PLANO DE MANEJO DO - Secretaria do Meio Ambiente - Governo ...

com vegetação nativa na cidade de São Paulo e com a função educativa que se pode
proporcionar a um grande número de pessoas, por ser uma área de fácil acesso.
Contudo, uma das funções primordiais das unidades de conservação é também
proteger os ecossistemas e preservar a biodiversidade. Por isso, é preciso ponderar
os prós e contras das atividades humanas em áreas como essa, sobretudo porque ela
se encontra bastante perturbada pela presença de espécies exóticas e pela própria
visitação, necessitando urgentemente de ações que possibilitem sua recuperação,
como o manejo dessas espécies e medidas de redução de impacto das visitas.
4.2. Caracterização da Fauna
Aves, mamíferos e répteis são vitais para a manutenção da estrutura e funcionamento
dos ecossistemas atuais por integrarem a teia alimentar como presas, predadores e
decompositores, e atuarem como polinizadores e dispersores de sementes. Por
serem relativamente bem conhecidos, quando comparados a outros grupos de
animais, e suscetíveis a inúmeros impactos ambientais antropogênicos, tais como a
fragmentação de habitats e a caça, atuam como bioindicadores eficientes podendo
oferecer subsídios para o monitoramento da qualidade ambiental e para ações de
manejo em uma dada área.
Restam na bacia do Alto Tietê, na qual está inserida a região metropolitana da cidade
de São Paulo, apenas 23% da vegetação nativa original (KRONKA et al., 2005). A
maioria desses remanescentes é composto por vegetação secundária e ainda estão
sujeitos à degradação gerada por inúmeras atividades humanas no seu interior ou
entorno imediato.
As unidades de conservação de proteção integral têm como objetivo principal
conservar amostras representativas e viáveis, evolutiva e ecologicamente, das biotas
originais. Entretanto, muitas vezes, tal objetivo não é alcançado devido ao tamanho ou
desenho inadequado da reserva ou à deficiência no manejo.
Entre as unidades de conservação de proteção integral da região metropolitana de
São Paulo, o Parque Estadual do Jaraguá se destaca por proteger o ponto culminante
da paisagem local, o Pico do Jaraguá, e por estar localizado numa área transicional
dentro do bioma Mata Atlântica, numa zona de contato entre a Floresta Ombrófila, a
Floresta Estacional e o Cerrado (SOUZA et al. 2009). Provavelmente, apresentava
originalmente uma fauna de vertebrados rica e diversificada.
A região metropolitana de São Paulo apresenta um bom conhecimento em relação à
composição de sua fauna. Os levantamentos na área se iniciaram no século XIX, com
a visita do naturalista austríaco Natterer, e prosseguiram através das atividades de
inúmeros pesquisadores. A partir dos padrões faunísticos relatados, alguns dos
registros de espécies presentes nos dados secundários tornam-se duvidosos. Como o
objetivo principal da caracterização da fauna num plano de manejo é a proposição de
ações para a conservação, os erros de omissão e comissão 1 se equivalem no prejuízo
que podem causar e ambos devem ser evitados. Listas de fauna são infladas por
1 Refere-se a erros de amostragem. Comissão nesse caso é incluir uma espécie que esteja presente na área, por
exemplo, por falhas de treinamento.
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Avaliação da Biodiversidade