou desvio de conduta.<br />

Entretanto, para verem adimplidas essas<br />

obrigações, devem atuar com ampla autonomia,<br />

sempre em consonância com<br />

o princípio da beneficência que sintetiza<br />

toda a ação da medicina.<br />

A autonomia do médico é uma prerrogativa<br />

inalienável fundamental para a boa<br />

prática da medicina, mas, na multifacetada<br />

seara atual, permeia-se a necessidade de<br />

conciliar a inserção de novas tecnologias<br />

com os crescentes custos agregados e os<br />

potenciais conflitos de interesses no exercício<br />

da profissão à aplicação da Medicina<br />

Embasada em Evidências. Dessa forma, vislumbra-se<br />

um contexto complexo, que requer<br />

a existência de determinados limites<br />

à ação dos médicos. Hipócrates já afirmava:<br />

“Aplicarei os regimes para o bem do doente<br />

segundo o meu poder e entendimento,<br />

nunca para causar dano ou mal a alguém”.<br />

Atualmente, essa prerrogativa encontrase<br />

em xeque. Médicos, freqüentemente,<br />

assistem impassíveis suas solicitações ou<br />

recomendações serem contestadas por<br />

injunções de operadoras de planos de saúde<br />

que restringem sua ação. Essa prática é<br />

crescente! Argumenta-se desde a falta de<br />

cobertura contratual até a interferência<br />

específica no mérito da solicitação e prescrição,<br />

tendo como pano de fundo sempre<br />

a carência de recursos para financiamento.<br />

Há legitimidade nessa ação? Para mim, tal<br />

providência seria justificada apenas quando<br />

a restrição fosse imposta, exclusivamente,<br />

no sentido de salvaguardar o interesse do<br />

paciente, situações cuja conduta médica<br />

poderia acarretar malefícios incontestes a


o Médico para<br />

sua condição de saúde. A questão centrase<br />

na legitimidade dos agentes que impõem<br />

essas balizas ou restrições.<br />

O Código de Ética Médica consagra o<br />

princípio da autonomia, enfatizando que,<br />

em qualquer circunstância, ou sob qualquer<br />

pretexto, o médico não deve renunciar à<br />

liberdade profissional, devendo evitar que<br />

quaisquer restrições ou imposições possam<br />

prejudicar a eficácia e correção de seu<br />

trabalho; porém, restringe-as às práticas<br />

reconhecidamente aceitas e observadas as<br />

normas legais vigentes no País.<br />

Esse tema adquire relevo, como já afirmado,<br />

quando se contrapõem direitos do<br />

cidadão às imposições das instâncias que financiam<br />

a saúde, sejam o Estado ou as operadoras<br />

de planos de saúde. Vê-se, como<br />

conseqüência, uma crescente onda de reclamações<br />

judiciais. Transpõe-se uma questão<br />

médica para o Poder Judiciário, diante<br />

do ordenamento jurídico em vigor, notadamente<br />

o Código do Consumidor. Os juízes,<br />

via de regra, observam o periculum in mora,<br />

risco da decisão tardia, dada a potencial irreversibilidade<br />

de um dano ao paciente, e<br />

determinam a realização dos atos médicos<br />

requeridos, embora não haja sempre uma<br />

percuciente análise da real necessidade de<br />

sua execução. Enfatizando, de certa forma, a<br />

autonomia e a recomendação médica ante<br />

o ordenamento jurídico em vigor.<br />

Nota-se, freqüentemente, que essas<br />

reclamações buscam autorização para<br />

procedimentos de alto custo, que incluem<br />

novos dispositivos e medicamentos<br />

especiais. É inquestionável o benefício<br />

dessas práticas; mas, deve-se atentar<br />

seus perfis de segurança e eficácia a<br />

longo prazo. No entanto, por vezes em<br />

Medicina o tempo é necessário para fundamentar<br />

convicções sobre a real validade<br />

dos novos fármacos, dispositivos ou<br />

equipamentos, que às vezes se equiparam<br />

às invenções do Professor Pardal.<br />

O volume de informações disponíveis<br />

na mídia leiga – jornais, revistas e Internet<br />

– é impressionante e induz a práticas<br />

que podem não ser as mais recomendáveis.<br />

Assim, é imperioso reafirmar<br />

o papel da autonomia do médico, legítimo<br />

guardião dos interesses do paciente,<br />

“ Temos de<br />

exercer a profissão<br />

em benefício do<br />

paciente e em<br />

consonância com<br />

a legislação ”<br />

que deve utilizar de forma criteriosa e<br />

equilibrada as informações científicas,<br />

muitas das quais efêmeras, com a convicção<br />

de que a prescrição de novas tecnologias<br />

e novos medicamentos requer<br />

conhecimento e experiência.<br />

No meu entendimento, os limites atuais<br />

à autonomia médica estão demarcados<br />

no Código de Ética. O primeiro,<br />

é claro, veda o emprego de atos proibidos<br />

pela Lei. O segundo é amplo, ao<br />

se referir às práticas reconhecidamente<br />

aceitas. Quais são essas práticas? É<br />

necessário sopesar os reais benefícios<br />

de determinados procedimentos médicos.<br />

A observação das diretrizes das<br />

sociedades científicas, que constituiria<br />

referência defensável de boa prática médica,<br />

aliada à informação detalhada aos<br />

pacientes das implicações sobre o ato<br />

médico a ser executado, amparadas por<br />

um termo de consentimento esclarecido,<br />

seriam as balizas legítimas a dispor<br />

sobre as condutas contidas no amplo<br />

guarda-chuvas que alberga a expressão<br />

“práticas reconhecidamente aceitas”.<br />

O emprego de tais recomendações,<br />

emanadas das diretrizes das sociedades de<br />

especialidades médicas, seria muito útil nesse<br />

objetivo. Esses documentos, elaborados<br />

por especialistas reconhecidos, objetivam<br />

ofertar um norte para uma decisão clínica<br />

judiciosa e embasada no melhor da evidência<br />

científica sobre cada tema específico. É<br />

impossível elaborar diretrizes sobre todos<br />

os assuntos da medicina. Tampouco essas<br />

recomendações devem ter o condão de<br />

engessar a conduta médica. Há, no entanto,<br />

situações, estritamente consignadas, em<br />

que determinada conduta deva ser escoimada<br />

do arsenal diagnóstico e/ou terapêutico,<br />

não sendo defensável sua prática.<br />

Em síntese, a autonomia do médico é<br />

um princípio fundamental do exercício da<br />

medicina, contudo deve ser exercida sempre<br />

em benefício do paciente e observadas<br />

as práticas reconhecidamente aceitas<br />

em consonância com a legislação do País.<br />

Também é imprescindível a informação<br />

detalhada, concisa e acessível ao paciente<br />

sobre as reais implicações do diagnóstico,<br />

da terapêutica e do prognóstico. Aos médicos<br />

que assim agirem, conceda-se, como<br />

vislumbrava Hipócrates, que seja dado gozar<br />

felizmente da vida e da profissão, honrado<br />

para sempre entre os homens.<br />

* Diretor administrativo da <strong>SBHCI</strong><br />

ponTo DE ViSTA<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1


HiSTÓRiA<br />

ex-presidente dA sbHci<br />

José noGueirA pAes Júnior,<br />

Mestre e precursor dA<br />

HeModinâMicA ceArense<br />

José Nogueira Paes Júnior, mineiro, nasceu<br />

em 16 de outubro de 1939, na cidade<br />

de Itajubá. Filho de José Nogueira<br />

Paes e Nícia Borges Nogueira Paes, é<br />

casado há vinte anos com Maria Deolinda<br />

Dultra Nogueira Paes e pai de Fernando,<br />

Marcos, Lia, Ângela, Anelise e Roberta.<br />

Graduou-se na Faculdade Nacional de<br />

Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou<br />

em 1964. “Era uma época de agitações<br />

políticas intensas”, relembra.<br />

O curso de medicina lhe ofereceu conhecimento<br />

geral e clínico. Trabalhou por quatro<br />

anos na área de anatomia patológica do<br />

Hospital de Ipanema (IAPC), consolidando<br />

seu conhecimento. Fez residência em clínica<br />

médica na Santa Casa do Rio de Janeiro, sob<br />

o serviço do professor Clementino Fraga.<br />

Um ano após concluir o curso, em 1965,<br />

José Nogueira deixou a Cidade Maravilhosa<br />

e seguiu para o Ceará, onde tinha<br />

parentes. Considerava que o Estado possuía<br />

clima e qualidade de vida melhores,<br />

se comparado ao Sudeste. Lá, começou<br />

sua trajetória profissional no Internato<br />

da Clínica Médica do curso de medicina<br />

da Universidade Federal do Ceará (UFC),<br />

como instrutor de ensino.<br />

Mais tarde teve experiências importan-<br />

o primeiro equipamento de<br />

hemodinâmica do Hospital<br />

Prontocárdio, em 1994<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

José nogueira Paes Júnior<br />

tes no Hospital de Messejana, na época<br />

chamado de Sanatório de Messejana. Ele<br />

lembra que, quando foi consultar um paciente<br />

com suspeita de pericardite tuberculosa,<br />

pediu um eletrocardiograma<br />

ao diretor da instituição, Carlos Alberto<br />

Studart Gomes, mas foi informado de<br />

que não havia como fazê-lo. No entanto,<br />

o vice-diretor Jorge Matos lembrou que<br />

no almoxarifado havia um aparelho de<br />

eletrocardiografia ainda embalado. “Pedi<br />

para trazerem e era um Cambridge. Montei<br />

o aparelho e registrei o eletrocardiograma<br />

feito no Hospital de Messejana,<br />

que, a partir da década de 70, se tornou<br />

referência para a Cardiologia das Regiões<br />

Norte e Nordeste do Brasil.”<br />

Em 1967, foi para os Estados Unidos e<br />

fez fellowship em cardiologia na Universidade<br />

do Kansas (KUMC), tendo também<br />

trabalhado na Unidade Coronária do Bethany<br />

Hospital, chefiada por Hughes Day.<br />

Um ano depois realizou a primeira cinecoronariografia<br />

da KUMC, pela técnica de<br />

Judkins. “Devo muito à confiança e ao estímulo<br />

do diretor de cardiologia em Kansas,<br />

professor Marvin Drunn, que procurou<br />

me habilitar para iniciar um Serviço de<br />

Cardiologia moderno no Ceará.”<br />

Durante sua permanência nos Estados<br />

Unidos, comprou, com recursos próprios,<br />

equipamentos para a montagem de uma<br />

Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e em<br />

janeiro de 1970 foi inaugurada a primeira<br />

UTI do Ceará.<br />

ConQUIStAS<br />

Quando retornou ao Brasil, em dezembro<br />

de 1968, foi convidado por Carlos Alberto<br />

Studart Gomes para montar o Serviço de<br />

Cardiologia do Hospital de Messejana, incluindo<br />

hemodinâmica. Coincidentemente,<br />

foi o mesmo hospital em que realizou o<br />

primeiro eletrocardiograma lá feito. “Em<br />

1969, estruturamos o Serviço com métodos<br />

gráficos, como vetocardiografia, eletrocardiografia,<br />

fonomecanocardiograma e hemodinâmica,<br />

registrando pressões e gravando<br />

angiografia com um aparelho que obtinha<br />

três radiografias por segundo, para diagnosticar<br />

lesões valvares e congênitas.”<br />

Responsável pelo grande impulso da<br />

cardiologia no Ceará, instalou a primeira<br />

UTI e também realizou o primeiro cateterismo<br />

cardíaco, em 1970. Sob sua responsabilidade,<br />

ocorreu, em agosto de 1972, a


José nogueira liga o<br />

primeiro aparelho de<br />

hemodinâmica em um<br />

hospital privado do Ceará,<br />

na Casa de saúde são<br />

raimundo, em 1975<br />

primeira cinecoronariografia<br />

do Estado.<br />

Nesse mesmo ano, Eduardo<br />

Régis Jucá, outro<br />

grande expoente na área,<br />

realizara a primeira revascularização<br />

miocárdica com<br />

ponte de safena, iniciando a<br />

revascularização miocárdica no Ceará.<br />

Em 1974, José Nogueira se tornou diretor<br />

do Hospital Universitário da UFC.<br />

Durante oito anos, dedicou a maior parte<br />

de seu tempo à instituição, onde construiu<br />

o novo bloco cirúrgico, abriu o Serviço<br />

de Emergência, e montou os setores<br />

de Hemodinâmica e de Medicina Nuclear,<br />

o Serviço de Ecocardiografia e a UTI. “Foi<br />

possível reduzir a permanência hospitalar<br />

de 28 para 8 dias e atingir índice de<br />

92% de necrópsia nos óbitos hospitalares,<br />

fato muito importante para análise<br />

e eficiência nos diagnósticos.” Toda essa<br />

dedicação e competência transformaram<br />

o Hospital Universitário em um centro<br />

de excelência no Nordeste.<br />

Além disso, foi um dos criadores do Centro<br />

de Transplantes Hepato-Renais, que viabilizou<br />

ao Ceará tornar-se um dos Estados<br />

que mais realizam transplantes no Brasil.<br />

José Nogueira, preocupado com o<br />

aperfeiçoamento dos profissionais, coordenou,<br />

em 1979, em parceria com a<br />

UFC, a realização de cursos sobre métodos<br />

não-invasivos em Cardiologia. Em<br />

1982, inaugurou seu próprio hospital, o<br />

Prontocárdio, com uma UTI de quatro<br />

leitos exclusivamente destinados a problemas<br />

cardiológicos, expandindo-a posteriormente<br />

para oito leitos. É a maior<br />

instituição privada para o tratamento das<br />

urgências cardiológicas do Estado.<br />

Em 1984, ascendeu a professor titular<br />

de clínica médica e defendeu tese sobre<br />

cinecoronariografia, ocupando a cadeira<br />

que fora do professor Antonio Jucá, ícone<br />

da cardiologia cearense.<br />

Teve participação nas primeiras angioplastias<br />

coronárias, em 1986, realizadas no<br />

Hospital das Clínicas (HC) de Fortaleza.<br />

“O material era precário, mas atendemos<br />

a um bom número de casos com bons<br />

resultados.” Nesse mesmo ano, deixou a<br />

direção do HC e assumiu a chefia da Cardiologia<br />

do Hospital Universitário, onde<br />

desenvolveu o Curso de Especialização<br />

em Cardiologia, que formou diversos<br />

profissionais. Hoje, trabalha unicamente<br />

no Hospital Prontocárdio.<br />

vIdA ASSoCIAtIvA<br />

José Nogueira tem uma grande folha de<br />

serviços prestados à causa associativa. Em<br />

1973, coordenou o XXIX Congresso Brasileiro<br />

de Cardiologia, em Fortaleza, presidido<br />

então por Glaura Férrer Dias Martins, figura<br />

emblemática da cardiologia do Ceará.<br />

Em 1978, foi presidente da Sociedade<br />

Cearense de Cardiologia (SCC). Acompanhou,<br />

ainda, os primeiros passos da <strong>SBHCI</strong>,<br />

da qual ocupou a presidência em 1989. Ele<br />

conta que, à época, a <strong>SBHCI</strong> enfrentava vários<br />

desafios, como a qualificação dos profissionais,<br />

a criação de critérios para valorar<br />

os procedimentos hemodinâmicos, e parâmetros<br />

para reconhecimento da eficiência<br />

e segurança desses procedimentos.<br />

CenIC<br />

Com a contribuição de J. Eduardo Sousa<br />

e de Amanda Sousa, em 1991, criou a<br />

Central Nacional de Intervenções Cardiovasculares<br />

(CENIC), um banco de dados<br />

oficial com preenchimento voluntário dos<br />

sócios, para documentar a representação<br />

e a evolução da especialidade no Brasil.<br />

Para José Nogueira, a CENIC, certamente,<br />

mostrou-se um instrumento muito<br />

válido, para demonstrar a produção, os resultados<br />

e a segurança dos procedimentos<br />

endovasculares hospitalares, influenciando<br />

na aceitação crescente dos modernos métodos<br />

de tratamento endovascular.<br />

HiSTÓRiA<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 21


pEnSAMEnTo<br />

“Quero oferecer Ao pAciente o<br />

MinHA especiAlidAde. é pedir<br />

Miguel Rati, coordenador do Serviço de Hemodinâmica da<br />

Rede D’Or de hospitais do Rio de Janeiro, abre o coração<br />

para a editora Luciana Constant Daher e defende que a<br />

ética deve prevalecer sempre na prática profissional<br />

luciana Constant Daher<br />

Ética é pressuposto de qualquer sociedade<br />

civilizada, e inseparável do<br />

exercício da Medicina. Como garantir<br />

sua prática?<br />

Ética é um pressuposto das sociedades civilizadas<br />

e disciplina as relações interpessoais.<br />

Na Medicina, a ética deve pautar as relações<br />

entre os profissionais, a relação profissionalinstitucional<br />

e a relação médico-paciente.<br />

É um valor absoluto, não existe pessoa ou<br />

situação pouco ética ou muito ética, a ética<br />

está presente ou não. Quando um paciente<br />

procura um médico com uma ou várias queixas,<br />

muitas vezes não existe meio de aferir a<br />

intensidade ou mesmo a veracidade do que é<br />

relatado. A relação que se estabelece é baseada<br />

em confiança mútua, cujo princípio básico<br />

está resumido na expressão primum non nocere<br />

(“antes de tudo, não prejudicar ou piorar<br />

a condição do paciente”). Antes de se tornar<br />

médico, o indivíduo aprende como conviver<br />

na família, no grupo e na sociedade. Regras de<br />

boa convivência e boa conduta são atributos<br />

adquiridos muito antes da faculdade, e, quando<br />

presentes, evoluem com a maturidade.<br />

Com o crescimento e aumento da complexidade<br />

das sociedades, surgiram os códigos de<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

