PLANO DE MANEJO DO - Secretaria do Meio Ambiente - Governo ...

Os elevados valores de condutividade elétrica e os baixos teores de oxigênio
dissolvido registrados nos pontos P1 e P3 são corroborados pelos resultados obtidos
por Brandimarte et al. (2005) em estudo em desenvolvido naquele lago, isto é,
condutividade entre 182,1 S.cm -1 e 332 S.cm -1 e oxigênio entre 0,76 mg.L -1 e 5,73
mg.L -1 . Análises químicas feitas por estes autores também detectaram elevadas
concentrações de amônia (1.341,75 g.L -1 a 4.846,80 g.L -1 ) e de fosfato (22,67 g.L -1
a 327,45 g.L -1 ), sendo a segunda espécie química responsável pelo processo de
eutrofização que ocorre naquele corpo d’água. Ainda encontraram grandes
quantidades de coliformes fecais e de Escherichia coli, tornando o lago impróprio para
recreação de contato primário.
O lago situado próximo à área administrativa do parque (ponto P7), também se
mostrou contaminado por efluentes domésticos, haja vista que as análises registraram
valores significativos de condutividade e baixa concentração de oxigênio dissolvido.
Encontra-se quase que completamente assoreado por material sólido proveniente de
terrenos localizados à montante.
O córrego que faz limite com o Parque em sua porção sudoeste (pontos P12 e P15)
sofre, igualmente, forte pressão do entorno. Este ambiente merece atenção quanto ao
provável recebimento de efluentes domésticos de um pequeno núcleo habitacional,
fato evidenciado pela elevada condutividade de suas águas. A rodovia Anhangüera é,
certamente, outro fator que gera impactos sobre o meio, podendo ser de fontes
difusas ou pontuais. Estas últimas são motivo de preocupação, em razão do grande
número de veículos que trafegam pela rodovia, muitos deles com cargas perigosas.
Isto posto, em caso de acidente pode-se comprometer seriamente o curso d’água.
Deve ser ressaltado ainda que a mata ciliar que deveria proteger a zona ripária
encontra-se degradada, principalmente nos terrenos situados fora da UC, sendo a
área usada para descarte de lixo e entulhos em geral.
Nas demais coleções de água a condutividade elétrica variou de baixa a moderada. As
concentrações de oxigênio dissolvido apresentaram-se em níveis característicos de
ambientes naturais, exceção feita ao ponto 22. Estes pontos, via de regra, estão
localizados no interior do Parque, em áreas mais afastadas de suas divisas, não
recebendo diretamente interferências das comunidades do entorno.
No entanto, algumas delas sofrem as conseqüências da visitação pública diária nas
trilhas de interpretação que cortam a área (pontos P6, P18, P19 e P20). Embora os
valores de turbidez medidos nestas águas não tenham sido necessariamente elevados
(exceção feita ao ponto P6), é fato que os solos das trilhas encontram-se
compactados devido ao pisoteio excessivo provocado pelos usuários. Uma vez que os
visitantes normalmente não respeitam os limites das trilhas, os terrenos vizinhos a
elas também se apresentam degradados, com a vegetação de sub-bosque bastante
alterada. Como conseqüência dessa situação, o escoamento superficial pluvial tende a
ser elevado durante as chuvas mais intensas, culminando na aceleração dos processos
erosivos, sendo o material erodido carreado para os cursos d’água. Assim, a Trilha da
Bica e a Trilha do Pai Zé são responsáveis pelo assoreamento dos corpos d’água
localizados a jusante.
Avaliação do Meio Físico 67