PLANO DE MANEJO DO - Secretaria do Meio Ambiente - Governo ...

3.3.5. Situação Geotécnica
Contribuindo com a questão da abordagem sobre a fragilidade ambiental, a avaliação
da situação geotécnica dos terrenos do PEJ aponta, de acordo com Nakazawa, Freitas
e Diniz (1994), para duas situações predominantes, aqui denominadas (A) e (B).
Situação A
Terrenos de alta suscetibilidade à erosão (horizonte C - solo de alteração)
No domínio das rochas cristalinas do embasamento, quando os solos são
expostos e há retirada do horizonte superficial , surgem sulcos e processos de
ravinamento, o que propicia a exposição do seu solo de alteração (também
denominado saprolito ou horizonte C) (Tabela 15).
Há diferenças na erodibilidade entre os solos de alteração das rochas do
embasamento cristalino, ditadas pela própria litologia e suas estruturas.
Contudo, estas mesmas diferenças se mostram pouco significativas se comparadas
com a extremamente mais baixa erodibilidade dos solos superficiais que capeiam
e originalmente protegem os solos de alteração. Este verdadeiro manto de
proteção, de pequena espessura (quase nunca ultrapassa 2 m), é freqüentemente
removido na maioria das ações necessárias para a implementação dos vários tipos
de uso do solo, com destaque, mais uma vez, para as atividades do uso urbano.
Nas operações de terraplanagem associadas à urbanização e ao assentamento
industrial e viário, como no entorno do PEJ, estes solos profundos são largamente
expostos à erosão, tanto in situ, nos cortes, como na forma de aterros e botaforas.
Nestas situações, se os terrenos não forem adequadamente protegidos,
tornam-se extremamente favoráveis ao desenvolvimento de processos erosivos, a
partir de mínimas concentrações de escoamento das águas pluviais.
Na ausência de soleiras que desvinculem (até certo ponto) o desenvolvimento do
perfil à montante com o do perfil à jusante, a alteração do perfil fluvial ocasionada
por erosão ou assoreamento à jusante da área do PEJ pode resultar em impactos
à montante, devido à alteração do nível de base e aceleração/redução da
velocidade do fluxo, com conseqüente alteração nas taxas de erosão do leito do
curso d’água e de transporte e deposição de materiais.
Tabela 15 . Situação A – síntese
Aspectos do Meio Físico Tipologia dos Problemas
Rochas do embasamento cristalino
(granitóides, xistos, filitos, migmatitos etc.)
Predomínio de morros e morrotes
Predomina declividade entre 20% a 70%
Cobertura generalizada por solo superficial
argiloso, vermelho, laterizado, com 1 metro
de espessura, muito resistente à erosão
Espessura dos mantos de alteração variável,
dependendo da litologia e do relevo, desde
poucos metros nos relevos enérgicos a
dezenas de metros nos relevos mais suaves
Erosão acelerada por sulcos e ravinas,
desenvolvidas a partir da concentração do
escoamento superficial, exclusivamente sobre
o horizonte C, in situ e nos aterros
Exposição do solo de alteração associada a
movimentos de terra, sobretudo em
loteamentos habitacionais e indústrias, e
obras civis diversas
Erosão sobre solos superficiais (horizontes
A e B) pouco significativa
Assoreamento generalizado nas drenagens
108 Avaliação do Meio Físico