Documento (.pdf) - Biblioteca Digital - Universidade do Porto
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Cristina Osswald<br />
de San Francisco Javier» (pp. 415-450). Torres Olleta segue, assim, uma<br />
meto<strong>do</strong>logia essencialmente descritiva de cada uma das diferentes tipologias,<br />
consistin<strong>do</strong> obviamente a quinta e última parte nas conclusões resultantes da<br />
sua minuciosa análise <strong>do</strong>s materiais textuais e iconográficos de São Francisco<br />
Xavier.<br />
Citan<strong>do</strong> autores antigos ou autores contemporâneos, no primeiro capítulo<br />
«El corpo textual», Torres Olleta justifica com toda a propriedade sete<br />
principais tipologias <strong>do</strong>cumentais, que são respectivamente: a) «Las cartas y<br />
escritos javerianos», pp. 15-19; b) «Las vidas», pp. 20-38; c) «Procesos y bula<br />
de canonización», pp. 38-46; d) «Las Relaciones de Milagros», pp. 46-59; e)<br />
«Sermones», pp. 59-88; f) «Textos Devocionales», pp. 88-100; Afirma ainda<br />
que decidiu dedicar às festas um capítulo especial, devi<strong>do</strong> às suas características<br />
(p. 15). Mesmo dum mo<strong>do</strong> sintético, Torres Olleta deveria ter referi<strong>do</strong> de<br />
seguida as razões para esta decisão.<br />
No que se refere às cartas e escritos de Xavier, Torres Olleta começa pela<br />
citação <strong>do</strong> P. António Vieira, segun<strong>do</strong> o qual «muitas estátuas de S. Francisco<br />
foram esculpidas, muitas imagens foram pintadas, muitas estampas foram<br />
impressas, mas em nenhuma foi retrata<strong>do</strong> mais ao natural nem mais ao vivo<br />
<strong>do</strong> que em suas cartas.» (p. 15). Adequa-se esta citação particularmente bem<br />
ao seu contexto, pois, como correctamente observa<strong>do</strong> por Torres Olleta, os<br />
diferentes tipos de cartas (cartas de interesse geral, cartas privadas ou «hijuelas»,<br />
com assuntos administrativos (instruções), «las páginas que mejor pudieron<br />
reflejar la personalidad del santo y cronológicamente los primeros textos que<br />
proporcionan una información substancial para los primeros hagiógrafos más<br />
tempranos.» (p. 17).<br />
Nas subcapítulo das vidas, após contextualizar as hagiografias de S.<br />
Francisco Xavier no contexto pós-tridentino, gostaríamos de salientar o facto<br />
de Torres Olleta analisar os muito interessantes relatos hagiográficos tratan<strong>do</strong><br />
um determina<strong>do</strong> aspecto, como, por exemplo, S. Francisco Príncipe <strong>do</strong> mar (p.<br />
23). Segue-se e muito bem a referência a várias obras individuais. Discordamos,<br />
no entanto, da introdução da Vida de Inácio de Loyola pelo P. de Rivadeneira<br />
(pp. 25-26) e da Crónica da Companhia de Jesus no Oriente pelo P. Alessandro<br />
Valignano nas vidas de Xavier (pp. 30-32).<br />
Quan<strong>do</strong> analisa os processos e a bula de canonização (pp. 38-46), Torres<br />
Olleta salienta e exemplifica o valor iconográfico desta <strong>do</strong>cumentação. Pensamos,<br />
no entanto, que teria si<strong>do</strong> interessante se a autora tivesse referi<strong>do</strong> personalidades<br />
e instituições fundamentais na criação desta <strong>do</strong>cumentação, também <strong>do</strong><br />
ponto de vista iconográfico, tais como a Coroa Portuguesa e depois Ibérica<br />
ou o jesuíta Alessandro Valignano. Apreciamos, pelo contrário, o facto de, nas