ética, inclusive o de ética médica, que deveria<br />

ser leitura obrigatória para todos nós. A imagem<br />

do médico semideus acabou há tempos;<br />

tentar agir de acordo com essa imagem é voltar<br />

no tempo, o que sabemos que só é capaz<br />

de criar belas obras ficcionais.<br />

A <strong>SBHCI</strong> publicou, em 2008, a diretriz<br />

de Intervenção Percutânea e a diretriz<br />

de Qualidade Profissional e Institucional,<br />

com um capítulo todo dedicado<br />

aos centros de treinamento em Hemodinâmica<br />

e Cardiologia Intervencionista.<br />

Como essas diretrizes podem<br />

nortear as práticas na especialidade?<br />

A Cardiologia Intervencionista de hoje,<br />

como subespecialidade da Cardiologia, iniciou-se<br />

há pouco mais de 50 anos. Era uma<br />

especialidade voltada ao diagnóstico, sendo<br />

vista como um apêndice da Cardiologia Clínica<br />

e, mais tarde, da Cirurgia Cardíaca. Com<br />

o advento das intervenções percutâneas,<br />

principalmente com a angioplastia coronária,<br />

houve mudança de foco, pois não mais nos<br />

limitamos a diagnosticar e passamos a tratar<br />

dos pacientes, atributo antes reservado<br />

aos clínicos e cirurgiões. Em outras palavras,<br />

passamos de coadjuvantes a protagonistas.<br />

Além disso, houve um investimento maciço<br />

para o desenvolvimento de novas ferramentas<br />

e novas abordagens para implemento da<br />

técnica, com o menor risco possível para<br />

os pacientes. Os equipamentos evoluíram e<br />

tornaram-se mais confiáveis, permitindo que<br />

obtivéssemos imagens de grande qualidade,<br />

o que teve impacto na expansão das possibilidades<br />

diagnósticas e terapêuticas. No início<br />

da década de 70, o então Departamento de<br />

Hemodinâmica e Angiocardiografia (DHA)<br />

da Sociedade Brasileira de Cardiologia<br />

(SBC), recém-criado, definiu as normas para<br />

treinamento dos hemodinamicistas, o que<br />

naquele momento preenchia as necessidades<br />

e garantia a boa formação de novos<br />

membros, que inicialmente eram aspirantes<br />

e após a formação passavam a titulares. Com<br />

a complexidade crescente e o grande aumento<br />

da procura pela especialidade, surgiu,<br />

miguel rati<br />

nos anos 80, a necessidade de melhor definição<br />

dos critérios para a obtenção do título<br />

de membro titular, sendo instituída a prova<br />

aplicada durante os congressos do DHA<br />

e da SBC. Esses critérios evoluíram e sentimos<br />

a necessidade de definir de maneira<br />

clara como deveriam ser formados os novos<br />

especialistas. Começamos, então, a estabelecer<br />

o que são os Centros de Treinamento e<br />

quais as características que devem apresentar.<br />

O processo amadureceu, acompanhando<br />

o desenvolvimento da própria especialidade,<br />

até culminar com as diretrizes publicadas<br />

este ano sobre Qualidade Profissional e Institucional<br />

e normas para a qualificação dos<br />

Centros de Treinamento em Hemodinâmica<br />

e Cardiologia Intervencionista.<br />

É possível conciliar as restrições das<br />

seguradoras de saúde em relação aos<br />

procedimentos de alto custo, e oferecer<br />

o melhor e mais ético tratamento<br />

ao paciente?<br />

Vivemos hoje uma situação muito peculiar<br />

com as fontes pagadoras, sejam as seguradoras<br />

de saúde ou o Sistema Único de Saúde<br />

(SUS). Quando solicitamos autorização para<br />

realização de um determinado procedimento,<br />

somos obrigados a apresentar um resultado<br />

para provar sua necessidade, a palavra


MelHor dA<br />

deMAis?”<br />

do médico não é mais considerada suficiente.<br />

É muito fácil culpar os outros por essa<br />

situação, mas será que não temos parte da<br />

culpa? Existe uma espécie de acordo tácito,<br />

nós vemos, mas olhamos para o outro lado e<br />

nos indignamos: o hemodinamicista paga ao<br />

clínico para que este encaminhe o paciente<br />

para exame, o fornecedor paga ao hemodinamicista<br />

para que ele utilize um determinado<br />

material e paga ao hospital para que o<br />

material seja adquirido, o hemodinamicista e<br />

o hospital pagam ao auditor para que este<br />

libere um determinado procedimento para<br />

aquela instituição, e assim a cadeia vai crescendo<br />

e envolvendo um número cada vez<br />

maior de pessoas e instituições até culminar<br />

no que temos hoje, um verdadeiro leilão<br />

quando se trata de procedimentos de Cardiologia<br />

Intervencionista. Você acha que isso<br />

só existe na minha imaginação? Sejamos honestos,<br />

sabemos que a nossa realidade hoje<br />

é bastante preocupante, existe uma corrente<br />

que tenta transformar a Cardiologia Intervencionista<br />

num grande negócio no qual o<br />

que menos importa é o paciente. Quando<br />

formamos novos especialistas, partimos do<br />

pressuposto de que conceitos como honestidade,<br />

seriedade e respeito pelo ser humano<br />

são características inerentes ao indivíduo;<br />

portanto, devem fazer parte da bagagem pessoal<br />

de nossa formação como pessoas. No<br />

entanto, somos parte de um grupo maior, em<br />

que nem sempre tais valores são priorizados.<br />

Antes de culpar as seguradoras ou o SUS<br />

pelas dificuldades que enfrentamos, temos a<br />

obrigação de identificar e corrigir esses desvios.<br />

Existe um princípio básico, também conhecido<br />

como regra de ouro (Confúcio, 551<br />

a.C.–489 a.C.; Rabi Hillel, 60 a.C.–10 d.C.;<br />

Jesus Cristo, c.30 d.C. [Mateus 7.12 e Lucas<br />

6.31]): não faça aos outros o que não gostaria<br />

que fizessem com você. Esse princípio<br />

resume a importância da conduta ética. Urge<br />

que os procedimentos de Cardiologia Intervencionista<br />

não sejam mais tratados como<br />

mercadoria ou como moeda de troca, pois<br />

estamos lidando com pessoas e com vidas.<br />

ressalte a importância do treinamento<br />

e da certificação do intervencionista<br />

na boa prática. Como formar os profissionais<br />

que abordarão uma área tão<br />

importante dentro da Cardiologia?<br />

Como sociedade médica que desejamos<br />

ser e como órgão representante da classe,<br />

nossa força sempre será a do mais fraco, daí<br />

a importância dos Centros de Treinamento,<br />

que garantem um mínimo de qualidade e experiência<br />

aos que se iniciam na especialidade.<br />

Isso nos assegura que esse indivíduo recebeu<br />

todo o treinamento e embasamento necessários<br />

ao bom desempenho da atividade<br />

médica na área da Cardiologia Intervencionista.<br />

Em que pese o fato de o grande foco<br />

da Cardiologia Intervencionista, hoje, ser a<br />

abordagem terapêutica, é fundamental que<br />

se aprendam os conceitos básicos sobre a<br />

fisiologia e a fisiopatologia cardiovasculares,<br />

assim como as limitações e os riscos envolvidos<br />

nos procedimentos, sejam diagnósticos<br />

ou terapêuticos, para assegurar que os<br />

pacientes possam receber o melhor da maneira<br />

mais segura. O foco da especialidade é<br />

e sempre será o tratamento dos pacientes.<br />

Durante o treinamento em Cardiologia Intervencionista,<br />

que envolve pelo menos três<br />

anos de convivência em um centro de formação,<br />

as qualidades pessoais devem ser tão<br />

valorizadas quanto as técnicas, e ninguém<br />

melhor para avaliar um indivíduo do que<br />

quem conviveu com ele e pôde observá-lo<br />

em um ambiente seguro durante seu treinamento.<br />

Assim, os Centros de Treinamento<br />

são cruciais por fornecerem os conhecimentos<br />

básicos e técnicos indispensáveis ao<br />

futuro cardiologista intervencionista e por<br />

permitirem a avaliação desse indivíduo no<br />

dia-a-dia, no contato com os pacientes, e no<br />

contato com os outros colegas.<br />

Qual sua visão sobre os procedimentos<br />

compartilhados por especialistas<br />

diversos? Como essa relação pode<br />

ser justa e obviamente visar ao bem<br />

maior, a saúde do paciente?<br />

Uma atividade em franco progresso é a<br />

atuação do cardiologista intervencionista na<br />

área extracardíaca. Nenhuma especialidade<br />

é dona do conhecimento, as especialidades<br />

surgiram pelo aumento do conhecimento<br />

e da complexidade das várias áreas da Medicina.<br />

Penso que, se vamos atuar na área<br />

extracardíaca, é necessária uma habilitação<br />

que já existe e pode perfeitamente ser compartilhada.<br />

No último Congresso da <strong>SBHCI</strong>,<br />

iniciamos um diálogo com os radiologistas<br />

intervencionistas, que será vital para o treinamento<br />

no diagnóstico e na intervenção<br />

extracardíaca e sem dúvida trará enriquecimento<br />

para ambas as sociedades. Sabemos<br />

que para a formação de um cardiologista ou<br />

radiologista intervencionista são necessários<br />

pelo menos dois a três anos de formação<br />

específica e também sabemos que a área extracardíaca<br />

envolve especialistas que são formados<br />

em cursos hands-on de uma semana.<br />

Não nos cabe interferir em áreas que não a<br />

nossa, mas qual modelo queremos adotar?<br />

É papel da <strong>SBHCI</strong> fiscalizar e nortear<br />

a prática dos associados para que a<br />

mesma tenha credibilidade e atinja a<br />

excelência necessária?<br />

A <strong>SBHCI</strong> criou normas para a criação dos<br />

centros de treinamento e para a formação de<br />

novos especialistas, regras essas aceitas pela<br />

própria Sociedade, pela SBC e pela Associação<br />

Médica Brasileira (AMB). Se temos competência<br />

para criação dessas normas, quem<br />

melhor do que a própria Sociedade para<br />

assegurar que sejam cumpridas? Afinal, essas<br />

regras se constituem no núcleo da especialidade,<br />

e mais do que ninguém cabe a nós a<br />

verificação de seu cumprimento. Não se trata<br />

de poder de polícia; ao contrário, trata-se de<br />

evitar que os eventuais desvios se transformem<br />

em casos de polícia. Os hospitais estão<br />

hoje envolvidos em processos de acreditação<br />

nacionais e internacionais. É de conhecimento<br />

geral que a acreditação, uma vez concedida,<br />

vale por no máximo dois anos, após o<br />

que tem início novo processo, elevando os<br />

padrões antes aceitos como suficientes. Por<br />

que não adotar para a <strong>SBHCI</strong> esse modelo?<br />

Uma vez credenciado um Centro de Treinamento,<br />

a Sociedade faria auditorias periódicas<br />

para assegurar que a qualidade inicial está<br />

mantida e para auxiliar, quando necessário,<br />

na manutenção dessa qualidade. O objetivo<br />

primário é agir para que todos tenham a melhor<br />

qualidade possível e atuar de maneira<br />

pró-ativa para que essa seja nossa realidade.<br />

Um determinado hospital poderia solicitar da<br />

<strong>SBHCI</strong> uma auditoria no Serviço de Cardiologia<br />

Intervencionista, para que se detectem<br />

as vulnerabilidades e as boas qualidades desse<br />

Serviço, o que poderia gerar um relatório<br />

a partir do qual a qualidade e a segurança<br />

seriam garantidas. Trata-se de compartilhar<br />

conhecimentos, assegurar que aqueles que<br />

nos representam nos vários hospitais e regiões<br />

o façam da maneira mais digna possível,<br />

sem perder jamais o foco no paciente.<br />

Como se sente sendo membro da<br />

<strong>SBHCI</strong>?<br />

Tenho grande orgulho de pertencer à<br />

<strong>SBHCI</strong> e de ter participado, com muitos<br />

outros colegas, de sua criação e desenvolvimento.<br />

Quero continuar sentindo esse<br />

orgulho e quero sentir a sensação de fazer<br />

o melhor pelos pacientes a cada dia vivido<br />

no Laboratório de Hemodinâmica. Quero<br />

compartilhar minha experiência com os demais<br />

profissionais das áreas clínica e cirúrgica,<br />

com aqueles ainda em formação, e quero<br />

ouvir e aprender com os mais experientes.<br />

Quero oferecer ao paciente que me procura<br />

o melhor que minha especialidade pode proporcionar<br />

e quero, mais que tudo, me orgulhar<br />

do que sou e do que faço: ser membro<br />

atuante da <strong>SBHCI</strong>. É pedir demais?<br />

pEnSAMEnTo<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 2


pRÁTiCA MÉDiCA<br />

especiAlistAs contAM p<br />

utilizAM o ultrA-soM intrAc<br />

Estamos utilizando o ultra-som intracoronário<br />

(USIC) há três anos,<br />

e desde nosso primeiro contato<br />

com o método pudemos sentir o quanto<br />

é apaixonante e instigante interpretar suas<br />

imagens. Lembro-me do primeiro caso no<br />

Hospital Bandeirantes, de São Paulo, realizado<br />

em conjunto com Alexandre Abizaid,<br />

em que abordamos uma coronária<br />

direita que apresentava angiograficamente<br />

duas obstruções: a primeira de 70%,<br />

segmentar, no terço proximal, e outra de<br />

40%, no terço médio. Ao realizar o USIC,<br />

a artéria apresentava área luminal menor<br />

que 4 mm² na obstrução do terço médio,<br />

necessitando, dessa maneira, ser tratada<br />

conjuntamente com a obstrução do terço<br />

proximal. Ou seja, a utilização do USIC<br />

mudou a estratégia de tratamento.<br />

O que acho de mais interessante no<br />

uso do USIC é a possibilidade de obter<br />

imagens de placas ateromatosas com todas<br />

as suas nuances (calcificações, lagos<br />

lipídicos, etc.) e de poder analisar com<br />

Historicamente, a ultra-sonografia<br />

intracoronária tem ocupado papel<br />

central na compreensão da doença<br />

arterial coronária in vivo, auxiliando-nos<br />

no entendimento dos mecanismos de<br />

atuação e falência das formas de intervenção<br />

percutânea. Lembro que os mecanismos<br />

de reestenose e trombose após<br />

angioplastia com cateter-balão, com os<br />

stents não-farmacológicos e, mais recentemente,<br />

com os stents farmacológicos,<br />

foram em boa parte elucidados graças a<br />

essa modalidade invasiva de imagem.<br />

O ultra-som tem sido fundamental em<br />

nossa Instituição para avaliação dos pacientes<br />

com lesões intermediárias à angiografia<br />

coronária. Por fim, ressalto que<br />

na era dos stents farmacológicos, em relação<br />

à segurança tardia desses novos dispositivos,<br />

faz-se cada vez mais importante<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

mais precisão a expansão dos stents e a<br />

gravidade das obstruções.<br />

Dentre as indicações de USIC, em nosso<br />

Serviço, podemos destacar a análise de<br />

lesões angiograficamente intermediárias<br />

e a avaliação do implante/expansão dos<br />

stents farmacológicos como as principais.<br />

Em nossa pequena experiência, pudemos<br />

otimizar o tratamento percutâneo de lesões<br />

coronárias. Nesse sentido, a utilização<br />

do ultra-som é essencial nas situações<br />

notar que, nesses casos, é freqüente a<br />

mudança de conduta baseada nos dados<br />

ultra-sonográficos, denotando, assim, a<br />

importância do método.<br />

Apesar de acharmos o USIC um método<br />

de grande utilidade, temos, como todos,<br />

muita dificuldade em obter seu custeio pelas<br />

fontes pagadoras. O alto custo do cateter<br />

e a ausência de normatização do procedimento<br />

nas tabelas dos serviços de Saúde<br />

Suplementar e do Sistema Único de Saúde<br />

(SUS) inviabilizam seu uso rotineiro. Dessa<br />

maneira, queremos mas não podemos utilizá-lo<br />

como gostaríamos ou deveríamos.<br />

Aos colegas que estão iniciando o uso<br />

ou que se interessam por essa técnica, deixo<br />

aqui duas referências que foram muito<br />

úteis para nosso aprendizado: o livro Atlas<br />

of Intracoronary Ultrasound, de Gary Mintz,<br />

e o website www.teachivus.com.<br />

Marcelo Cantarelli, coordenador do<br />

Serviço de Cardiologia Intervencionista do<br />

Hospital Bandeirantes – São Paulo, SP<br />

de maior complexidade, com destaque<br />

para o tratamento de lesões em tronco<br />

de coronária esquerda não-protegido,<br />

bifurcações (especialmente as que requerem<br />

o uso de dois ou mais stents), uso<br />

de múltiplos e longos stents e tratamento<br />

de reestenose de stents farmacológicos.<br />

Nesses cenários, a identificação e o<br />

tratamento de problemas relacionados à<br />

abordagem percutânea subótima (subexpansão<br />

das endopróteses, dissecções de<br />

bordo, lesões residuais graves subestimadas<br />

à angiografia, etc.) podem minimizar a<br />

possibilidade futura de eventos adversos<br />

maiores, sobretudo trombose e reestenose<br />

dessas endopróteses.<br />

alexandre abizaid, chefe da Seção Médica<br />

de Intervenções Coronárias do Instituto Dante<br />

Pazzanese de Cardiologia – São Paulo, SP


or Que<br />

oronário<br />

A<br />

técnica do ultra-som intracoronário<br />

(USIC) passou a fazer parte da rotina<br />

de meu Serviço em 1994. Nessa<br />

época, o método, ainda incipiente no cenário<br />

mundial, me encantava porque as<br />

imagens obtidas modificavam totalmente<br />

minha conduta no Laboratório de Hemodinâmica.<br />

Eu estava reaprendendo a doença<br />

aterosclerótica e a cinecoronariografia.<br />

Iniciávamos também, nessa época, as primeiras<br />

experiências com o implante dos<br />

stents Palmaz-Schatz e, posteriormente,<br />

Gianturco-Roubim, quando os índices de<br />

trombose hospitalar ultrapassavam 10%,<br />

apesar da potente associação de antiadesivos<br />

plaquetários e anticoagulantes.<br />

Foi Antonio Colombo, outro entusiasta<br />

da técnica, que modificou totalmente o<br />

rumo dos stents, quando observou, com<br />

o USIC, que 80% dos stents implantados<br />

com baixa pressão (técnica utilizada na<br />

época) estavam hipoexpandidos, necessitando<br />

de novas dilatações com maior<br />

pressão ou balões maiores. Em nossa casuística,<br />

57% dos stents implantados com<br />

O<br />

ultra-som intracoronário (USIC)<br />

proporciona visualização e análise<br />

mais acuradas das artérias<br />

coronárias, o que permite o esclarecimento<br />

de lesões duvidosas à angiografia,<br />

como lesões intermediárias, ostiais, anelares,<br />

em tronco de coronária esquerda<br />

e em bifurcações, assim como a identificação,<br />

com maior precisão, da presença<br />

de dissecção, trombo, aneurisma,<br />

pseudo-aneurisma, prolapso de placa e<br />

hiperplasia neo-intimal, entre outros. O<br />

USIC também constitui o melhor método<br />

para avaliar e quantificar a presença<br />

de remodelamento positivo.<br />

Além de seu papel no diagnóstico, o<br />

USIC apresenta importantes aplicações<br />

terapêuticas, especialmente na era dos<br />

stents farmacológicos, pois permite o cál-<br />

alta pressão e que obtinham imagem angiográfica<br />

adequada ainda apresentavam<br />

hipoexpansão pelos critérios do USIC e<br />

necessitavam de nova dilatação (dados<br />

da dissertação de mestrado de Marcelo<br />

Freitas, defendida em 1996).<br />

Evoluímos muito nas plataformas dos<br />

stents, chegando às últimas gerações<br />

dos farmacológicos. E, mais uma vez, tenho<br />

certeza de que, sob o meu ponto<br />

de vista, o USIC é mandatório. Muitos<br />

dos eventos tardios estão relacionados<br />

com a técnica do implante. A avaliação<br />

com o USIC pré-implante permite ver a<br />

real extensão da placa e o real diâmetro,<br />

otimizando a escolha do stent farmaco-<br />

lógico (drug-eluting stent – DES). A avaliação<br />

pós-implante do stent e a falta de<br />

expansão são observadas em 12% dos<br />

stents, apesar da imagem angiográfica<br />

adequada e da experiência mundial do<br />

implante otimizado pela angiografia. A<br />

incompleta aposição do DES na parede<br />

do vaso apresenta alta prevalência, com<br />

a trombose muito tardia do DES.<br />

A avaliação diagnóstica representa hoje<br />

50% dos procedimentos com ultra-som<br />

intravascular realizados em nosso Serviço.<br />

Pacientes com isquemia comprovada nos<br />

estudos funcionais que apresentam lesão<br />

intermediária no vaso correspondente<br />

ao território da isquemia são analisados<br />

rotineiramente durante a cinecoronariografia,<br />

e mais de 40% dessas lesões são<br />

críticas pelo USIC. Quando evidenciamos<br />

lesões em tronco, principalmente no óstio,<br />

associadas à origem ascendente do<br />

vaso, muitas vezes evidenciamos ausência<br />

de placa aterosclerótica e o estreitamento<br />

se traduz por uma imagem caprichosa<br />

da tortuosidade inicial.<br />

Há muito tempo venho dizendo que sou<br />

“ultra-som-dependente”, pois é um método<br />

fantástico e muito rápido, seguro e eficaz<br />

de ser realizado, quando nos propomos<br />

realmente a incorporá-lo a nossa rotina.<br />

Costantino Costantini, diretor-geral do<br />

Hospital Cardiológico Costantini – Curitiba, PR<br />

culo acurado do tamanho do stent em diâmetro<br />

e em extensão e a avaliação imediata<br />

do implante de stents considerandose<br />

aposição, expansão, posicionamento e<br />

retração elástica do stent implantado. Sua<br />

utilização em lesões de bifurcação é muito<br />

importante, pois a diferença de calibre do<br />

vaso principal antes e após a bifurcação<br />

comumente requer pós-dilatação, com o<br />

objetivo de evitar aposição inadequada do<br />

stent na porção proximal e hiperexpansão<br />

ou superdimensionamento do stent na<br />

porção distal, com aumento do risco de<br />

dissecção, reestenose e trombose, independentemente<br />

da técnica a ser utilizada.<br />

alexandre C. Zago, doutor em<br />

Cardiologia pela Universidade de<br />

São Paulo (USP)/Harvard University<br />

pRÁTiCA MÉDiCA<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 2


SERViÇo<br />

cAMinHos pArA otiMizAr o teMpo<br />

portA-bAlÃo no AtendiMento do<br />

infArto AGudo do Miocárdio<br />

Marcia Makdisse, fábio s. de brito Jr.,<br />

Alessandra correa, teresa c. d. c.<br />

nascimento, luciano forlenza,<br />

breno o. Almeida, Marco A. Magalhães,<br />

ivanise Gomes, Marco A. perin*<br />

A<br />

angioplastia primária é a terapia<br />

de reperfusão mais efetiva para o<br />

tratamento do infarto agudo do<br />

miocárdio com elevação do segmento<br />

ST (IAMEST). Dados do National<br />

Registry of Myocardial Infarction (Registro<br />

NRMI-3 e 4) demonstram que os<br />

benefícios da angioplastia primária são<br />

diretamente proporcionais ao tempo<br />

porta-balão (TPB) (Gráfico 1).<br />

Gráfico 1 – Impacto do tempo<br />

porta-balão sobre a mortalidade hospitalar.<br />

(Adaptado de Mcnamara et al.<br />

J Am Coll Cardiol. 2006;47:2180-6.)<br />

O TPB é o indicador de processo mais<br />

utilizado para medir o desempenho das<br />

instituições em relação à prontidão para<br />

realização da angioplastia primária. É<br />

medido da chegada do paciente ao hospital<br />

até a primeira insuflação do balão<br />

no interior da artéria coronária. A meta<br />

é manter o TPB inferior a 90 minutos. O<br />

processo de atendimento pode ser dividido<br />

em três fases, como se segue:<br />

- FASe de dIAgnóStICo: O desempenho<br />

da equipe multiprofissional<br />

da Unidade de Primeiro Atendimento<br />

(UPA) tem papel crucial no resultado<br />

do TPB. Um algoritmo de decisão dá autonomia<br />

à enfermagem da Triagem para<br />

indicar eletrocardiograma (ECG) ime-<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

