PLANO DE MANEJO DO - Secretaria do Meio Ambiente - Governo ...

A Figura 20 apresenta a orientação de vertentes com 9 classes que representam a direção
das faces de exposição das vertentes na área analisada, segundo os pontos cardeais e
colaterais. Pode-se dividir a área do PEJ em três compartimentos predominantes.
Nas áreas oriental e setentrional predominam classes de vertentes expostas a sul, sudeste,
oeste e noroeste; na porção ocidental predominam classes de vertentes expostas a
nordeste, sudeste e leste. À norte, uma porção menor da área está orientada de modo
geral para norte e noroeste. Este tipo de configuração se submete fortemente à
orientação geral do interflúvio central que corta a UC e abriga os picos mais altos (cujas
cotas altimétricas chegam a até 1135 m). O interflúvio central apresenta orientação
norte–sul, tendo suas vertentes principais descendo para leste e oeste e orientando os
principais direcionamentos da drenagem, demonstrando forte influência estrutural da
geologia sobre a área analisada.
Corroborando esta configuração marcante do relevo local com forte influência estrutural,
Almeida (1967, apud IPT, 1981) se refere ao Pico do Jaraguá, como área enquadrada
dentro dos compartimentos denominados morros e cristas quartzíticas.
A análise detalhada da Carta Geomorfológica obtida para este estudo (Figura 18)
demonstra que no PEJ, a forma morfológica preponderante é a dos topos com formas
aguçadas, dimensão interfluvial média variando de 250 a 750 m, sendo, por estes valores,
considerada pequena. O grau de entalhamento dos vales é de 40 a 80 m, considerado
médio. Há ocorrência de rocha exposta nos picos mais elevados.
A ocorrência das formas de vertentes (retilíneas, côncavas e convexas) é relativamente
homogênea, ou seja, todas ocorrem sem predomínio de uma ou outra forma.
As vertentes convexas costumam apresentar maior estabilidade à erosão do solo que as
vertentes côncavas, porém devido às condições do meio físico no PEJ, estas vertentes
convexas, associadas aos neossolos litólicos, são tão suscetíveis à erosão quanto as demais
tipologias de vertentes, com alta instabilidade potencial (Figura 21).
As vertentes convexas, com vales restritos e de forte declividade e com cursos d’água
encaixados, conferem à área alto grau de dissecação do relevo.
As vertentes retilíneas, com comprimentos de rampas acentuados (comum na área
analisada) também merecem destaque por nelas ocorrerem fortes processos erosivos
ocasionados pelo escoamento superficial das águas pluviais, sobretudo em locais onde a
vegetação é rarefeita devido aos solos incipientes (neossolos litólicos).
Estas declividades fortes e predominantes na área são também corroborados por IPT
(1981b) e Lepsch et al. (1991), que detalham as características das áreas muito inclinadas
do Planalto Atlântico, nas quais o escoamento superficial é rápido na maior parte dos
solos, que são por sua vez facilmente erodíveis, exceto aqueles muito permeáveis e menos
arenosos, como alguns latossolos.
Também Ross e Moroz (1997) consideram que os terrenos situados em relevos de
morros, como nas áreas marginais ao PEJ, com substrato constituído por rochas do
embasamento cristalino, de um modo geral, resultam em solos altamente suscetíveis aos
processos erosivos, condição agravada sobretudo por efeito das alterações antrópicas nas
encostas, deflagrando principalmente escorregamentos planares de solo.
82 Avaliação do Meio Físico