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Plano de Manejo Completo - Secretaria do Meio Ambiente ...

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De acor<strong>do</strong> com os relatórios da R.A.E., as águas das nascentes da Serra da Cantareira<br />

foram escolhidas porque, embora superficiais, eram consi<strong>de</strong>radas <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> em<br />

razão <strong>de</strong> se localizarem em zonas pouco povoadas, cobertas <strong>de</strong> mata virgem, não<br />

haven<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> eles, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> contaminação <strong>do</strong> terreno, ainda que existisse<br />

um número consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> germens, <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>s nas análises da água, mas que <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com as autorida<strong>de</strong>s, não representavam risco <strong>de</strong> transmissão <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças para<br />

o homem.<br />

Com uma população <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 240.000 mil habitantes no final <strong>do</strong> século XIX,<br />

intensificava-se a dinâmica da estruturação <strong>do</strong> espaço paulista, sob seus interrelacionamentos<br />

entre a industrialização e a urbanização que dividia ou, como querem<br />

muitos historia<strong>do</strong>res, segregava geograficamente os habitantes <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com suas<br />

classes sociais 47 , muito embora existam opiniões <strong>de</strong> que essa segregação espacial só<br />

viesse a se acelerar a partir <strong>de</strong> 1930. 48<br />

Outra corrente <strong>de</strong> pensamento, porém, atribui ao crescimento da cida<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>, maior e mais rápi<strong>do</strong> que o planejamento urbano, o motivo<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>de</strong>sequilíbrio entre a ocupação e a organização racional <strong>do</strong> espaço.<br />

O Esta<strong>do</strong> se preparava para um <strong>de</strong>senvolvimento que já estava ocorren<strong>do</strong>; a<br />

população se multiplicava, fábricas se instalavam na cida<strong>de</strong> e arre<strong>do</strong>res, e as ativida<strong>de</strong>s<br />

econômicas se diversificavam.<br />

Em janeiro <strong>de</strong> 1893, o engenheiro José Pereira Rebouças, ainda contanto apenas com<br />

as águas <strong>do</strong> Reservatório <strong>de</strong> Acumulação e <strong>do</strong> Ipiranga, concebe um novo<br />

planejamento para a infraestrutura <strong>do</strong> abastecimento <strong>de</strong> água; a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo é<br />

dividida em zonas <strong>de</strong> distribuição.<br />

Para solucionar o fornecimento da zona alta os engenheiros realizaram várias<br />

medições, em diferentes épocas <strong>do</strong> ano, organizan<strong>do</strong> um projeto que compreen<strong>de</strong>u: a<br />

construção das represas nos mananciais situa<strong>do</strong>s entre o Cassununga e o Engorda<strong>do</strong>r,<br />

a canalização <strong>de</strong>ssas nascentes até uma caixa <strong>de</strong> junção (<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> Guapira), e o<br />

assentamento da linha <strong>de</strong> tubos <strong>de</strong> 300mm, entre essa caixa, e o reservatório <strong>de</strong><br />

distribuição da Liberda<strong>de</strong>, inicia<strong>do</strong> em 1893.<br />

Ficou <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> que, uma vez a<strong>do</strong>tadas as três zonas distintas <strong>de</strong> distribuição, cada uma<br />

<strong>de</strong>las <strong>de</strong>veria ser alimentada com mananciais cujas cotas <strong>de</strong> captação e volumes<br />

forneci<strong>do</strong>s estivessem <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os pontos <strong>de</strong> maior altura da respectiva zona,<br />

ou com as necessida<strong>de</strong>s relativas à sua área e população.<br />

47BERTOLLI, Filho Claudio. A gripe Espanhola em São Paulo, 1918. Ed. Paz e Terra S/A, São Paulo, 2003,<br />

p.37.<br />

48 BONDUKI, Georges Nabil. Origens <strong>do</strong> problema da habitação popular em São Paulo, primeiros<br />

estu<strong>do</strong>s. Espaço & Debates, v.2, nº 5, São Paulo, 1982, p.81-111.<br />

368 Programa <strong>de</strong> Pesquisa e <strong>Manejo</strong> <strong>do</strong> Patrimônio Natural e Cultural

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