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Plano de Manejo Completo - Secretaria do Meio Ambiente ...

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4 AVALIAÇÃO DO MEIO BIÓTICO<br />

4.1 Caracterização da Mata Atlântica<br />

Distribuída ao longo <strong>de</strong> 23 graus <strong>de</strong> latitu<strong>de</strong> sul, o bioma Mata Atlântica é composto<br />

por uma série <strong>de</strong> fitofisionomias bastante diversificadas, que incluem florestas <strong>de</strong><br />

planície e <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, matas costeiras e <strong>de</strong> interior, ilhas oceânicas, encraves e brejos<br />

interioranos no Nor<strong>de</strong>ste e ecossistemas associa<strong>do</strong>s como restingas, manguezais e<br />

campos <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Esta gran<strong>de</strong> diversificação ambiental propiciou a evolução <strong>de</strong> um<br />

complexo biótico <strong>de</strong> natureza vegetal altamente rico e uma enorme diversida<strong>de</strong><br />

biológica, com uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mismos (Tabarelli & Mantovani, 1999,<br />

Capobianco & Lima, 1997). Apresenta variações florísticas muito maiores que as<br />

outras formações florestais brasileiras, provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> às variações climáticas<br />

que ocorrem ao longo <strong>de</strong> sua área <strong>de</strong> distribuição.<br />

Para Oliveira-Filho & Fontes (2000), a flora arbórea das florestas <strong>do</strong> Su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil<br />

quan<strong>do</strong> analisada sob aspectos geográficos e climáticos apresenta diferenças<br />

relacionadas às variações <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong> das áreas e sua correspon<strong>de</strong>nte variação <strong>de</strong><br />

temperatura, e além disto, existe uma diferenciação no senti<strong>do</strong> norte-sul para as<br />

florestas ombrófilas, provavelmente causada por variações em temperatura e regime<br />

<strong>de</strong> chuvas.<br />

Oliveira (2006) estudan<strong>do</strong> a influência <strong>de</strong> fatores ambientais na organização das<br />

florestas atlânticas no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo, observou que a existência <strong>de</strong> um gradiente<br />

principal e único <strong>de</strong> variação florística e <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, que inclui as florestas<br />

ombrófilas e as estacionais semi<strong>de</strong>ciduais relaciona-se, principalmente à distância <strong>do</strong><br />

oceano e à duração <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> seco.<br />

O mesmo autor constatou em suas análises a indicação da associação <strong>de</strong> variáveis<br />

ambientais com a flora e a estrutura das florestas, on<strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> espécies<br />

respon<strong>de</strong>m diferentemente a essas variáveis e formam uma estrutura hierarquizada,<br />

constituída por espécies <strong>de</strong> distribuição ampla e espécies com nichos restritos<br />

característicos, ou seja, enquanto as espécies <strong>de</strong> distribuição ampla influem na<br />

similarida<strong>de</strong> hierárquica entre os habitats, as espécies mais restritas influenciam em<br />

suas peculiarida<strong>de</strong>s.<br />

No bloco ombrófilo houve o pre<strong>do</strong>mínio <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> nichos restritos, sugerin<strong>do</strong><br />

uma alta heterogeneida<strong>de</strong> florística e estrutural. Por outro la<strong>do</strong> as florestas <strong>do</strong> bloco<br />

estacional foram mais caracterizadas por espécies <strong>de</strong> ampla distribuição,<br />

<strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> maior homogeneida<strong>de</strong> florístico-estrutural, confirman<strong>do</strong> que a<br />

presença das espécies <strong>de</strong> distribuição ampla é uma resposta a um perío<strong>do</strong> seco e mais<br />

prolonga<strong>do</strong>, conforme sugeri<strong>do</strong> por Leitão Filho (1982) e Oliveira-Filho & Fontes<br />

(2000).<br />

No esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> São Paulo a Floresta Ombrófila Densa concentra-se principalmente ao<br />

longo das Serras <strong>do</strong> Mar e <strong>de</strong> Paranapiacaba. Trata-se <strong>de</strong> uma floresta perenifólia em<br />

clima <strong>de</strong> elevadas temperaturas (médias <strong>de</strong> 25 °C), e alta precipitação bem distribuída<br />

durante o ano (<strong>de</strong> 0 a 60 dias secos). Esse tipo <strong>de</strong> vegetação é subdividi<strong>do</strong> em<br />

formações or<strong>de</strong>nadas segun<strong>do</strong> a altitu<strong>de</strong>, que condiciona fisionomias diferentes.<br />

Avaliação <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Biótico 109

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