PLANO DE MANEJO DO - Secretaria do Meio Ambiente - Governo ...

Quanto aos aspectos socioeconômicos, a aldeia apresenta índices baixos, com
indicadores de renda e educação bastante insuficientes (CABRAL, 2008).
Dentre as principais necessidades apontadas estão: escola, posto de saúdel, bem
como a melhoria de construção de residências, atualmente edificadas com tábuas e
madeirites, garantindo maior segurança e conforto às famílias.
A aldeia é representada pela Associação República Guarani Amba Wéra responsável
pelo relacionamento formal com a sociedade não indígena. De acordo com Motta
(2007) além do reconhecimento externo, a Associação visa o abastecimento interno
(econômico) da comunidade, coordenando a relação com instituições que estão em
constante contato com a aldeia e também com grupos não indígenas que têm
objetivos variados, que vão desde visitas até projetos de doação. Representantes
dessa Associação foram convidados para todas as oficinas de planejamento
participativo realizadas no âmbito do processo de elaboração deste Plano de Manejo e
participaram de algumas delas.
Organizações não governamentais, escolas e igrejas ajudam a aldeia, com doações de
alimentos e roupas, e instituições governamentais atuam com projetos e programas
sociais que complementam a renda de algumas famílias como Renda Mínima, Bolsa
Família e Renda Cidadã. Alem dessas, a aldeia recebe benefícios das seguintes
Instituições (MOTTA, 2007):
Fundação Salvador Arena: atua na área de nutrição e provisão de alimento (desde
2002);
FURNAS: atua na área de recuperação ambiental e subsistência com o projeto
“Reavivar a Terra” (desde 2000);
Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo: atua na divulgação da cultura Guarani
através de um livro escrito pela comunidade - Ymanguareae Anguá (desde 2007);
Secretaria da Cultura da Prefeitura de São Paulo: Projeto ligado à escola da prefeitura
– CECI. Realiza doação para compra de material escolar (desde 2006);
Ministério da Cultura e ONG Bem te vi: doação de equipamentos e realização de
oficinas de áudio e vídeo (desde 2006).
Conforme observa Motta (2007), muitas das ações realizadas na aldeia são
assistencialistas, com ressalva para a criação do CECI social de educação indígena, que
tem como objetivo fortalecer as raízes e a autonomia do povo indígena.
O CECI é “uma grande Oca”, feita com teto de sapê contendo paredes de cimento e
troncos de madeira (Figura 40). Na paisagem ganha destaque em relação às pequenas
casas da população indígena feitas de tábua de madeira e compensado (FARIA, 2008).
Ainda segundo a autora sua construção ocorreu com foco numa educação infantil
diferenciada para a faixa etária dos 0 a 6 anos, com o objetivo de fortalecimento da
identidade étnica, estimulando e valorizando o uso da língua materna, as brincadeiras,
jogos, cantos, danças e o conhecimento dos mais velhos. Recebe ainda a visita de
escolas divulgando, assim a cultura Guarani para os não indígenas. A Tabela 23
apresenta os dados gerais do local.
158 Avaliação do Meio Antrópico