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PLANO DE MANEJO DO - Secretaria do Meio Ambiente - Governo ...

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Com relação às gramíneas, a braquiária (Urochloa decumbens) e o capim-gordura<br />

(Melinis minutiflora) são as principais ameaças na área de Savana, pois ocupam grandes<br />

extensões da parte alta <strong>do</strong> PEJ, toman<strong>do</strong> espaço das gramíneas nativas <strong>do</strong> Cerra<strong>do</strong> e<br />

descaracterizan<strong>do</strong> completamente a vegetação. Também foram observadas em áreas<br />

de borda, em outras partes <strong>do</strong> Parque. Essas espécies apresentam vantagens<br />

competitivas sobre as nativas por serem bastante rústicas e agressivas e por se<br />

estabelecerem com facilidade, especialmente em áreas antropizadas e com alta<br />

incidência de luz. A invasão dessas gramíneas africanas é comumente relatada em áreas<br />

de Cerra<strong>do</strong> e deve ser contida em caráter emergencial.<br />

Além das espécies comprovadamente exóticas, cuja origem está fora <strong>do</strong> território<br />

brasileiro, nos deparamos com a definição de espécies exóticas localmente, ou seja,<br />

aquelas espécies nativas de outras formações vegetais brasileiras e, portanto, fora da<br />

sua área de ocorrência se constatadas no PEJ.<br />

Um exemplo típico deste fato é a presença de araucária (Araucaria angustifolia), que é<br />

uma espécie endêmica da Floresta Ombrófila Mista. Eiten (1970) relata a ocorrência<br />

de florestas com araucária em área contínua, desde o limite com o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná<br />

até o planalto na região de Apiaí e Itapeva. Essa zona de ocorrência é interrompida<br />

para então surgir novamente na região noroeste <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> de São Paulo, próximo a<br />

Mococa e Caconde, acompanhan<strong>do</strong> trechos de elevada altitude nos limites com Minas<br />

Gerais para, finalmente, ocorrer com certa abundância em Campos <strong>do</strong> Jordão e no<br />

vale <strong>do</strong> rio Paraíba, nos campos da Bocaina. Não há registros históricos que<br />

comprovem a ocorrência de araucária na região metropolitana de São Paulo, mas a<br />

denominação <strong>do</strong> bairro de Pinheiros é atribuída às grandes extensões de pinheiros<br />

nativos que ali existiam.<br />

No Jaraguá, a maior probabilidade é de que as araucárias ali presentes tenham si<strong>do</strong><br />

introduzidas, portanto são exóticas ao local. No entanto, a sua remoção da área não é<br />

necessária, devi<strong>do</strong> ao seu caráter heliófito: quan<strong>do</strong> as plântulas se desenvolvem em<br />

ambientes limpos ou abertos possuem crescimento vigoroso, já os exemplares que se<br />

desenvolvem em meio a florestas sombreadas possuem caules finos e ramos atrofia<strong>do</strong>s<br />

(REITZ & KLEIN 1966; CALDATO, 1996). Assim, a regeneração da araucária em<br />

ambientes florestais fecha<strong>do</strong>s é considerada pouco viável, já que as espécies latifoliadas<br />

<strong>do</strong>s estratos superiores promovem sombreamento e contribuem para a substituição<br />

desta espécie por outras nativas. Portanto, a araucária não consegue deslocar<br />

populações nativas e, embora exótica não pode ser considerada espécie invasora.<br />

Já a definição de espécies exóticas ao PEJ e oriundas de FOD ou Floresta Estacional<br />

Semidecidual requer maior cuida<strong>do</strong>. Áreas de contato entre a Floresta Estacional <strong>do</strong><br />

interior paulista e a Floresta Ombrófila da região litorânea são comuns no Planalto<br />

Atlântico Paulista. A semelhança florística entre as florestas de áreas serranas<br />

localizadas em Jundiaí, Atibaia e São Roque definem um padrão de ocorrência da<br />

Floresta Estacional Semidecidual Montana para essa região. Já a proximidade da Serra<br />

da Cantareira e da Mantiqueira com a Serra <strong>do</strong> Mar/Paranapiacaba facilita a entrada de<br />

espécies da Floresta Ombrófila, desde que as mesmas sejam adaptadas às condições<br />

climáticas <strong>do</strong>minantes, ou seja, há uma pressão de seleção para a entrada de espécies<br />

tolerantes ao clima frio e à ocorrência de geadas (IVANAUSKAS et al. 2000).<br />

Avaliação da Biodiversidade 125

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