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Documento (.pdf) - Biblioteca Digital - Universidade do Porto

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Fr. António-José de Almeida, O.P.<br />

leuariã os diabos o corpo & a alma no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> inferno & lhe<br />

mã<strong>do</strong>u que nom fizesse bem nẽhuũ pola sua alma ca nõ lhe prestaua<br />

[=ajudava] nada porque morria em pecca<strong>do</strong> mortal & sem cõfissom|<br />

pois nõ ouuera misericordia <strong>do</strong>s proues que menos a averia d’s della.<br />

Ca assy o diz sancto agostinho. que o que nõ he misericordioso nõ<br />

merece misericordia.»<br />

(16.) [Regressa<strong>do</strong> o bom homem a casa, os diabos levam-lhe<br />

a mulher e ele acaba a vida em boas obras]<br />

«E o boõ homẽ foyse com seus boys & cõ seu carro. & como ẽtrou<br />

polla porta d’ sua casa: logo morreo sua molher. E vyo elle & outros<br />

que hy estauã ao tempo da morte que hos diabos leuarõ a [f. 163 c]<br />

sua alma cõ muy grãde fe<strong>do</strong>r & arroy<strong>do</strong> ao ĩferno. E o boõ homẽ<br />

ajnda des pois polo que vyo <strong>do</strong>s homẽs sanctos & das honrras que<br />

ouuerõ por maão <strong>do</strong> papa & <strong>do</strong>s sinos que ouuio tãger & de como<br />

hya absolto de seus peca<strong>do</strong>s: & de como vyo hijr a alma d’ sua<br />

molher cõ os jmijgos maaos se atee hy fez bẽ por serviço de d’s<br />

muyto mais fez de hy adiãte & acabou bẽ sua vida ẽ serviço de d’s.»<br />

2.2. As ilustrações:<br />

Finalmente, analisemos a estampa que ilustra a legenda <strong>do</strong>s Quatro Santos<br />

Coroa<strong>do</strong>s Peregrinos, expian<strong>do</strong> a relação incestuosa, que o homem, primeiro sob<br />

os efeitos <strong>do</strong> vinho e depois sem o saber, manteve com duas das três mulheres (a<br />

mãe estuprada e a filha-esposa), sen<strong>do</strong> a terceira (a filha-neta) vítima inocente.<br />

Ao contrário das anteriores, não existe modelo próximo para esta composição.<br />

Também, diferentemente <strong>do</strong>s casos anteriores, as mulheres só estão nuas da<br />

cintura para cima, como no fresco de Balsamão. Na verdade, como referi antes<br />

da transcrição <strong>do</strong> texto, a legenda que vem na Legenda Áurea é totalmente<br />

diferente, embora com o mesmo nome. 130 Na Legenda Áurea fala-se <strong>do</strong>s Quatro<br />

Santos Coroa<strong>do</strong>s Escultores, Mártires. 131<br />

Dada a substituição <strong>do</strong> texto, as ilustrações que aparecem nas edições<br />

lionesas referem-se, naturalmente, à legenda <strong>do</strong>s Quatro Escultores, só existin<strong>do</strong><br />

ilustrações adequadas à nova legenda nas edições em castelhano e em português<br />

da Legenda Áurea, com uma excepção, que reputo de grande importância, como<br />

veremos.<br />

130 Sobre esta substituição e sua posteridade no romance de cordel (pliego suelto) está a trabalhar José Aragüés<br />

Aldaz.<br />

131 [Beato Fr.] TIAGO de VORÁGINE [O.P.], Legenda Áurea (trad. portuguesa <strong>do</strong> original latino de António<br />

Maia da ROCHA, a partir da ed. crítica de Giovanni Paolo MAGGIONI), <strong>Porto</strong>, Livraria Civilização Editora,<br />

1 Novembro 2004 (ISBN 972-26-2127-0), 2 tomos, t. II, 262 (8 de Novembro).<br />

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