marcia makdisse<br />

diato na sala de emergência enquanto<br />

o médico é acionado, além de facilitar<br />

a identificação de casos atípicos. A monitorização<br />

cardíaca deve ser instalada,<br />

simultaneamente ao ECG, por outro<br />

membro da equipe de enfermagem. A<br />

utilização de um sistema de alerta por<br />

pager (tecla IAM) desencadeia simultaneamente<br />

diversas ações em setores<br />

críticos do hospital, como hemodinâ-<br />

T1 Tempo porta-ECG<br />

mica, transporte, anestesiologista (que<br />

acompanhará o paciente durante o<br />

transporte e a realização da intervenção),<br />

e enfermeira case-manager (que irá<br />

monitorar os indicadores de qualidade).<br />

- FASe InterMedIárIA: Durante<br />

o preparo para o transporte são realizados<br />

os demais cuidados médicos e<br />

de enfermagem pertinentes ao caso, de<br />

acordo com o protocolo de IAM. Em<br />

nossa instituição, a indicação, o preparo<br />

e a administração de abciximab ficam<br />

por conta do setor de hemodinâmica.<br />

- FASe de Intervenção: A coronariografia<br />

inicia-se pelo estudo da<br />

artéria coronária contralateral, não relacionada<br />

ao infarto agudo do miocárdio<br />

(IAM). Essa estratégia, embora consuma<br />

alguns minutos do TPB, é fundamental<br />

para se obter informações sobre as demais<br />

artérias coronárias e, também, para<br />

avaliar a presença de circulação colateral<br />

para o território da artéria relacionada<br />

ao infarto (ARI). A seguir, utilizando-se<br />

cateter-guia de angioplastia, faz-se a angiografia<br />

da ARI, com o objetivo de realizar<br />

a recanalização mecânica do vaso e a<br />

SUBteMPoS CoMo MedIr<br />

Da chegada do paciente na UPA, sem diagnóstico,<br />

até o horário registrado no primeiro ECG realizado,<br />

após sua chegada.<br />

Esse tempo deve ser de até 10 minutos.<br />

T2 Tempo ECG-tecla IAM Do primeiro ECG até o acionamento da tecla IAM.<br />

T3<br />

T4<br />

T5<br />

QUAdro 1 - SUBteMPoS do teMPo PortA-BALão<br />

Tempo tecla IAMliberação<br />

da sala<br />

Tempo liberaçãoadmissão<br />

na Hemodinâmica<br />

Tempo admissão na Hemodinâmicainício<br />

da angiografia coronária<br />

T6 Tempo início da angiografia-balão<br />

Do acionamento da tecla IAM até o momento em que<br />

o Setor de Cardiologia Intervencionista libera a sala.<br />

Da liberação da sala até a chegada no<br />

Laboratório de Hemodinâmica.<br />

O tempo porta-admissão na Hemodinâmica<br />

deve ser de até 60 minutos.<br />

Da chegada no laboratório até a primeira<br />

injeção de contraste realizada.<br />

Da primeira injeção de contraste até a primeira<br />

insuflação do balão ou passagem do<br />

device de trombectomia para reperfusão do vaso.<br />

eCg = eletrocardiograma; IAM = infarto agudo do miocárdio; UPA = Unidade de Primeiro Atendimento (UPA).


angioplastia primária. Esse procedimento<br />

é realizado, o mais rapidamente possível,<br />

utilizando-se balões, stents e, eventualmente,<br />

dispositivos de trombectomia. A<br />

ventriculografia esquerda geralmente é<br />

realizada ao final da intervenção.<br />

Os subtempos do TPB são bons indicadores<br />

do desempenho em cada fase do<br />

processo. No Quadro 1 estão descritos os<br />

subtempos monitorados em nosso Serviço.<br />

A melhor estratégia para se reduzir o<br />

TPB é a integração dos processos de atendimento<br />

que ocorrem dentro e fora da<br />

Hemodinâmica. A implementação de um<br />

protocolo gerenciado para atendimento de<br />

pacientes com IAMEST facilita sobremaneira<br />

tal integração. As dicas mais importantes<br />

para o sucesso do protocolo são:<br />

1. Posicionamento claro para a equipe<br />

da UPA de que a angioplastia primária<br />

é a terapia de reperfusão preferencial<br />

na instituição.<br />

2. Otimização dos fluxos de atendimento,<br />

visando a agilizar o processo<br />

como um todo (Figura 1).<br />

3. Definição e monitorização dos indicadores<br />

de qualidade.<br />

Figura 1– Fluxo de atendimento<br />

do protocolo gerenciado de<br />

IAMeSt utilizado no Hospital<br />

Israelita Albert einstein.<br />

dAC = doença arterial coronária;<br />

dCbv = doença cerebrovascular;<br />

dAP = doença arterial periférica;<br />

IAMeSt = infarto agudo do miocárdio<br />

com elevação do segmento St.<br />

4. Alinhamento com o corpo clínico.<br />

5. Treinamento das equipes envolvidas<br />

no atendimento.<br />

6. Fornecimento de feed-backs periódicos<br />

para as equipes assistenciais e gestores<br />

do hospital.<br />

7. Implementação das ações de melhoria.<br />

O Gráfico 2 mostra a contribuição<br />

de cada subtempo para a composição<br />

do TPB em nossa instituição. Observase<br />

que 25% do tempo está relacionado<br />

à atuação da UPA (T1 e T2), 35% do<br />

tempo decorre da interação entre UPA,<br />

Laboratório de Hemodinâmica e equipe<br />

de transporte (T3 e T4), e 40% do<br />

tempo está relacionado à intervenção<br />

propriamente dita (T5 e T6).<br />

Gráfico 2 – Contribuição dos<br />

subtempos para o tempo portabalão.<br />

tPB = tempo porta-balão.<br />

Após a implementação, em março de<br />

2005, do Protocolo Gerenciado de IAM,<br />

em nossa instituição, houve redução de<br />

11% no TPB, especialmente à custa da redução<br />

do tempo porta-ECG (Gráfico 3).<br />

Gráfico 3 – Impacto da implementação<br />

do protocolo gerenciado de infarto<br />

agudo do miocárdio sobre os tempos<br />

porta-eCg e porta-balão (total de<br />

infarto agudo do miocárdio = 769;<br />

total de infarto agudo do miocárdio<br />

com elevação do segmento St = 318).<br />

eCg = eletrocardiograma.<br />

LITERATURA RECOMENDADA<br />

Bradley EH, Nallamothu BK, Curtis<br />

JP, Webster TR, Magid DJ, Granger CB,<br />

et al. Summary of evidence regarding<br />

hospital strategies to reduce door-toballoon<br />

times for patients with ST-segment<br />

elevation myocardial infarction<br />

undergoing primary percutaneous cor-<br />

onary intervention. Crit Pathw Cardiol.<br />

2007 Sep;6(3):91-7.<br />

Gomes I, Correa A, Makdisse M, Perin<br />

M, Brito Jr FS, Abizaid A, et al. Contribution<br />

of each subinterval to door-to-balloon<br />

time in primary angioplasty. Circulation.<br />

2008;117:63.<br />

Hiatt BL, Lee DP, Yeung AC. A successful<br />

strategy to improve door-to-balloon<br />

times in acute myocardial infarction: a<br />

single center experience. Crit Pathw<br />

Cardiol. 2002;1:103-6.<br />

Keeley EC, Boura JA, Grines CL.<br />

Primary angioplasty versus intravenous<br />

thrombolytic therapy for acute<br />

myocardial infarction: a quantitative<br />

review of 23 randomised trials. Lancet.<br />

2003;361:13-20.<br />

McNamara RL, Wang Y, Herrin J, Curtis<br />

JP, Bradley EH, Magid DJ, et al. Effect<br />

of door-to-balloon time on mortality<br />

in patients with ST-segment elevation<br />

myocardial infarction. J Am Coll Cardiol.<br />

2006;47:2180-6.<br />

* Programa de Cardiologia do<br />

Hospital Israelita Albert Einstein<br />

SERViÇo<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 2


ConSEnSo<br />

Autor dA novA diretriz sbHci, frAncisco cH<br />

os AvAnços dA intervençÃo nAs cA<br />

Da esquerda para a direita, Cesar esteves (sP), luiz Carlos simões (rJ),<br />

francisco Chamié (rJ), raul rossi (rs) e Carlos Pedra (sP)<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

Atualmente, no Brasil, 0,8% a 1%<br />

dos nascidos vivos apresenta<br />

algum problema cardiológico<br />

congênito. Em comparação com<br />

as doenças do coração mais freqüentes,<br />

como infarto do miocárdio, responsável<br />

por mais de 40% das mortes em todo o<br />

mundo, o número de pacientes cardíacos<br />

com anomalias congênitas é relativamente<br />

pequeno.<br />

Mesmo diante desse pequeno índice,<br />

alguns especialistas continuam aprofundando-se<br />

em estudos sobre o tema e<br />

desenvolvendo pesquisas para oferecer a<br />

melhor assistência de saúde aos pacientes.<br />

Afinal, se não tratados corretamente, os<br />

eventos cardiológicos congênitos podem<br />

levar o indivíduo a falecer precocemente<br />

ou fazê-lo sofrer durante toda a vida.<br />

Um grupo de médicos da <strong>SBHCI</strong>,


AMié de Queiroz fAlA sobre<br />

rdiopAtiAs conGÊnitAs<br />

coordenado por Francisco Chamié de<br />

Queiroz, cardiologista intervencionista<br />

do Rio de Janeiro, produz, no momento,<br />

uma diretriz sobre intervenção percutânea<br />

dos defeitos congênitos. Consiste<br />

em tratar os defeitos cardíacos ou vasculares<br />

surgidos ainda na época da gestação<br />

por via percutâna, com cateter.<br />

Juntamente com os editores Luís Carlos<br />

Simões, do Rio de Janeiro, e Raul<br />

Rossi, de Porto Alegre, Chamié convidou<br />

para integrar a equipe como diretores<br />

associados, coordenando os grupos<br />

de trabalho, Carlos Augusto Cardoso<br />

Pedra e César Augusto Esteves, de São<br />

Paulo, Edmundo Clarindo Oliveira, de<br />

Belo Horizonte, e Luís Alberto Christiani,<br />

também do Rio de Janeiro.<br />

Os defeitos congênitos e os procedimentos<br />

necessários para tratá-los serão<br />

divididos em quatro grupos principais: o<br />

primeiro é o das oclusões; o segundo, das<br />

dilatações com cateter-balão; o terceiro<br />

estudará o uso dos stents; e o quarto se<br />

concentrará na retirada de corpos estranhos<br />

do coração e nos vários tipos<br />

de atriosseptostomias e suas indicações.<br />

“Com isso, devemos cobrir todos ou<br />

quase todos os procedimentos feitos<br />

percutaneamente”, pondera Chamié.<br />

A nova recomendação dará maior<br />

respaldo tanto para os cardiologistas<br />

intervencionistas como para os convênios,<br />

que devem aprovar ou não as<br />

solicitações médicas. “Ela oferecerá o<br />

embasamento científico necessário para<br />

validar os procedimentos percutâneos<br />

que os especialistas consideram adequados<br />

para o tratamento ao paciente”,<br />

comenta o autor da diretriz.<br />

A maioria dos hemodinamicistas dedicados<br />

às doenças congênitas atua em todo o<br />

processo de tratamento, desde a parte clínica<br />

até a cirurgia. Mesmo com o aumento<br />

do número de procedimentos percutâneos<br />

nos últimos anos, eles não trabalham<br />

somente nessa área. “Acabamos atuando<br />

na clínica também, em ecocardiografia. De<br />

certa forma, é melhor porque formamos<br />

profissionais mais completos. Isso é uma<br />

vantagem”, analisa Chamié.<br />

Para ele, o grupo de especialistas brasileiros<br />

é confiável, tão bom quanto os<br />

estrangeiros. “Tenho muito orgulho de<br />

fazer parte desse grupo. A intervenção<br />

no Brasil é muito boa, uma das melhores<br />

do mundo, tanto em doenças coronárias<br />

quanto em congênitas.”<br />

Mas apesar de os profissionais estarem<br />

em constante atualização, por meio dos<br />

congressos internacionais e nacionais que<br />

ocorrem anualmente, a área de intervenção<br />

em cardiopatias congênitas ainda tem<br />

dificuldades na assistência aos pacientes.<br />

Em suma, são dois os motivos principais:<br />

existem regiões carentes desse tipo de<br />

procedimento no Brasil, como Norte e<br />

Nordeste; e o material utilizado tem custo<br />

expressivo e o Sistema Único de Saúde<br />

(SUS) ainda não investe suficientemente.<br />

“Não existe nada nacional, tudo o que<br />

nós usamos é feito fora do País. Logo, os<br />

almoxarifados da maioria dos hospitais<br />

e clínicas não dispõem desses materiais.<br />

A cada procedimento que vou fazer,<br />

tenho de pedir ao convênio a lista de<br />

equipamentos necessários à intervenção”,<br />

revela Chamié, intervencionista<br />

em cardiopatias congênitas há 28 anos.<br />

O SUS até já autoriza o uso de alguns<br />

equipamentos para doenças congênitas,<br />

como o cateter-balão e o stent,<br />

mas o ideal é que sejam comprados<br />

materiais para outros procedimentos<br />

e em maiores quantidades, diminuindo<br />

assim o investimento.<br />

Francisco Chamié considera que o<br />

Ministério da Saúde está sensível à proposta<br />

dos intervencionistas congênitos.<br />

“Se conseguirmos colocar a primeira<br />

prótese dentro do orçamento, talvez<br />

consigamos pôr as outras em seguida<br />

e fazer disso um procedimento habitual<br />

dentro do SUS.”<br />

A nova diretriz também ajudará nesse<br />

processo, pois, como balizadora da<br />

prática clínica da Cardiologia Intervencionista<br />

brasileira, poderá ser parâmetro<br />

para as decisões de compra, autorização<br />

e aprovação do material.<br />

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Jornal da <strong>SBHCI</strong> 2


CERTiFiCAÇão<br />

curso AnuAl de revisÃo eM<br />

cArdioloGiA intervencionistA dA<br />

sbHci: novo forMAto é AprovAdo!<br />

luiz Alberto Mattos*<br />

A<br />

<strong>SBHCI</strong> realizou na cidade de São<br />

Paulo, durante os dias 26 e 27 de<br />

novembro, no Hotel Sofitel, seu<br />

Curso Anual de Revisão em Hemodinâmica<br />

e Cardiologia Intervencionista,<br />

com a finalidade primeira de amparar e reforçar<br />

os concorrentes ao concurso anual<br />

para obtenção do Certificado de Área de<br />

Atuação exarado pela Sociedade Brasileira<br />

de Cardiologia (SBC) e pela Associação<br />

Médica Brasileira (AMB).<br />

Esse foi o terceiro curso de revisão realizado<br />

pela atual administração da <strong>SBHCI</strong><br />

(gestão 2006/2009). Os cursos, durante<br />

nossa gestão, foram realizados com formatos<br />

e locais distintos, com o objetivo de<br />

oferecer outra janela de oportunidade para<br />

os interessados: o primeiro aconteceu em<br />

Brasília (junho de 2007), ainda prévio ao<br />

Congresso anual, e o segundo foi realizado<br />

em Curitiba (dezembro de 2007).<br />

Em 2008, após análise criteriosa das virtudes<br />

e deficiências observadas em 2007,<br />

idealizamos, em conjunto com a Comissão<br />

Permanente de Certificação (CPC), apenas<br />

um concurso anual e, desta feita, um<br />

curso único também.<br />

Retiramos esse curso da composição<br />

de nosso Congresso anual, por diversas<br />

razões. Em primeiro lugar, a abrangência<br />

temática é tão ampla que não é mais<br />

possível desenvolvê-la em apenas um dia,<br />

sendo necessários no mínimo dois dias.<br />

Se efetivado na véspera do Congresso,<br />

como uma atividade prévia, o curso estende<br />

em demasia o evento, totalizando<br />

cinco dias, o que implica a dedicação dos<br />

palestrantes ao evento por aproximadamente<br />

uma semana. Mais importante<br />

que essa evidência é a temporalidade do<br />

evento. Nosso Congresso, tradicionalmente,<br />

é realizado no final do primeiro<br />

semestre do ano, e, portanto, prévio à<br />

efetivação do congresso anual da SBC.<br />

A SBC realiza apenas um concurso anual<br />

para obtenção do Título de Especialista<br />

em Cardiologia (TEC), justamente na vigência<br />

de seu evento anual, em setembro<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

