PLANO DE MANEJO DO - Secretaria do Meio Ambiente - Governo ...

6.3.3. Justificativa
A Zona de Recuperação do PE do Jaraguá abrange 60% da UC e contempla a
recuperação natural, ou seja, aquela que tem condições de se restabelecer sem ações de
manejo e uma segunda porção – que necessitará de interferências antrópicas para ser
recuperada – a recuperação induzida. Para efeito de melhor possibilitar as ações de
manejo e monitorar a recuperação destas áreas, foram subdividadas em Sub-zona de
Recuperação Natural e Sub-zona de Recuperação Induzida.
Estão incluídas na sub-zona de Recuperação Natural nas manchas de Floresta Ombrófila
Densa Montana com significativa alteração, representada por cerca de 40% do PEJ ou
quase 70% da Zona de Recuperação. Foram também englobadas, nesta sub-zona uma
faixa de 50 m nas bordas do Parque, que fazem divisa com áreas urbanizadas e a rodovia
Anhaguera, ou seja, ao longo de praticamente todo o perímetro do PEJ.
A sub-zona de Recuperação Induzida inclui a área de Savana com exceção do trecho
final da Trilha do Pai Zé e o Campo de Escalada – denominado Campo 1, uma vez que
são tradicionalmente utilizadas por escolares e população e grupos de escalada. Incluiuse
ainda na sub-zona de Recuperação Induzida as áreas de várzea ao redor dos lagos, e
um buffer de 50 m de cada lado das trilhas interpretativas e estrada turística do Jaraguá,
a fim de possibilitar o manejo das espécies exóticas constatadas nos levantamentos. Esta
distância foi definida por aproximação, sendo uma média do que foi visualizado nos
levantamentos, podendo ocorrer trechos em que as exóticas não adentram tanto o
interior da mata e outros em que a extensão da invasão é maior.
Ressalte-se que no atual cenário, não há necessidade de realizar a restauração de
nenhuma área no PE do Jaraguá por meio de plantio de espécies nativas. De modo geral,
as áreas de Floresta Ombrófila Densa definidas como Zona de Recuperação apresentam
potencial de auto-recuperação, por estarem inseridas em uma matriz florestal, com
potencial de colonização. No entanto, recomenda-se o estudo das taxas de endogamia e
de viabilidade das populações ameaçadas presentes no interior do Parque, a fim de
verificar se é necessário ou não adotar alguma medida de manejo mais específica. Além
do já mencionado controle das espécies exóticas, deve-se assegurar a eliminação dos
fatores de impacto para que a vegetação possa se regenerar, principalmente, nas áreas
de Savana.
Existe também uma grande possibilidade de que as espécies exóticas estejam espalhadas
por todo o interior do Parque, onde atualmente não há acesso e onde só será possível a
verificação em campo com a abertura de novas picadas. Entretanto, o volume de
trabalho para a erradicação dessas espécies em toda a área definida como sub-zona de
Recuperação Induzida já é grande o suficiente para os próximos cinco anos, quando
então deverá ocorrer a revisão do plano, podendo a distância ser redefinida com base
nas ações já executadas e em eventuais resultados de pesquisa realizadas no período.
198 Zoneamento