Candidatos ao título de especialista recapitulam a matéria<br />

na véspera da prova, durante Curso anual de revisão<br />

e outubro. Desde 2007, a AMB não mais<br />

permite que os candidatos se inscrevam<br />

em nosso edital do concurso para obtenção<br />

do Certificado de Área de Atuação<br />

em Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista<br />

sem a devida comprovação<br />

de serem portadores do TEC. Assim, os<br />

candidatos permaneceriam quase um ano<br />

inteiro aguardando nosso concurso, visto<br />

as datas distintas dos editais.<br />

Deslocamos a data de nosso edital<br />

para o final do ano, permitindo que os<br />

candidatos obtenham o pré-requisito<br />

necessário (TEC) durante a realização<br />

do congresso anual da SBC. E o curso<br />

passou a ser realizado na sede da <strong>SBHCI</strong>,<br />

em São Paulo, que concentra mais 240<br />

sócios de nossa entidade.<br />

Com essa renovação completa, compreendendo<br />

data, local e conteúdo, o curso<br />

aumentou sua audiência, a maior até<br />

então, com 125 médicos, a maioria deles<br />

jovens profissionais, formados há menos<br />

de dez anos. Deve-se ressaltar que a audiência<br />

foi de quase o dobro dos inscritos<br />

para concorrer ao edital para obtenção<br />

do certificado (68 profissionais).<br />

O curso foi reconhecido pela Comissão<br />

Nacional de Acreditação (CNA), que lhe<br />

homologou 8 pontos, graduação elevada,<br />

e com um total de 40 horas/aula. A temática<br />

foi abrangente, desde os princípios da<br />

hemodinâmica e dos exames diagnósticos,<br />

transitando até os avanços mais recentes e<br />

baseados em evidências relacionadas à car-<br />

diologia intervencionista, incluindo cardiopatias<br />

congênitas, procedimentos extracardíacos,<br />

gestão hospitalar, ética médica, além<br />

da terapia celular intervencionista.<br />

A análise crítica dos participantes demonstrou<br />

que a aceitação com grau “excelente”<br />

ou “muito bom” predominou em<br />

mais de 80% das aulas ministradas.<br />

A <strong>SBHCI</strong> solidifica seu processo de<br />

certificação, com a abertura de um espaço<br />

exclusivo e dedicado a essa atividade,<br />

considerada a de maior nobreza e importância<br />

pela atual administração, visto que<br />

concerne à admissão formal ao mercado<br />

de trabalho de uma atuação médica dotada<br />

de alta complexidade.<br />

Em 2009, o Curso Anual de Revisão<br />

acontecerá nos dias 13 e 14 de novembro<br />

e a prova, dia 15 de novembro, em<br />

São Paulo. Em atenção à solicitação e à<br />

sugestão de diversos colegas, o evento<br />

deverá ser realizado em uma sexta-feira<br />

e no sábado, dias de menos atividades<br />

assistenciais, possibilitando que a<br />

audiência seja maior.<br />

A <strong>SBHCI</strong> encerra o ano de 2008 com<br />

mais esse evento muito bem-sucedido, que<br />

se compõe com todos os demais deste ano<br />

que se encerra, iniciado em março de 2008,<br />

no Rio de Janeiro (Alta Complexidade e<br />

Extracardíaco), Congresso anual, em junho,<br />

no Recife, e mais nove edições do Programa<br />

de Educação Continuada (PEC).<br />

* Presidente da <strong>SBHCI</strong>


provA dA sbHci de 2008 pArA<br />

obtençÃo do certificAdo de áreA<br />

de AtuAçÃo eM HeModinâMicA e<br />

cArdioloGiA intervencionistA<br />

samuel silva da silva*<br />

A<br />

realização dessa Prova, em 28 de<br />

novembro, incluiu uma importante<br />

inovação metodológica representada<br />

pela chamada Prova<br />

Teórico-Prática. Essa prova consistiu na<br />

apresentação de casos editados de intervenções<br />

coronarianas percutâneas e de<br />

cenas de estudos angiográficos e de registro<br />

contínuo durante recuo de transdutor<br />

de ultra-som intracoronariano, que deveriam<br />

ser interpretados pelos candidatos,<br />

para que pudessem responder aos testes<br />

de múltipla escolha. Esses testes avaliaram<br />

o conhecimento referente a aspectos de interpretação<br />

diagnóstica e de conduta. Para<br />

a Comissão Permanente de Certificação<br />

(CPC), esse fato representou a concretização<br />

de uma proposta inovadora de avaliação,<br />

aprovada e desenvolvida em 2007. Para<br />

que isso ocorresse, houve a necessidade de<br />

realização de teste piloto prévio destinado<br />

a aferir a viabilidade técnica, indispensável<br />

diante do ineditismo da prova.<br />

Para a realização da Prova Teórico-Prática,<br />

a CPC decidiu adotar o método de<br />

projeção simultânea de imagens em quatro<br />

telões, com o uso de data show. Os 64<br />

candidatos participantes desse concurso<br />

foram divididos em quatro grupos de 16<br />

indivíduos, garantindo melhor condição de<br />

visualização das projeções. Os casos foram<br />

apresentados sucessivamente, com as<br />

cenas projetadas repetidas vezes, em ambiente<br />

com iluminação adequada, por um<br />

tempo considerado satisfatório, além da<br />

projeção de imagens paradas representativas<br />

do aspecto que se desejava salientar.<br />

A Prova Teórico-Prática constou da apresentação<br />

de dois casos de intervenção coronariana<br />

percutânea, três cenas de angiografias<br />

de distintos pacientes e de um caso de<br />

ultra-som intracoronariano. Foram formuladas<br />

dez questões de múltipla escolha, com<br />

duração de uma hora para sua realização.<br />

Não foram registradas intercorrências durante<br />

todo o processo. O desempenho dos<br />

candidatos revelou grau médio de acertos<br />

de 7,34 questões, o que classifica essa prova<br />

dentro do grau de dificuldade muito fácil.<br />

Embora a CPC considere que esse desempenho<br />

deva ser superior ao da tradicional<br />

Prova Teórica, não temos qualquer<br />

parâmetro para julgá-lo. Certamente, a adoção<br />

da modalidade das respostas em forma<br />

de múltipla escolha favoreceu as questões<br />

em que se solicitava um diagnóstico, por<br />

limitá-los a cinco possibilidades. Na próxima<br />

prova, a adoção de perguntas objetivas,<br />

com a modalidade de respostas abertas, e<br />

de um check list para a correção resolverá<br />

esse viés. A correção dessas questões por<br />

dois avaliadores, atuando em condição duplo-cega,<br />

é um método aceito de garantia<br />

de confiabilidade e de impessoalidade.<br />

O desempenho dos candidatos na Prova<br />

Teórica, reduzida a 50 questões e com tempo<br />

de três horas para sua realização, correspondeu<br />

às expectativas da CPC. A média de<br />

acertos foi de 28,39 questões, conferindo a<br />

essa prova grau de dificuldade médio (0,567),<br />

que, aliado ao grau de discriminação média<br />

das questões, classificado como bom (0,345),<br />

a coloca no padrão das provas anteriores.<br />

A proporção de candidatos que lograram<br />

aprovação mediante a somatória dos<br />

pontos das provas com a pontuação do<br />

currículo também não diferiu da dos dois<br />

últimos concursos, nos quais os critérios<br />

de avaliação foram os mesmos.<br />

Foram apresentados recursos contra quatro<br />

questões desta prova, tendo um deles resultado<br />

na anulação da questão, por divergências<br />

de resposta em capítulos diferentes de<br />

um livro da bibliografia oficial (Grossmann).<br />

A CPC cumprimenta os candidatos aprovados<br />

e aproveita a oportunidade para alertá-los<br />

que o prazo máximo para a realização<br />

da Prova Prática é de seis meses, conforme<br />

publicado no Edital de Convocação desta<br />

prova, estipulado por determinação da Sociedade<br />

Brasileira de Cardiologia/Associação<br />

Médica Brasileira (SBC/AMB).<br />

* Coordenador da Comissão Permanente de Certificação<br />

da <strong>SBHCI</strong> e cardiologista intervencionista – Londrina, PR<br />

Todas as imagens são ilustrações artísticas.<br />

Fotos e especificações representam o desenho atual (2007).<br />

As informações aqui contidas destinam-se à distribuição fora<br />

dos EUA e Japão apenas.<br />

© 2008 Abbott Laboratories. LA-3011C-07 04/2008<br />

www.xiencev.com<br />

ABBOTT CENTER - Central de Relacionamento com o Cliente<br />

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CERTiFiCAÇão<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 1<br />

ANU 1520.indd 1 7/5/2008 13:00:58


MAkinG oFF<br />

os bAstidores dA provA pArA títul<br />

Em novo formato, a<br />

primeira fase contou<br />

com provas teórica e<br />

teórico-prática<br />

Há cerca de um ano, a officium,<br />

empresa de Porto Alegre, Rio<br />

Grande do Sul, com vasta experiência<br />

na organização de<br />

concursos, foi procurada pela Comissão<br />

Permanente de Certificação (CPC)<br />

da <strong>SBHCI</strong> com o intuito de organizar a<br />

prova para obtenção do Título de Especialista<br />

em Hemodinâmica e Cardiologia<br />

Intervencionista. Encabeçados pelo<br />

dr. Samuel Silva da Silva, coordenador<br />

da CPC, sucessivos encontros foram<br />

definindo propósitos e distribuindo as<br />

tarefas para a realização da prova.<br />

“Todo o processo foi realizado de<br />

forma absolutamente sigilosa. Examinamos<br />

a prova sob diversos pontos<br />

de vista. A linguagem, a metodologia<br />

e a elaboração do teste objetivo são<br />

alguns dos principais pontos”, explica<br />

a professora maria do Horto Soares<br />

motta, diretora da officium.<br />

Nas reuniões seguintes, os membros da<br />

Comissão, oriundos de diferentes regiões<br />

do País, discutiram à exaustão as questões<br />

que compuseram a prova. “Trabalhamos<br />

com um número de questões superior ao<br />

necessário, abordando todos os pontos<br />

do programa”, afirma a professora.<br />

Para a prova, foram estimados três<br />

graus de dificuldade: fácil, médio e difícil. A<br />

cada uma das questões foi atribuída, ainda,<br />

uma escala de um a cinco, de acordo com<br />

o grau de relevância com a bibliografia<br />

que a embasa. Depois de classificadas as<br />

questões, a prova apresentou, aproximadamente,<br />

a seguinte proporção: 25% de<br />

questões fáceis, 25% de questões difíceis,<br />

e 50% de questões de nível médio.<br />

A PROVA<br />

Todos os 64 candidatos homologados,<br />

que enviaram a documentação necessária<br />

dentro do prazo estipulado e<br />

que tiveram seus currículos analisados<br />

e pontuados, compareceram à prova.<br />

Foram 50 questões teóricas, de múl-<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

andré gasparini spadaro (sP), adriano Dias Dourado de oliveira (Ba), marco<br />

antonio de Vivo Barros (PB) e Dimytri alexandre de alvim siqueira (sP)<br />

maria do Horto (rs),<br />

representante da officium<br />

Prova teórica<br />

samuel silva da silva (Pr)


o de especiAlistA dA sbHci<br />

tipla escolha, e mais quatro casos editados<br />

na segunda fase. “o objeto da<br />

análise nesta segunda parte foi o meio<br />

eletrônico. Uma imagem foi exibida e,<br />

sobre essa imagem, foram formuladas as<br />

questões”, explica Samuel Silva da Silva.<br />

Uma hora após a prova, os resultados<br />

foram disponibilizados aos candidatos,<br />

os quais, munidos de seus cadernos de<br />

questões, puderam conferir as respostas<br />

e obter sua pontuação.<br />

Quatro deles discordaram do gabarito<br />

e entraram com recurso pedindo revisão,<br />

recorrendo do critério adotado pela Comissão<br />

para considerar aquela questão<br />

correta, relata Samuel Silva da Silva. Após<br />

análise de cada uma das reclamações, a<br />

Comissão entendeu que um dos pedidos<br />

era procedente, deferindo a solicitação<br />

e pontuando todos os candidatos<br />

para a referida questão, independentemente<br />

da resposta assinalada.<br />

Confirmado o gabarito final, foram<br />

aprovados pouco mais de 80% dos candidatos,<br />

ou todos aqueles com um mínimo<br />

de 70% de acertos. Para obter o título,<br />

esses indivíduos ainda têm, em um prazo<br />

de seis meses, de passar por uma prova<br />

prática. “Essa é uma prova real, realizada<br />

nos serviços para os quais os candidatos<br />

trabalham. membros da Comissão se deslocarão<br />

para as diferentes localidades a fim<br />

de verificar a proficiência de cada um.”<br />

A lista de aprovados está disponível<br />

desde 12 de dezembro no website da<br />

<strong>SBHCI</strong> (www.sbhci.org.br).<br />

na prova teórico-prática, as questões<br />

foram baseadas em casos editados<br />

em pé, álvaro Vieira moura (Pr), nelson antonio moura de araujo (Pe), maria do Horto (rs), andré<br />

g. spadaro (sP), Dimytri alexandre de alvim siqueira (sP) e adriano Dias Dourado de oliveira (Ba).<br />

sentados, Décio salvadori Jr. (sP), samuel silva da silva (Pr), marco antonio de Vivo Barros (PB) e<br />

sérgio luiz navarro Braga (sP)<br />

pArticipAntes fAlAM dA experiÊnciA<br />

A reportagem do Jornal da sBHci<br />

acompanhou a realização da prova em 28<br />

de novembro, no Hotel Sofitel, em São Paulo.<br />

As expectativas dos candidatos antes da<br />

prova, em geral, eram de que as questões<br />

abordassem suas rotinas e de que priorizassem<br />

temas atuais, como as novas diretrizes.<br />

Rafael Silva, residente do Instituto do<br />

Coração (InCor), de São Paulo, esperava<br />

que a prova fosse abrangente, selecionando<br />

assim os melhores candidatos.<br />

“Espero que seja uma prova bem elaborada,<br />

que aborde o que a gente vê na<br />

prática, e que não se prenda a detalhes, os<br />

chamados ‘rodapés de livros’ ”, comentou<br />

Eugenio martins marinho, natural de Varginha,<br />

minas Gerais, que atua na Comissão de<br />

Ensino e Treinamento (CET) do Biocor Instituto,<br />

em Belo Horizonte, minas Gerais.<br />

Para Guilherme de oliveira Carvalho,<br />

também do Biocor Instituto, e que trabalha<br />

no Serviço de Hemodinâmica de Teófilo<br />

otoni, em minas Gerais, o título é uma<br />

busca para complementar sua certificação.<br />

“Com ele poderei trabalhar com mais segurança.”<br />

o candidato já estava em São Paulo<br />

para o Curso de Revisão e gostou do conteúdo:<br />

“As aulas foram muito boas, bastante<br />

intensas, e abrangeram todo o conteúdo”.<br />

Dois residentes do Hospital Beneficência<br />

Portuguesa de São Paulo aguardavam,<br />

ansiosos, o início da prova. Guilherme<br />

Alves lapa, natural de Birigüi, interior de<br />

São Paulo, era um deles: “Imagino que seja<br />

uma prova difícil, mas não impossível”. Seu<br />

colega de trabalho, luis Felipe Wili, nascido<br />

em Cascavel, Paraná, concordou com<br />

Guilherme lapa na expectativa de uma<br />

prova difícil: “É um espectro muito grande<br />

de conceitos, de estudos, pois essa área se<br />

renova facilmente. Novos conceitos são<br />

introduzidos constantemente, ampliando<br />

ainda mais a gama de conteúdo”.<br />

Sobre o curso, luis Felipe Wili considerou<br />

extremamente proveitoso: “É importante<br />

rever especialmente as disciplinas<br />

que são um pouco mais complicadas, pela<br />

própria dificuldade dos temas”. Quanto à<br />

prova teórica, diz que foi bastante complexa.<br />

Achou, porém, a segunda parte, teóricoprática,<br />

mais tranqüila, pois abordou casos<br />

comuns no dia-a-dia do hemodinamicista.<br />

Da capital paranaense, Costantino<br />

Costantini realizou a prova e a definiu<br />

como bem estruturada: “Estava acessível<br />

para quem estudou. A segunda parte<br />

contou com situações que podem acontecer<br />

em nossa rotina, portanto exigem<br />

que o profissional esteja fundamentado<br />

para reconhecer e saber resolver com<br />

as ferramentas disponíveis em uma sala<br />

de hemodinâmica. Foram casos bem selecionados,<br />

acredito que nenhum deles<br />

possa suscitar dúvidas”.<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

MAkinG oFF


CULTURA<br />

pAlAvrAs Que curAM o co<br />

Em entrevista a Rogério Sarmento-Leite,<br />

diretor de Comunicação da <strong>SBHCI</strong>, o médico<br />

e escritor Moacyr Scliar fala das duas grandes<br />

paixões de sua vida: a medicina e a literatura<br />

rogério sarmento-leite<br />

Moacyr Scliar nasceu na cidade<br />

de Porto Alegre, em março<br />

de 1937. Foi alfabetizado pela<br />

própria mãe e graduou-se em<br />

medicina em 1962 pela Universidade Federal<br />

do Rio Grande do Sul. Em 1963,<br />

iniciou sua vida profissional fazendo residência<br />

em clínica médica e trabalhando<br />

no antigo Serviço de Assistência Médica<br />

Domiciliar e de Urgência, mas já em 1962<br />

publicara seu primeiro livro: Histórias de<br />

um Médico em Formação.<br />

A partir daí, não parou mais, tornando-se<br />

um dos maiores escritores brasileiros.<br />

São mais de 67 obras abrangendo<br />

romances, crônicas, contos, literatura<br />

infantil e ensaios, pelos quais recebeu<br />

inúmeros prêmios literários. Seu estilo<br />

é marcado pelo flerte com o imaginário<br />

fantástico e pela investigação da tradição<br />

judaico-cristã. Alguns de seus livros<br />

foram publicados na Inglaterra, Rússia,<br />

República Tcheca, Eslováquia, Suécia, Noruega,<br />

França, Alemanha, Israel, Estados<br />

Unidos, Holanda, Espanha e em Portugal,<br />

entre outros países.<br />

Em 1968, publicou a coletânea de<br />

contos O Carnaval dos Animais, que o<br />

próprio autor considera a mais marcante.<br />

Em paralelo ao campo literário, especializou-se<br />

em Saúde Pública, iniciando<br />

os trabalhos nessa área em 1969.<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

Na década de 70, após curso de pósgraduação<br />

em Israel, titulou-se doutor<br />

em Ciências pela Escola Nacional de<br />

Saúde Pública. Em 1993, tornou-se professor<br />

visitante da Brown University e da<br />

Universidade do Texas, nos Estados Unidos.<br />

Em 2003, foi eleito para a Academia<br />

Brasileira de Letras, ocupando a cadeira<br />

de número 31. Atualmente é colaborador<br />

de diversos meios de comunicação<br />

do País, entre os quais os jornais Folha<br />

de S. Paulo e Zero Hora. Já teve também<br />

vários textos adaptados para cinema, teatro<br />

e televisão. Confira o pensamento<br />

de Moacyr Scliar a seguir.<br />

Quais as principais motivações que<br />

o levaram a ser médico?<br />

Foi uma idéia que vinha desde a infância.<br />

Tinha muito medo de doença. Não<br />

que eu fosse hipocondríaco, pelo contrário,<br />

até gostava de ficar doente porque<br />

assim não precisava ir à escola. Mas<br />

quando meus pais e irmãos adoeciam eu<br />

entrava em pânico. Muito cedo comecei<br />

a ler sobre doenças e medicina, incluindo<br />

ainda romances como Olhai os Lírios do<br />

Campo, de Érico Veríssimo, e essas foram<br />

as motivações para minha decisão.<br />

Qual a melhor forma de se implementar<br />

e fomentar políticas de Saúde<br />

e fazer com que o resultado realmente<br />

apareça, traduzindo-se em<br />

melhora de qualidade de vida e redução<br />

de morbidade e mortalidade em<br />

adequação aos recursos disponíveis?<br />

Saúde pública é algo que depende<br />

muito de sensibilidade política, mas<br />

depende também de ações das pessoas,<br />

das famílias, das comunidades.<br />

A idéia da saúde como um valor deve<br />

ser desenvolvida mediante um processo<br />

educativo, e através dos meios<br />

de comunicação. Saúde deve ser parte<br />

inerente de nossa cultura, condicionando<br />

o estilo de vida das pessoas.<br />

moacyr scliar<br />

Atualmente, vivemos em um mundo<br />

individualista, competitivo e focado no<br />

lucro. Inexoravelmente isso se transpõe<br />

para a área da Saúde. Assim, às<br />

vezes, pacientes deixam de ter nome<br />

e passam a ter números, com atenção<br />

diminuída. outras vezes, mesmo sem<br />

razão, voltam-se contra o médico,<br />

como se este fosse um vilão ou o culpado<br />

pela sua condição clínica ou pela<br />

incompetência do estado em gerir o<br />

sistema. Colegas de profissão tornamse<br />

ávidos concorrentes. Muitos profissionais<br />

são sufocados ou oprimidos<br />

pelas fontes pagadoras e demais instituições,<br />

que visam prioritariamente<br />

ao resultado em nome dos conceitos<br />

de sustentabilidade e gestão. o senhor<br />

acha que aquela fase romântica<br />

da medicina realmente terminou e<br />

já faz parte da história?<br />

Não há dúvida de que estamos vivendo<br />

uma nova fase da medicina, uma fase em


AçÃo<br />

que ciência e tecnologia desempenham papel<br />

decisivo. Mas é um erro pensar que isso<br />

dispensa a dimensão humanista da profissão.<br />

Os pacientes não querem ser tratados<br />

apenas como uma doença, e sim como pessoas,<br />

e estão reagindo até com processos<br />

judiciais. Uma palavra-chave aí é empatia. O<br />

médico tem de aprender (caso isso não seja<br />

nele uma disposição natural) a se comunicar<br />

com o paciente, a entendê-lo, a saber o que<br />

dizer. Mesmo uma consulta rápida pode resultar<br />

num contato humano intenso; o que<br />

vale aí é a qualidade do tempo da consulta,<br />

não a quantidade. Humanidades médicas,<br />

um conjunto de disciplinas que incluem<br />

comunicação médica, antropologia, história<br />

da medicina e ética, precisam ser incluídas<br />

no currículo das escolas médicas.<br />

Quando o senhor despertou para a<br />

área literária?<br />

Fui motivado para a leitura por minha mãe,<br />

que era professora e uma grande leitora. Ela<br />

me incentivava a ler, levava-me à livraria para<br />

comprar livros. A mãe ideal para fazer do filho<br />

leitor... Daí a escrever, coisa que também<br />

comecei cedo, foi só um passo.<br />

Quais os pontos convergentes da literatura<br />

e da medicina? existe alguma<br />

divergência?<br />

Tanto literatura como medicina têm<br />

interesse fundamental na condição humana.<br />

Ambas valorizam a palavra – como<br />

instrumento estético ou como forma de<br />

diagnóstico e de terapia. Claro, a medicina<br />

lida com a realidade e a literatura, com a<br />

ficção. Mas a ficção ensina a compreender<br />

a realidade, e a realidade inspira a ficção.<br />

dizem que o povo brasileiro é pouco<br />

afeito à leitura. Isso é verdade?<br />

Até certo ponto, sim. Temos uma longa<br />

história de analfabetismo, que agora está<br />

sendo superada. O livro no Brasil sempre<br />

foi caro e considerado objeto de elite. Mas<br />

essa situação está mudando, e os nossos<br />

índices de leitura crescem sem cessar.<br />

Qual é o impacto que a leitura tem<br />

no grau de desenvolvimento social e<br />

humano de uma nação?<br />

Muito grande, e sobre a saúde em espe-<br />

cial. Os trabalhos mostram que filhos de<br />

pessoas com mesma renda e mesma classe<br />

social terão nível de saúde melhor se<br />

os pais tiverem nível educacional maior.<br />

escrever com qualidade e para o público<br />

em geral, além do dom natural,<br />

requer vários pré-requisitos. Quais<br />

são eles e onde o senhor busca sua<br />

fonte de inspiração?<br />

É preciso ter experiência muito grande,<br />

e a leitura ajuda. Além disso, como médico<br />

de Saúde Pública, estava acostumado<br />

a me comunicar com comunidades. E<br />

sensibilidade pessoal também ajuda.<br />

A Academia Brasileira de Letras é<br />

uma das instituições mais antigas,<br />

tradicionais e respeitadas do Brasil.<br />

Quais são as principais características<br />

e peculiaridades da Academia e<br />

o que ela representa para o senhor<br />

e para a sociedade?<br />

Primeiro: pela Academia Brasileira de Letras<br />

passaram grandes nomes da literatura<br />

brasileira, como Machado de Assis, Guimarães<br />

Rosa, Manuel Bandeira. Segundo: o povo<br />

brasileiro valoriza muito a ABL. Isso significa<br />

que ela pode desempenhar um papel muito<br />

importante, não só na questão ortográfica,<br />

como também na divulgação da literatura,<br />

sobretudo dos clássicos brasileiros.<br />

o que o senhor mais gosta de ler e<br />

escrever atualmente?<br />

Sobre vários temas, mas relação entre<br />

pais e filhos é um que me agrada particularmente.<br />

Por que o senhor destaca o livro o<br />

Carnaval dos animais como sua principal<br />

obra literária?<br />

Não é a minha principal obra, é a primeira.<br />

O livro que a precedeu, Histórias de<br />

um Médico em Formação, coleção de contos<br />

que escrevi na Faculdade de Medicina, era<br />

um pouco imaturo, e por isso considero-o<br />

o livro número zero, não o número um...<br />

A língua portuguesa é considerada<br />

por muitos como uma das mais difíceis.<br />

São muitas regras gramaticais<br />

e extenso vocabulário. Consta, inclusive,<br />

que o saudoso Érico veríssimo<br />

escrevia algumas passagens de seus<br />

livros em inglês para posteriormente<br />

transcrever para o português, dada<br />

a complexidade de nosso idioma. o<br />

presidente Luiz Inácio Lula da Silva<br />

assinou recentemente o decreto que<br />

autoriza a reforma, visando à simplificação<br />

de nosso idioma. Qual o impacto<br />

que o senhor imagina que isso<br />

terá para a cultura de nosso povo?<br />

É uma medida importante no sentido<br />

de simplificar e, portanto, democratizar a<br />

ortografia, que é muito complicada.<br />

A informação hoje está cada vez<br />

mais dinâmica e distribuída de forma<br />

compacta e eletrônica. o senhor<br />

teme que o livro na sua essência de<br />

ser venha a desaparecer das prateleiras<br />

e mesas de cabeceira?<br />

Não tenho dúvida de que o livro eletrônico<br />

desempenhará um papel importante,<br />

mas acho que o livro convencional<br />

ainda terá uma longa vida. De toda forma,<br />

o que importa não é o veículo do texto,<br />

mas sim o texto em si.<br />

Para finalizar, que livro o senhor está<br />

lendo agora e qual nos recomendaria<br />

para leitura?<br />

Por causa do ano Machado de Assis reli várias<br />

obras do mestre, a começar por O Alienista,<br />

que recomendo com entusiasmo.<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

CULTURA


enQuete<br />

tecnoloGiA flAt detector:<br />

existe vAntAGeM nA<br />

As reais vantagens do uso do flat panel<br />

em angiografia são a melhor qualidade<br />

na imagem em técnicas de alta<br />

dose, tais como cine e angiografia com<br />

DSA, além da uniformidade (ausência<br />

de distorções geométricas e perdas na<br />

geração da imagem, melhor qualidade<br />

nas bordas, maior range dinâmico,<br />

com menor saturação), melhor contraste<br />

e conseqüente redução na dose<br />

para esses casos. Seu peso e volume<br />

reduzidos também são um diferencial,<br />

pois o acesso ao paciente é mais confortável<br />

em algumas projeções com o<br />

uso de detectores de maior porte. Em<br />

contrapartida, seu custo ainda é bastante<br />

elevado, e a imagem para modos<br />

de baixa dose (fluoroscopia) é inferior,<br />

em decorrência de questões eletrônicas.<br />

Além disso, há queda da resolução<br />

final quando se usa ampliação<br />

da imagem, em comparação com os<br />

intensificadores de imagem de última<br />

geração. No Flat Panel, a ampliação da<br />

imagem é feita por meio de zooming<br />

digital, enquanto nos intensificadores<br />

a quantidade de pixels independe do<br />

tamanho do campo utilizado.<br />

sandro Moraes – Diretor<br />

de Produção e Serviços da<br />

XPrO sistemas Ltda.<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

A tecnologia digital proporciona redução<br />

de radiação para pacientes e staff, enquanto<br />

otimiza tempo e reduz custos. As<br />

organizações de saúde atuais se confrontam<br />

com uma variedade de desafios que<br />

afetam dia a dia a instituição, tais como<br />

assuntos relacionados ao staff, acréscimo<br />

dos custos operacionais, tempo para a<br />

realização dos procedimentos e diagnóstico<br />

seguro aliado a ótima qualidade de<br />

imagem. A tecnologia de detector plano<br />

foi desenvolvida como resposta a um<br />

desses desafios, o de otimizar a qualidade<br />

de imagem paralelamente à redução da<br />

dose de radiação. A utilização da tecno-<br />

Em aparelhos de Hemodinâmica que possuem<br />

a tecnologia flat pannel detector, podemos<br />

considerar como principal vantagem a<br />

imediata geração de imagens digitais no momento<br />

de sua aquisição e, a partir daí, todas<br />

as possibilidades de pós-processamento que<br />

logia flat detector possui claros benefícios<br />

quando comparada à já antiga tecnologia<br />

de intensificador de imagem. Na solução<br />

totalmente digital não há necessidade de<br />

calibração para ajuste da imagem, a qual<br />

permanece estável ao longo da vida do<br />

detector, diferentemente do intensificador<br />

de imagem, que, com o tempo, pode<br />

apresentar uma imagem denegrida. A melhor<br />

qualidade de imagem no detector<br />

caracteriza-se por homogeneidade, alto<br />

grau de detalhamento, completa ausência<br />

de distorções, maior contraste e melhor<br />

visualização de imagens sobrepostas. Adicionalmente,<br />

o detector plano é insensível<br />

a campos magnéticos, o que permitiu<br />

o surgimento de uma nova tecnologia<br />

aplicada à Cardiologia Intervencionista e à<br />

Eletrofisiologia: um equipamento de Hemodinâmica<br />

com navegação magnética<br />

(cateteres e fios-guia especiais possuem<br />

um pequeno ímã e são guiados automaticamente<br />

através do campo). Somados a<br />

todos esses benefícios, tal tecnologia requer<br />

menor custo de manutenção.<br />

Marcela Graziano – especialista<br />

de Produtos angiografia/<br />

radiografia da Siemens<br />

a imagem digital oferece através de softwares<br />

avançados, além do envio direto por sistemas<br />

de armazenamento e comunicação dos hospitais.<br />

A geometria dos equipamentos, combinada<br />

com algoritmos avançados, permite uma<br />

fidelidade maior nas medidas, principalmente<br />

nas bordas, região de muita importância para<br />

os médicos intervencionistas. Em decorrência<br />

da alta sensibilidade e definição das imagens,<br />

pode-se também usar quantidades menores<br />

de dose de radiação. Isso gera excelente<br />

qualidade, associada a maior segurança para o<br />

paciente. O flat pannel detector também oferece<br />

uma iluminação renovada, que fornece<br />

imagens temporais isentas de artefatos ao<br />

“branquear” o detector, eliminando o brilho<br />

da imagem durante estudos dinâmicos.<br />

Nelson vicari – Gerente de Produtos<br />

da linha Cardiovascular da Philips


suA AQuisiçÃo?<br />

A tecnologia flat panel tem como premissas<br />

a eliminação de distorções de<br />

borda, mantendo constante a distância<br />

entre pontos apresentados numa mesma<br />

imagem, a redução da dose de raios<br />

X e a melhoria da qualidade de imagem.<br />

A Toshiba, preocupada com a melhoria<br />

das ferramentas de diagnóstico<br />

e, principalmente, de intervenção<br />

cardíaca, desenvolveu sistemas que<br />

permitem trabalhar com melhor<br />

relação sinal-ruído que quaisquer<br />

outros sistemas com intensificador.<br />

Aliando imagens mais uniformes, pela<br />

linearidade de contraste, e sofisticados<br />

algoritmos de processamento<br />

de imagens que eliminam as sombras<br />

nas imagens, foi possível desenvolver<br />

novas aplicações clínicas, como a<br />

aquisição rotacional oblíqua.<br />

Assim, a tecnologia flat panel de detecção<br />

não somente permite maior<br />

precisão para medidas de artérias e<br />

menor acumulação de dose para o paciente<br />

e para a equipe médica, como<br />

também permite redução do uso de<br />

contraste nas aquisições rotacionais<br />

oblíquas, por exemplo em pacientes<br />

renais crônicos, o que também gera<br />

redução de custos em diversos itens.<br />

alexandre Paganini –<br />

Supervisor de Produtos xr da<br />

toshiba Medical do Brasil<br />

O intensificador de imagens (I.I.) ou a atual<br />

tecnologia dos flat panel detectors (FPD)<br />

indiretos são baseados em métodos de cintilografia,<br />

que converte os raios X primeiramente<br />

em luz e depois em sinal elétrico.<br />

Nesses métodos existem perdas de dados,<br />

principalmente da resolução espacial, em decorrência<br />

do espalhamento da luz.<br />

A nova geração de FPD possui conversão<br />

direta de imagens, o que assegu-<br />

Hoje em dia não dá para pensar em<br />

Hemodinâmica sem associação à tecnologia<br />

de painel digital, que permite<br />

diagnósticos mais precisos e seguros,<br />

com visualização dos menores vasos<br />

com qualidade de imagem ímpar. Du-<br />

ra alto desempenho em termos de sensibilidade<br />

e resolução. Aliado ao sistema<br />

digital de imagens, todos esses benefícios<br />

são transmitidos para obtenção da<br />

máxima qualidade da imagem final.<br />

A conversão dos raios X diretamente<br />

em sinais elétricos, através de uma camada<br />

conversora, elimina o processo de<br />

conversão dos raios X em luz.<br />

A interface digital, extremamente flexível,<br />

garante operações rápidas e reduz<br />

o tempo de exposição do paciente,<br />

além de permitir o envio dessas imagens<br />

pela rede local.<br />

Essa nova tecnologia (FPD direta) também<br />

conta com um sistema de monitoramento<br />

remoto permanente, que analisa<br />

todos os dados do detector, mantendo<br />

sua operacionalidade, diagnosticando e<br />

corrigindo eventuais alterações ocorridas.<br />

Marcelo Javier – especialista de<br />

Produto da Shimadzu do Brasil<br />

rabilidade, qualidade de imagem e dose<br />

de raios X são as principais vantagens<br />

da utilização da tecnologia de painel<br />

digital. Definitivamente, essa tecnologia<br />

levou os laboratórios de Hemodinâmica<br />

para um novo nível e atende<br />

aos mais altos níveis de exigência clínica,<br />

aliado ao prazer e à curiosidade<br />

criada sob imagens nunca obtidas. A<br />

GE Healthcare mais uma vez mostra<br />

a liderança, pois foi a precursora dessa<br />

tecnologia no mundo, completando<br />

oito anos de aplicação em laboratórios<br />

de Hemodinâmica. A mais alta<br />

qualidade em imagem e a riqueza de<br />

detalhes permitem tratamentos mais<br />

adequados, com segurança, rapidez<br />

nos procedimentos e conforto para o<br />

paciente. É um caminho sem volta.<br />

Paulo Banevicius –<br />

gerente de Produto raio-x<br />

Cardiovascular do Brasil e<br />

Cone Sul da ge Healthcare<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

enQuete


pERSpECTiVAS<br />

o presente e o futuro dos procediMe<br />

Marco V. Wainstein, membro da Comissão Científica da <strong>SBHCI</strong>, traça um<br />

panorama dos procedimentos extracardíacos e aborda, inclusive, problemas<br />

e soluções para os conflitos entre especialistas no setor. Confira!<br />

Qual o cenário atual e quais as<br />

perspectivas para as intervenções<br />

endovasculares extracardíacas no<br />

cenário mundial?<br />

Os procedimentos endovasculares são<br />

um dos principais focos do tratamento percutâneo<br />

das doenças cardiovasculares. Essas<br />

enfermidades extracoronárias, ou extracardíacas,<br />

são doenças absolutamente freqüentes,<br />

com os mesmos fatores de risco que a<br />

doença aterosclerótica das artérias coronárias.<br />

Mesmo com esse alto índice de ocorrência,<br />

até pouco tempo atrás não se fazia<br />

uma investigação suficientemente detalhada.<br />

Essa mudança na abordagem, no reconhecimento<br />

da alta freqüência e da morbidade e<br />

mortalidade que essas doenças apresentam,<br />

fez com que esses procedimentos passassem<br />

a ser mais freqüentemente realizados.<br />

Então, é uma área de conhecimento muito<br />

grande, que vem merecendo a atenção não<br />

apenas de intervencionistas, mas também<br />

de demais especialistas que atuam de forma<br />

concomitante nesse território, como o cirurgião<br />

vascular, o radiologista intervencionista<br />

e o neurorradiologista.<br />

A quais dos procedimentos endovasculares<br />

o senhor tem se dedicado<br />

mais especificamente?<br />

Os procedimentos endovasculares, também<br />

chamados de extracardíacos, são realizados<br />

basicamente em artérias dos membros<br />

inferiores, artérias renais, carótidas e<br />

aorta. Dentre esses locais, tenho me dedicado<br />

mais à parte renal. Isso porque a doença<br />

renal tem apresentação clínica muito<br />

parecida, inclusive com sintomas de doenças<br />

cardíacas, que são a minha área principal de<br />

atuação como cardiologista intervencionista.<br />

Não raro, pacientes com doença obstrutiva<br />

da artéria renal, na sua forma aterosclerótica,<br />

apresentam como manifestação<br />

clínica sintomas cardiovasculares, como<br />

edema pulmonar ou insuficiência cardíaca,<br />

associados a manifestações renais específicas,<br />

como hipertensão arterial ou perda<br />

de função renal. Pelo fato de essas doenças<br />

estarem localizadas predominantemente<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

na origem, no óstio das artérias renais, o<br />

tratamento percutâneo é bastante semelhante<br />

ao realizado para tratar uma lesão<br />

de óstio artocoronário. Sem falar que esses<br />

pacientes são freqüentemente acompanhados<br />

clinicamente em consultório,<br />

ao contrário daqueles com doenças de<br />

membros inferiores, que não costumam<br />

ser acompanhados por cardiologistas.<br />

Há alguma novidade nessa área?<br />

Atualmente está em andamento um estudo<br />

multicêntrico que vem comparando,<br />

de forma randomizada, em diversos países<br />

da Europa e da América do Sul – incluindo<br />

Brasil e Argentina –, o tratamento percutâneo<br />

com implante de stent mais tratamento<br />

clínico otimizado versus tratamento clínico<br />

otimizado apenas, em pacientes portadores<br />

de doença aterosclerótica obstrutiva<br />

da artéria renal. O estudo, do qual sou um<br />

dos três investigadores principais, incluirá<br />

cerca de 400 pacientes, que serão acompanhados<br />

por períodos de até três anos, com<br />

análise inicial de resultados em doze meses.<br />

Os desfechos clínicos incluirão melhora ou<br />

estabilização da função renal.<br />

Há quanto tempo e por qual motivo<br />

o estudo foi iniciado?<br />

Esse estudo começou há alguns anos,<br />

dada a escassez de resultados clínicos de-<br />

finitivos na literatura. Há estudos menores,<br />

estudos não-randomizados, mas só agora<br />

começaram a surgir informações mais importantes.<br />

Esse projeto começou há aproximadamente<br />

cinco anos, quando comecei<br />

a idealizar um protocolo nessa área. Após<br />

contato com uma empresa patrocinadora,<br />

juntamente com Thomas Zeller, da Alemanha,<br />

uma das pessoas mais renomadas na<br />

área de intervenção endovascular, passamos<br />

a desenvolver esse protocolo. Hoje<br />

temos outros colegas inclusive do Brasil,<br />

também investigadores renomados, colaborando<br />

com esse estudo. Em um ano teremos<br />

os primeiros resultados.<br />

Como é a relação entre os diversos<br />

especialistas envolvidos nessa área?<br />

Essa é uma área de grande interesse<br />

e de grande crescimento na cardiologia<br />

intervencionista, mas é também concomitante<br />

a outros especialistas. O cirurgião<br />

vascular, por exemplo, tem atuação<br />

bastante importante, visto que ele tem a<br />

experiência cirúrgica, principalmente nos<br />

casos de carótida, aórticos e membros<br />

inferiores, com exceção da artéria renal.<br />

O cardiologista intervencionista domina<br />

muito bem o manuseio do material, dos<br />

dispositivos, e a utilização do equipamento<br />

de angiografia, que é o equipamento<br />

básico do procedimento. O radiologista<br />

também tem amplo domínio da parte da<br />

técnica e vasto conhecimento no diagnóstico<br />

dessas doenças. Esses profissionais,<br />

portanto, têm de trabalhar juntos, em harmonia,<br />

porque essa é a premissa de uma<br />

equipe multidisciplinar: desenvolver cada<br />

vez mais o tratamento da doença endovascular,<br />

beneficiando o paciente.<br />

Como resolver eventuais conflitos<br />

nessa área?<br />

O diálogo é a base de tudo em qualquer<br />

área da vida, não apenas na medicina. Mas<br />

esse diálogo já vem sendo feito, de forma<br />

menos hierarquizada, menos normatizada,<br />

e há insucesso em diversos pontos. Recentemente<br />

temos buscado uma aproximação


ntos extrAcArdíAcos pERSpECTiVAS<br />

com a Sociedade Brasileira de Radiologia<br />

Intervencionista. Uma aproximação dessas<br />

duas sociedades pode ser a chave para resolver<br />

esses conflitos. Outra possibilidade<br />

é a normatização das rotinas, que sejam<br />

aplicadas às três sociedades: cirurgia vascular,<br />

radiologia e cardiologia intervencionista.<br />

Assim, regras em comum, aceitas pelas três<br />

entidades, determinarão quais os profissionais<br />

mais qualificados, perante critérios<br />

preestabelecidos, permitido seu trabalho<br />

sem o cerceamento da atividade.<br />

o que o senhor vê para o futuro do<br />

procedimento extracardíaco?<br />

Com várias subespecialidades buscando<br />

seu espaço nesse campo, a área só tem a<br />

crescer. Isso já foi percebido, inclusive, pelas<br />

indústrias de dispositivos, que estão investindo<br />

boa parte de seus recursos em pesquisa<br />

nessa área. Ainda há muito crescimento pela<br />

frente, e também grandes modificações, que<br />

favorecerão o surgimento de novas técnicas<br />

e que evitarão, em última análise, procedi-<br />

• O Menor Perfil<br />

• A Menor Estrutura Metálica<br />

• Excelente Força Radial<br />

• Excelente Navegabilidade<br />

MATSURI<br />

mentos mais agressivos e cirúrgicos, beneficiando,<br />

mais uma vez, os pacientes.<br />

Sobre a indústria, como é a relação<br />

nessa área? Há conflito de interesses?<br />

O relacionamento da cardiologia intervencionista<br />

com a indústria é muito sadio.<br />

São as mesmas indústrias que produzem<br />

os dispositivos de coronárias há muitos<br />

anos, já conhecem as regras de atuação,<br />

e estão cientes de que a ética profissional<br />

deve prevalecer sempre. Já fomos, inclusive,<br />

procurados por essas indústrias para fomentar<br />

e desenvolver a parte endovascular<br />

de nossos congressos de cardiologia intervencionista,<br />

e assim pretendemos fazer.<br />

Para o Congresso <strong>SBHCI</strong>/SOLACI 2009, a<br />

ser realizado em junho de 2009, no Rio de<br />

Janeiro, teremos um Programa Científico<br />

integralmente dedicado a procedimentos<br />

extracardíacos. Isso substituirá o curso de<br />

mesmo tema que foi realizado por dois<br />

anos consecutivos, inclusive nesta última<br />

edição, de 2008, com muito sucesso.<br />

Mace - Diabéticos - 12,4%<br />

Mace - Pequenos Vasos - 9%<br />

Total Mace - 12,6%<br />

(6 meses Follow-up)<br />

(18+/-5 meses Follow-up)<br />

A certeza de obter excelentes<br />

resultados em suas mãos.<br />

O Melhor Resultado!<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong>


GUiA FÁCiL<br />

coMo usAr o bAnco de<br />

dAdos eletrÔnico dA sbHci<br />

nilson Marques*<br />

A<br />

COREWARE disponibilizará, no<br />

website da <strong>SBHCI</strong>, um novo link<br />

dentro da página CENIC, onde<br />

poderão ser emitidos relatórios para<br />

apoio científico. Trata-se de uma<br />

ferramenta de apoio estatístico, chamada<br />

CORETOOLS, construída pela<br />

COREWARE, planejada e fundamentada<br />

nas técnicas de BI (Business Intelligence),<br />

que permite organizar enorme<br />

quantidade de dados de forma rápida,<br />

concisa e com elevada precisão analítica<br />

para melhor tomada de decisão.<br />

Veja a seguir algumas das facilidades<br />

ao usar o CORETOOLS.<br />

• Elaborar trabalhos científicos em<br />

pouco tempo.<br />

• Cruzar qualquer tipo<br />

de informação disponível<br />

no banco de dados.<br />

• Montar estruturas<br />

que permitam visualizar<br />

as informações ao longo<br />

do tempo.<br />

• Navegar pelas informações<br />

em quadro de<br />

tabela dinâmica, com funções<br />

que permitem agrupar,<br />

desagrupar, filtrar, visualizar<br />

detalhes, comparar e<br />

equalizar amostras.<br />

ASPIrAnteS<br />

Fábio Solano de Freitas Souza Salvador BA<br />

Jean Marcelo Ferreira da Silva Curitiba PR<br />

Leonardo Pereira de Mendonça Muriaé MG<br />

Marcus Costa Rio de Janeiro RJ<br />

Rodrigo Costa Guerreiro Rio de Janeiro RJ<br />

tItULAreS<br />

Frederico Thomaz Ultramari Rio do Sul SC<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

• Localizar informações específicas.<br />

• Exportar os relatórios para o EXCEL.<br />

O CORETOOLS, rigoroso no controle<br />

de acesso, identifica o usuário por<br />

meio do login e controla os níveis de<br />

acesso por três perfis:<br />

– Administrador: usuário da<br />

CENIC, que permite acessar todo o<br />

banco de dados;<br />

– equipe: usuário, que permite visualizar<br />

os procedimentos de um grupo<br />

de médicos;<br />

– Médico: usuário, que permite visualizar<br />

somente os procedimentos que o<br />

mesmo participou como operador.<br />

A COREWARE construiu o Teleficha-<br />

Online da CENIC em 2006 e, ao longo<br />

destes anos, adquiriu conhecimento dos<br />

procedimentos de Hemodinâmica para<br />

construir um sistema de base de dados<br />

que emite laudos conclusivos (diagnóstico<br />

e intervenção) e transmite os dados coletados<br />

diretamente para a ficha CENIC.<br />

Esse sistema (COREHEMO) é dividido<br />

em quatro módulos: Coronário,<br />

Extracardíaco, Neuro (em desenvolvimento),<br />

e Valvares e Congênitos (em<br />

desenvolvimento).<br />

Visite o site www.coreware.com.br<br />

e conheça nossa história. Construímos<br />

tudo sob medida.<br />

* Diretor técnico da COREWARE<br />

confirA os novos sócios dA sbHci<br />

Homologados em São Paulo em 27 de novembro de 2008<br />

Fulvio Soares Petrucci João Pessoa PB<br />

Gustavo Lobato Adjuto Belo Horizonte MG<br />

Luiz Carlos do Nascimento Simões Rio de Janeiro RJ<br />

Marcus Grangeiro Fernandes de Menezes Manaus AM<br />

Mauricio Jaramillo Hincapié Brasília DF<br />

Michelli Zanotti Galon São Paulo SP<br />

CoLABorAdorA<br />

Marinella Patrizia Centemero São Paulo SP


eferÊnciAs biblioGráficAs<br />

no texto científico:<br />

uMA tArefA Menos penosA<br />

Maria del carmen s. de stefani*<br />

e ângelo de souza**<br />

RESUMO<br />

Este texto foi escrito a convite, na tentativa<br />

de ajudar aqueles que estão se iniciando na<br />

escrita de artigos científicos e que esbarram<br />

nas dificuldades de organização das referências.<br />

É, portanto, um texto técnico, que pretende<br />

apontar na forma “como fazemos” a<br />

maneira de descomplicar os itens básicos das<br />

referências bibliográficas, para sua montagem<br />

em qualquer tipo de trabalho técnico. Esperamos<br />

que o texto seja útil e que alcance o<br />

propósito de tornar a tarefa menos penosa.<br />

INTRODUÇÃO<br />

A criação de um texto científico, seja de artigo,<br />

projeto de pesquisa, monografia, etc., é uma<br />

tarefa tão árdua para o pesquisador, que vários<br />

são os trabalhos existentes com orientações<br />

sobre como elaborar um texto científico. E é lógico<br />

que assim seja, pois o pesquisador, em geral,<br />

não é um escritor, mas um executor da pesquisa<br />

que terá que expor sua prática na forma escrita.<br />

Essa tarefa é tão importante quanto a pesquisa<br />

feita, pois sem a divulgação da pesquisa para<br />

a comunidade de nada adiantará seu trabalho.<br />

Dessa forma, o texto técnico, complexo por si<br />

só, deverá estar escrito de forma precisa, minimizando<br />

o esforço de compreensão do leitor 1 .<br />

Todo texto científico tem necessidade de<br />

ser referendado por textos de outros e/ou<br />

dos mesmos autores. A forma que permite<br />

ao leitor encontrar os textos com os quais<br />

se está estabelecendo uma conexão é a lista<br />

de referências bibliográficas, único elemento<br />

pós-texto obrigatório e indispensável.<br />

Segundo a Associação Brasileira de Normas<br />

Técnicas (ABNT), as referências representam<br />

o conjunto padronizado de elementos<br />

descritivos retirados de um documento,<br />

que permitem sua identificação individual. 2 É<br />

a organização de todos os autores citados<br />

no corpo do texto, obedecendo a padrões.<br />

Afirma, ainda, que há dois sistemas para a<br />

indicação das citações no texto: autor-data,<br />

sistema alfabético que prescreve a indicação<br />

do sobrenome do(s) autor(es) e do ano de<br />

publicação logo após a informação no texto;<br />

e numérico, que prescreve a utilização de numeração<br />

seqüencial, em algarismos arábicos,<br />

colocados em forma de potência, por ordem<br />

rigorosa de entrada no texto. O primeiro<br />

é preferido pelas universidades brasileiras<br />

para teses e dissertações e o segundo, pela<br />

maioria das publicações indexadas 3 .<br />

Os elementos das referências que identificam<br />

um documento são: elementos essenciais,<br />

representados por autores, título, imprenta<br />

(local, origem, data); e elementos complementares,<br />

representados por edição, tradutor,<br />

revisor, cooperador, página, ilustração.<br />

COMO FAZEMOS<br />

Trabalhando diretamente com a formatação<br />

de textos científicos na Unidade de Pesquisa<br />

do Instituto de Cardiologia do RS/Fundação<br />

Universitária de Cardiologia, que serão submetidos<br />

aos mais diversos tipos de publicações<br />

ou apresentados às bancas de mestrado ou<br />

doutorado, a referência bibliográfica, com o<br />

trato diário, tornou-se nossa colega de banco.<br />

1. REGRAS GERAIS<br />

– Otimize o tempo: Apesar de serem colocadas<br />

após o texto, as referências precedem o<br />

trabalho em si e o acompanham durante o desenvolvimento;<br />

assim, é importante armazenar<br />

cada fonte (livro, artigo, website, etc.) utilizada,<br />

mantendo o controle de autores, título completo,<br />

editor, local de publicação, data, volume,<br />

página e qualquer informação pertinente que<br />

ajude a localizar a fonte de maneira fácil 4 .<br />

– As citações devem estar no corpo do<br />

trabalho, primordialmente na introdução e na<br />

discussão. Sempre que se referir uma fonte de<br />

informação, deverá também ser citado<br />

de onde ela foi retirada.<br />

– Ao inserir as referências, cuide<br />

para que elas não interrompam<br />

o fluxo do texto, atrapalhando a<br />

compreensão da frase. As referências<br />

devem, preferencialmente,<br />

ser inseridas no final da frase.<br />

– Ao elaborar o texto, utilize<br />

suas próprias palavras e transmita<br />

apenas os aspectos relevantes. 5<br />

– Toda referência a trabalhos anteriores<br />

deverá estar contida, preferencialmente,<br />

até a fundamentação,<br />

antes da apresentação de novos conceitos. 6<br />

– Nem toda bibliografia consultada fará parte<br />

das referências bibliográficas. A bibliografia<br />

é a relação de obras sobre um determinado<br />

assunto, que, para um autor, pode ser a relação<br />

completa resultante de levantamento exaustivo,<br />

mas não seletivo. A referência bibliográfica,<br />

por sua vez, é a relação de obras citadas pelo<br />

autor e utilizadas para a elaboração do texto.<br />

Como norma, devem ser utilizadas referências<br />

recentes dentre os melhores livros e<br />

periódicos de sua área de pesquisa, embora algumas<br />

de importante contribuição possam ser<br />

mais antigas. Utilize referências de fácil localização,<br />

evitando, de forma geral, relatórios técnicos<br />

e resumos. Documentos obtidos por meio<br />

da Internet devem conter a data de acesso, em<br />

decorrência de seu caráter efêmero. 1 Todos os<br />

trabalhos listados nas referências devem obrigatoriamente<br />

ser mencionados no texto.<br />

2. PADRONIZAçÃO<br />

Na área científica, existem diferentes regras<br />

de apresentação da bibliografia aos autores.<br />

Tornou-se, assim, prioritária a organização<br />

desses elementos em uma forma comum a<br />

todos os tipos de publicação e para todos os<br />

estilos de citação, sendo as formas mais comuns<br />

a da ABNT e a do Comitê Internacional<br />

de Editores de Revistas Médicas (International<br />

Committee of Medical Journal Editors – ICMJE),<br />

conhecida como Estilo de Vancouver.<br />

O Estilo de Vancouver, baseado no padrão<br />

do American National Standards Institute (ANSI)<br />

e adaptado pela U.S. National Library of Medicine<br />

(NLM), foi elaborado por um grupo de editores<br />

de revistas da área médica em Vancouver, Ca-<br />

pASSo-A-pASSo<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 41


pASSo-A-pASSo<br />

nadá, em 1978. Seu principal objetivo foi o de<br />

estabelecer diretrizes para o formato dos artigos<br />

originais submetidos a revistas biomédicas.<br />

Adotado mundialmente, não utiliza espaçamentos<br />

entre os dados físicos e nem os identifica<br />

(volume, número ou fascículo e paginação) e<br />

não destaca o nome dos periódicos 7 .<br />

Na elaboração das referências, algumas<br />

regras básicas devem ser observadas, como<br />

demonstrado no Quadro 1.<br />

Independentemente do estilo de referência<br />

utilizada, é muito importante:<br />

1. verificar se existe algum tipo de estilo<br />

de citação adotado pelo periódico em que o<br />

trabalho será publicado;<br />

2. fornecer a informação mais completa<br />

possível relativa a cada referência bibliográfica,<br />

de modo a que qualquer leitor possa<br />

identificar, sem dúvidas, a obra referenciada; e<br />

3. respeitar o estilo de citação em toda a<br />

listagem de referências.<br />

PROGRAMAS DE GERAçÃO<br />

AUTOMÁTICA DE BIBLIOGRAFIAS<br />

Os novos softwares para armazenar referências,<br />

além de facilitadores para quem não dispõe<br />

de muito tempo, oferecem a possibilidade ao<br />

autor de interagir com as fontes bibliográficas,<br />

digitar e importar. Permitem também que, à medida<br />

que o documento é produzido (artigos, teses,<br />

livros, etc.) e as referências vão sendo inseridas,<br />

seja criada, no final, automaticamente, a lista<br />

de referências no estilo selecionado (de acordo<br />

com o periódico). Naturalmente é necessária<br />

cuidadosa revisão do autor após a inserção das<br />

referências utilizando essas ferramentas.<br />

A operacionalidade desses bancos de dados<br />

restringe-se à instalação do programa, que<br />

passa a interagir com o Word for Windows, e<br />

de três comandos básicos para a inserção das<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

citações no texto, ilustrados na Figura 1:<br />

– SELECIONAR a bibliografia;<br />

– IDENTIFICAR o local da citação; e<br />

– INSERIR a bibliografia.<br />

Recentemente, a ISI Web of Knowledge da<br />

Thomson Reuters, antigo Institute for Scientific<br />

Information, uma das mais importantes<br />

instituições de gerenciamento de periódicos<br />

científicos indexados do mundo, disponibilizou<br />

a seus clientes o acesso gratuito à<br />

versão EndNote Web, ferramenta com plena<br />

integração nas bases de dados da ISI.<br />

COMENTÁRIOS FINAIS<br />

Nós também não somos escritores e igualmente<br />

pecamos na escrita de um texto técnico.<br />

Tentamos oferecer ao leitor elementos que facilitam<br />

a construção de uma lista de referências<br />

bibliográficas, seguindo os passos primordiais: a)<br />

organize o fichário da bibliografia consultada<br />

antes de dar início ao projeto de pesquisa, com<br />

todos os elementos essenciais; b) a lista acompanhará<br />

todos os passos de elaboração do<br />

eLeMentoS PAdronIzAção 7<br />

AUtorIA<br />

• Dois ou três autores<br />

• Mais de seis autores<br />

• Vários trabalhos ou<br />

contribuições de vários<br />

autores – livros ou capítulos<br />

• Grupo de autores de estudos<br />

multicêntricos<br />

PerIódICo<br />

• Citação<br />

dAdoS FíSICoS<br />

• Volume, número ou<br />

fascículo e paginação<br />

QUAdro 1<br />

FIgUrA 1<br />

• Apresentação pelo sobrenome/iniciais<br />

em maiúsculas e minúsculas.<br />

• Separados por ponto e vírgula ou vírgula,<br />

conforme a exigência do periódico.<br />

• Relacionar os primeiros três ou os primeiros seis, seguidos<br />

da expressão et al., conforme a exigência do periódico.<br />

• Citação pelo nome do responsável intelectual organizador,<br />

coordenador ou editor entre outros, se em destaque na<br />

publicação, seguido da abreviação da palavra que caracteriza<br />

o tipo de responsabilidade, entre parênteses.<br />

• Identificar claramente todos os autores individuais (até seis),<br />

bem como o nome do grupo (as revistas usualmente<br />

listam os outros membros do grupo nos agradecimentos)<br />

• Adotar o estilo de abreviação usado no Index Medicus<br />

(lista de revistas indexadas pela MEDLINE).<br />

• Se não constar, transcreve-se na íntegra.<br />

• Não utilizar espaçamento antes e após.<br />

• Observar a exigência de número/série ou fascículo<br />

• Atenção na paginação, pode condensar ou não.<br />

(Ex: 345-8 ou 345-48 ou 345-348)<br />

ForMAtAção • Alinhar somente a margem esquerda e utilizar<br />

espaçamento duplo entre uma referência e outra.<br />

• Lista de referências<br />

trabalho e, no final, ela estará pronta (“cite enquanto<br />

escreve”); c) repasse a lista do que deve<br />

e do que não deve ser feito numa referência<br />

bibliográfica; d) use e abuse de softwares bibliográficos,<br />

programados para ajudar, e que são<br />

de fácil manuseio (seu uso é mais fácil do que<br />

parece, tente!). Esperamos ter contribuído.<br />

REFERêNCIAS<br />

1. Hexsel RA. Pequeno manual da escrita técnica.<br />

Curitiba: Universidade Federal do Paraná; 2004.<br />

2. Associação Brasileira de Normas Técnicas.<br />

ABNT NBR 1424:2005. Informação e documentação<br />

– Trabalhos acadêmicos – Apresentação.<br />

Rio de Janeiro: ABNT; 2005.<br />

3. Brandão ML. Apresentação de trabalhos acadêmicos:<br />

Parte III: elementos pós-textuais. Rev<br />

SOCERJ. 2006;20(1):76-8.<br />

4. Como escrever uma bibliografia. Disponível<br />

na Web: www.monsterguide.net. Acessado em<br />

20/10/2008.<br />

5. How to Write a Paper in Scientific Journal<br />

Style and Format. How to cite other sources in<br />

your paper. Disponível na Web: http://abacus.bates.<br />

edu/~ganderso/biology/resources/writing/HTWcitations.html.<br />

Acessado em: 23/10/2008.<br />

6. Traina AJM, Traina Jr C. Grupo de Bases de<br />

Dados e Imagens do Instituto de Ciências Matemáticas<br />

e de Computação da Universidade<br />

de São Paulo – São Carlos. Como escrever artigos.<br />

Disponível na Web: http://gbdi.icmc.sc.usp.<br />

br. Acessado em: 23/10/2008.<br />

7. Clever LH, Colaianni LA, Davidoff F, Glass<br />

R, Horton R, Lundberg G, et al. International<br />

Committee of Medical Journal Editors. Uniform<br />

requirements for manuscripts submitted to<br />

biomedical journals. Disponível na Web: http://<br />

www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.<br />

html. Acessado em: 20/10/2008.<br />

* Conselheira do Conselho Estadual de Ciência e<br />

Tecnologia e coordenadora da Unidade de Pesquisa do<br />

Instituto de Cardiologia do RS/Fundação Universitária<br />

de Cardiologia – IC/FUC – Porot Alegre, RS<br />

** Responsável pelo Setor de Textos da Unidade de<br />

Pesquisa do IC/FUC – Porto Alegre, RS


curitibA ApresentA novidAdes dA<br />

cArdioloGiA intervencionsitA eM 2008<br />

Marcelo de freitas santos*<br />

Nos dias 5 e 6 de dezembro, Curitiba foi palco<br />

de discussões sobre as últimas novidades da cardiologia<br />

em 2008. Várias autoridades da área médica<br />

estiveram na capital paranaense para participar<br />

do 8 0 Simpósio Internacional de Cardiologia<br />

Invasiva para Clínicos, no Hospital Cardiológico<br />

Costantini. O evento contou com a presença de<br />

um dos mais reconhecidos profissionais da área<br />

intervencionista no mundo, o norte-americano<br />

Ziyad Hijazi, em sua primeira visita ao Brasil.<br />

Além dele, estiveram presentes os espanhóis Eulógio<br />

Garcia, Andres Iñiguez e Antonio Serra.<br />

Segundo o diretor científico e coordenador do<br />

evento, Costantino Ortiz Costantini, a participação<br />

de Hijazi na edição deste ano foi um privilégio para<br />

o evento e para os congressistas. Presidente da Sociedade<br />

Americana de Angiografia Cardíaca e diretor<br />

do Setor de Doenças Estruturais da Universidade<br />

de Rush (Chicago, Estados Unidos), Hijazi foi um<br />

dos palestrantes, abordando o tema que destacou<br />

o tratamento por cateter de cardiopatias congênitas.<br />

Autor de diversos artigos sobre o assunto e<br />

conhecido por seu trabalho no desenvolvimento<br />

de próteses que trazem grandes benefícios aos pacientes<br />

e que são atualmente as mais modernas utilizadas<br />

na medicina, ele falou sobre casos em que o<br />

paciente já nasce com má-formação, apresentando<br />

comunicação entre os dois lados do coração.<br />

O cardiologista norte-americano divulgou as<br />

Juan Carlos alico (argentina), edgar guimarães Vitor (Pe), alcides José zago (rs),<br />

luiz alberto mattos (sP), andres iñiguez (espanha) e luiz de Castro Bastos (Pr)<br />

novas técnicas para esse tipo de intervenção,<br />

apontando que hoje não é mais necessário realizar<br />

cirurgia a tórax aberto para solucionar o<br />

problema. Segundo ele, existem casos reais bemsucedidos<br />

em que é possível corrigir essa deficiência<br />

com próteses colocadas por cateter, sem<br />

ter de abrir o peito do paciente e expô-lo aos<br />

riscos inerentes à cirurgia.<br />

O médico ainda revelou sua experiência em<br />

cardiopediatria, apontando os avanços que a medicina<br />

intervencionista conquistou nos últimos<br />

anos e que está permitindo que milhares de bebês<br />

consigam sobreviver, mesmo nascendo com<br />

complexos problemas cardiovasculares. O médico,<br />

inclusive, foi um dos profissionais ilustres que<br />

prestigiaram, na véspera do simpósio, a solenidade<br />

de inauguração da Ala de Cardiologia Pediátrica e<br />

Fetal do Hospital Costantini, inédita no Paraná.<br />

Foi destaque do simpósio ainda a colocação<br />

de válvulas aórticas no coração por cateter.<br />

Foram apresentados dados robustos sobre<br />

as experiências desse procedimento em países<br />

europeus e nos Estados Unidos. A conclusão foi<br />

de que esse novo e revolucionário conceito se<br />

confirmou eficiente e seguro na prática e veio<br />

para ficar. Indicado para pacientes que têm alguma<br />

contra-indicação para cirurgia cardíaca,<br />

como limitações pulmonares, acidente vascular<br />

cerebral prévio, disfunção severa no coração ou<br />

nos rins ou estado geral de debilidade, a questão<br />

de destaque foi que agora esses pacientes têm<br />

uma alternativa real de tratamento.<br />

O evento contou com o apoio das Sociedades<br />

Brasileira de Cardiologia, Paranaense de Cardiologia<br />

e Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.<br />

A participação também somou pontos<br />

para a renovação do título de cardiologista.<br />

* Editor do Jornal da <strong>SBHCI</strong><br />

x siMpósio nordestino de doençA coronáriA eM MAceió<br />

O Instituto de Doenças do Coração, da Santa<br />

Casa de Maceió, Alagoas, realizou, em 29 de novembro,<br />

o X Simpósio Nordestino de Doença Coronária.<br />

Realizado no Hotel Ponta Verde, teve o objetivo de<br />

reunir hemodinamicistas, cardiologistas e cirurgiões<br />

cardíacos do Nordeste, tendo sempre três convidados<br />

de outras regiões do País.<br />

No primeiro simpósio, em 1999, os hemodinamicistas<br />

decidiram criar uma sociedade regional na área<br />

de Hemodinâmica, fato este que se concretizou quatro<br />

anos depois, com a Sociedade Norte-Nordeste<br />

de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista.<br />

Outros simpósios se sucederam, como o de José<br />

Nogueira Paes em Fortaleza (CE), de Boris Mejia em<br />

Natal (RN), e o simpósio da nossa Sociedade durante<br />

o Congresso Norte-Nordeste de Cardiologia.<br />

Nesse X Simpósio, para o qual foram feitas 155<br />

inscrições, contou com a participação de 35 cardiologistas<br />

intervencionistas, quatro cardiologistas que<br />

proferiram conferências (Gilson Feitosa, Antonio<br />

Carlos Souza, Antonio Nery, Edgar Pessoa de Melo),<br />

dois cirurgiões cardíacos, cinco cardiologistas intervencionistas<br />

do Sul e Sudeste (Rogério Sarmento-<br />

Leite, Costantino Costantini, Fábio Sândoli de Brito<br />

Da esquerda para a direita, José Klauber roger Carneiro (Ce), antenor Portela (Pi),<br />

gilvan Dourado (al), itamar ribeiro de oliveira (rn) e José Breno de sousa filho (Pe)<br />

Jr., Nahaliel Rodrigues, Maurício Barbosa) e um convidado<br />

internacional, o professor Eberhard Grube,<br />

da Universidade de Siegburg, na Alemanha.<br />

A programação incluiu vários módulos, com<br />

vinte casos editados e sete conferências, nas<br />

quais foi dada ênfase aos stents farmacológicos,<br />

à trombose subaguda de stents farmacológicos,<br />

à prevenção da doença coronária, à síndrome<br />

metabólica e à doença coronária. “Foi realmente<br />

compensador e gratificante ter promovido os<br />

dez simpósios”, frisa o organizador do evento, o<br />

cardiologista Gilvan Dourado.<br />

REGiSTRoS<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 4


pRoCEDiMEnToS<br />

cbHpM eM debAte<br />

QuAl o seu preço, doutor?<br />

luiz Antonio Gubolino*<br />

O título é uma pergunta que provoca<br />

certo impacto, podendo até chocar<br />

e constranger. Mas não deixa<br />

de ser uma realidade se levarmos em<br />

consideração que nosso trabalho é objeto<br />

de mercado e nossa remuneração,<br />

de grande especulação.<br />

Hoje o trabalho médico é remunerado,<br />

tendo como referência tabelas que nem<br />

sempre são coerentes com o real valor do<br />

serviço praticado pelo profissional médico.<br />

A tabela mais utilizada possui um coeficiente<br />

de honorários, que muda conforme<br />

a conveniência da fonte pagadora, isto é, varia<br />

conforme as “possibilidades” do mês.<br />

Nas últimas décadas, em meio à intensa<br />

atividade diária que nos absorve por completo,<br />

passamos a conviver com essa condição<br />

de trabalho, sem, ao menos, parar e questionar<br />

qual o “valor digno” pelo nosso trabalho,<br />

quanto merecemos pelo compromisso profissional<br />

a cada paciente. Com extremo pacifismo,<br />

passamos estes anos todos tolerando<br />

muito e questionando pouco, simplesmente<br />

AMB/92 descrição AMB-92<br />

40080218<br />

40080242<br />

40090019<br />

40090060<br />

40090086<br />

40090116<br />

40090175<br />

40090205<br />

40090213<br />

Cateterismo de<br />

câmaras direitas e<br />

esquerdas com estudo<br />

cinecoronariográfico<br />

Cateterismo de<br />

câmaras direitas e<br />

esquerdas com estudo<br />

cinecoronariográfico e<br />

de revascularização<br />

cirúrgica do miocárdio<br />

Angioplastia transluminal<br />

coronária de vaso único<br />

Implante de endoprótese<br />

intracoronária<br />

Recanalização mecânica<br />

por angioplastia<br />

transluminal<br />

coronária do IAM<br />

Valvotomia percutânea<br />

por via transeptal<br />

Implante transluminal<br />

percutâneo de<br />

endoprótese intravascular<br />

Oclusão percutânea<br />

de PCA<br />

Oclusão percutânea<br />

dos defeitos septais<br />

intracardíacos<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

de crescentes reivindicações à Diretoria de<br />

Qualidade Profissional da <strong>SBHCI</strong>, capitaneadas<br />

nas freqüentes conversas, encontros e<br />

e-mails dispensados a essa instância.<br />

Diante das manifestações de grande<br />

número de associados pelo País afora, iniciamos<br />

um estudo de avaliação do que é<br />

proposto como honorários médicos pelos<br />

procedimentos realizados pelo cardiologista<br />

intervencionista. Tivemos como ponto de<br />

partida a análise de duas tabelas de honorários<br />

médicos mais praticadas atualmente:<br />

a da Associação Médica Brasileira (AMB-<br />

92), mais utilizada, publicada em 1992, e a<br />

da Classificação Brasileira Hierarquizada<br />

de Procedimentos Médicos (CBHPM),<br />

4ª edição, de setembro de 2005 e pouco<br />

aplicada até o momento (Tabela 1). A 5ª e<br />

mais atual edição não está disponível para<br />

pesquisa on-line, somente por aquisição<br />

remunerada da brochura ou CD.<br />

Notamos que, entre elas, houve um<br />

avanço em relação aos valores praticados;<br />

porém, a distância entre a criação<br />

de ambas é tão grande que a primeira<br />

pergunta que ocorre é: será que esses valores<br />

estão devidamente atualizados? Se<br />

qualquer cardiologista intervencionista,<br />

de súbito, fosse questionado sobre quais<br />

seriam seus honorários para um determinado<br />

procedimento, certamente ficaria<br />

em dúvida sobre qual o “valor mais justo”<br />

TABElA 1 - ComPARATIVo ENTRE AS TABElAS AmB 92 E CBHPm PARA AlGUNS PRoCEDImENToS Em CARDIo<br />

Quantidade<br />

Ut CH<br />

acatando o achatamento econômico com<br />

poucas e modestas reações.<br />

Entretanto, atualmente, o limite de tolerância<br />

e sacrifício tem despertado os profissionais<br />

para uma maior manifestação de insatisfação.<br />

A ponto de esse tema ter sido motivo<br />

valor (r$)<br />

(CH = r$ 0,30)<br />

número de<br />

auxiliares<br />

Porte anestésico<br />

Código<br />

CBHPM<br />

1.000 300 1 3 30911079<br />

1.250 375 1 4 30911052<br />

1.300 390 2 3 30912040<br />

1.500 450 2 4 30912105<br />

1500 450 2 4 30912199<br />

descrição<br />

rol de Procedimentos Médicos CBHPM<br />

Cateterismo de câmaras direitas e esquerdas<br />

com estudo cinecoronariográfico<br />

Cateterismo cardiaco D e/ou E com<br />

estudo cineangiográfico e de<br />

revascularização cirúrgica do miocárdio<br />

Angioplastia transluminal percutânea<br />

por balão (1 vaso)<br />

Implante de stent coronário com ou sem<br />

angioplastia por balão concomitante (1 vaso)<br />

Recanalização mecânica<br />

do IAM por angioplastia<br />

1.350 405 2 4 30912253 Valvoplastia percutânea por via transeptal<br />

1.050 315 2 4 30912091<br />

Implante de prótese intravascular na aorta<br />

pulmonar ou ramos com ou sem angioplastia<br />

1.450 435 2 4 30912148 Oclusão percutânea do canal arterial<br />

1.450 435 2 4 30912121 Oclusão percutânea de shunts intracardíacos<br />

AMB = Associação Médica Brasileira; CBHPM = Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos; CH = coeficiente de honorários; IAM = infarto agudo do miocárdio; PCA = persistência do


pelo seu trabalho. Seguramente, passaria<br />

por sua memória quanto receberia pela<br />

tabela AMB-92 ou, se estivesse entre os<br />

privilegiados, pela tabela CBHPM.<br />

Pensando, principalmente, nessa necessidade<br />

de conhecimento de um referencial<br />

justo e atual para a remuneração da atividade<br />

do cardiologista intervencionista, a Diretoria<br />

da <strong>SBHCI</strong> está planejando um encontro<br />

com representantes de suas várias regionais.<br />

Iremos ampliar os debates nesse sentido, visando<br />

a arregimentar dados e opiniões consistentes,<br />

que reflitam a realidade de todo<br />

o País. Também queremos realinhar os<br />

valores para cada procedimento (Rol de recomendações<br />

de procedimentos e honorários),<br />

para que possam nortear o profissional da<br />

cardiologia intervencionista a pleitear sua<br />

remuneração da forma mais digna e adequada<br />

diante da realidade nacional.<br />

Esperamos, assim, que a pergunta objeto<br />

do título acima não seja mais uma incógnita<br />

na cabeça dos cardiologistas intervencionistas.<br />

Esperamos ainda que não os deixem<br />

constrangidos e muito menos sentindo-se<br />

desvalorizados em seu trabalho, já que a<br />

atividade invasiva nos obriga a ter extremo<br />

rigor na efetivação do diagnóstico e<br />

apurado refino técnico para um tratamento<br />

bem-sucedido e eficaz.<br />

* Diretor de Qualidade Profissional da <strong>SBHCI</strong><br />

loGIA INTERVENCIoNISTA<br />

Porte<br />

valor<br />

(r$)<br />

número de<br />

auxiliares<br />

Porte anestésico<br />

7C 340 1 4<br />

8C 408 1 4<br />

8C 408 2 3<br />

10C 676 2 5<br />

10C 676 2 4<br />

10C 676 2 4<br />

10C 676 2 5<br />

10B 608 2 5<br />

11B 784 2 5<br />

canal arterial; UT = quantidade unitária de CH.<br />

cbHpM eM debAte<br />

nossA sobrevivÊnciA e<br />

os Honorários Médicos<br />

itamar ribeiro de oliveira*<br />

E<br />

m primeiro de agosto de 2003, a Associação<br />

Médica Brasileira (AMB), o<br />

Conselho Federal de Medicina (CFM)<br />

e a Federação Nacional dos Médicos<br />

(FENAM) assinaram um documento na<br />

Comissão Nacional de Honorários Médicos,<br />

em conformidade com o disposto<br />

na Resolução CFM n o 1.673/03, comunicando<br />

os valores relativos, em moeda<br />

nacional, dos 14 portes e subportes (A, B,<br />

C), bem como a unidade de custo operacional<br />

(UCO), previstos na Classificação<br />

Brasileira Hierarquizada de Procedimentos<br />

Médicos (CBHPM), admitindo uma<br />

banda de 20% para mais ou para menos.<br />

Essa foi a terceira edição da CBHPM.<br />

Em setembro de 2005, porém, as mesmas<br />

entidades realizaram a revisão de 700<br />

procedimentos, sendo todo o conjunto de<br />

alterações discutido e acordado com as 48<br />

sociedades que solicitaram sua revisão. Essa<br />

quarta edição passou, ainda, por ampla discussão<br />

na Câmara Técnica Permanente da<br />

CBHPM, da qual fazem parte as entidades<br />

médicas, as operadoras de saúde e a Comissão<br />

Nacional de Honorários Médicos. Na<br />

época, a nova classificação tentava atingir seu<br />

papel principal, que era o de se consolidar<br />

como referencial entre prestadores e contratantes<br />

de serviços de saúde e de servir<br />

como balizador de nossa remuneração, além<br />

de regular a oferta de procedimentos necessários<br />

aos usuários dos serviços de saúde.<br />

Essa é, resumidamente, a história da terceira<br />

e da quarta edições da CBHPM. Na<br />

página 46 apresentamos a tabela comparativa<br />

com os principais procedimentos realizados<br />

na cardiologia intervencionista.<br />

Podemos, portanto, perceber que houve<br />

um ganho, na minha avaliação, razoável.<br />

Mas, a grande pergunta é: quem está<br />

recebendo a tabela chamada de plena?<br />

Quem recebe dobrados os procedimentos<br />

em apartamento? Quantos têm seus<br />

honorários sendo recebidos diretamente<br />

em sua conta? Quem recebe em dia? E as<br />

glosas? Finalmente, como iremos acoplar,<br />

o que considero um avanço, a quarta edi-<br />

ção da CBHPM de forma plena, ética e<br />

com garantia do recebimento?<br />

Cito, como exemplo, Natal (RN), cidade<br />

na qual os melhores contratos são da<br />

CBHPM, ainda na terceira edição, com<br />

redutor de 15%, e da UNIMED, com pro<br />

rata que chega a mais de 30% ao mês.<br />

Em junho deste ano, realizamos um movimento<br />

com os profissionais de nossa área,<br />

com a Associação Médica do Rio Grande do<br />

Norte, com três objetivos: desvincular os<br />

honorários dos pacotes dos hospitais; implantar<br />

a quarta edição da CBHPM; e passar<br />

a receber via cooperativa. Dos nove profissionais<br />

que militam na cidade, oito aderiram<br />

ao movimento e, por causa de apenas um<br />

colega, não digo que perdemos tudo, mas<br />

conseguimos apenas a promessa de desvinculação<br />

dos honorários. O mais desgastante<br />

é o preço incalculável da derrota desse<br />

movimento para nossa especialidade. Eis os<br />

questionamentos que fazemos: É justo nosso<br />

movimento? Sim, é claro que é, pois os<br />

honorários do médico são sagrados, fruto<br />

de anos de dedicação, esforço, trabalho e<br />

muita responsabilidade de todas as formas,<br />

inclusive criminal. E são do médico.<br />

Por que o colega “furou” o movimento?<br />

Parecia simples, pois somos poucos e com<br />

união venceríamos. Mas fatores extras fi-<br />

pRoCEDiMEnToS<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 4


pRoCEDiMEnToS<br />

zeram com que esse colega se desgarrasse.<br />

E agora, condenar o colega? Penso que<br />

não, quero que ele leia este artigo e reflita,<br />

e que volte ao “seio” de seus pares, pois<br />

esta luta é de todos e para sempre, e repito:<br />

nossos honorários são sagrados e são a<br />

recompensa de nossa nobre profissão.<br />

Mas há ventos que sopram a nosso<br />

favor, que é o exemplo clássico que vem<br />

de Salvador (BA), e que agora está em<br />

andamento no Recife (PE): uma cooperativa<br />

dos cardiologistas, que inclui a<br />

cardiologia intervencionista. Esperamos<br />

que tenham êxito.<br />

Então tudo está perdido aqui em Natal?<br />

Não, pois novamente a cardiologia<br />

também está voltando a se unir e estamos<br />

nos apoiando, de uma forma mais<br />

ampla, com união, entendimento e compromisso<br />

para conseguirmos avançar. E<br />

isso é bom para todos.<br />

E o Sistema Único de Saúde (SUS), fonte<br />

importante para muitos intervencionistas?<br />

Tivemos avanços na nossa tabela,<br />

tanto para o cateterismo como para a<br />

angioplastia, mas ainda distante quando<br />

comparamos com os convênios.<br />

Avaliando essa situação e também pela<br />

mudança que estava sendo imposta pela Se-<br />

CoMPArAtIvo dA tABeLA CBHPM 3 a e 4 a edIçõeS (CIrUrgIão enFerMArIA)<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

ProCedIMento CódIgo 2003/Porte 2004/Porte<br />

CATETERISMO CARDÍACO E/D COM<br />

CINEANGIOGRAFIA E VENTRICULOGRAFIA<br />

CATETERISMO REVASCULARIZADO E/D COM<br />

CINEANGIOGRAFIA E VENTRICULOGRAFIA<br />

IMPLANTE DE STENT CORONÁRIO COM/SEM<br />

ANGIOGRAFIA POR BALÃO VASO ÚNICO<br />

RECANALIZAçÃO ARTERIAL. NO INFARTO AGUDO<br />

DO MIOCÁRDIO P/ ANGIOPLASTIA COM STENT<br />

ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA<br />

MÚLTIPLOS VASOS/BIFURCAçÃO COM STENT<br />

ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL PERCUTÂNEA<br />

DE BIFURCAçÃO E DE TRONCO COM STENT<br />

ANGIOPLASTIA TRANSLUMINAL<br />

PERCUTÂNEA DE MÚLTIPLOS VASOS COM STENT<br />

CATETERISMO CARDÍACO E/D COM<br />

CINEANGIOGRAFIA VENT. E ESTUDO<br />

ANGIOGRÁFICO DE AORTA E RAMOS<br />

TORACOABDOMINAIS/MEMBROS<br />

cretaria Municipal da Saúde, na forma de repasse<br />

de nossos honorários, que seria feito<br />

pelos hospitais e não direto ao profissional,<br />

em 2006 realizamos um grande movimento<br />

em Natal, por meio da Associação Médica<br />

do Rio Grande do Norte, em conjunto<br />

com 16 especialidades médicas, pleiteando<br />

reajuste dos valores e recebimento via cooperativa<br />

médica. Conseguimos receber<br />

em dobro os honorários previstos na atual<br />

tabela, tanto para o cateterismo como para<br />

a angioplastia via cooperativa médica da Associação<br />

Médica, depois de uma greve de 76<br />

dias, muito desgaste, estresse ao extremo,<br />

polícia, Ministério Público, etc. Foi muito difícil<br />

e doloroso, mas conseguimos. Escrevo<br />

com satisfação que não foi apenas salutar<br />

para o médico, hoje nosso principal ganho,<br />

mas também para os pacientes do SUS, que<br />

puderam ter acesso a procedimentos e<br />

hospitais privados de excelente qualidade.<br />

E o que aconteceu em outros Estados?<br />

Ao que sei, não ocorreu nenhum movimento<br />

semelhante. E por quê? Nossos<br />

colegas cirurgiões cardíacos vêm conseguindo,<br />

de forma exemplar e justa, agregar<br />

mais valor a seus ganhos em vários<br />

Estados, como Ceará, Alagoas, Paraíba e<br />

Sergipe. Qual a mágica? Não há mágica,<br />

3.09.11.07-9 7C 7 C<br />

r$ 340,00 r$ 340,00<br />

3.09.11.05-2 8 C 8 C<br />

r$ 408,00 r$ 408,00<br />

3.09.12.10-5 10 C 10 C<br />

r$ 676,00 r$ 676,00<br />

3.09.12.18-0 10 C 12 C<br />

r$ 676,00 r$ 1.176,00<br />

3.09.12.03-2 11 B -<br />

r$ 784,00<br />

3.09.12.26-1 - 12 B<br />

r$ 960,00<br />

3.09.12.03-2 - 12 A<br />

r$ 892,00<br />

3.09.11.08-7 5 A 8 A<br />

r$ 160,00 r$ 368,00<br />

mas sim união, luta, perseverança e valorização<br />

de seu próprio ato. Esse bom<br />

exemplo serve de muita reflexão e ação.<br />

As coisas são fáceis? Claro que não. A<br />

título de entendermos o tamanho das nossas<br />

adversidades, recentemente a Cooperativa<br />

dos Anestesiologistas (COPANEST)<br />

recebeu um pedido de liminar do Ministério<br />

Público (MP) estadual e federal, feito<br />

pelo Ministério do Trabalho, para dissolver<br />

a cooperativa com a aplicação de diversas<br />

multas e o ressarcimento ao poder público<br />

de valores referentes a contratos, por<br />

exemplo, com o SUS, na casa dos 12 milhões,<br />

enfim, uma guerra frontal contra todos<br />

os médicos, na minha opinião. A defesa<br />

está sendo feita, mas o resultado ainda não<br />

saiu. O MP, órgão de extrema relevância no<br />

nosso regime democrático e na defesa do<br />

cidadão, tenta mais uma vez, aqui em Natal,<br />

acabar com o movimento médico, o que<br />

certamente terá um efeito dominó. E colocam<br />

o SUS como bandeira. Mas onde vão<br />

atender os pacientes? Que preparo tem o<br />

poder público para resolver esse problema<br />

sozinho? Algum médico vai ser obrigado<br />

a realizar um procedimento, sob a pena<br />

de ser preso? Como trabalhar assim? E o<br />

comentário é que é fácil para o MP atuar<br />

dessa forma, mas quando os procuradores<br />

ou seus familiares precisam de atendimento<br />

vão às instituições privadas, escolhem o<br />

médico e têm a sua disposição a melhor<br />

medicina. E os pacientes do SUS? Todos sabemos<br />

que as dificuldades são enormes e<br />

que com atitudes como essa, sem conhecimento<br />

de causa e de forma impensada e<br />

sem alternativa, o atendimento aos pacientes<br />

só piorará. Alguém tem dúvida?<br />

Somos uma Sociedade exemplar em<br />

termos científicos, de organização, e de<br />

inteligência na defesa da especialidade.<br />

Digo sempre que somos do bem. Mas<br />

quando olhamos sob o prisma de nossa<br />

remuneração, que é sagrada, entendo que<br />

precisamos nos debruçar e ter a mesma<br />

energia para juntos lutar e fazer prevalecer<br />

nossos anseios e necessidades. Nossa<br />

profissão e nossa especialidade são dignas<br />

e preenchem os dois requisitos básicos<br />

do ato médico: melhorar a qualidade de<br />

vida e aumentar a sobrevida dos pacientes,<br />

em especial a doença coronária, pela<br />

sua prevalência, morbidade e mortalidade<br />

na população em todas as classes sociais.<br />

Vamos reagir!<br />

* Presidente da Sociedade Norte-Nordeste<br />

de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista


novo sisteMA eleitorAl sbHci<br />

Marcelo Queiroga*<br />

A<br />

reforma estatutária realizada em<br />

2007, durante o Congresso da<br />

<strong>SBHCI</strong>, em Brasília (DF), trouxe<br />

uma nova disciplina eleitoral para a Sociedade,<br />

com a criação de um capítulo<br />

inteiramente dedicado ao tema, propiciando<br />

mais transparência na condução<br />

das eleições. Com o propósito de assegurar<br />

os requisitos expressos no estatuto<br />

social, a Diretoria da <strong>SBHCI</strong> está<br />

envidando todos os esforços para propiciar<br />

que o direito ao voto dos associados<br />

seja exercido em sua plenitude.<br />

As próximas eleições serão marcadas<br />

pela introdução do processo de<br />

votação eletrônica, mais ágil, rápido e<br />

seguro, estabelecendo uma nova era.<br />

Pela primeira vez, elegeremos todo o<br />

corpo de dirigentes da <strong>SBHCI</strong> e de suas<br />

regionais, assim como serão eleitos os<br />

membros dos conselhos deliberativo<br />

CronogrAMA dAS eLeIçõeS <strong>SBHCI</strong>/2009 – Período: JUnHo de 2009 (PrIMeIrA QUInzenA)<br />

26/11/2008 2/3/2009 2/4/2009 7/4/2009 8/4/2009 15/4/2009 17/4/2009<br />

Aprovação<br />

do sistema<br />

de votação<br />

no Conselho<br />

Deliberativo, em<br />

São Paulo, SP.<br />

Constituição<br />

da Comissão<br />

Eleitoral e<br />

divulgação<br />

do edital das<br />

eleições.<br />

Observação<br />

Previsão<br />

estatutária: até<br />

2/4/2009.<br />

Corte para<br />

verificação de<br />

adimplentes.<br />

Encerramento<br />

para inscrição<br />

das chapas.<br />

Envio da<br />

relação de<br />

votantes para<br />

a SBC (para<br />

confecção e<br />

emissão das<br />

senhas*).<br />

* Prazo<br />

para envio<br />

ao correio:<br />

máximo de<br />

5 dias úteis.<br />

Observação<br />

Data da<br />

postagem:<br />

7/4/2009.<br />

Emissão, pela<br />

Comissão<br />

Eleitoral, de<br />

parecer sobre<br />

a regularidade<br />

das chapas.<br />

Homologação,<br />

pela Diretoria,<br />

das chapas<br />

inscritas.<br />

21/4/2009 22/4/2009 24/4/2009 27/04/2009 4/5/2009 7/5/2009<br />

Divulgação e<br />

homologação<br />

do resultado do<br />

julgamento de<br />

recursos.<br />

Envio à SBC<br />

da relação de<br />

candidatos ao<br />

pleito eleitoral.<br />

Prazo para<br />

solicitação de<br />

2 a via da senha<br />

(pelo endereço<br />

eletrônico:<br />

eleições@<br />

sbhci.org.br).<br />

“ Nas próximas<br />

eleições será<br />

introduzido o<br />

processo de votação<br />

eletrônica, mais ágil,<br />

rápido e seguro,<br />

estabelecendo<br />

uma nova era ”<br />

e fiscal. Agora, todos os mandatos da<br />

Cardiologia nacional serão coincidentes,<br />

ensejando maior integração e condução<br />

dos projetos comuns.<br />

o processo operacional dessas eleições<br />

é de grande responsabilidade e<br />

Envio à SBC<br />

de tabela com<br />

solicitação de<br />

2 a via da senha.<br />

Envio da tabela,<br />

pela SBC, à<br />

gráfica para<br />

confecção de<br />

2 a via da senha.<br />

Postagem da<br />

2 a via da senha.<br />

Prazo para<br />

recurso de<br />

impugnação de<br />

candidaturas.<br />

Previsão<br />

estimada de<br />

recebimento<br />

da senha pelo<br />

associado.<br />

2/6/2009<br />

eLeIçõeS<br />

8h00<br />

Abertura do<br />

portal para<br />

votação<br />

ProCLAMAção doS reSULtAdoS nA ASSeMBLÉIA gerAL ordInárIA<br />

no CongreSSo SoLACI-<strong>SBHCI</strong> 2009 – rIo de JAneIro, rJ<br />

será realizado em parceria com a Sociedade<br />

Brasileira de Cardiologia (SBC).<br />

Para tanto, estamos destinando esforços<br />

conjuntos a fim de disponibilizar aos associados<br />

a votação por meio do Portal<br />

da <strong>SBHCI</strong>, proporcionando facilidade<br />

e segurança, em sintonia com o que já<br />

ocorre na SBC. o suporte irrestrito recebido<br />

do presidente da SBC, Antonio<br />

Carlos Palandri Chagas, tem sido fundamental<br />

para viabilizar, com o êxito requerido,<br />

o processo eleitoral.<br />

o cronograma a seguir explicita todos<br />

os passos a serem seguidos até a<br />

conclusão dos trabalhos, em junho de<br />

2009. A condução das eleições estará a<br />

cargo de uma Comissão Eleitoral, integrada<br />

por três membros oriundos dos<br />

Conselhos Deliberativo, Consultivo e<br />

Fiscal da Sociedade, que contarão com<br />

o irrestrito apoio da Diretoria.<br />

* Diretor Administrativo da <strong>SBHCI</strong><br />

9/6/2009<br />

8h00<br />

Encerramento<br />

da votação<br />

8h10<br />

Apuração dos<br />

resultados<br />

ESTATUTo<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong> 4


noTE & AnoTE<br />

cArlos GottscHAll lAnçA o sexto<br />

livro dA cArreirA nA sede dA AnM<br />

Ex-presidente da <strong>SBHCI</strong>,<br />

pesquisador e professorpleno<br />

de pós-graduação da<br />

Fundação Universitária de<br />

Cardiologia de Porto Alegre<br />

(FUC-RS), Carlos Antonio<br />

Mascia Gottschall apresentou<br />

em 16 de outubro, no<br />

Rio de Janeiro, seu sexto<br />

livro, Pilares da Medicina – A<br />

Construção da Medicina por<br />

seus Pioneiros. O lançamento<br />

foi na sede da Academia Nacional<br />

de Medicina (ANM),<br />

da qual o professor Gottschall<br />

é membro titular.<br />

Por meio da análise da medicina em diversas<br />

épocas, a obra retrata a evolução<br />

dessa área desde a pré-história. Segundo<br />

Gottschall, é resultado de um trabalho de<br />

leitura e pesquisa realizado ao longo de<br />

toda a vida, que foi condensado e, agora,<br />

pode ser apreciado por públicos variados.<br />

Mais que uma cronologia ou historiografia,<br />

esta obra pretende mostrar a história da<br />

medicina e a própria medicina inserida na<br />

história, como uma fonte de reflexão e de<br />

inspiração.<br />

“A medicina foi mágica, teística, absolutista,<br />

racionalista e agora é empirista. Embora<br />

tenha começado a tomar forma de<br />

ciência somente há 400 anos, é anterior à<br />

história, à filosofia, entre outros ramos”,<br />

Na última edição do Jornal da<br />

<strong>SBHCI</strong> (Ano XI – Número 3 – Julho a<br />

Setembro de 2008), por um equívoco<br />

na reportagem “O Vigor da Cardiologia<br />

Intervencionista em Santa Catarina”<br />

(pág. 16), deixamos de citar o especialista<br />

Dimitri Mikaelis Zappi, que<br />

ano xi - n o 4 - outubro a Dezembro - 2008<br />

errata<br />

afirma o autor, que também<br />

já foi presidente da<br />

Academia Sul-Rio-Grandense<br />

de Medicina.<br />

Especialista em fisiologia<br />

cardiorrespiratória, tendo<br />

publicado centenas de<br />

artigos e três livros sobre<br />

esse tema, ele menciona<br />

em seu novo livro as realizações<br />

dos médicos do<br />

passado, que foram artífices<br />

da construção da profissão<br />

como é conhecida hoje,<br />

como as bases da cirurgia<br />

de Ambroise Paré, a fundação<br />

da fisiologia por Harvey e as patologias<br />

de Morgagni. Também fala dos profissionais<br />

contemporâneos responsáveis por contribuições<br />

que mudaram a medicina.<br />

Considera que a medicina é mais do que<br />

apenas ciência, promove o homem, desenvolve<br />

e devolve a saúde, oferece a possibilidade<br />

de redenção pela ética que incorporou na<br />

sua prática. “Por mais que se sofistique usando<br />

refinadas técnicas, o médico não pode<br />

esquecer as origens e deixar de considerar<br />

como finalidade-alvo a promoção de socorro,<br />

consolo e alento.”<br />

O autor dedica a publicação à memória de<br />

Rubens Mário Garcia Maciel, seu professor na<br />

Universidade Federal do Rio Grande do Sul,<br />

de quem herdou a cadeira 41 da ANM.<br />

trabalha nesse Estado há anos com<br />

dedicação e brilhantismo.<br />

Cardiologista intervencionista formado<br />

em 2002 no Instituto Dante Paz-<br />

zanese de Cardiologia, de São Paulo,<br />

desde 2003 é o hemodinamicista responsável<br />

pelo setor de ultra-sonografia<br />

intracoronária no Serviço de Hemodinâmica<br />

e Cardiologia Intervencionista<br />

do Hospital Santa Catarina,<br />

de Blumenau, que tem como chefe da<br />

equipe Charles Luiz Vieira.<br />

Atua, também, com equipe própria,<br />

desde janeiro de 2008, no Hospital<br />

Dona Helena, de Joinville, sendo pioneiro<br />

na introdução da técnica radial<br />

como principal técnica de realização de<br />

cateterismo cardíaco nessa cidade.<br />

e x P e D i e n t e<br />

soCieDaDe Brasileira De<br />

HemoDinÂmiCa e CarDiologia<br />

interVenCionista — gestão 2006-2009<br />

luiz alberto mattos<br />

Presidente<br />

marcelo antônio Cartaxo Queiroga lopes<br />

Diretor administrativo<br />

Hélio roque figueira<br />

Diretor financeiro<br />

Pedro alves lemos neto<br />

Diretor Científico<br />

rogério sarmento-leite<br />

Diretor de Comunicação<br />

luiz antonio gubolino<br />

Diretor de Qualidade Profissional<br />

José antonio marin-neto<br />

Diretor de educação médica Continuada<br />

marcos antônio marino<br />

Diretor de intervenções extracardíacas<br />

César a. esteves<br />

Diretor de intervenções em Cardiopatias Congênitas<br />

César rocha medeiros<br />

luciana Constant Daher<br />

marcelo de freitas santos<br />

marcelo José Cantarelli<br />

editores<br />

acontece Comunicação e notícias<br />

Projeto Jornalístico<br />

norma Cabral da silva<br />

gerência administrativa<br />

Débora Valejo<br />

secretaria de Comunicação<br />

giselle de aguiar Pires<br />

edição de arte<br />

tiragem: 11.000 exemplares<br />

www.sbhci.org.br<br />

rua Beira rio, 45 - cjs. 71 e 74<br />

Vila olímpia - CeP 04548-050<br />

são Paulo, sP - fone: (11) 3849-5034<br />

esPaço Do leitor<br />

A Sociedade Brasileira de Hemodinâmica<br />

e Cardiologia Intervencionista ficará muito<br />

satisfeita em tê-lo como colaborador do<br />

Jornal da <strong>SBHCI</strong>. Ajudar a enriquecer<br />

nossa publicação é importante e simples.<br />

Basta enviar suas impressões e/ou<br />

sugestões para o e-mail<br />

ojornal@sbhci.org.br ou, por carta,<br />

para a Rua Beira Rio, 45 – cjs. 71 e 74 –<br />

Vila Olímpia – São Paulo, SP –<br />

CEP 04548-050, aos cuidados da<br />

Diretoria de Comunicação.<br />

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